
Aventura épica em um Oceano de Estralas!
O planeta Expel, um
mundo exuberante no qual a beleza de seu ecossistema pode ser encontrada
aonde quer que você esteja. Porém tudo isso mudou após a queda de um
meteorito há três meses atrás. O que antes era um belíssimo lugar, com
rios de água cristalina e ar tão puro que nós terráqueos jamais iremos
ter o privilégio de respirar, começou a ser invadido por monstros
e criaturas estranhas, enquanto que fatos desconhecidos começavam
a ocorrer em todo o planeta.
A população de Expel denominou o meteorito como “Sorcery Globe”
e atribuiu a ele a culpa do caos que o planeta estava passando. Porém
nem tudo estava perdido, segundo uma lenda que corria entre os moradores
locais de Expel, um guerreiro vestindo roupas estranhas e sua “espada de luz” viria de outro mundo para salvá-los, sendo assim a única esperança deste povo, se tornando o herói da profecia!
E assim se tem início a Saga de Star Ocean – The Second Story.
Um ótimo trabalho para o PlayStation, diga-se de passagem, com um
enredo envolvente e personagens super cativantes e carismáticos. Com
gráficos que utilizam eficazmente todos os recursos que a plataforma tem
a oferecer.

O jogo possuí dois personagens principais, Rena Lanford e Claude Kenni (filho do lendário piloto da Calnus: Ronixis J. Kenni
e um dos heróis do primeiro Star Ocean). Assim que iniciamos um novo
jogo, você deve escolher qual dos dois será o seu personagem principal.
Esta escolha muda o jogo em dois fatores: se você escolhe Rena você irá
ver a história dela e os fatos irão ocorrer sob sua perspectiva, o mesmo
acontece com Claude Kenni. Há também uma pequena mudança quanto aos
personagens que você irá encontrar durante a sua jornada. Ao total o
jogo possui 12 personagens diferentes, sendo que um deles (Leon) só ira entrar permanentemente para o grupo na história de Claude, enquanto Dias Flac apenas na história de Rena.

O grupo comporta apenas 8 personagens,
desses oito, apenas quatro são utilizados em batalhas. Sendo que entre
eles existem algumas divergências, a ponto de que se escolher um terá
que abrir mão de outro; dessa maneira você nunca chegará ao ponto de ter
os oito personagens em seu grupo e encontrar mais um que queira entrar
para sua equipe. Isso ocorre com Opera e Ashton, no qual um não vai entrar se o outro já estiver. O mesmo também ocorre com Bowman e Precis, e Ernest
só entra para o grupo se Opera já estiver. Dessa maneira para conseguir
jogar com todos os personagens possíveis, você teria que jogar três
vezes.
O jogo é dividido em dois CD’s, que
pode-se considerar como sendo dois grandes capítulos: o primeiro gira em
torno de encontrar o meteorito que está causando os problemas em Expel,
enquanto que no segundo ocorre os eventos seguintes e o desfecho após
esse fato. Infelizmente o nível do enredo da uma caída na segunda metade
em diante, mas nada que chegue de fato a denegrir a qualidade do mesmo.
O jogo possui algumas cenas em CGIs pré renderizadas que até são muito
bem feitas (para a época), mesclando traços de anime/mangá para os
personagens principais e cenários gerados através de modelagem 3D,
coisas da época…
Os cenários são todos pré renderizados
(como a maioria dos jogos da plataforma) e muito rico em detalhes: a
água, por exemplo, é tão bem feita que até o reflexo dos personagens foi
reproduzido (algo que era praxe nos jogos da Tri Ace), o que deixava
tudo com um ar mais realista e interessante. Mas infelizmente não são
em todos os momentos o cenário mostra uma beleza exuberante, existem sim
áreas ao ar livre que são muito bonitas e detalhadas, enquanto outras
nem tanto. Já os interiores, muitos deles parecem terem sidos modelados
às pressa e é possível notar até mesmo texturas padrão que vinham com o
3D Studio MAX na época.

A beleza de Expel é retratada nos belíssimos gráficos pre renderizados!
Os personagens, apesar de serem sprites
2D, também foram muito bem trabalhados e animados para que não ficassem
feio, e no final tudo se encaixa perfeitamente formando um belo conjunto
na obra como um todo. As música também não ficam para trás! O estilo de
game music já consagrado pelo lendário Motoi Sakuraba,
se faz presente em todos os momentos, cheio de efeitos sonoros e
detalhes em todos os aspectos, possuindo vozes para muitas falas do
jogo, seja usando um item, uma magia ou uma técnica de espada. Afinal,
vocês esperavam o que? Se no Super Nintendo a Tri Ace já tirava leite da
pedra com samplers de voz nos cartuchos de Tales of Phantasia e no primeiro Star Ocean,
no PlayStation com toda a liberdade da mídia CD e um hardware
superior que eles não iria relaxar e fazer feio! E de fato, não fez
mesmo!
Algo bem interessante no jogo também são as “Private Actions”,
ou seja, ações privadas de cada personagem, mas o que é isso? Nada mais
é de que a interação dos personagens com o cenário e entre eles mesmos.

Reflexo dos personagens na água, característica da Tri Ace!
Quando você possui mais de um personagem
no grupo e for entrar em uma cidade, existem duas formas: 1. entrar todo
mundo junto (o comum, utilizado em todos os jogos de RPG), 2. Apertando
“quadrado” no controle do seu Playstation. Dessa forma o grupo irá
dividir-se pela cidade, cada um irá para um local que o mais o agradar, e
dessa forma você ficará apenas com o personagem que escolheu no inicio
seja Rena ou Claude. Mas e agora? No que isso interfere na história
principal? Bem algumas “private actions” são apenas para enriquecer o
jogo em mais detalhes, pois nelas você acaba conhecendo um pouco mais
dos personagens de seu grupo, mas outras são realmente importantes para o
bom andamento do jogo, seja para conseguir informações, seja para
conseguir itens ou até mesmo um novo personagem, ou quem sabe até um
final um pouco diferente, dependendo do nível de sua afeição para com
tal personagem. Tudo pode acontecer, pois você vai estar interagindo.
Falando em finais, há algo bem
interessante a se falar: o jogo possui 86/87 finais possíveis, (isso
mesmo! Ok, que na maioria são apenas variações que mudam um dialogo ou
outro, ou uma ou outra cena diferente), mas isso vai depender de suas
escolhas, suas ações e o relacionamento dos personagens com os demais
demais membros do grupo. Dessa forma o jogo dá ao jogador um bom motivo
para se jogar de novo, pois com tantas possibilidades de finais,
personagens e “private actions”, fica impossível de se ver tudo durante
uma unica jogatina. Do mesmo modo que é possível terminar o jogo com 08
personagens é possível terminar o jogo com apenas os principais,
recusando todo os outros que aparecer. Claro que dessa forma irá
dificultar e muito.
Quebrando limites:
Outra coisa que difere Star Ocean de
vários outros RPG é o nível alcançado pelos personagens, fugindo a regra
de que o nível máximo tem que ser 99 ou 100, como na maioria. Aqui
é possível evoluir até o nível 255, mas para isso meu jovem, você terá
que ralar muito! Mas bota muito nisso, além de ter várias e várias horas
de jogo e uma paciência de Jó, para ficar lutando por horas e horas a
fio.
A cada nível ganho, além de aumentar seus
atributos e ganhar habilidades e poderes especiais, você também ganha
alguns pontos chamados de “Skill Points” ou em bom
português, pontos de perícia ou pró-eficiência, pois no decorrer do jogo
você poderá “comprar” algumas habilidades que te ensinam
automaticamente certas perícias. Tais habilidade variam desde pintar,
passando por cozinhar, tocar algum instrumento e até a roubar, essa
ultima pode lhe render bons itens, dependendo de quantos pontos você
você dedicar à elas. Isso deixa o jogo bem mais interessante, pois
existem diversos tipos de itens que variam desde comida a até armas
poderosíssimas, que podem ser criadas a partir de
uma habilidade adequada. Mas não se preocupe, o jogo não impõe a
utilização dessas perícias como um fator importante para o bom
desenvolvimento do jogo. Alias, é possivelmente concluir-lo sem sequer
dar atenção à essas opções, mas não deixa de ser um extra a mais que no
final pode lhe render bons frutos.

O sistema de batalhas é super dinâmico e interativo!
Agora vamos adentrar os combates de Star
Ocean 2, que foi muito bem elaborado e é totalmente interativo. Mas
antes me deixe falar um pouco sobre os tipos de técnicas utilizadas,
existem dois tipos: as magias e as técnicas comuns, sejam elas com armas
ou técnicas com qualquer outra coisa, a diferença é que se tratando
de magias você as usa normalmente no menu correspondente, escolhendo a
que quer utilizar e pronto! Quanto as técnicas, você escolhe apenas duas
por vez, colocando cada uma em um botão que a ativa durante a batalha,
sendo assim você apenas usa duas técnicas por vez, e se quiser usar
outra diferente terá que ir ao menu e mudar. Não há como alterar isso,
cada personagens já vem definido e quem usa um modo sempre usará esse
modo e ponto.
Outro detalhe é que enquanto nas dungeons
e nas cidades os gráficos são pré renderizados, durante as batalhas
temos um cenário totalmente poligonal! Com direito a rotação de câmera e
zoom!

Durante as batalhas os cenários ficam totalmente em 3D, com direito a rotação de câmera e zoom! É ou não é uma fofura?
Outro fator interessante nas magias/técnicas é a “proficiency”
ou capacidade, em termos de jogo quanto mais você usar uma
magia/técnica mais hábil nela você ficará, e dessa forma ela ficará mais
forte. Agora vamos ao sistema de batalha, quando você começa o jogo
você tem a opção de escolher se quer ativo, semi-ativo ou padrão,
isso influi pelo seguinte fato: o sistema de batalhas é todo
interativo, todos podem andar e mover-se livremente, tanto inimigos como
aliados. Você não fica em um lugar e os inimigos em outro, dessa
maneira a luta fica mais real e interativa, pois não basta apenas
selecionar uma opção no menu, e seu personagem atacar e o inimigo levar
dano do nada! Se você atacar pode errar o golpe por que o inimigo é mais
rápido e desviou, ou se defendeu anulando o golpe. Os modos que você
escolhe no inicio modifica o sistema de batalhas deixando ele mais
interativo ou não.
Eu por exemplo, prefiro interativo, pois
deixa as lutas mais realista e emocionante, além de requerer um pouco,
mesmo que minima habilidade com os controles, como em um action RPG
mesmo. Mas não para por aí a interatividade nas batalhas não, o cenário
mais vez tem seu espaço, pois o cenário também atua nas batalhas, como?
Por exemplo, se estivermos lutando em uma caverna a a mesma tiver
aqueles carrinhos sob trilhos, às vezes eles passam pelo cenário de
batalhas e se você estiver no caminho será atropelado! Mas calma, que os
inimigos também sofrem o mesmo se ficarem na frente. Durante as
batalhas você pode escolher controlar apenas um personagem ou ficar
trocando entre os demais, dos oito possíveis, apenas quatro batalham por
vez, como já foi dito no inicio. No menu principal você tanto pode
escolher quem será o líder, ou seja quem vai ser o personagem que você
ira controlar no campo de batalhas, enquanto os outros são controlados
pela IA. Mas você pode mudar a hora que quiser de líder, outra coisa é o
posicionamento do grupo que pode ser alterado, isso é a forma como o
grupo vai ficar alinhado durante batalha, que pode ser todo mundo
formando uma linha, ou os dois personagens mais fortes e com maior
defesa na frente, enquanto os outros ficam de suporte na retaguarda,
enfim, é você quem escolher a melhor estratégia para os personagens que
tem.
Star Ocean é um jogo cheio de detalhes
até no menu de status, aonde existem muitos dados dos personagens, como
uma foto e peculiaridades de cada um, por exemplo: comida preferida ou
talentos próprios. Que podem ir sendo alterados com o decorrer do jogo.
Você pode descobrir quem gostam mais de um determinado tipo tipo de
comida ou descobrir novos talentos que não sabia que tinha até serem
usados.
Para encerrar, Star Ocean 2 também recebeu um port para o PSP em abril de 2008 no Japão, sob o título de Star Ocean Second Evolution,
sendo lançado no ocidente em janeiro de 2009. O jogo trata-se de uma
versão um pouco mais polida e aprimorada do que o original do PSX,
contando com novas animações e uma nova intro. Além de avatares dos
personagens totalmente redesenhados durante os diálogos mais
importantes.

A versão do PSP conta com vozes na maioria dos diálogos e avatares dos personagens para aproveitar melhor o espaço da tela!
Graficamente o jogo é basicamente o mesmo
adaptado para o formato da tela do PSP, ao contrário do remake do
primeiro Star Ocean lançado para o Super Nintendo em 1996, que foi
refeito do zero encima desta mesma engine. Fora isso o jogo conta com um
personagem a mais e em consequência disso novas “private actions”, e
mais variações de finais além de algumas melhorias nos diálogos que
agora são quase todos dublados, sendo hoje a versão definitiva desse
jogo, não que a versão original do PlayStation tenha ficado defasada,
mas querendo ou não é a versão mais completa!
Então aqui eu me despeço, deixando vocês
com água na boca para jogarem esse jogo. Star Ocean 2 é um jogo cheio
de segredos e bem feito, mesmo levando em conta alguns deslizes e
limitações da época. Considerado por muitos e por mim como o melhor da
série (ainda não joguei o 5). Star Ocean 2 é um jogo que deve ser
degustado e apreciado aos poucos. E para quem quiser descobrir todos os
segredos e ver 100% da história, se preparem para jogar e jogar várias
vez e evoluir seu personagem até o nível máximo, só assim você irá
conseguir… ops… essa fica para uma próxima vez!
► Matéria por Richter Belmont
VP Writst? Aprovado!
Não entendo porque tanta gente critica o VP2 :\ falam que os personagens não tem carisma... Será que eles tem mais carisma em japonês? Eu joguei a versão undub :p Pra mim a batalha, as musicas e a história é tudo top. Talvez eu goste bastante dele porque joguei-o antes de jogar o Lenneth.
Não conhecia o Exist Archive. Acabei de ver a gameplay e adorei!