Zerado dia 14/05/17

Peguei o jogo ontem a tarde e comecei a noite, pra terminar no início da madrugada sem o menor problema. Esse foi o Modo História de Super Bomberman R, para Nintendo Switch.
Olha, eu fiquei até surpreso quando a Konami anunciou esse exclusivo de NS, mas as animações meio bobas 3D, as notas baixas, defeitos relatados e o fato de o jogo já ter meio que caído no esquecimento em tão pouco tempo (com exceção para os curiosos que ainda não jogaram), me fizeram poupar o trabalho e o dinheiro para comprar o título.
Bom, um amigo que ama a série me emprestou e eu aproveitei para terminá-lo e experimentar o multiplayer (por enquanto só rolou com bots), e a turma do encontro de Switch de Brasília não se animou muito em dar uma chance ao jogo comigo, o que nem me espanta.

Bom, o que me espantou mesmo é o jogo ter todos os textos em português. Não sei se isso faz muita diferença num jogo como esse, mas ao menos todo mundo conseguirá acompanhar a estória contada.
A primeira coisa que fiz após atualizar o jogo e abrir, foi ir no modo campanha, que pode ser jogado de até 2 jogadores e isso me faz até ter vontade de rejogá-lo.
Nota-se algumas "modernizações" já de cara, como os gráficos 3D e a visão isométrica do cenário (que aparentemente uma atualização permite você mudá-la de leve).
Os visuais estão mais realistas, principalmente dos blocos no estágio, o cenário fora da arena de jogo, luzes, sombras, explosões etc. De certa forma, tudo isso me lembra um pouco jogos como The Wonderful 101 do Wii U.
Não sei se gosto muito de muitas dessas mudanças, pois, para mim, Bomberman é um jogo que deve ser bem colorido e alegre, e embora SBR não seja um jogo sério, esse visual mais realista muitas vezes deixa tudo muito cinza.

Bizarramente, não me lembro como funcionavam exatamente os jogos na época do SNES, mas aqui cada fase é uma missão. As vezes, para abrir o portal de saída, é necessário derrotar todos os inimigos, outras vezes apertar todos os botões ou coletar todas as chaves. Alguns estágios incluem ainda recrutar NPCs para determinada área ou sobreviver grandes ondas de inimigos por alguns minutos.
As vezes essas missões levam um tempinho, mas geralmente são bem curta e rápidas. O fato de os inimigos e elementos novos não variarem muito faz com que você pegue o jeito do jogo rapidamente e logo os 8 primeiros cenários de um mundo se vão, mas rápido do que você percebe.
Após esses 8 primeiros, é iniciada a batalha contra um chefe, geralmente um personagem semelhante a você e que usa bombas diferentes, mais ou menos como era em Super Bomberman 4. Ao derrotá-lo, ele "apela" e temos uma batalha contra um chefe gigante, coisa que eu amava em Super Bomberman 3.

Derrotando o grandão, passamos finalmente par ao próximo planeta, com temática diferente.
Entre esse mundos, e as vezes entre as fases, o jogo passa cinemáticas contando o enredo, cheio de humor infantil japonês e com aquela animação meio que de jogos indie, que tá na moda. Não funciona pra mim, mas tudo bem.
Uma coisa curiosa sobre SBR é que iniciamos o jogo com muitas vidas, cerca de 7. Ao perder todas elas, o jogo te dá a chance de continuar exatamente de onde morreu (e não do início daquele desafio) e com novas 7 vidas ao custo de algumas moedas, que aparentemente vamos juntando conforme passamos de estágios, não sei ao certo.
Fiquei com bastante medo de perder toda a riqueza que eu aparentemente tinha (o jogo não mantem esse valor na tela), mas sempre que precisava pagar por mais, eu já tinha juntado bem mais do que antes!
Curioso também que você pode levar todos os power-ups do início ao fim de cada mundo, mesmo morrendo. Perder vida ou usar continues não retira esses benefícios.

Após terminar a campanha, voltei pro menu principal, onde acessei a loja e vi a importância de não usar continues: comprar mais coisas pro jogo, como apetrechos para diferenciar nossos Bombermen, mais personagens (sobretudo os vilões do modo campanha) e mais fases - não vi os personagens adicionados com a DLC gratuita (Pyramid Head, Simon Belmont e Gradius).
Ainda não sei se ganhamos essas moedas no modo de batalha, mas é interessante o incentivo a voltar a jogar o jogo e tentar não morrer, visto que as fases praticamente só mudam skins (mesmo tendo tamanhos diferentes, seus elementos dificilmente acrescentam algum desafio ao jogo, como faziam antigamente) e mesmo os inimigos sempre voltam e não inovam.
Mas voltando ao modo multiplayer, SBR permite a criação da sala e várias regras, como sempre foi. Um dos pontos interessantes é a escolha entre o modo de 4 jogadores ou 8. Joguei um pouco dos dois e a diferença só ficou no número de adversários mesmo, o que é um grande ponto positivo.

Bom, o modo história foi bacana, mas quando fui pro modo multiplayer é que esse Bomberman realmente mostrou ao que veio. Primeiro que enxergamos o cenário como antigamente, de uma visão mais aérea e segundo que o frenesi de vários personagens procurando itens, se matando e tentando voltar dos mortos à arena faz jus a toda a boa experiência que tivemos com a série no SNES!
São vários cenários, mais aqueles que você libera jogando, mais 8 personagens básicos de cores e "personalidades" diferentes, mais os extras, além do que já tinha visto na campanha: itens como a bomba de espinhos ou a de água, chutar, socar e jogá-las e assim por diante.
Esse modo funcionou muito bem, e na versão de 8 jogadores, os outros 4 foram adicionados em pontos mais próximos ao centro, como se houvesse uma arena menor no meio.

Resumindo: Super Bomberman R não é um jogo excelente e nem se iguala ao conteúdo que tínhamos na época dos 16-bits, mas não é necessariamente um jogo ruim. A experiência da campanha é legal e é possível que eu a jogue mais uma vez de 2 jogadores, mas o modo multiplayer deve ser bem divertido com vários amigos. Ainda assim, devemos lembrar que nesse caso é um Bomberman como qualquer outro. Ou seja, se você já tem algum jogo da série e que joga com os amigos, dificilmente vai ter motivos para comprar esse, ainda mais pelo preço pedido por ele.
De bom: modo campanha que lembra jogos anteriores da época. Modo multiplayer que vai até 8 jogadores. Customização de personagem e bastante conteúdo a ser desbloqueado, o que o dá algum replay. A existência do modo online. Chefes bacanas e gigantes! Muito bom de se jogar usando apenas joy-cons.
De ruim: dificilmente jogaria novamente a curta campanha sozinho. Não é um jogo para comprar se você não for jogar com amigos, sinceramente. Gráficos e animações que, de um lado são bobas e simplória, enquanto do outro forçam um realismo desnecessário para a série. Pouquíssima variação de inimigos e elementos de cenário. Faltaram os "yoshis" ou qualquer coisa do tipo. Jogo muito fácil e piedoso, que te dá continues infinitos de onde morreu e tira qualquer preocupação em morrer. Online ruim, de não encontrar pessoas suficientes para fechar uma sala de 4 pessoas. Texturas muito "cruas".
No geral, o jogo subiu um pouco no meu conceito e já até considero adquiri-lo quando estiver quase dado para jogar multiplayer local. Por enquanto, me mantenho jogando no Switch dos amigos mesmo. Bom, não é atoa que o jogo sequer aparece no eshop. Totalmente passável.

Rejoguei esse ano passado enquanto maratonava os Super Bombermans (mas ainda ficou faltando o 4 e 5). Muito bom mesmo.
Isso me fez lembrar que ainda tenho que maratonar essa série também. Só joguei o primeiro do PC Engine.