Zerado dia 21/12/22

Final de ano chegando e eu tenho tentado terminar alguns jogos antes da virada só para terminar 2022 com um número redondinho de títulos zerados. Quer dizer, há essa expectativa pois não tenho necessariamente me esforçado para isso e alguns jogos são meio longos.
Um dos títulos que resolvi iniciar há algum tempo foi esse Marvel Ultimate Alliance 2 para num futuro próximo (ou não) estar preparado para a jogatina do 3 com os amigos no Switch.
Na minha cabeça eu tinha jogado o primeiro Ultimate Alliance há alguns meses, mas aparentemente isso aconteceu no final do ano passado! Como passou rápido!

Já a escolha da plataforma não foi das mais sensatas: o PSP. Fui nele pois queria jogar portátil e porque queria encarar esse tipo de experiência que foi como iniciei o 1 antes de desistir e ir pra versão de PC. Agora que já estava familiarizado com a franquia não tinha como dar errado, certo?
Outro motivo é que eu baixaria o jogo de forma pirata na internet, mas tenho evitado sair do Linux e voltar pro Windows que é onde sei fazer esse tipo de coisa.
Eu poderia ter jogado outras versões, como a de PS2 ou Wii, mas realmente tenho evitado jogar preso à TV e a minha casa. Depois ainda descobri que existem versão remasterizadas no PS4, mas os preços não são interessantes.

Abrindo Ultimate Alliance 2 (UA2), percebe-se que mais uma vez a versão do PSP é baseada na de PS2, o que já era de se esperar. Está tudo lá, desde as cinemáticas que já tinha visto na internet até os diálogos, missões etc. Pelo menos o início é a mesma coisa, porém naquela resolução mais baixa e serrilhada do portátil da Sony (nenhuma imagem desse post é da versão de PSP).
Outra coisa que chamou atenção no início foi a logo da n-Space na abertura. Para quem não a conhecer, essa empresa foi responsável pelo port/versão de vários jogos sobretudo na época do Nintendo DS e era muito comum ver sua logo estampada em jogos como todos os Call of Duty do portátil. Eu mesmo curtia bastante esses jogos e sempre curtia como algumas desenvolvedoras tiravam leite de pedra para fazer jogos tão cheios de informação em plataformas limitadas. Adorava me movimentar pelos mapas, atirar nos caras, achar armas, segredos, depois montar na torreta de um Jeep dando tiro pela cidade e finalmente subir no helicóptero que se distanciava e sobrevoava aquelas mesmas ruas destruindo tudo. Só quem tinha apenas um DS e nenhuma experiência com PS3, Xbox 360 e PCs teria essa experiência!

E se percebe mesmo o “fator n-Space" com facilidade pois os visuais dessa versão de UA2 são bem ao estilo DS mesmo no PSP, o que é uma pena já que o portátil é capaz de muito mais! Logo na primeira fase é tudo super pixelado, serrilhado, com baixa resolução e o pior de tudo: quedas terríveis na já baixa taxa de frames.
E o framerate aqui ainda é ruim de ambas as formas: tanto fica variando entre, sei lá, 20fps e 5fps em certos momentos, causando aquele efeito de câmera lenta, como ainda sofre com frameskip, quando o jogo ao invés de rodar frames lentamente um após o outro simplesmente pula de uma animação para outra bem à frente.
Há momentos em que é pura confusão para entender o que acontece e logo nesses primeiros minutos pensei mais uma vez em abandonar e ir para outra versão. Assisti no Youtube a versão de PS2 e os visuais são obviamente superiores, mas o jogo é feinho ainda assim. Mas quando vi a versão de PS4, meus amigos, eu cheguei a ir atrás do jogo usado em alguns sites. Lindão e moderno, bem próximo do Ultimate Alliance 3 e deve ser super divertido com a galera! Mas acabei mesmo voltando ao portátil e deixando para imaginar com seriam as versões remasterizadas jogando o 3 um dia.

Para quem não conhece a franquia, bem, você tem um time de 4 super heróis da Marvel e o monta com os personagens que desejar/estiverem desbloqueados (na primeira missão, que também é um tutorial, jogamos com Capitão América, Homem de Ferro, Homem-Aranha e Wolverine).
UA2 é um beat’em up com câmera aérea (quase que como um Fighting Force com visão mais distante) em que você explora os cenários e quebra um bocado de vilões na porrada enquanto alterna entre os seus heróis que por sua vez tem ataques e habilidades diferentes.
O Homem-Aranha, por exemplo, é capaz de se balançar com suas teias e navegar mais rápido pelos estágios. Ele ainda acerta os inimigos com bolas de teia e até os prende com outros poderes. Já o Homem de Ferro atira lasers e pode voar! O Wolverine só tem golpes de perto.
Todos ainda têm status diferentes, sendo que alguns tem força maior, como o Hulk, enquanto outros tem defesa, mana e assim por diante.

Durante toda a campanha eu experimentei com alguns heróis, mas acabei focando num time e ignorando o resto. Inclusive nem me preocupei em desbloquear mais ou fazer as missões paralelas para isso. Na verdade, a ideia era usar personagens que atacassem de longe mais o Hulk por sua força, porém até ele acabou sendo substituído mais tarde.
A primeira fase é até tranquila, mas também é longa como a série costuma fazer. Fui atrás de um índice num detonado e percebi que o jogo ia demorar para caramba naquele ritmo. Inclusive essa foi uma das minhas reclamações com o 1: cada estágio demora demais! São seções atrás de seções atrás de mais seções. Você enfrenta um chefe, acha que acabou, mas a fase continua mais e mais.
E o jogo em dia é meio besta. Você fica fazendo os mesmos combos um milhão de vezes, anda, vem capangas, combos mais uma vez, anda...
Houve um momento que o jogo simplesmente travou e quando resetei o último save, automático, tinha sido há várias seções, mas felizmente não percebi o quanto eu tinha jogado desde então já que tudo é meio parecido. Mas acabou que tive que matar novamente um chefe e mais.

Já o segundo estágio foi o mais zoado. Aqui eu tinha que bater numa vilã para que saísse uma barreira de proteção de um reator que por sua vez liberava o escudo de proteção de uma bomba no meio de Nova Iorque. Eu batia nela, balançava na teia com o Homem-Aranha para chegar ao reator antes que sua proteção voltasse e o quebrava. Depois ia até a bomba e batia nela até dizer chega, mas ela perdia pouco HP. Depois repetia isso mais 3 vezes até a bomba nunca mais ganhar outro escudo e soltava combo como louco, mas ainda assim acabava perdendo, pois, a missão tinha um relógio de apenas 5 minutos e geralmente ainda sobrava muito HP na bomba. Joguei essa missão incontáveis vezes!
E pensar que o jogo é todo zoado, que eu não estava me divertindo e que ainda era a segunda de muitas fases não ajudou...
Foi aqui que eu comecei a usar mais os poderes especiais. Você segura o botão R e há um poder associado à cada botão e você pode usar cada um o quanto quiser desde que haja mana (barra azul). Com isso consegui destruir a bomba bem mais rápido e praticamente passei o resto do jogo sem nunca mais dar um soco ou chute! Usava os poderes, acabava e eu trocava para outro herói do time e assim por diante. Como a mana se recupera com o tempo e alguns oponentes derrubam “cura de mana”, o jogo ficou bem mais rápido.

Aqui os heróis a distância começaram a brilhar. O Homem-Aranha metralhava com as suas teias e navegava rápido pelas fases. O Homem de Ferro causava ainda mais dano com seus rápidos lasers. O Homem de Gelo também causava mais dano que o Homem-Aranha e tinha o Senhor Fantástico...
Bem, inicialmente o Senhor Fantástico entrou no time puramente pelo fato de que, tecnicamente, ele poderia atacar a longa distância, mas ele acabou se tornando o melhor do jogo! Isso porque ele tinha um poder que girava os braços como um ventilador que, além de não consumir quase nada de mana, simplesmente destruía a vida dos inimigos! Sério, o cara virou um verdadeiro Liquidificador-Humano! Você vai andando e dizimando a tudo e todos até o final do jogo!
Obviamente nem tudo são mil maravilhas e houve alguns poucos chefes tensos e até injustos, mas deu para levar principalmente porque nesse jogo é possível ir preenchendo uma barra que você pode escolher outro heróis do time e fazer um ataque especial que causa muito dano. Porém, não o faça! Guarde essa barra pois se você escolher um herói caído, ele volta à vida com HP e mana cheios e logo o Senhor Fantástico retorna mais e mais vezes para devorar os pobres inimigos.
A história tem um momento de bifurcação em que os heróis se separam estilo Guerra Civil e você deve escolher um lado. Isso quer dizer que a campanha é mais curta do que eu esperava já que lá naquele índice de detonado mostrava todos as fases de ambos os caminhos e também que há um motivo para replay, principalmente nas versões em que isso valha a pena.

Resumindo: Marvel Ultimate Alliance 2 é mais do mesmo e uma boa pedida para quem curtiu o 1 e ainda conseguiu não enjoar. Entre os dois jogos eu acredito que eu fique com o primeiro pelo fanservice que mistura tudo quanto é história da Marvel mas esse segundo jogo definitivamente tem melhorias, como esse sistema de ressuscitar heróis ao custo da barra de especial, sendo que retomar os personagens no primeiro era bem chato e mesmo nos espaços designados para isso ainda tínhamos que esperar um tempo. Aqui temos uma história mais concreta e basicamente toda baseada na Guerra Civil dessas HQs. Vale ainda mencionar que eu não recomendaria, de forma alguma, essas versões portáteis do DS e PSP.
De bom: muitos heróis para jogar e habilidades específicas e únicas que fazem sentido. Sistema de level up melhora os personagens, lhe dá novos poderes e é possível deixar que os pontos sejam designados automaticamente. Muitos desbloqueáveis, sidequests e dois caminhos alternativos na história. Tem modo multiplayer (que deveria ser o seu foco). Senhor Fantástico, obrigado por acelerar esse jogo.
De ruim: aquele estilo de jogo de herói superficial, com piadinhas bestas, aquela sensação de estar vendo um desenho infanto-juvenil muito diferente da ambientação e personagens de jogos com o Homem-Aranha mais recente ou a série Arkham. Muito repetitivo. No PSP tem vários bugs como câmera travada, jogo congelado etc. Nessa versão ainda é difícil perceber que você está morrendo, os visuais são feios, o framerate é super instável.
No geral, realmente é mais do mesmo em relação ao um, mas com algumas melhorias e senti que foi mais curto, o que é bom. Recomendaria a versão remasterizada para quem curte todo esse lance de Marvel e sobretudo se puder juntar uma galera para o multiplayer. Minha experiência com os dois primeiros jogos foi fraca mas tenho alguma expectativa com o 3. Jogo passável e na versão PSP eu recomendo passar longe!

Meu irmão jogava esse game na época do PS2. Ainda que fosse violento, não achava chocante nem nada. Só fui saber da polêmica anos mais tarde.