Zerado dia 06/02/21

Olha aí o RPG que eu vinha jogando: Final Fantasy IX! Enrolei um bocado para terminar, principalmente por estar ocupado ultimamente, mas a vontade de voltar para esse jogo sempre esteve comigo, infelizmente muitas vezes vencida pelo sono e afins.
No final das contas eu estava chegando tarde em casa, as vezes abria o jogo para upar uns personagens e desligava. As vezes pensava: "Caraca, não joguei ontem a noite nem hoje de manhã" ou "Tem uns dois dias que não jogo".
Por outro lado estava devorando o jogo e muito entretido com seu enredo quando tinha tempo. Mal dava para acreditar que as horas dos meus saves estavam aumentando tão rapidamente. Meu último RPG acho que foi Golden Sun e tinha curtido, mas esse FF mostra o poder da Square da época. Se comparar com o meu RPG anterior ao GS, Octopath Traveler, você vê como as coisas mudaram, e não exatamente para melhor.

A minha história com FF vem desde lá pra 2009, com meu DS. Joguei FF III e IV nele e adorei esse último. Logo em seguida comprei um PSP e joguei muito Dissidia. Amava aquele jogo!
Claro que dos personagens dali, eu não conhecia muitos: os relacionado ao FF IV eram destaque pra mim. Conhecia também o Cloud e Sephiroth pois sempre foram personagens famosos por aqui (mesmo que ninguém tivesse necessariamente jogado FF VII). Conhecia ainda o Squall (FF VIII) de revistas e do Kingdom Hearts e o Zidane (FF IX).
No caso do Zidane eu conhecia o personagem, mas estava conhecendo seu nome só então. Lembro que meu primo e eu comprávamos muitas revistas de anime e jogos na pré-adolescência (2001 e por aí) e tirávamos os pôsteres e colocávamos nas paredes de um quarto da casa dele. Era lotado! Um desses pôsteres era do Zidane, em CG e na chuva (infelizmente não encontrei a arte). Eu sempre olhava para esse pôster e isso me marcou de alguma forma. Nunca esqueci dele!

Lá pra 2010, na faculdade, um amigo disse que estava jogando toda a série em ordem até o final. Eu curti a ideia e acabei tentando fazer o mesmo. Nessa época eu não tinha muito essa coisa de finalizar jogos e conhecer as plataformas a fundo, era um pouco mais casual, mas ou já tinha jogado ou estava jogando os FF X e XII na casa de um amigo por vários fins de semana. Mas eu queria muito os personagens jogáveis do Dissidia e uma série tão popular como Final Fantasy.
Cheguei a pesquisar na internet qual seria o melhor FF e me surpreendi com a maioria dos votos de tudo quanto era fórum sendo FF IX. Mas o quê? Eu acreditava que era mais fácil ser o VII visto que os personagens eram tão populares, ou talvez algum jogo mais recente.
Comecei então a minha saga com o primeiro FF, versão de GBA. A maratona, que durou cerca de 6 ou 7 anos, não seguiu exatamente uma ordem. Como disse, já tinha terminado o III e IV, joguei o I e II, depois provavelmente o X, seguido pelo V, VI (um a cada muitos meses), XII, VI, XIII, VII. O 7 deve ter sido em 2014, o VIII eu postei aqui, acho que em 2017 e finalmente o IX, 4 anos depois.

Uma coisa bem curiosa sobre a série é como os jogos são diferentes uns dos outros. A variedade é bem grande e a chance de você curtir poucos deles ou apenas um ou outra é grande, diferentemente de um Dragon Quest da vida, em que há uma certa "continuidade" e apenas evolução das mecânicas de jogo.
E falando sobre isso, eu mesmo não jogaria novamente vários deles, principalmente o III, o que menos gostei. Também não sou muito fã dos sistema de profissões do V. Nem dos personagens e mesmice do II. Não curti a falta de originalidade e mecânicas do VIII. Não joguei quase nada do XI e XIV, por falta de interesse em MMOs. O sistema de batalha do XII é muito diferente da série. O XIII é super linear, como todos sabemos e o XV eu tenho, mas agora estou sem o PS4.
Em resumo, meus prediletos são o IV (DS), VI, VII e IX!
Eu finalmente entendi o porquê do IX ser tão adorado e entendo muito bem que disser que ele é o melhor, mas também entendo quem disser que prefere outros. Pra mim o melhor 2D fica sendo o VI e o melhor 3D fica sendo o IX.

Mas voltando um pouco no tempo, só estava faltando esse IX para fechar a coleção (ao menos dos clássicos) e todo o hype em cima dele estava me comendo por dentro. O jogo entrou em promoção no Nintendo Switch e ficou por uns 50 reais, uma versão remasterizada e que eu poderia jogar na telona do console em qualquer lugar. Por outro lado, eu tinha o jogo no Vita.
O problema é que meu Vita estava cheio, inclusive por causa desse FF e eu tenho um jogo na lista de urgências que não posso instalar por falta de espaço. Eu tinha duas escolhas: pagar o preço no Switch, deletar no Vita e baixar o outro jogo ou simplesmente adiantar logo e terminar o jogo, cortando fila e tendo jogado outros RPGs tão recentemente.
Não estava planejado, mas acabou sendo isso, comecei FF IX!

A aventura se abre lindamente com boas apresentações dos personagens e CGs. Que jogo lindo! A tela inicial diz que o jogo é de 2000. Soa tão recente! Mas pensa só: onde você estava em 2000? Só de lembrar do pôster, eu sinto que era uma criancinha, e deveria ser mesmo. Em 2000 eu tinha 10 anos e estava na quarta série. Julgando o tempo da revista e tal, eu deveria ter uns 11 ou 12 anos na época do pôster.
Curiosamente, na época do lançamento do jogo já existia o PS2!
Enfim, jogando pra valer, é um jogo que começa bem linear, assim como FF VII. Os cenários são pré-renderizados e muito bonitos e a temática deixou todo o estilo "edgy" e japonês para voltar ao estilo europeu medieval.
Os personagens são muito vívidos e bem animados, e o enredo é excelente, inclusive em como o estopim para começar a história se dá e como os personagens jogáveis se encontram e se juntam. Há ainda uma direção de arte incrível com diversos ângulos de câmera com base em onde você estiver na cidade. A sensação é de estar jogando algo feito em parceria com filmes da Disney. Não é de se estranhar, com base nesse jogo, em como esse universo e o do Mickey se encaixariam tão bem.

Cada personagem, de um total de 8, tem sua classe pré-definida, bem ao estilo de FF IV. O Zidane quase sempre vai estar incluso no grupo de forma obrigatória. Esse personagem é relativamente diferente de outros protagonistas da série, sendo mais engraçado, determinado, cometendo erros e até dando em cima das garotas. É mais ou menos como personagens de anime mesmo. O bacana é que o Zidane não usa magias e tem dois propósitos nas batalhas, bater bastante e roubar, como um bom ladrão que ele é.
FF IX é um jogo fácil, assim como os demais FF de PS1, então dá pra deixar tranquilamente que o protagonista fique tentando roubar os itens raros dos chefes enquanto os demais se encarregam de causar dano e curar.
Como você só pode usar 4 personagens por vez em batalha, teoricamente você deve trocá-los de vez em quando para nivelar bem ou mesmo para melhores estratégias de acordo com os chefes, mas não precisei fazer isso. Ainda assim gastei 40 e poucas horas para zerar (umas 7 acima do indicado pelo howlongtobeat.com), muitas delas upando skills dos personagens, coisa que é fácil de fazer, mas são muitas e a maioria nem usei. Teve uma hora que até me fiz parar pois estava duvidando que o jogo pudesse ficar difícil demais no fim (fora o medo de ficar overpowered).

O jogo tem duas mecânicas bacanas que são:
-Trance. Conforme você toma dano, uma barra se enche abaixo da sua vida e ao completá-las, o personagem entra no Trance, inclusive mudando um pouco a sua aparência. Durante essa fase, o personagem fica mais forte e poderá usar habilidades únicas. O Zidane mesmo pode usar um bocado de especiais que causam dano pesado. Já a Vivi, Black Mage, pode usar suas magias duas vezes por ativação;
-Habilidades de equipamentos. Nesse jogo os equipamentos são habilidades quando equipados. Se você os trocar, as habilidades também serão trocadas. Porém há a possibilidade de usar os equipamentos diversas vezes em batalha para aprender essas habilidade e poder usá-las mesmo estando usando outros itens. Isso vai te fazer ficar lutando no mato até que os personagens aprendam o maior número de habilidades possível, inclusive ganhando vários níveis durante o processo.
É importante notar que existem habilidades ativas e passivas. As ativas são mantidas pelo personagem, como a Vivi que aprende Fire, Fira, Firaga. Já as passivas devem ser equipadas, mas há um limite de AP a ser considerados, o que fará com que você planeje suas prioridades. Essas habilidades incluem coisas como ganhar mais experiência me batalha, mais dinheiro, fica imune a determinado status, ter mais HP ou MP, cortar o uso de MP pela metade e muito mais!

Resumindo: Final Fantasy IX é sensacional! O jogo envelheceu incrivelmente e deve ser melhor ainda na versão remasterizadas para quem joga em telas maiores. Acredito que se alguém quisesse começar a série, essa seria a minha recomendação, até por ser uma experiência tranquila, mas sem deixar de ser Final Fantasy, fora suas mecânicas e personagens interessantes. Um grande salto do que foi a bomba do VIII.
De bom: jogo positivamente cinematográfico e muito ambicioso, a ponto de requerer 4 CDs! Personagens incríveis. Enredo que me prendeu o tempo quase todo. Experiência mais tranquila do que a série já foi e menos punitiva (pra falar a verdade a única dificuldade em fechar os FF de PS1 é a batalha da Ultimecia, na minha opinião). Mecânicas que são divertidas de verdade. Inimigos com números menos de HP, o que quer dizer que as batalhas são mais curtas.
De ruim: taxa de encontro de inimigos meio alta e irritante as vezes. As batalhas demoram muito para iniciar, inclusive com a câmera mostrando o cenário e afins (possivelmente o jogo carregando). Impossível pular cenas, o que é chato quando você morre e já assistiu aquilo ou durante as longas cenas de ataque dos summons. Senti que haviam muitas habilidades para ser aprendidas, mas o jogo, ao menos na campanha principal, não me deu muito motivo para ser estratégico, nem mesmo no chefe final.
No geral, eu amei o jogo e não está só entre os meus prediletos da série, mas também do console e entre todos os jogos. Vi inclusive que ele está entre os melhores jogos no ranking do Alvanista, merecidamente. Gostaria apenas que a Square tivesse expandido um pouco o universo do IX como ela fez com outros, inclusive o VII no Advent Children. Agora resta sonhar com um remake no futuro, e que não mude muito como o VII Remake fez. Enquanto isso vou rejogar casualmente o Theatrhythm Final Fantasy: Curtain Call não só para celebrar o feito de terminar esses jogos, mas para relembrar músicas e momentos desse IX. Sensacional!

O jogo de cartas do IX é bem mais dinâmico mesmo. Esse do VIII é bem complexo e tem o seu charme, mas precisa de paciência.