Registro de finalizações: Tales of Hearts R
Zerado dia 18/02/23
Fazendo uma maratona de PS Vita para vender o portátil e comprar uma TV fui atrás dos jogos que estavam exclusivamente presos à plataforma e joguei seis deles: Monkey Ball: Banana Splitz, LittleBigPlanet, Silent Hill: Book of Memories e três FPS, Resistance: Burning Skies, Call of Duty: Declassified e Killzone Mercenary. Havia um sétimo jogo, Army Cops of Hell, mas achei o jogo ruim e deixei de lado.
A ideia então era acabar nessa tríade de shooters mas numa última busca eu lembrei desse Tales of Hearts R, que por algum motivo vinha ignorando.
O ToH original era um jogo de DS com visuais que misturavam sprites 2D com cenários 3D ee parece muito legal, mas que infelizmente nunca veio para o ocidente. Muita gente se propôs a traduzir e eu sempre esperei (desde 2010, talvez) mas agora acho seguro dizer que não vai mesmo rolar.
A verdade é que o pessoal tradutor desistiu da ideia justamente porque saiu esse remake no ocidente, porém exclusivamente no console da Sony. Pessoalmente eu nunca curti muito o estilo desse R. Sei lá, o original parecia tão divertido e autêntico. É quase como se me fizessem jogar o remake do Secret of Mana ao invés daquele de SNES.
Outra coisa que me dava uma certa preguiça desse jogo é a minha experiência com a franquia Tales of, que na verdade é bem pouca sendo que o único título que joguei foi o Tales of Innocence no DS, um dos mais esquecidos, e tinha achado genérico e chato.
Mas e se ToH fosse um excelente jogo? Sem Vita eu estaria perdendo a chance. Resolvi então jogar mas a essa altura eu já havia cometido dois erros: anunciado o portátil para venda e estar negociando com as pessoas e até combinado com o vendedor da TV, que é um tio que trabalha com isso. Basicamente já estava tudo certo para as cosias acontecerem na semana seguinte e eu tinha acabado de começar um jogo de 30-40 horas.
Começando o jogo, bem, é meio que o que eu esperava. Os visuais são uma mistura de bons e ao mesmo tempo o que você veria em qualquer coisa de celular atualmente. Eu até mencionei isso de como os visuais e estilos gráficos desses consoles vão gradualmente evoluindo até finalmente ficar impossível comparar com plataformas mobile em outro post. E quando o assunto é um jogo de 2014 contra os smartphones atuais em 2023...
Mas é um jogo agradável aos olhos sim. Não há serrilhados e os personagens são sempre bem expressivos e animados, apesar de ter sim movimentos um tanto robóticos as vezes.
Fora isso é os eu RPG padrão: cidade com um monte de NPC que fala besteira, lojas, aquele enredo que leva o protagonista em busca de vingar alguém etc (não que esses elementos sejam ruins).
Outro detalhe que não curto muito é a quantidade exagerada de texto. Qualquer fala com qualquer pessoa simplesmente abre um parágrafo para ser lido com pouca informação relevante, seguido de outro parágrafo e outro parágrafo ao apertar o botão de continuar.
Além de custcenes aqui e ali durante a aventura há também cinemáticas estilo anime e algumas "stills", basicamente ao invés de fazerem uma cena animada eles fazem um único frame, como o acima, e você passa o diálogo enquanto também ouve as vozes dubladas conversando. Vale mencionar também que todas as vozes são em japonês.
ToH é simples: você alcança uma cidade, resolve algum problema (geralmente alguém fazendo mal para você derrotar) então anda pelo overworld, alcança a próxima cidade enquanto faz batalhas aleatórias pelo mapa e assim por diante. Bem simples e o enredo não é diferente.
Não espere imersão nem nada menticuloso como um Dragon Quest ou Final Fantasy. É mais casual e até infantil.
Conforme você avança na história vai fazendo mais aliados que entram para o grupo e você pode os usar em batalha, sendo que cada um meio que tem suas especialidades. Quando você finalmente tiver todos os personagens possíveis, serão oito. Porém apenas quatro podem ser usados durante as lutas.
E falando nessa galera toda, apertando triângulo você abre o menu onde há acesso ao inventário, equipamento e distribuição de pontos conforme eles ganham níveis. Eu realmente não curti isso.
Sei que todo RPG tem isso mas ToH tem muitas coisas para serem feitas quando um personagem ganha um nível e elas sequer ficam em ordem!
Um exemplo disso é que uma das primeiras opções é a de equipar cada um desses personagens e mais abaixo há o menu de distribuição de pontos em atributos (ataque, defesa etc). Mas nesse jogo você não compra armas e elas são desbloqueadas conforme você chegam a pontos mínimos de certos atributos ou seja, você desce até o menu, desbloqueia magias e armas, volta, sobe para o menu de equipamento, equipa a arma de ela for melhor e assim por diante.
Há também um menu para equipar as habilidade de ataque de cada personagem e são muuuuitas. Na batalha, que acontece em tempo real e focadas no 2D, golpes são deferidos com o apertar do quadrado ou segurando para cima, baixo ou laterais antes de pressionar esse botão. Pressionar múltiplas vezes o comando de um golpe apenas o repete infinitamente.
Você ainda pode equipar mais quatro no analógico direito mas eu mal lembrava de as usar.
O fato é que se você for levar isso em consideração para todos os personagens mais os demais menus, dá muita preguiça. Fora que você ainda tem que testar esses golpes e ver se vale a pena seus padrões e dano e ainda se você se habitua a eles. Isso me fez simplesmente ignorar muitos level ups e fazer tudo de uma vez de vez em quando.
Você vai perceber também que todos esses menus tem uma opção "auto" para fazerem tudo automaticamente por você, mas ainda assim dá preguiça de acessar todos eles.
E falando em combate, essa é a melhor parte de ToH. Você pode andar livremente para todas as direções com o analógico esquerdo ou focar no combate em duas dimensões com o d-pad e seus combos.
O grande lance aqui é combinar suas habilidades e tentar fazer combos longos e fortes, de preferência sem deixar os inimigos caírem no chão.
Há número que indicam q quantidade de golpes que podem ser usados e essas habilidades ainda costumam consumir mana, tudo a depende do quão forte elas são. Enfim, é comum começar um combo, ficar sem golpes e ter que esperar um segundo ou dois para recomeçar mas a chave está em revezar com os demais membros do grupo e também tentar levantar os monstros o mais alto possível para manter o controle e planejar os golpes seguintes.
Depois de causar uma certa quantidade de dano você ainda deixa os oponentes tontos e pode fazer combos mais loucos e fortes, inclusive com golpes especiais com os amigos. E há também uma barrinha que se enche e caso você acione a mecânica, fica meio que intangível e ainda pode usar um golpe supremo (chefes mais fortes também costumam usar essas habilidades quando próximos da derrota).
Eu estava curtindo o jogo apesar de seu mapa ser basicamente uma planície verde vazia com umas cidades aqui e ali, mas estava até funcionando para mim. Os personagens são ok e há uma continuidade estilo anime que, embora não seja para mim, não se enquadrava nos mais genéricos RPGs modernos.
Os inimigos também variam bem e há momentos diferentes na história, como quando você acessa "dungeons" no subconsciente das pessoas ou mesmo a busca por medalhas por todo o mundo que te dão prêmios estilo Dragon Quest.
Uma pena que as curtas dungeons muitas vezes envolvam puzzles irritantes de ir, voltar e dar voltas como louco até descobrir o que fazer e as batalhas aleatórias ficam cada vez mais comuns. A ponto de um passo já iniciar outra.
Resumindo: Tales of Hearts R é um jogo ok, mesmo puxando bastante para o lado genérico e pouco inventivo. Seus visuais envelheceram bem em comparação com os dispositivos portáteis atuais e ele funciona muito bem quando o assunto é combate e até exploração. Por outro lado eu sinto que essa experiência, que foi muito superior à minha única outra com Tales of Innocence, talvez não seja a melhor dessa famosa franquia. Sinto que nada de novo foi adicionado ao mundo dos RPGs. Gostaria muito de ter jogado a versão de DS.
De bom: bons visuais. Combate bacana. gosto da maioria dos personagens. Campanha tranquila .
De ruim: odeio que os personagens usam roupas futurista estilo Yugi-Oh num mundo supostamente fantasia-medieval. Fórmula bem repetitiva, assim como os eventos que por grande parte do enredo envolvem os mesmos vilões e suas batalhas. Mundo vazio. Achei que os diálogos são desnecessariamente extensos demais. Cada level up envolve abrir vários menus e alocar pontos e equipar coisa etc.
No geral, foi uma boa jogatina e agora sei que se tivesse vendido o Vita antes dela não teria perdido quase nada. Agora ao menos posso dizer que conheço o jogo, né? De qualquer forma estou animado com o fato de que eventualmente conhecerei o restante da franquia e curioso com aqueles mais famosos como o Symphonia, Vesperia etc. Jogo ok!
Tales of Hearts R
Platform:
Playstation Vita
185
Players
60
Check-ins
Esse eu tenho curiosidade, mas se ficar só no Vita vai ser difícil...