Zerado dia 24/04/19

Depois de terminar com os jogos emprestados, fui atrás das pendências, sobretudo jogos que eu comecei e por algum motivo não terminei pra deixar tudo organizadinho novamente. Acredito que eu tenha começado tais jogos enquanto jogava outros mais longos e lentos, pra sair um pouco da mesmice. A surpresa é que eu tenho um bocado de jogo pra fechar nesse quesito!
A escolha da vez foi Tricky Towers, um título que comprei há um bom tempo depois de ouvir todo mundo falando nele e como seu multiplayer era divertido. Uma espécie de Tetris com um "twist" que ajuda muito na variedade de gameplay. Com o amor dos meus amigos e eu por Puyo Puyo Tetris e a falta de jogos para vários jogadores no meu PS4, não deu outra: peguei na primeira promoção que o vi.

TT usa das mesmas peças que Tetris, mas o seu foco, ao invés de ser fechar linhas e fazer combos, aqui é equilibrá-las, mais ou menos como em um castelo de cartas.
Você começa a fase com um pedaço de terra cercada pelo mar e deve usar das formas aleatórias da forma desejada para durar mais que os seus oponentes. Você pode, por exemplo, tentar por as peças de forma que expandam a sua área de jogo ao aumentar a base ou mesmo fazer o essencial para subir mais e mais alto.
Fazer uma construção mais "larga" te dá mais possibilidades de encaixe, mas há algumas metas de altura demarcadas na fase que quando alcançadas, te dão uma habilidade.
Essas habilidades variam entre aquelas que te ajudam a manter a construção em pé, como cipós que quando ativados aparecem na próxima peça e a agarram a todas àquelas que estiverem adjacentes, como uma corda e aquelas que prejudicam seus adversários, como fazer as formas descerem mais rápido ou ficarem impossibilitadas de serem rotacionadas.

O maior desafio do jogo é saber posicionar as peças e construir uma base que aguente o peso e mantenha o equilíbrio do que virá por cima (e que esteja abaixo). Com toda a experiência em Tetris, você acaba sempre tentando deixar tudo quadradinho, sem espaços entre as formas, mas nem sempre isso é inteligente e pode limitar muito o seu espaço quando você estiver nas alturas.
Lembre-se de balancear tudo! É comum que uma pecinha mal posicionada faça com que toda a sua estrutura comece a "dançar" e desabe!
Em alguns modos de jogo você perde por deixar uma peça cair, em outros, você perde uma vida de três. Basicamente, deixar as coisas caírem na água é o equivalente do Tetris de alcançar o teto do cenário.

O modos de jogo são três, tanto no single player quanto no multiplayer:
-Um de corrida, em que os jogadores disputam pra ver quem constrói mais rápido até alcançar a linha de chegada. Peças que caírem fora no cenário não te penalizam, só te atrasam;
-Um de vidas, em que você pode construir infinitamente, mas cada peça na água tira uma de seus três corações;
-Um de puzzle, em que você deve por um número limitado de peças dentro de um espaço limitado. Perder uma peça no buraco ou fazer uma delas encostar no limite acima do cenário faz com que você perda instantaneamente.
Se a sua galera se sentir confiante, é possível configurar o jogo pra mudar aleatoriamente entre as partidas pra dar uma maior variada no gameplay. Além disso, é possível criar torneios pra dar mais sentido e importância a cada jogo.

Além de toda a física que o jogo se baseia, TT tem um diferencial MALDITO: o posicionamento das formas. No tetris, toda a ação funciona em um "grid", como um monte de quadradinhos lado a lado e tudo bem certinho. Basicamente, se você tiver a forma | no limite do lado esquerdo do estágio, que iremos chamar de coluna 1, e apertar pra direita, ele vai pra coluna 2. Já nesse jogo aqui, se a peça estiver na coluna 1 e você apertar pra direita, ela vai pra coluna 1,5, depois pra 2, depois pra 2,5 etc.
Parece besta mas isso não só atrasa a sua movimentação quanto faz com que você ponha as peças completamente tortas e impossibilite o encaixe ou ainda acabe com o equilíbrio que as peças teriam se estivesse certinhas.
Até o final do jogo, eu sofri muito com isso, ainda mais quando a ação era mais rápida e requeria precisão. Motivo para perder MUITAS partidas e perder muitas formas de forma ridícula.
Acho que a melhor forma de resumir esse jogo é a imagem acima. Note como a peça azul do jogador 1 está desalinhada justamente pelo o que eu acabei de citar. Agora perceba como as peças dos jogadores 2 e 3 ficaram por conta da falta de equilíbrio, dificultando a continuação da construção.

O modo multijogador de Tricky Towers é sensacional, e só isso vale todo o investimento, mas há o modo ""campanha", que é meio que um extra. São 50 desafios baseados nos três modos de jogo que falei, começando bem simples e terminando bizarramente difícil. Mas difícil de um jeito injusto e frustrante.
Sinceramente, nem diria que vale a pena jogar o modo para um jogador.
As fases de chegar há uma certa altura tem tempo, e pouquíssimo tempo, que cheguei a duvidar se era possível no final.
As fases de puzzle são as mais justas, mas é tão sem graça as vezes ficar tentando por todas as peças que eu acabei vendo as últimas no YouTube.
Agora as fases de vida são INSANAS. Em algumas delas o jogo te joga os poderes que você conhece no multiplayer, as vezes mais de um e as vezes seguindo uma regra. Em uma delas, você ganhava uma peça norma e a próxima gigante. Isso a fase toda até encaixar 50 delas. A última misturou tudo: peças gigantes, pequenas, neblina que impossibilita vem onde você está encaixando, peças que não giram, formas excepcionalmente bizarras, peças caindo rápido, mas agora pra você por 99 formas.
Eu passei dias pra cada uma das três últimas fases e nem sei quando joguei algo tão difícil quanto isso.

Resumindo: Tricky Towers é um jogaço pra que curte experiências como Tetris, mas com bem mais variação. Um ótimo jogo casual pra jogar com quase todo tipo de pessoa e se divertir um bocado.
De bom: um jogo bem mais original do que eu imaginava e que convive muito bem com Tetris, que tem uma proposta bem diferente. Jogabilidade simples e comandos novos, como L1 e R1 que que empurram a peça super rápido pra esquerda ou direita (ótimo pra encaixar nas laterais das construções. Visual colorido e cheio de sonzinhos. Modos diferentes de jogos, assim como habilidades de ataque e defesa que deixam as jogatinas e as torres bem diferentes e bizarras. Modos online ou offline (jogatina de sofá). Possibilidade de escolher diferentes estilos de peças.
De ruim: níveis exageradamente impiedosos na campanha single player. Achei um pouco fácil de enjoar (mas acabo achando isso de muitos jogos multiplayer hoje em dia). Me matei pra fechar a campanha em troca apenas de uma conquista, enquanto esperava pelo menos uns cosméticos. Muita coisa (cosméticos) que só é desbloqueada se comprada na loja do console (com dinheiro de verdade).
No geral, super recomendo o jogo pelo multiplayer, que é mesmo o foco dele, como um party game. Não tem erro! Já pro single player, não vi muita graça, apenas frustração. Ótima experiência!

To usando o do TLoU que tava de gratis a um tempo atrás, pra entrar de cabeça no hype da semana que vem.