Zerado dia 24/09/22

Eu realmente não imaginei que terminei um segundo jogo hoje depois de ter finalizado We Love Katamari e apenas um dia desde Evoland 2, mas rolou uma jogatina de última hora com os amigos da época do ensino médio e optamos por dar continuidade com Tools Up!, um jogo que iniciamos há uns dois meses atrás e tínhamos chegado meio que na metade da campanha.
Bom, eu conheci Tools Up! (TU) num encontro de Nintendo Switch aqui no DF graças à uma amiga que o comprou e me apresentou. Inicialmente eu achei o jogo bem fraco e confuso, totalmente passável, mas tempos tempos cogitei o adicionar ao meu catálogo do console para oc aso de precisar de mais opções multiplayer estilo Overcooked, mas o preço também era salgado.
O tempo passou e eu vi referências a TU em diversos lugares e resolvi que deveria dar uma segunda chance à ele um dia,

E a necessidade veio de forma esperada quando de madrugada todo mundo resolveu que queria jogar algo no estilo Overcooked na casa de um outro amigo. Decidir comprar tanto TU quanto Moving Out, mas eles estavam caros no dia, para decepção de todos os presentes.
Ainda assim pus na cabeça que os queria e quando apareceram em promoção (cerca de 12 reais cada), eu percebi que os encontros com o pessoal seriam mais bacanas.
Com os dois no video game e bem entusiasmado, a galera em época de Covid-19 estava meio receosa e logo as aquisições ficaram a mercê da sorte de encontrar todo mundo novamente.
Eu sempre compro jogos pensando nas jogatinas com as pessoas, mas sempre me arrependo pois ninguém valoriza o que lhes foi dado de graça.

Na verdade eu joguei o Moving Out anteriormente e, para a minha surpresa, achei o jogo bem sem graça. Com a fama dele e tal, eu esperava bem mais. E se ele era tão fraco, imagino esse Tools Up! que ninguém sequer conhece e eu já tinha tido uma experiência ruim.
Na verdade depois de uma tarde de Moving Out eu cheguei em casa e abri o TU na curiosidade/ansiedade e achei bem "tanto faz", mas iso me impulsionou a ir direto testá-lo com os amigos na próxima jogatina e... Me diverti a beça!
Enquanto no MO parecia que a gente só pegava uma coisa, levava para o caminhão de mudanças, pegava outra coisa e assim até acabar todas as fases, TU demandava organização, diferentes tarefas, estratégia e aquela clássica raiva que passamos jogando Overcooked, seja porque alguém boiou em não fazer o que deveria ou ajudar, seja porque você misturou algo errado ou mesmo porque os jogadores se atrapalham e bloqueiam entrada e saída de portas etc.

Bom, o jogo tem o visual simples, mas não feio, bem "Overcooked-like", esse gênero cooperativo caótico que conquistou o pessoal desde então. Sinceramente achei os visuais mais agradáveis que os de Moving Out, que apesar de parecerem mais coloridos e carismáticos, são meio robóticos.
Depois da apresentação do enredo, pudemos escolher com qual modelo de personagem jogar e suas paletas de cores. Tem pessoas bem caricatas de várias formas e vamos desbloqueando mais conforme adquirimos estrelas pela performance nos estágios. Sendo assim logo desbloqueamos personagens mais animalescos, como cachorro, peixe, e outros mais estilo Halloween, morcego, cabeça de abóbora etc. Lembrando que o jogo é para até quatro pessoas localmente.
As telas de loading ensinam os poucos botões que usamos e você pode os ler com calma ou até largar o controle para fazer outras coisas pois elas aguardam confirmação para seguir o jogo.

O hub para escolher os estágios é um prédio e você pode entrar nas fases que não tiverem a porta bloqueada. As que estiverem inacessíveis requerem que você colecione mais estrelas de desempenho para serem abertas, coisa que nunca foi problema.
Cada andar desse prédio costuma ter entre 2 e 4 estágios e tem um tema específico. Para subir ou descer de andar basta pegar o elevador.
Nesse início de campanha há ainda um tutorial de como ele funciona. É meio esquisito se acostumar com as mecânicas e controles e o ritmo de TU, mas vale a pena. Continue!
Basicamente em cada estágio você se encontra em uma casa que deve ser reformada e há ferramentas tanto pela casa quanto sendo entregues com o tempo, como se os Correios levassem para você periodicamente. Para saber o que fazer você pode verificar a planta baixa, ou projeto, que põe um filtro na tela indicando o que deve ser feito: paredes que devem ser pintadas e de que cor, carpetes a serem aplicados e assim por diante. O projeto também informa o que já foi feito e o que ainda deve ser feito.

É normal quena verdade você só tenha que tratar de dois ou três cômodos da casa. Ou apenas o chão de um cômodo, parede de outro, as vezes tudo.
As primeiras missões são bem simples: pinte as paredes com a tinta tal, cubra o chão com o carpete. Moleza. Essas pinturas demandam que você vá até o balde certo, colete o material e use-o em um quadrante. Geralmente há um vai e vem, mas é possível carregar o balde e deixá-lo perto de você
Com o passar do jogo, tudo vai ficando mais complicado: mais áreas para trabalhar, espaços menores pare se movimentar, materiais que são necessários em diversos lugares serão disputados e o clássico "cadê a tinta laranja?"
Você também vai começar a ter que remover tinta ou chão velhos, trabalhar com materiais similares e se enganar, as pessoas começam a bagunçar de derramar lixo ou líquidos pela fase, o que faz com que você escorregue e derruba mais coisas, além de te atrasar. Vira um caos!

A dinâmica do jogo fica bem mais complicada quando você precisa fazer misturas pois tudo depende de um balde: cimento, rejunte, cola. Você quer colar o papel de parede de um cômodo mas alguém está colocando cerâmica no outro. Resta esperar. As pessoa quase acaba, mas o material do balde acabou, ela vai ter que misturar mais, o que demanda mais tempo. E o balde serve ainda para por apenas lixo, o que é muito útil pois criamos muito entulho e levar de um por um para a lixeira lá fora demora demais enquanto encher o balde é rápido e você pode jogar tudo de uma única vez.
Cenários mais avançados adicionam mecânicas mais complicadas que afetam seu desempenho e movimentação como o andar de inverno e seus chãos escorregadios e uma fase em que um cachorro fica correndo pela casa, bloqueando a passagem e nos derrubando e fazendo mais sujeira ainda. Lá no final houve uma fase em que um fantasma carregava os materiais para longe.
Fora isso os cenários ficam mais cruéis até de entender o que fazer no projeto ou tem projetos falsos que podem te fazer errar. Alguns deles tem tanta coisa bloqueando a tela que fica difícil ver onde estão as ferramentas.

O jogo resume bem a pegar o projeto onde ele estiver e ver o que fazer;
Delegar tarefas rapidamente com o que estiver disponível;
Trabalhar nessas tarefas, cada um dos jogadores;
Limpar todo o lixo;
Atender a porta assim que alguém entregar algo pois se demorar um pouco o entregar vai embora e só volta depois. Muitas vezes você vai ter que parar o que está fazendo por conta disso;
Após concluir tudo, tudo deve ser retirado de dentro de casa: materiais, lixo (que não pode ter nem fora da residência) e os próprios jogadores devem sair. Pronto, casa entregue!
Na nossa primeira jogatina jogamos pouco menos de metade das 30 fases da campanha. O pessoal cansou um pouco e queria ver outros jogos, mas acho que o grupo com quem joguei realmente não tem muito o espírito desse tipo de experiência. Eu mesmo estava ainda empolgado (muito embora eu não fosse necessariamente jogar até o final numa só sentada). Foram 4 horas e meia de campanha somando nossos dois encontros.

Resumindo: Tools Up! é um party game caótico à la Overcooked muito bacana e surpreendentemente divertido. E isso vindo de alguém que não o curtiu na primeira experiência. Diria que é uma ótima pedida para quem terminou os OC e queria mais títulos do tipo. Ele é muito funcional e bem feitinho e muito superior ao Moving Out, na minha experiência.
De bom: poucos botões para usar. Mecânicas funcionais. Demanda estratégia e organização. É possível passar de fases mesmo quando o tempo acaba sem ter feito tudo com base no trabalho feito. Desbloqueáveis e DLC (paga) dão uma sobrevida boa ao jogo.
De ruim: aquele fator estressante as vezes é grande tipo quando você pede para o personagem por um item que está carregando no chão e ele se nega por suposta falta de espaço ou quando você quer pegar o item do entregador e não consegue mesmo apertando o botão (possivelmente pelo jogo exigir posicionamento preciso demais) e o cara vai embora. Houveram situações em que objetos ficaram na calçada fora de visão (deixados por outros jogadores mesmo) e não conseguimos prosseguir esperando o item ser entregue. Achei que a ideia do jogo fica um pouco repetitiva com o passar da campanha, mas realmente é algo para ser jogado casualmente, não maratonando. Alguns objetivos são difíceis de entender o que fazer exatamente ou não parecem estar errados como quando é indicado que falta terminar de colocar o papel de parede num quarto e tudo parece bem, mas provavelmente alguém o pôs em algum quadrante sem cola. DLC paga. Sem online.
No geral, gostei bastante do jogo e é um ótimo complemento para quem quer jogos multiplayer desse tipo para reunir o pessoal e passar um pouco de raiva. Eu paguei uns 10 ou 12 reais nele e foi muito justo mesmo! Só não vou indicar mesmo para quem joga sozinho pois não é o público alvo para nada nesse estilo. Jogo divertido!

Eu imagino que é pra ser jujuba pela aparência, no original é bean que serve tanto pra jujuba (jelly bean), ou feijão (bean), mas tbm pode ser usado pra outros grãos tipo café (coffee bean).
Se for azul ou rosa é jujuba. Se for marrom, preto ou branco é feijão. Se for verde pode ser os dois. xD