Certamente a saga Resident Evil é muito
polêmica. Qual a razão? Ora, observa-se que a saga se transformou ao longo dos
vários jogos que foram lançados. Claramente a Capcom, empresa responsável pela
criação e desenvolvimento dos jogos da saga, seguiu tendências ao longo dos
anos. Isto se vislumbra tanto em Resident Evil: Gun Survivor com sua visão em
primeira pessoa quanto no famoso Resident Evil 4 com sua visão em terceira pessoa
e câmera focada no ombro do personagem. Jogabilidade esta que influenciou e
continua sendo inspiração para muitos jogos.
Estas mudanças acarretaram em frustração em
alguns fãs da saga gerando divisões entre eles. Existem aqueles fãs que gostam dos
jogos antigos, ou seja, aqueles games que são voltados para o gênero survival
horror. Existem aqueles fãs que gostam e conheceram Resident Evil por meio
do Resident Evil 4 em diante. Existem também aqueles fãs que gostam de todos os
jogos e apreciam suas respectivas características. De qualquer forma, é uma
base de fãs bastante dividida.
Diante disto, argumenta-se que Resident Evil
deixou de ser o que foi. Em outras palavras, a saga Resident Evil, mais
precisamente após Resident Evil 4, abandonou elementos que faziam parte de sua
identidade. Apesar disto, questiona-se se isto realmente ocorreu.
Analisando os jogos da saga Resident Evil, é
possível identificar dois critérios que os definem. O gênero do survival
horror, podendo ser traduzido como “horror de sobrevivência”, e a existência
de armas biológicas.

O gênero de jogos survival horror se
tornou efetivamente famoso devido o lançamento do primeiro Resident Evil em
1996, todavia já existiam jogos neste estilo, como o Sweet Home (1989) e Alone
in the Dark (1991). Aliás, estes games influenciaram enormemente a
criação de Resident Evil. De qualquer forma, este gênero de jogos eletrônicos
consiste em o jogador estar em um local hostil, devendo enfrentar inimigos
perigosos e possui poucos recursos para sobreviver, ou seja, o jogador está em
grande desvantagem.
Além disto, percebe-se que o jogador deve
solucionar quebra-cabeças, administrar seus recursos, coletar itens e explorar o
cenário. Há um medo psicológico em avançar no jogo, haja vista a
vulnerabilidade do personagem, recursos limitados (armas, munição, remédios
etc.), inimigos fortes e a ambientação escura e/ou assustadora/macabra.
Claramente isto é visível nos jogos Resident
Evil (1996), Resident Evil 2, Resident Evil 3: Nemesis, Resident Evil Code:
Veronica, Resident Evil Zero e Resident Evil 7: Biohazard, dentre outros.
Apesar disto, ressalta-se que este critério do
gênero survival horror é ausente nos jogos Resident Evil 4, Resident
Evil 5 e Resident Evil 6. Nestes games, o jogador enfrenta vários
inimigos, às vezes hordas deles, possui várias armas e muitos recursos para
utilizar. O jogador se sente muito mais seguro e poderoso ao confrontar os
inimigos e chefes. Certamente são jogos mais voltados para a ação do que para o
terror.

Embora o game Resident Evil 4 tenha efetivamente
introduzido estes elementos na saga, ele ainda possui algumas características
do gênero survival horror, mesmo que sejam reduzidas quando comparados
com os jogos anteriores. Cita-se exemplos como a solução de quebra-cabeças,
administrar seus recursos com sabedoria e organizá-los no inventário do
personagem, apesar de não serem tão escassos quanto nos jogos anteriores. Além
disto, jogador está em um local hostil, existem inimigos perigosos, a
ambientação é macabra e há um certo receio em prosseguir no jogo.
Em relação ao Resident Evil 5 e Resident Evil 6,
há um foco muito mais intenso na ação, momentos frenéticos e vários inimigos
atacando os personagens. Há quem classifique estes jogos com o gênero action
horror, podendo ser traduzido como “ação de horror”.
Mesmo que se afirme que o critério do gênero survival
horror possa ser descartado ante a existência dos jogos Resident Evil 4,
Resident Evil 5 e Resident Evil 6, o segundo critério está presente em todos os
jogos: armas biológicas.
Desde o primeiro jogo da saga, as armas
biológicas são os principais inimigos dos protagonistas. Ao longo dos jogos, o
enredo da saga Resident Evil foi se aperfeiçoando e existem diversos documentos
e explicações que demonstram o objetivo da Umbrella Corporation em criar armas
biológicas das mais diversas.
A
Umbrella desenvolve incessantemente armas biológicas cada vez mais poderosas e
inteligentes o suficiente para serem controladas, ou seja, para receberem
ordens e que estas sejam cumpridas. Cita-se como exemplo os Hunters que são
criados por meio de um óvulo humano fertilizado no qual é inserido o DNA de um
réptil infectado com o T-Vírus. Esta criatura obedece a ordens simples e seu
objetivo é eliminar as pessoas que são geneticamente imunes ao T-Vírus ou
aquelas que foram infectadas e se transformaram em zumbis.
Dito isto, em todos os jogos o protagonista
deve enfrentar armas biológicas e sobreviver. Obviamente que estas criaturas
vão ficando cada vez mais aprimoradas ao longo dos jogos, vide o Nemesis no
Resident Evil 3. Até então, esta criatura era a arma biológica mais versátil já
criada pela Umbrella. Nemesis é capaz de cumprir ordens com mais precisão e
realizar decisões sozinho para concluir seu objetivo que, no caso do referido
jogo, era eliminar os membros dos S.T.A.R.S. que sobreviveram ao incidente na
Mansão Spencer. Além disto, ele é capaz de usar uma bazuca. Evidencia-se a
grande evolução do Nemesis quando comparado com o Tyrant, último chefe de
Resident Evil (1996) e Remake e, até então, a arma suprema da Umbrella.

A existência de zumbis não deve ser encarada
como algo primordial para os jogos da saga Resident Evil, afinal estas
criaturas são uma espécie de arma biológica. Não são criaturas que podem ser
controladas, assim como os Hunters, mas possuem sua utilidade para os
propósitos da Umbrella.
De qualquer maneira, vislumbra-se que o fato das
pessoas que se transformaram em zumbis na Mansão Spencer e em Raccoon City é
uma consequência do vazamento acidental do T-Vírus e não o foco dos jogos em
si. Claramente os zumbis são os inimigos mais comuns, porém, diante deste
raciocínio lógico do aprimoramento das armas biológicas, sua presença não é
obrigatória.
Com a inevitável falência da Umbrella a partir
do Resident Evil 4, outras pessoas e empresas tiveram acesso aos vírus e,
consequentemente, dão gênese a outros vírus e armas biológicas mais poderosas.
Em suma, armas biológicas estão e sempre estarão presentes nos jogos da saga,
afinal este é seu foco desde os seus primórdios.
Este segundo critério se observa em todos os jogos
da saga. Estão equivocados aqueles que afirmam que Resident Evil 7, por
exemplo, não possui características de Resident Evil, ou seja, que ele é uma
cópia do jogo Outlast e não possui relação alguma com a saga. Este argumento
não merece prosperar, pois Resident Evil 7 aborda uma pessoa qualquer sendo
exposta a um incidente envolvendo uma arma biológica criada por uma empresa,
assim como ocorreu com Leon e Claire em Resident Evil 2, por exemplo.
Sendo assim, este critério das armas biológicas
não pode ser descartado. Ele está presente em todos os jogos da saga Resident
Evil. As razões para a existência dos inimigos que são enfrentados nos diversos
games desta incrível franquia advém de uma ficção científica, ou seja,
empresas que elaboram vírus e outros organismos capazes de criarem armas
biológicas. Em todos os jogos, os personagens devem enfrentar estas criaturas,
portanto, estas armas biológicas para sobreviverem.
Mesmo que se desconsidere o critério do gênero survival
horror, no qual claramente a Capcom percebeu sua importância ao elaborar o
Resident Evil 7, o critério das armas biológicas não pode ser descartado,
afinal este demonstra a essência da saga Resident Evil.
Dito tudo isto, conclui-se que estes dois
critérios são básicos nos jogos da saga Resident Evil. O argumento de que “isto
não é Resident Evil” é pífio perante as explicações aqui realizadas. Desde
que os jogos da saga permaneçam abordando a sobrevivência do personagem perante
armas biológicas continuarão a serem Resident Evil.

Isto não significa dizer que os jogos Resident
Evil 4, Resident Evil 5 e Resident Evil 6 devem ser ignorados, afinal são
tendências que a Capcom quis adotar e são ótimos games que devem ser
apreciados mesmo com a ausência do estilo horror de sobrevivência.
Apesar disto, entende-se que o gênero survival
horror é de suma importância, não à toa que isto retornou com os últimos
jogos lançados, todavia sua ausência não faz o jogo deixar de ser Resident
Evil. Isto se dá, pois o critério das armas biológicas é essencial, embora se
entenda que o critério do survival horror também o é.
O jogo ser do gênero survival horror ou action
horror não exclui o critério das armas biológicas. Ora, Resident Evil 5 é
um jogo de ação de horror no qual os protagonistas enfrentam armas biológicas
desenvolvidas por uma empresa e precisam sobreviver. A sobrevivência do
personagem perante as armas biológicas pode ser nos termos do survival
horror ou do action horror, mas se entende que é preferível o gênero
survival horror.
Por fim, a câmera em primeira pessoa do
Resident Evil 7 deve ser encarada como uma nova tendência que a Capcom desejou
adotar e isto não é demérito para o game. Trata-se de um excelente jogo
que possui diversas características dos jogos da saga, além dos critérios debatidos
exaustivamente neste artigo.
O Gênesis é meio desnecessário mesmo, inventaram pra ter gimmick no 3ds. Os personagens novos com certeza foram pro limbo, j mudaram os roteiristas da série jmas 5 vezes dele pra cá, nem lembram mais co Parker e cia.hehe
Mas gosto muito do jogo, no 3ds ele impressiona ate hj