Zerado dia 04/10/22

Terminei Syberia 2 no Switch, o último jogo de uma grande coleção que fui criando em poucos anos e já corri para o desbloqueio do console. As vantagens de nunca ter trocado o Switch da primeira leva por aquelas com maior bateria ou tela, além de não ter sucumbido à tentação de vendê-lo, finalmente apareceram: é possível desbloquear em casa em pouco tempo e sem gastos adicionais. Tinha até comprado já um jig (peça usada para desbloquear) há uns meses.
O procedimento de hackear foi simples, mas tem momentos demorados e em um momento até achei que tivesse brickado o bichinho. Acabou que nesse primeiro dia eu fui dormir às 3 da manhã, mas não consegui instalar nenhum jogo. Com a ajuda de amigos que já tinham feito o procedimento, foi sucesso na manhã seguinte, mas optei por baixar jogos pirateados direto do console ao invés de baixar no PC e passar pra ele. Com meu cartão de 200GB aliado à minha ganância, o Switch ficou o dia todo só baixando jogos!

Conforme os jogos foram aparecendo na tela principal do Switch, aquela chama que eu tinha pelo console se reacendeu, ou até mais forte do que nunca! E o desbloqueio nem parece desbloqueio, o que agrega muito na minha experiência, bem diferente do que esperava depois de ver amigos que tinham Xbox 360 com tema do Naruto e tocando metal no menu home.
Fui atrás de muitos jogos que queria e me dei conta de como deixei passar muita coisa e fiquei focado em muita porcaria independente barata de 3 reais. Mas também tenho que lembrar que cada jogo grande é R$300 no Switch. Enfim, baixei os Pokémons que vieram depois do Shield, os Zeldas que faltavam para eu voltar a fechar completamente a franquia, Metroid Dread e muito mais! Fiquei tão feliz que me deu vontade de jogar apenas Switch e largar todos os outros consoles (ainda bem que terminei tudo antes de fazer esse desbloqueio). Na real que só me vejo ligando o PS4 além dele no momento.
Joguei um bocado de alguns jogos já, mas tô mantendo aquela regra de jogar no máximo dois por vez. Desbloqueio é tentador demais para sair bagunçando tudo e não terminar nada.

E o jogo que acabei optando por jogar até o final primeiro foi esse Bowser's Fury, jogo extra que vem com a versão de Switch do Mario 3D World e que aparentemente não tem versão standalone, mas alguém felizmente o cadastrou aqui.
Esse jogo me despertou muita curiosidade desde seu primeiro teaser e demais trailers e quase me fez comprar o 3D World, jogo que eu cansei de tanto jogar no Wii U meu e no dos outros. Felizmente logo a galera dedurou que a aventura era curtíssima e isso me fez eu me segurar.
Na casa de um amigo ele até me disse que eu deveria jogar por lá mesmo se quisesse pois a campanha era fácil e duraria cerca de 5 horas, mas acabei não tendo a oportunidade (na verdade usei dos nossos tempos juntos para jogar coisas como Ibb & Obb, Genetic Disaster etc).
Mas dando uma testada no jogo por lá eu realmente fiquei com muita vontade. Poxa, o último Mario foi o Odyssey lá em 2017!

Começando o jogo, é muito bom poder escolher jogar ele diretamente na tela título ao invés de ter que fazer coisas no 3D World antes. Digo isso porque esse tipo de coisa me afastou de jogar os extras dos remakes do Superstar Saga e Bowser's Inside Story no 3DS. Ambos requeriam que eu avançasse até certo ponto na história, se não me falha a memória.
Começando a aventura, é tudo muito bonito e exatamente como no 3D World, com o diferencial de ser um jogo de mundo aberto ou invés de fases limitadas. Eu me senti bem familiarizado com a experiência do jogo do Wii U de cara!
O jogo também é mais "duro" do que o Odyssey mesmo ambos tendo bastante liberdade em campo. É definitivamente uma experiência 3D World, ame ou odeie.
Nesse jogo o Bowser foi possuído por uma meleca preta que lembra aquelas poluições das águas que deixam os animais pretos. Bowser Jr então pede ajuda ao Mario para fazer missões e coletar recompensas para poder bater de frente com o agora colossal inimigo do bigodudo.

Inicialmente o mapa é bem limitado e conta com apenas uma ilha (ou ilhota) e você anda por lá explorando e fazendo missões bem típicas dos jogos do Mario, como alcançar um ponto alto, coletar todas as moedas azuis dentro do tempo ou eliminar todos os oponentes de uma área.
Conforme você termina as missões, você ganha um Cat Shine como prêmio. Eles são como as estrelas do Mario 64 ou melhor dizendo, como as Shines do Sunshine, porém tematizadas com orelhas de gato e tal.
Aliás, vale dizer que tudo no jogo é bem tematizado com duas coisas: gatos e água (ou azul).
O mapa em si é muito aquático até porquê você viaja de ilha a ilha nadando ou nas costas do Plessie. Já o lado gato se aplica a tudo, ainda mais do que no jogo base original. Tudo é gato e tem gato para todo lado! Uma pena que o Cat Bowser não tenha feito um retorno.

De volta às Cat Shines, conforme você as coleta, as águas próximas de cada ilha vão sendo limpas e você agora pode nada por mais áreas que até então seriam nocivas. Com isso mais ilhas também se abrem.
O Bowser fica o tempo todo dentro de seu casco rotacionando no meio do mapa de forma assombrosa quase que como aquele Cocoon do Final Fantasy XIII e há um contado invisível que faz com que ele desperte depois de algum tempo e ataque o pequenino Mario com todas as forças. Daí cabe a você sobreviver e tentar devolver o grandalhão de volta ao seu sono por mais algum tempo.
Para se livrar de Bowser, seus ataques e do mapa trevoso do momento, basta coletar uma Cat Shine qualquer. Inclusive todas as ilhas tem uma que só pode ser coletada quando um ataque dele destruir a barreira, então você deve sempre ficar de olho nisso e priorizar a abertura desses locais antes que ele volte a dormir (as vezes ele simplesmente desiste e vai embora).

Bowser's Fury é bem fácil, mas é bem gostoso de jogar. Na verdade eu ainda o achei bem mais longo do que esperava, mesmo tendo jogado tudo apenas hoje. Acho que foram mais de 5 horas no final das contas.
Cada ilha tem 5 Cat Shines a serem encontrados e alguns seguem uma regra, então você meio que repete diferentes versões de mesmas missões. Por exemplo, a missão de chegar ao farol da ilha sempre existe, mas a experiência é sempre diferente pois isso basicamente exige que você explore bastante, faça partes de plataforma, enfrente novos inimigos e conheça novas mecânicas. O level design também é diferente assim como a própria temática das ilhas é bem singular: praia, gelo, lava, coliseu etc.
Algumas missões só aparecem em versões diferentes da ilha e as vezes é melhor você ir para outra e voltar mais tarde, e aquele lugar agora terá elementos diferentes, como um botão que inicia uma missão ou acesso a novos lugares.
É tudo bem pequeno e fazer os 5 objetivos é bem rápido, embora existam exceções.

A continuidade da campanha se dá conforme você coleta um número mínimo de Shines e Bowser atacar. Quando isso acontecer um sino gigante de gato ficará disponível e basta coletá-lo para também ficar enorme e finalmente dar uma coça na tartaruga envenenada.
A ideia do Mario gigante data desde o New Super Mario Bros. no DS, mas aqui as proporções são maiores do que nunca, mais épicas e o famoso Mario "Super Saiyajin" ou "Oolong" acaba remetendo mais à clássicos como King Kong VS Godzilla. Japoneses adoram essas coisas!
Enfim, vença a batalha, novas ilhas ficarão acessíveis e assim por diante. Eu terminei o modo história com 50 Shines mas era óbvio que tinha mais coisas para serem feitas, novos lugares a serem visitados e um final verdadeiro, típico de todo jogo do Mario. No final serão 100 Shines que você coleta bem rápido, uma atrás da outra.

Resumindo: Bowser's Fury me prendeu e me surpreendeu um bocado. Eu esperava algo bem pior e menor, mas foi o tipo de diversão que eu precisava depois de tanto tempo sem jogos novos dele. O jogo ainda tem uma carinha de DLC ou de "prova de conceito", mas funciona bem em suas poucas horas. Um plus bacana para quem comprou o 3D World e já o conhecia. Porém diria que não vale a pena a aquisição do jogo apenas para conhecer este daqui.
De bom: lindos visuais, sobretudo na TV. Boa trilha sonora. Divertido e imersivo. É possível jogar de até duas pessoas. É possível configurar o nível da ajuda que o bot Bowser Jr irá fornecer (coletando itens, matando inimigos etc), o que é bom, para quem quer jogar por si mesmo, como eu, ou ter um auxílio para crianças. Depois do primeiro encerramento na metade da campanha é possível teletransportar entre as ilhas já visitadas e pelo mapa é possível ver onde ainda tem coisas a serem feitas.
De ruim: achei o jogo meio superficial. Conteúdo limitado. Poucas horas de duração. Tive problemas com ângulos de câmera e perspectiva (isso até no 3D World eu tinha). Replay praticamente zero depois dos 100%. As vezes o Bowser ou ataca demais e enche o saco quando você está tentando cumprir uma missão ou aparece de menos quando você espera que ele destrua algo que só ele pode.
No geral, eu gostei bastante do jogo e foi uma boa para voltar com força ao Switch. Sempre gostei do 3D World, mas um cartucho com os dois jogos é muito conteúdo de qualidade para curtir e o combo é possivelmente a minha escolha para melhor experiência do bigodudo no console, até porque não curto tanto o Odyssey. Sobre BF, jogo maneiro!

Já que está atualizando os emuladores, recomendo pegar a versão "nightly" do de PS2 o PCSX2 ao invés da 1.6. Ele ta rodando quase tudo hoje em dia nessa versão experimental
Wii U, Switch e X360 são os únicos emuladores que ainda não tive coragem de configurar. Imagino que deva ser bem simples, na real.