Zerado dia 30/12/22

Olha aí, o que deve ser o meu penúltimo jogo do ano: Dead Rising!
Um dia desses deu a louca de jogar alguma coisa no Xbox 360 e um dos primeiros que me lembrei foi o tal do Dead Rising, originalmente exclusivo da plataforma e um de seus títulos de lançamento lá de 2006. Esse lance de só ter saído na Microsoft na época me deixou muito curioso não só para o conhecer mas também para o adquirir há um tempo atrás. Além disso, o único DR que eu conhecia era o 3 que joguei na época que foquei nos jogos exclusivos do Xbox One quando queria o trocar no Playstation 4.
Outro fator decisivo é que o 360 se encontra há uns meses na sala de estar aqui de casa onde o filho do meu padrasto sempre está jogando GTA V, mas também é um cômodo muito disputado pois sempre tem alguém vendo TV. Isso tem me feito querer deixar essa plataforma de lado e focar apenas no PS3 daquela geração, então pesquisei por exclusivos para ver se poderia mesmo até dar o console de presente.

Na verdade eu cheguei a jogar um pouco desse primeiro DR em sua versão de Wii há uns bons anos atrás, mas realmente não fui muito além do início pois não tinha entendido bem e os controles de movimento sempre me dão preguiça, assim como foi no caso do Bully na plataforma.
Apesar dessa experiência bizarra, eu tinha esperanças com esse primeirão. Primeiro porque eu tinha adorado o 3. Segundo por ser um jogo bem conhecido. E terceiro por jogar com o Frank West. O pessoal gosta bastante dele e eu mesmo já o conheci por intermédio de outros títulos, como Marvel vs Capcom 3 e Project X Zone.
Iniciando finalmente, a abertura já era conhecida por mim. Inclusive tinha chegado a jogar há um tempo atrás só para ver se o leitor do Xbox estava funcionando direito. Esse começo é bem esquisito e os personagens tem personalidades meio bizarras, mas tá valendo.
Tem que lembrar que é um daqueles jogos da época e com aquela interpretação exagerada dos japoneses sobre americanos, haha.

Essa nova tentativa com o primeiro DR não foi muito diferente daquela do Wii. O jogo é estranho. Principalmente no início tentando entender como as coisas funcionam, seus objetivos e a jogabilidade bem estranha.
Todos os ataques são feitos com o X e mirar com armas de fogo é com o gatilho direito. O gatilho esquerdo, por sua vez, mira a sua câmera para tirar fotos (coisa que raramente fazia). É impossível andar enquanto mira, o que é TENSO.
Outra coisa irritante é que todas as armas se quebram. Também era assim no 3 mas essa mecânica sempre vai ser chata, mesmo nos Breath of the Wilds da vida. Acabou a munição da pistola? Ela explode. Deu alguns golpes com o machado? Ele se desintegra E assim por diante.
Você vai começar a perceber que não é uma boa ideia matar a todos os zumbis do jogo por conta disso e o melhor é mesmo sempre desviar e correr até porque o Xbox 360 faz um trabalho incrível de criar dezenas e dezenas de zumbis na tela ao mesmo tempo e todos bem animados, cosia que nem os jogos recentes tem feito (não achei nenhuma imagem que fizesse jus).

A aventura acontece num shopping gigante que mais parece uma universidade infestado pelos zumbis e como qualquer shopping há uma quantidade absurda de lojas de especialidades diferentes. E pelo tamanho desse daqui e por seu americano, espere ainda mais do que aquele mais próximo de sua casa.
O lado bom disso é que você pode usar tudo a seu favor: pode passar na loja de armas e pegar umas para você, no supermercado ou na praça de alimentação para recuperar seu HP, usar desde lixeiras e vasos de plantas para se defender e muito mais!
Inicialmente muitas coisas parecem bem distantes mas logo você desbloqueia atalhos e rotas alternativas que ajudam demais! Um dessas era um suposto caminho pela tubulação que simplesmente me teletransportava entre os banheiros femininos do lado oeste e leste do shopping. Uma mão na roda!

O jogo ainda acontece dentro de um tempo específico que é a hora que você chegou no shopping até 3 dias depois ao meio dia, quando o helicóptero volta para te salvar após supostamente ter encontrado seu furo de reportagem explicando e resolvendo o que acontece no lugar.
Esse negócio de tempo é sempre complicado e se você jogou o primeiro Pikmin sabe do que eu estou falando. Porém aqui é uma mistura de tranquilidade e urgência. Para quem for fazer TUDO, é um tempo apertado e para quem jogar de forma mais casual, focando na história principal e volta e meia fazendo sidequests quando puder ou não tiver nada para fazer até o próximo horário importante, deu para levar numa boa.
De qualquer forma, se faltar pouco tempo para um evento principal, não vale a pena se distanciar de lá para fazer outra coisa pois se você perder aquele evento o jogo menciona que você perdeu a oportunidade de descobrir a verdade e basicamente dá Game Over, embora seja possível continuar jogando e explorando, só sem a história principal.

O jogo inteiro tem um tom de terror trash com comédia e aquele lado meio japonês, meio Hollywood. Muita coisa exagerada, muita coisa sem noção, pessoas perdendo a cabeça e fazendo besteira e difícil de medir as coisas. Tipo os zumbis que são super bestas e as vezes os personagens as vezes não os levam a sério e as vezes os temem bastante. Acho que toda mídia relacionada a zumbis é assim, né?
No final das contas acho que é bem similar a coisas como Night of the Living Dead e filmes do George Romero no geral ou esses Evil Dead da vida. Não dá para levar a sério, mas são bem curiosos.
A campanha principal segue bem essa linha com o enredo e cutscenes enquanto as sidequests são mais genéricas (e difíceis). Vale a pena fazer missões paralelas pois elas dão bastante XP e a cada level up o Frank pode aprender novas habilidades (como derrubar, empurrar ou pular sobre os zumbis), melhorar atributos, como dano maior, ou ainda expandir suas capacidades, com vida ou inventário maiores.

As missões paralelas geralmente envolvem ajudar pessoas em risco e escoltá-las com segurança para a base, onde todos estão. E, caraca, como é difícil! A inteligência artificial de Dead Rising é estúpida demais e os zumbis não dão trégua mesmo quando você entrega armas na mão do pessoa e as manda ir direto aos lugares. Muitas vezes eles dão grandes voltas, ficam paralisados de medo, preferem lutar a ir embora etc. Que coisa mais estressante!
Eu normalmente recarregava o save para conseguir levar a galera pelo shopping todo até a base mas pelo menos um sempre morria e eu fui desistindo. Perdi muito tempo tentando salvar a todos, mas não compensa, ao menos não no primeiro playthrough já que no "New Game+" você vai manter todos os seus upgrades.
Geralmente você vai estar por aí quando receberá uma ligação indicando que há pessoas em certo lugar do shopping e você pode ir lá tentar ajudar, mas também há casos que você acha as pessoas sem nunca ser alertado! Em algumas ocasiões é mostrado na tela o aviso que Fulano ou Ciclano morreram e você não faz nem ideia de quem eram. Aparentemente o jogo tem 50 pessoas a serem salvas.

Em outros casos você tem tempo entre um evento e outro e resolve ir ajudar alguém e, ao chegar lá, descobre ser na verdade um boss, aqui chamados de psicopatas.
Esses psicopatas são sempre pessoas completamente malucas e com aquele espírito de serial killer e, puts, como são difíceis! Parece que tudo foi mal programado e o Frank sequer tem um comando de se proteger contra as paredes e recarregar/atirar nos caras que não de dão um segundo de folga.
Também é bizarro que eu levava 5 ou 6 armas de fogo, cada uma com 30 balas, e não conseguia tirar toda a vida dos caras mesmos em errar um tiro. Isso se dá porque o dano que você causa depende do quanto você subiu seu Ataque. O problema é que você depende da sorte para que esse atributo melhore ao passar de nível já que é sempre algo aleatório que você ganha. Eu mesmo dei o azar de quase sempre ganhar um novo golpe contra zumbis, coisa que nunca fazia. E um chefe encontrado só nas primeiras horas do jogo as vezes... Fica pro "New Game+".
Mais bizarro ainda é que DR só tem um slot de save e você só pode salvar em lugares específicos. Cuidado para não salvar momentos antes de acabar o tempo de algo importante ou de esquecer de salvar e perder muito progresso!

Resumindo: Dead Rising é um jogo bem curioso e que não envelheceu tão bem assim (pelo menos essa versão original) e que vai exigir de você um bom tempo de jogo para o entender, pegar o jeito e finalmente gostar. A primeira jogatina é difícil pois você é lento, fraco e ainda está conhecendo o mapa, mas acredito que a insistência tenha valido a pena e que o jogo brilhe mais ainda no "New Game+". Percebi pela internet que os jogadores se dividem em "Eu amo esse jogo incondicionalmente e o termino de tempos em tempos" e "eu não vi a menor graça nisso", sendo que esse segundo geralmente foram pessoas que o largaram ali na primeira hora. De qualquer forma, eu até gostei do jogo embora ele tenha vários defeitinhos, mas o 3 ainda me foi muito superior e acredito que valha a pena ver os demais.
De bom: muita liberdade para lidar com as missões, explorar, encontrar segredos. Muita variedade de locais no shopping. MUITAS armas já que quase qualquer coisa pode se tornar uma. Os níveis que você sobe fazem diferença. Quanto mais você joga e entende o jogo, mais ele te absorve e mais divertido ele fica.
De ruim: jogabilidade esquisita. Poucas fontes de cura. Save limitado a apenas um slot nessa versão (nas novas aparentemente tem 4). Jogo com tempo e é muito fácil perder eventos pois eles ficam dentro de períodos curtos. Missões de escolta são um pesadelo já que a IA é estúpida. Houveram momentos que o jogo não tinha mais missões paralelas e eu só tinha que esperar umas horas (no final) ou ficar rodando como besta por aí. Lutas de chefes e afins são um absurdo de difíceis pois todo mundo tem HP demais e não sofre stagger direito com o dano. Quanto mais anoitece mais difícil fica de enxergar até ficar quase tudo preto e ainda mais cheio de zumbis (parece que eles ainda ficam mais fortes) e esse tipo de dificuldade a mais não era necessária. Armas quebram muito facilmente.
No geral, valeu a pena conhecer o famoso Dead Rising original e me empolguei ainda mais com a franquia, mas fica difícil recomendar o jogo para qualquer pessoa pois não te trata de algo leve ou casual mas quase algo realista de sobrevivência contra zumbis. Achei legal, porém talvez começar pelos outros seja uma ideia melhor. Jogo ok.

"Muiê" virtual não pode!! Mas, essa dai com tatuagem no "furico" PODE!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK