Zerado dia 28/10/22

Jogatina anual de Yakuza e dessa vez foi a vez do 5! Mal dá para acreditar que faz mais de um ano que joguei o 4! Parece que foi há uns três meses! Como o tempo tem passado rápido!
Eu comprei esse daqui, na verdade, há pouco mais de um ano também Estava preocupado em como seria a questão dos preços na era do PS4 mas ele logo apareceu bem baratinho (acho que menos de 20 reais) e eu corri para comprar. Peguei o 0 (Zero) também nessa promoção. A preocupação logo ficou apenas sobre o 6, que perdi a chance de pegar de graça num bug da PS Store e por ser um jogo recente, mas não é que pouco depois ele também apareceu bem baratinho? Que ótimo!
Yakuza 5 seria a minha primeira experiência com a franquia no Playstation 4, mas logo descobri que o jogo é na verdade originalmente do PS3, assim como o Zero ainda saiu por lá. Caraca, quantos jogos da série saíram por lá? 3, 4, Dead Souls, 5, Zero, uns dois ou três spin-offs samurais que nem vieram para o ocidente e fora mais uns outros dois da época no PSP. A Sega estava mandando ver, hein?

Fui dar uma pesquisada no tempo de Yakuza 5 Remastered (Y5R) e ele era supostamente o mais longo da franquia. Na verdade, ele durava entre 2 a 2.5 vezes o tempo dos demais: 36 horas no How Long to Beat.
Enfim, abri o jogo e é tudo bem familiar. Há aquela cinemática que compila várias outras de toda a aventura e que fora de contexto raramente dá algum spoiler, ao som de metal e tal.
A primeira coisa que achei estranho foi a ausência do menu de recapitular todo o enredo da saga até então. Eu sempre assistia desde o 2, mas aqui não incluíram isso, uma pena. Tive inclusive que ir ao YouTube rever o final do 4 para lembrar como tinha terminado certinho. Acho que o restante eu ainda lembrava bem.
Esse menu principal em si é bem diferente do padrão da série. Ele é todo escuro, com luzes azul claro ao selecionar as opções. Quase um "Dark Mode". Por lá também tinha a opção de jogar uns minigames para dois jogadores diretamente, mas nem me importei no momento.

O início da campanha é meio estranho, sei lá. Tem muitas e muitas cenas. É beeeem extenso. Acompanhamos o Kiryu, agora motorista de taxi após largar a vida criminosa, enquanto ele dirige por aí. Logo uma cara familiar aparece, entra no veículo e começa a falar de sua vida por longos minutos. É bem diferente.
Quando finalmente estamos no controle, a experiência é definitivamente sem igual: você controla o protagonista vivendo a sua vida numa nova cidade. Ele acorda, vai trabalhar, passa no restaurante, interage com os colegas de trabalho. Que estranho! Eu não me sentia jogando um Yakuza.
Curiosamente mesmo com toda a coisa de vida normal, eu estava tendo exatamente o contrário da imersão esperada. É tudo chato e desinteressante, cheio de diálogos e tutoriais ensinando um novo minigame ou sidequest a cada 5 minutos.
Agora você pode passar na lanchonete e ajudar a preparar comida comida num minigame bizonho, pode brincar de Crazy Taxi sem a parte "Crazy", pode ajudar a limpar a cidade coletando lixo por aí. Se der sorte até encontra uma luta aqui e ali.

É tudo bonito no departamento de texturas e detalhes, como sempre, mas a série realmente seguiu um caminho meio estranho aqui. Ou ao menos nesse início.
A cidade mesmo é meio desinteressante. Outros jogos da franquia trouxeram outros mapas além do clássico Kamurocho, mas aqui não deu muito certo para mim. Nada tem carisma! Nem o próprio Kiryu tem mais usando uma jaqueta de velho e parecendo um tiozão. Sua animação de corrida é super estranha. Que jogo estranho!
Eu comecei a ignorar totalmente todos os minigames: pesca, corrida etc. Qualé a desse jogo, afinal?
A coisa toda piorou quando meu chefe da firma me convidou para almoçar e eles foram conversando andando pela cidade. Cara, os NPCs desse jogo são muito zoados! Tinha gente que passava na frente deles e desaparecia simplesmente para não tapar a visão ou bugar a caminhada. Os demais pedestres são mega robóticos e não sabem para onde estão indo, ficam tropeçando uns nos outros. É uma festa de bug! Encheram a cidade de gente para isso.

Como o começo do 3 também era chato, eu dei uma colher de chá. O enredo foi vindo também e talvez ficasse interessante. Porém uma coisa estava me incomodando além de tudo isso: a duração de cada capítulo. Eles são super longos e enrolados, como se fossem uns 3 em 1.
Eu sabia que ainda teria outras partes com outros personagens, mas isso daqui tava tenso. Eu não conseguia ânimo para terminar nem a do Kiryu! Anteriormente na série era fácil terminar um capítulo e no 4 eu chegava a jogar os quatro de um personagem em um dia. Aqui, com sorte, eu jogava dois, mas muitas vezes foi só um mesmo.
Quando terminei o jogo mudou para o segundo protagonista, o Saejima, originalmente apresentado no 4. Eu gosto muito dele e faz sentido o seu retorno!
O bizarro é que ele retorna à prisão. Meu deus! No 4 a história do Saejima é justamente focada nesse ambiente, sendo que acaba sendo provado que ele era inocente e finalmente pode se vingar. Mas aparentemente decidiram que Saejima = prisão.

Depois de um século na prisão e muito drama e situações exageradas até para o padrão Yakuza, o personagem agora se encontra numa vila de neve. Você briga com ursos na mão e até aprende a caçar meio estilo Monster Hunter com armas de fogo. É mais um minigame, na verdade.
Eu não conseguia gostar de nada disso. Poxa, o personagem tem uma missão de chegar à um lugar e faz uma parada dessas, depois faz tutorial atrás de tutorial de caça e eu sei que ele não vai ficar aqui caçando para sempre. Cadê o espírito da série? O enredo que me pegava? A cidade grande? A trilha sonora com Jazz enquanto as situações acontecem? Porque eu tinha que estar num lugar chato desses? Aliás, o jogo inteiro tem um tom meio monótono super sem graça.
Finalmente então o personagem vai para a cidade, mais uma cidade nova. Essa é a pior de todas sendo que há um monte de paredes invisíveis até no meio da rua e é um chato navegar por aí. A história em si não me cativava de forma alguma, parecia ser apenas sidequest com um monte de minigames bobos aqui e ali.

Tava difícil me importar com alguma coisa. Passei a jogar no máximo 1 capítulo por dia. Tinha dias que ligava o jogo, lia um zilhão de diálogos enrolados falando e repetindo as mesmas coisas e simplesmente botava o PS4 no standby novamente. Isso quando os diálogos passavam e eu nem prestava atenção mais pois começava a viajar na maionese. Porém nunca parecia que eu perdia alguma informação.
A sensação é que eles resolveram estender a duração da campanha e enxeram linguiça o máximo possível. Para quem conhece animes, Yakuza 5 me parece um grande filler!
Com o final da maçante campanha do Saejima, a pior de todas, a parte 3 é focada em 2 personagens: a Haruka, "filha" do Kiryu, e o Akiyama, o agiota do 4.
Se você parar para pensar, em Yakuza 4 a ideia era ter 4 protagonistas. Já em Y5R a ideia era ter 5. Que besteira, hehe.

A parte da Haruka acendeu uma luz de esperança. Não que seja super legal, mas pelo menos eu estava navegando por uma cidade mais colorida e interessante. O enredo estava "ok" também. E a melhor parte é que ele não luta pois nesse jogo tem MUITOS brigalhões nas ruas. Você sai de uma luta e outro cara já aparece, te cerca e começa outra. Grande parte do meu ódio também são os pedestres, que abarrotam as calçadas e dificultam seu movimento pelo mapa e principalmente a fuga dos encrenqueiros.
A história da Haruka é focada no fato de que ela agora quer ser uma "Idol" japonesa, daquelas meninas famosas por cantar música pop na TV. A maior parte do seu gameplay é focado na música, como se fosse um jogo da Hatsune Miko da vida (ou Audition se você conhecer). Enfim, aperte o botão quando ele aparecer dentro do círculo.
A segunda metade dessa parte é com o Akiyama.
A penúltima parte do jogo, que eu achei que seria a última, é com um personagem novo, o Shinada. Esse personagem, meio vagabundo, substituiu o policial Tanimura e curiosamente foi a parte que mais me divertiu e que pareceu Yakuza como era antigamente. Porém é um personagem quase irrelevante ao enredo e mal faz diferença para a trama.

Resumindo: Yakuza 5 Remastered é um jogo bem estranho e diferente dos demais, focado numa ambientação mais lenta e séria por grande parte da trama, um monte de minigames e um enredo simples, mal escrito e com vários furos e exageros até mesmo para o que essa franquia é. Como eu disse anteriormente, a sensação é de que o jogo é um filler e foi a minha primeira decepção com a série. Sinto que se eu tivesse pulado esse jogo eu não teria perdido nada!
De bom: os visuais e detalhes continuam caprichados, A direção de arte, incluindo as cinemáticas, fizeram um bom trabalho. Bom rever os personagens e como a vida deles se desenrolou desde o 4 (a Haruka mesmo está sempre mais velha com o passar desses jogos). Tem uns personagens bons e o Shinada é um deles.
De ruim: enredo sem graça e superficial, como um filme C daqueles que passam de madrugada, cheio de furos e partes inúteis (que você só percebe quando lembra que elas aconteceram). Diálogos demaaaais e não vão direto ao ponto, fica difícil se manter acordado ou interessado numa história besta assim. Muitas brigas e muitas paredes na cidade, inclusive no meio das estradas e as vezes você tem que dar a volta sem motivo algum, só porque tem uma parede invisível com o sinal de proibido. Esse jogo introduz visuais que eu já tinha visto nos Kiwamis que não me apetecem muito, como áureas coloridas e efeitos especiais em socos e chutes. Muitos minigames obrigatório e parece que o jogo inteiro é isso. Jogo muito lento e arrastado, diferente do esperado para a série. O combate as vezes é mega difícil e injusto e seu personagem só apanha de hordas de inimigos, cai, se levanta, cai novamente e mal pode fazer alguma coisa.
No geral, esse jogo pode não ser o pior já criado (e alguns até o adoram de alguma forma), mas está longe da qualidade Yakuza que me faz amar a série. Fiquei até preocupado com os seguintes, até porque vi que o Zero também dura na casa das 30 horas (normalmente são apenas umas 18) e espero que ao menos tenha motivos para justificar isso. Ano que vem tem ele, depois o 6 e aí fico satisfeito pois vou jogar o 7, 8, aquele medieval e os Judgment só quando bater a vontade mesmo. Sobre Y5R, ótimo jogo para quem tem insônia (no meu caso foram 42 horas de sono)! Passável.

Dos jogos numerados, só né faltou esse. Não tive paciência de fazer os desafios.
Essa foi a minha primeira platina no PS4. Apesar de eu achar o GoW III o mais fraco da trilogia original, ainda gosto bastante dele (mas é uma pena que o resto do jogo não tem o mesmo impacto dessa luta com o Poseidon).
Esse aí eu demorei dois anos para platinar e peguei a mídia com duas pessoas diferentes.
Tempos do ensino médio.