Registro de finalizações: Mario Kart Tour
Terminado dia 10/08/22
Cara, eu amo Mario Kart! O vício começou desde que ganhei o jogo no SNES, lá no final dos anos 90. Um jogo que eu sequer conhecia até então e só deus sabe como eu o ganhei, mas era demais! Quer dizer, era bem difícil algo me agradar como Super Mario Bros. 3 ou World, e mesmo outros jogos da própria Nintendo as vezes tinham dificuldade de me agradar (como a minha experiência com o estranho Yoshi's Island na época).
E eu fiquei tão viciado na época que não conseguia largar o jogo. Tenho até umas memórias aleatórias da época, tipo eu jogando o circuito do Bowser e comendo o delicioso bolo de chocolate da minha mãe. Eu devia ter uns 6 anos!
O meu amor pela série Mario Kart se manteve até os dias atuais e passou por quase todas as gerações. Amava o N64 que jogava nas locadoras até ter meu próprio console anos depois. Joguei muito o Super Circuit no meu GBA (atrasado e solitário). Joguei como um louco os de DS, Wii e principalmente o de 3DS e bastante o 8 no Wii U e Switch. Pulei o Double Dash pois o Gamecube parecia não existir por aqui (e foi uma geração que fiquei longe dos consoles), mas o joguei anos depois (o que costuma ser uma má ideia pois na minha opinião os jogos envelhecem um bocado a cada novo lançamento).
Falando assim num texto fica difícil dar ênfase em quanto eu joguei MK. Sério! Jogando e re-jogando no GBA e SNES, fazendo 100% no de Wii e curtindo o multiplayer splitscreen com a galera, muitas disputas no DS com meu primo na época da faculdade, e as dezenas de disputas do MK 7 aqui em Brasília, que tinha uma cena muito forte de 3DS e seus jogos competitivos (valendo prêmios e tudo mais). Acho que jogamos tanto o maravilhoso 7 que o 8 chegou meio morno e enjoativo de cara.
Eu me esforcei para gostar mais do 8. Era muito bonito, o primeiro em HD, e até me motivou a comprar o Wii U junto ao Donkey Kong Country: Tropical Freeze, mas não adiantou muito. A sensação era de burnout mesmo e o jogo tinha uma enorme defeito: não era portátil. A graça era justamente juntar dezenas de pessoas e fazer um campeonato, gritar, conversar e ver a reação daquele amigo tomando um casco vermelho no final da última volta e caindo várias posições! Jogar em casa sozinho ou online sem chat de voz sequer era bem chatinho.
Mario Kart 8 Deluxe no Switch resolveu isso, mas foram anos depois e já tínhamos cansado até de dar chances ao jogo já no Wii U (comprei na esperança de que fosse animar, mas o Switch trouxe jogo demais também). Esse é um daqueles jogos que me fizeram arrepender de tê-lo comprado digitalmente, sem poder revender, pois nem mesmo no splitscreen ele é divertido para mim pois tenho muito mais habilidade que a maioria dos amigos que não jogam a franquia desde o SNES.
Será que eu cansei de vez de MK? O que a Nintendo faria para deixar uma sequência com cara de novidade? Difícil...
Mas eis que os caras inventam de trazer a franquia pros smartphones com Mario Kart Tour. Na verdade a Nintendo tem trazido um bocado de títulos pro mobile faz um tempo e como é de se esperar, é tudo bem...coisa de celular mesmo. Experiências superficiais, repetitivas, com microtransações por trás e para serem jogados por longos períodos em doses homeopáticas.
Quer dizer, se você for do tipo que curte jogos como Candy Crash, despreocupados com o lance de progresso e mais focados no momento em questão, pode dar certo.
Joguei Super Mario Run, achei legal, comprei a versão completa, terminei rapidinho e nunca mais voltei. Bom, ao menos foi uma experiência diferentes das demais da série ao invés de só portar algo com controles zoados touchscreen ou fazer um daqueles corredores infinitos como Sonic, Crash e até Katamari ganharam.
Tinha me decepcionado mais com os outros: Animal Crossing Pocket Camp não tem nada a ver com a série principal e é simplesmente um jogo de mal gosto. Fire Emblem Heroes era besta e tem muita lootbox. Dragalia Lost eu nem animei de baixar.
Mas e o Mario Kart Tour (MKT)? Poxa, mais um Mario Kart. Aquela canseira do 8 ainda era forte, mas no celular poderia ser bem legal! E depois da febre do Pokémon GO eu fiquei imaginando as mil e uma possibilidades para essa série na palma da minha mão. Se gratuito também era uma faca de dois gumes: o jogo era possivelmente mais um genéricão, mas ao menos eu poderia o testar sem gastar!
Demorou mas veio e MKT um dia foi lançado. Baixei, depois baixei mais coisas dentro do app, depois aceitei uns termos e fiz uns tutoriais e vamos pro jogo. Puts, joguei 4 pistas e desinstalei.
Que jogo bizarro! Você segurava o celular na vertical com uma mão apenas e ao deslizar o dedo, o carro faz as curvas/derrapa e ao tocar na tela ele usa o item coletado. A aceleração é automática.
Apesar da simplicidade, parece dar certo, né? Mas não deu. Os menus são todos cheios de ícones de acesso diário, passe de batalha, bônus disso e daquilo, compra de moedas especiais, aquisição de lootbox e minigames de azar para conseguir desbloquear personagens e carros. Típica bagunça infernal e feia de Free-to-Play.
A jogabilidade e pistas são simples demais! Demais! É tudo vazio e sem graça. Sabe a sensação que eu tinha? De estar jogando um jogo pirata chinês em que roubaram os assets do MK 7 e criaram uma aberração. Sabe, tipo esses jogos que literalmente usam Pokémons e criam uma coisa nova muito louca com outro nome? Zero desafio, zero graça. Os visuais estavam ali, mas não a essência da franquia.
O tempo passou e eu até me esqueci da existência de MKT, mas ele foi retornando lentamente. Primeiro que alguns amigos, que simplesmente preferiram não continuar e aprender a jogar a série principal, o jogavam com alguma frequência. Eu realmente não entendo isso. É como se o cara deixasse de jogar, sei lá, Pokémon Alpha Sapphire para jogar Pokétibia ou coisa pior. Tipo, eu não entendo nem como alguém consegue jogar o jogo, independente de ter comprado o título da série principal.
Mas a curiosidade foi subindo conforme MKT foi ganhando atualizações e posts promocionais por parte da Nintendo, inclusive a então nova possibilidade de jogar multiplayer com os amigos e com a tela na horizontal (pra mim isso fez muita diferença).
Mas o que realmente me fez voltar foram as novas DLCs do 8 Deluxe, que incluem várias pistas do jogo mobile. Algumas achei bem interessante e gostaria de as conhecer a fundo nem que fosse para criticar depois. Além disso, talvez eu tivesse sido injusto com MKT.
Voltei pro jogo depois de bastante tempo. Usei uns cristais que tinha, desbloqueei personagem, carro e uns trecos do jogo. Percebi que haviam várias copas disponíveis. Fui na primeira, escolhi o corredor com mais pontos, depois o kart, a asa delta e fui correr. As pistas só tem 2 voltas, o que é excelente pois fica bem mais rápido e menos cansativo (não sei se aguentaria 3 voltas nesse jogo e sua jogabilidade fraca).
Vencendo a corrida o personagem e partes do carro ganham experiência e ficam um pouco melhores.
Cada copa tem 4 corridas e nem sempre é realmente uma corrida. As vezes é só para você ficar tirando fotos ou matar Goombas ou minigames assim. Até curti a ideia, mas preferiria que isso fosse algo por fora do jogo principal.
Avançando as copas reparei que as pistas vão se repetindo e outras não aparecem. Isso se dá porque há uma rotatividade de pistas disponíveis, como se houvessem 10 por temporada apenas e elas são trocadas no fim dessas temporadas, a cada 2 semanas. Novas temporadas também resetam todo o seu progresso com as copas e é importante que você faça tudo enquanto pode!
Resumindo: Mario Kart Tour é bem diferente dos demais jogos da franquia e tem alguns méritos que poderiam ser implementados nos próximos jogos para valorizar seus replays e experiência contínua ao invés de depender apenas do online como eles costumam se tornar, mas fora algumas ideias do tipo, é um jogo muito raso e besta, como se o público alvo fosse exclusivamente bebês. Eu não sou muito fã da ideia de voltar para os jogos 2D da série (SNES e GBA) e achava até então que seriam os únicos jogos que era melhor deixar no passado, mas vendo MKT, eu nunca mais quero saber desse jogo e espero que a Nintendo só lembre dele nessas DLCs de pistas extras do 8 Deluxe mesmo.
De bom: visuais ok. Boa trilha sonora. Possibilidade de jogar com amigos, o que infelizmente não testei. Muitas pistas clássicas estão e volta. Gosto da coisa de trocar roupas dos personagens. Algumas ideias renovam a experiência a cada temporada, como a temática, personagens novos e desbloqueáveis.
De ruim: muito superficial. Cheio de menus bagunçados e compras de moedas, cristais e o escambau. Pistas originais bem toscas. Impossibilidade de acessar todos os circuitos por temporada. Zero desafio, zero diversão.
No geral, eu realmente achei esse jogo muito fraco. Se for pra jogar MK assim no celular, melhor emular outro console nele. Passe longe!
Mario Kart Tour
Platform:
Android
67
Players
49
Check-ins
Curiosidade: esse é o meu primeiro post do Alva usando Linux!