Zerado dia 03/05/23

~Jogo NÃO cadastrado na Alvanista (alguém aprova aí, por favor)~
No final de 2022 eu estava vendo esse tal de The Punchuin (nome bizarro, um trocadilho com Punch e Penguin) para todo lado nos sites de notícias de jogos até que algo finalmente me convenceu a ver do que ele se tratava: um título novo da Shin'en! Sabe, aquela desenvolvedora conhecida pelos Nanostray, Jett Rocket, Art of Balance e The Touryst. Não conhece? Pelo menos a série de corrida FAST, estilo F-Zero, talvez você tenha ouvido falar.
Esses jogos são bem conhecidos sobretudo para quem acompanhava a Nintendo na época do Wii, DS e 3DS e a empresa era conhecida por jogos de visuais muito bonitos nos consoles que sempre tiveram o hardware abaixo da concorrência. Bons tempos!

The Punchuin já faz parte de uma época mais moderna da empresa, sendo pixelado e menos ambicioso com os super gráficos em 3D dando lugar à lindos, e mais simples, visuais em pixel art. O jogo também saiu pelo menos para o PS4 e PS5 até aqui.
Eu tenho um bocado de joguinhos indie menos conhecidos assim no Switch mas a maioria, embora pareça interessante, eu tenho um certo pé atrás de começar pois com a experiência você começa a perceber que visuais não bastam e que trailers podem enganar muito facilmente já que muitas das minhas experiências com os independentes nos últimos anos acaba não sendo lá muito divertidas e mais frustrantes que tudo.
TP meio que seguiu essa lógica. Quando batesse a vontade/curiosidade, eu começaria. Porém graças ao sistema de organização por tempo de campanha (com base no How Long to Beat) que fiz no Switch, fica muito fácil controlar o que começar de acordo com o momento. Sabe, as vezes eu penso em conhecer o beat'em up River City Girls mas ao ver que ele demora no mínimo 7 horas me desanima. Mas também acontece o contrário e esse daqui demoraria cerca de 1 horinha e meia e se pá dava para terminar ontem na cama antes de dormir.

Bem, esse jogo é diferente de tudo o que conheço, eu acho. Ele é meio que um desses puzzles estilo Tetris, Puyo Puyo etc etc etc mas aqui você não controla as peças que caem e sim o personagem na tela.
Você anda, pula e dá soco e seu objetivo é simples? bater nas peças para que elas se organizem de forma que façam trincas de cores na horizontal ou vertical.
Você pode ver na imagem acima que na parte esquerda da tela é mostrada a quantidade de trincas a serem feitas para terminar a fase e esses números vão diminuindo ou sendo apagados da tela conforme você cumpre com os objetivo.
Dependendo da fase dá para fazer rapidinho até porque são apenas 3 cores e o objetivo do jogo é mesmo ser um passatempo rápido e com muitas fases ao contrário de ser arrastado ou com poucos estágios.

Há muitas coisas a serem notadas:
-Sempre caem cubos individuais na tela e não formas, mesmo que caiam mais de um as vezes;
-As peças socadas são jogadas a 4 quadradinhos de distância mas podem parar antes de outra bloquear o caminho. Socar um bloco diretamente contra a parede faz com que ele rebata e volte um espaço, que é onde você estava quando deu a porrada e agora você será jogado para cima;
-Não é necessário esperar que a peça caia no chão para bater nela;
-O cenário adiciona blocos inquebráveis na parte inferior com o passar do tempo e se as peças se amontoarem a ponto de tocar o limite da tela, se inicia um contador curto e se você não as remover logo é Game Over;
-Os blocos não esmagam o pinguim mas se você ficar preso entre paredes de blocos e outro acima o jogo te joga para cima dele à custo de subir um nível na tela com os blocos inquebráveis por baixo;
-Há muitos blocos de gelo caindo e é importante os quebrar para não atrapalharem as trincas e se amontoarem. Eles também costumam conter moedas.

As primeiras fases são bem tranquilas e o jogo flui muito bem. É bem divertido e é tudo perfeito e isso até o level design começar a incluir elementos que atrapalham a organização e movimentação sua e das peças.
Primeiro você vai ver diferentes elevações, depois água, que afunda as peças que caírem lá, e por último lava, que te mata se você cair lá e isso te faz refazer o estágio do início.
Mas há também elementos que te ajudam: as moedas podem ser usadas na lojinha do mapa para comprar melhorias permanentes como pulo duplo, ganhar o dobro de grana e o mais útil de todos, o soco de fogo que quebra os blocos de gelo com um único ataque. Na real que a maioria dos demais eu mal usava porque realmente não adicionam muito ao gameplay. Pulo duplo pra quê se as fases são pequenas, você se movimenta rápido e escala as paredes estilo Mega Man X?
Os blocos de gelo também podem incluir poderes momentâneas do tipo parar o tempo para as peças, quebrar uma linha inteira de blocos e quebrar todos os blocos que não estão na lista de missões disponíveis (se te faltam 2x de vermelhas, ele quebraria todos os blocos roxos e verdes da tela).

O mapa da campanha tem diversas fases e rapidamente você vai deixando tudo verdinho, sinal de terminado, porém há outros tipos de estágios.
O mais comum desses opcionais é o de desafio, que nada mais é do que um puzzle onde as peças já estão disponíveis e você deve as mover, quebrar o gelo e etc para conseguir, seja como for, fazer os combos (geralmente 1 para cada cor). Obviamente não caem novas peças nesses níveis e jogar blocos ou a si mesmo no buraco recomeça o desafio, o que é muito útil para quando você perceber que fez algo errado e não tem mais o que fazer.
Esses estágios de desafio são de longe os mais difíceis de The Punchuin mesmo que alguns requeiram poucos movimentos. Se eu gastava 10 minutos para fazer 5 fases comuns, eu gastava os mesmos 10 para um único puzzle. Alguns me fizeram perder tanto tempo e quebrar a cabeça que eu pensei em deixar para continuar o jogo depois, mas a verdade é que eles só demandam mesmo um pouco de lógica e experimentação, diferente dos estágios comuns que basta curtir. Alguns eu terminava na primeira tentativa em segundos de sorte e outros eu cheguei a desistir.

No mapa há também minigames como um de basquete em que temos que fazer um monte de bolas cair passar pelo aro, um que você deve segurar o botão e soltar de acordo com a força desejada para tentar fazer um bloco ser jogado e deslizar para dentro de uma pequena zona específica e até rolou um chefe!
Esse chefe era focado em socar mesmo com seus soquinhos de pequeno alcance, desviar de golpes, esperar momentos específicos etc.
Tudo isso é meio que opcional mas vale a pena jogar por dois motivos: TP é bem curto e rápido e tudo vale cristais!
Estágios comuns te recompensam com 1 gema, estágios de puzzle te compensam com 3 e os demais te pagam 5! A campanha requer um número minimo de gemas para abrir o próximo "mundo" e, finalmente, o último chefe (só há dois chefes na campanha e esse é o único obrigatório).

Depois de algum tempo eu acabei ignorando um pouco os estágios de puzzle pois realmente estavam me travando um bocado enquanto as fases comuns estavam bem legais e já aumentando o desafio o bastante. Eles também custam dinheiro para abrir. Aliás, tudo cobra dinheiro inclusive os minigames do basquete e afins que cobram 25 moedas por tentativa e é muito chato deixar de juntar para comprar upgrades de verdade para essas coisas, mas houve um momento que decidi investir no que dobrava o dinheiro coletado e depois de um tempo a grana parou de ser um problema e ainda fui adquirindo as melhorias conforme elas iam aparecendo na loja.
Mais problema só veio no final. Os estágios ficaram meio tensos exigindo muitas trincas e tendo pouco espaço para fazer as coisas, além de que as vezes você precisa fazer trios vermelhos e verdes e o jogo insiste em mandar apenas peças roxas sem parar. Isso é bem zoado.
Tive ainda que investir em mais fases opcionais pois o último desafio exige muitas gemas e acabou que fiz 84% da aventura (estava achando que eu poderia ignorar mais fases no final e ir direto pro chefe).

Resumindo: The Punchuin é um puzzle bem legal para quem curte o gênero e quer mesclar um pouco de plataforma no meio. Há até um Quê de Wario Land/Pizza Tower no meio. A proposta é bacana e funciona bem, os visuais pixelados são lindo e muito bem animados e há bastante coisa para se fazer no que acabou demorando cerca de 2 horas para mim. E para quem curtir há motivos para continuar mais um pouco, inclusive o modo multiplayer que deve ser muito bacana! Parando para pensar, embora seja simples e tal talvez tenha sido o jogo que mais curti da Shin'en!
De bom: lindos gráficos! Possibilidade de ativar filtros para a galera oldschool. Divertido! Tem modo multiplayer. Bastante cosia rápida para fazer, sejam as fases comuns, sejam os desbloqueáveis da lojinha etc.
De ruim: achei que o jogo exige que você complete coisas demais para conseguir zerar, sendo quase impossível deixar passar os puzzles, por exemplo. Alguns desafios parecem te sacanear mandando 10 ou 15 peças seguidas da única cor que você não precisa mais e num momento em que o estágio está para acabar de uma maneira ou outra.
No geral, curti bastante e super recomendo já por ser breve e gostosinho. Joguinho maneiro!

Tetris acho o maior puzzle game de todos sem dúvidas