Registro de finalizações: Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex
Zerado dia 27/04/22
Cara, se tem um jogo que eu gostava na época do PS1 era Crash Bandicoot, sobretudo o Warped. Sempre que ia na locadora, eu tinha que jogar Crash. Era massa demais! Nunca zerava, justamente por nunca ter comprado o consoles (demorei muito para ter interesse no que não era Nintendo), mas isso também nunca importou. Mais tarde vários membros da família adquiriram o console e eu me matava de jogar. Chegava sempre longe, mas eram tantas coisas para jogar!
Já na época do PS2 eu me distanciei um pouco dos jogos mas sabia da má fama dos jogos da franquia naquela geração. Lembro ainda de ver os jogos do Crash saindo em diversas plataformas fora da Sony, o que era bem estranho. Nunca joguei nada, mas realmente a fama deles era bem ruim.
Ainda assim sempre curti demais o que eu conhecia e há alguns anos fui atrás de terminar a trilogia original e o de corrida, todos originais do primeiro Playstation. Mais recentemente cheguei a jogar os remakes na coletânea N'Sane Trilogy que um aluno me emprestou. Legal demais.
Mas não vou mentir que os demais títulos, não criados pela Naughty Dog continuavam me deixando com a pulga atrás da orelha. Poderiam ser tão ruins assim? Por outro lado, outros jogos na mesma vibe do PS2 envelheceram um bocado quando os joguei há bastante tempo, mesmo eu tendo curtido Sly Cooper e Ratchet & Clank (mas não muito Jak and Daxter). Se eu ainda jogaria esses Crashs era um mistério. Provavelmente não, mas com aquela chance à curiosidade.
Como cheguei ao Wrath of Cortex? UM amigo (o mesmo que gostou muito de Oxenfree) vivia falando nele e como adorava o jogar em sua infância. E foi agora, de volta ao mundo dos consoles pelo Switch e jogando o N'Sane Trilogy que ele me disse como aqueles jogos lembravam demais o WoC e como eu deveria jogar, mesmo eu insistindo que as críticas a ele não são nada boas. E não é que um dia ele me recebeu com um emulador de PS2 instalado com o jogo?
Sem muito ânimo, dei uma chance e...puts! WoC é uma cópia descarada do Crash Warped! Desde os menus, o hub que acessamos as fases, a trilha sonora, como os vilões falam com a gente nas telas de carregamento e os próprios estágios, que muitas vezes são bem parecidos (apesar de haverem sim estágios originais).
Perceba que nos jogos do Crash Bandicoot sempre houveram inspirações nos jogos anteriores e a volta de mecânicas e até inimigos e desafios, mas nenhum pareceu tanto um hack feito por fãs. E é tudo tão bizarramente genérico!
Mas não se engane. O jogo não é ruim. É legal, ainda mais se você não conheceu o Warped ou mesmo começou a jogar a franquia por ele. Tá tudo bem.
Duas coisas negativas que percebi de cara são:
-Os visuais que são mega simples para um jogo de Playstation 2 e menos charmosos que os títulos de PS1. Como eu disse, é tudo bem genérico;
-O level design é muito fraco. Pegaram a fórmula e fizeram estágios sem graça e sem o menor carisma. Há exceções, entretanto, que me lembraram o quão legal pode ser Crash.
As semelhanças com os jogos passados são terríveis e muitas vezes são partes iguais às que já conhecemos mas com pequenas diferenças. Sabe aquelas fases que fugíamos de uma pedra rolante gigante ou um dinossauro? Aqui ao invés de correr, você foge dirigindo. E sabe aquelas fases aquáticas que tínhamos uma espécie de jetski? Aqui é um mini submarino.
Os desafios nos cenários são esquisitos e muitas vezes injustos e demandam bastante tentativa e erro para saber que uma caixa de TNT vai aparecer na sua frente enquanto estiver fugindo em direção à câmera. Sei que a franquia sempre teve um pouco disso, só que aqui o tempo de reação é mínimo já que parece que sua visão é sempre tão limitada independentemente do tipo de fase e desafio.
E sabe aquela lógica de boas fases de seguir itens coletáveis ou mesmo a lógica de certo cenário? Aqui isso quase não existe e o resultado são muitas mortes gratuitas e um pouco de frustração.
Para completar a dificuldade, o hitbox nesse jogo é sofrível. Geralmente não chega a ser um problema, mas quando é, prepare a paciência! É você se explodindo em caixas de NITRO que não encostou e inimigos que você calculou o movimento para poder pular e mesmo assim considerou como dano.
Meu amigo e eu jogamos apenas um dia. Acho que ele percebeu que WoC é realmente fraco e pouco original. Voltei lá algumas vezes depois e priorizamos outras coisas e até cheguei a tentar voltara jogar com ele, mas foi ele mesmo quem desanimou. Acredito até que tenha desinstalado o emulador. Uma pena.
Já eu tinha jogado o bastante para adicioná-lo a lista de jogos iniciados. E ele ficou aqui por bastante tempo esperando a oportunidade de jogá-lo. Há uns meses atrás desbloqueei meu PS2 para jogar via pendrive mas WoC não coube no meu dispositivo de apenas 4GB (tenho que arranjar um maior pois quase nenhum jogo cabe nesse espaço). E assim ficou até eu ter a ideia de tentar emular PS2 aqui no notebook. Baixei, instalei, baixei bios (já fico preocupado com configurações desse tipo) e olha só: rodou! Que loucura! Embora prefira jogar direto no console, estou cogitando até tentar jogar umas coisas mais tranquilas nesse emulador depois, como Xenosaga.
Depois percebi o quão burro eu sou em ter esquecido que o jogo é multiplataforma e que eu poderia ter jogado a versão de GC no Wii. Enfim...
Eras depois, de volta à esse Crash. Obviamente tive que recomeçar a aventura do zero. E olha, eu curti bem mais jogando sozinho tranquilamente. Me estressei um pouco com umas coisas quebradas, ainda acho que o jogo chupe muito do Warped e fique devendo na originalidade. E embora tenha valorizado mais, ainda é um jogo meio fraco e, como disse anteriormente, teria dado mais certo se eu não tivesse jogado os Crashs anteriores.
Depois de mais de um ano sem jogar isso, me surpreendi em como ele tenta diversificar o gameplay como os anteriores faziam. Isso ajuda muito! Mas uma coisa estranha é como as fases são completamente desconexas, embora cada mundo meio que tenha uma temática. Mas isso é ok considerando ser um Crash. Mas a longevidade e dificuldade desses estágios é completamente diferente um do outro. Tem fases na medida certa, tem fases que duram menos de 2 minutos e tem fase que se arrasta DEMAIS, incluindo o que parece ser uma dezena de checkpoints distantes uns dos outros.
Fiquei também decepcionado ao ver que em algumas situações a irmã do Crash, a Coco, toma controle da fase (assim como era no Warped), mas não tem estágios legais. Ou seja, as fases dela não tem nada de diferente e poderiam muito bem ser jogadas com o protagonista. Diria até ser pior já que o Crash vai aprendendo habilidades conforme derrotamos os chefes de cada mundo (como pulo duplo) e quando jogamos com a Coco temos que ter em mente que a jogabilidade dela será limitada.
Outro vacilo aqui é que há aquela máscara do mal como vilão que controla tudo e que põe o doutor Cortex para executar seus planos. Já o doutor terceiriza essa atividade para o Crunch, uma espécie de Crash grandão do mal. O enredo tem como base a volta de 4 máscaras do mal para ameaçar a paz do mundo e cada uma protege um mundo, mas todos os chefes são o Crunch com o poder dado pela máscara daquele mundo. Ou seja: é sempre o Crunch.
Resumindo: Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex é um jogo até legal e bem melhor do que a má fama da franquia parece ser na era PS2. Infelizmente o jogo peca um bocado em originalidade e parece ser um jogo copiando a si mesmo. Se for para jogar isso, talvez seja melhor jogar o Warped mesmo.
De bom: divertido. Muitas fases com mecânicas e jogabilidade diferentes entre elas e mesmo para a série, como estágios estilo Super Monkey Ball e até um power-up que te deixa invisível. Gosto das referências aos jogos originais em várias fases, como os chefes antigos te atacando.
De ruim: a sequência do Warped copia demais a fórmula de sucesso do antecessor. Algumas fases se arrastam demais. Cheguei a presenciar alguns bugs, incluindo um do próprio emulador (na fase do robô, basta apertar F9). A jogabilidade em partes semelhantes se difere de fase pra fase e não há explicação, como ter que acelerar com X jogando de carro mas usando O de patinete e apenas a direção no chefe com o robô. Chato enfrentar sempre o mesmo inimigo como chefe. Hitboxes podem ser um pesadelo em certas partes.
No geral, achei WoC um jogo válido e já até penso em jogar outras sequências no futuro: Twinsanity, Crash of the Titans e Mind Over Mutant além, é claro, do 4. Os de GBA, DS e os demais de corrida e party games eu devo não jogar mesmo. Jogo ok e até melhor se, assim como meu amigo, foi o primeiro Crash da sua vida. Fora isso, passável.
Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex
Platform:
Playstation 2
1098
Players
48
Check-ins
Ora acelerar com o X, ora com o O, foi a maneira que encontraram de diversificar a gameplay, kkk
ão sei de onde saiu essa fama de que os jogos lançados para os consoles pra Nintendo foram ruins, mas 'Crash Bandicoot 2: N-tranced' e seu antecessor, para GBA, são até bonzinhos.
Por muito tempo, 'Wrath of Cortex' foi considerado meio que uma sequência não-ofiicial para o 'Warped'. Ainda bem que o "It's About Time' veio para corrigir isso.