Zerado dia 23/11/22

Ainda querendo espaço no Switch para baixar o Bravery & Greed, resolvi jogar alguma coisa mais rápida, que eu terminasse ainda hoje, e liberasse espaço o bastante. E isso que já estou jogando outras cosias por fora no momento.
A escolha da vez foi Alex Kidd in Miracle World DX, um remake do clássico do Master System e o primeiro jogo da franquia que termino!
Para falar a verdade eu conhecia o título e já até tinha me aventurado por ele algumas vezes no passado, mas nunca tinha ido muito longe pois se tratava de um jogo bem difícil e punitivo, bem diferente da experiência similar aos Marios que eu esperava.

E o pior é que Miracle World é um jogo muito conhecido, mas como jogá-lo hoje em dia com tanta coisa disponível e zero saco para jogar e re-jogar mil e uma vezes até ficar bom, avançando de pouco a pouco a campanha?
O pior que os amigos sempre o mencionam e até o jogam nas nossas jogatinas e tem muitas lembranças enquanto eu ficava completamente por fora.
O jogo tem problemas de balanceamento típicos de sua época e a primeira fase é um bom exemplo de te fazer desistir de o terminar. Primeiro que o Alex não pode tocar em nada que a morte é instantânea e seu único ataque é um soco de curta distância. Algumas vezes o inimigo voa alto o bastante para seu soco no chão não o acertar, mas baixo o bastante para te tocar e te matar e você tem que dar um pulo e calcular o tempo do golpe certinho.
Essa primeira fase ainda se inicia verticalmente e é muito fácil você cair para uma plataforma abaixo sem saber o que tem lá e cair no colo de um monstro...

Há muitos elementos estranhos desde o começo do jogo, como blocos com desenhos diferentes, sendo que alguns são como tijolos comuns do Mario, sem nada, e alguns com estrelas que tem dinheiro e afins. Alguns blocos especiais podem gerar basicamente qualquer coisa e logo de cara se você o quebrar ele cria um inimigo similar à Morte que é imortal e te persegue. Super chato!
Quebrando seu caminho para a liberdade ainda é comum abrir mais espaço para movimento de inimigos ou mesmo não conseguir escapar deles achando que o Alex passaria entre dois blocos, mas ele sempre precisa de um espaço de no mínimo 2 deles para andar, mesmo sendo pequeno. Essa mecânica é explorada por toda a aventura.
Basicamente você morre, avança um tiquinho, morre, avança mais, morre, avança menos porque calculou errado o tempo dos eu soquinho. E assim por diante. O jogo é tão safado que você ainda tem vidas limitadíssimas e o Game Over vem muito fácil, te levando de volta ao começo da campanha. Nooo!

Eu sempre me questionei como jogaria essa franquia. Os amigos deram umas dicas e pensei em juntar com o bom e velho savestate, mas felizmente inventaram essa versão DX!
Eu imaginei que fosse algo como a versão nova do Wonder Boy III, The Dragon's Trap, com aqueles sprites refeitos grandes, coloridos e em alta definição. Aqui, na verdade, eles fizeram diferente e Alex Kidd DX é pixelado de uma forma incrivelmente bonita!
Quer dizer, é um remake total e há a aquela mesma possibilidade de alternar entre esse visual novo e o clássico, só que ficou tão incrivelmente bonito e fluído! Eu não esperava isso pela artes promocionais. Diria que ficou similar aos títulos de plataforma do estilo da época do DS. Lindo mesmo!
Porém a jogabilidade ainda é cruel e punitiva. Complicado.

Só que mexendo nas configurações, encontrei três opções interessantes que você pode ativar, deixando o jogo mais tranquilo e junto em sua jogabilidade apesar de se distanciar um pouco da experiência original,c aso você seja purista o bastante de se preocupar com isso. Vou dizer ainda que essas opções deveriam estar ativadas por padrão:
-Vidas infinitas. Normalmente isso soa como trapaça em jogos do tipo, mas aqui faz todo o sentido e o jogo continua sendo desafiador, inclusive com seus checkpoints naturais. Eu diria que tentar fechar a aventura com as 3 vidas padrões (mais aquelas que você compra pela campanha) é besteira e ser um tanto masoquista. E mais uma vez, o jogo é difícil mesmo assim, sobretudo em uma época em que os jogos são fáceis demais;
-Maior controle do personagem. Essa opção remove a deslizada que o Alex dá para frente quando paramos de pressionar uma direção do d-pad. Basicamente muda o controle do Luigi para Mario em Super Mario Bros. 2. O jogo avisa que sem a derrapada será impossível alcançar algumas áreas opcionais, mas vale a pena.
-A terceira opção eu não sei exatamente o que faz, então deixei desativada. Mais tarde tive alguns problemas com hitbox por morrer injustamente então a ativei acreditando que se tratava disso, mas não sei se mudou alguma coisa não.

O maior desafio do jogo é mesmo chegar ao final de suas curtas fases. E elas se tornam ainda mais curtas a partir do momento que você domina a jogabilidade e passa a focar menos em coletar tudo no cenário ou destruir todos os inimigos.
No meu caso, com o lance das vidas infinitas, eu ignorava a maior parte dos blocos, sobretudo aqueles que poderiam ter 1ups. Também ignorei 1ups dispostos nos estágios. Mas ainda peguei muitos dos sacos de dinheiro, que basicamente são como as moedas no Mario.
Eu não sei porque eu realmente gostava de pegar tudo e ver os valores subindo e inclusive só percebi que não fazia muito sentido próximo ao final da campanha. mas bem, é que são tantos e por toda parte e nem precisa quebrar nada para os coletar...
O dinheiro, entretanto, é importante na aventura. Com ele você pode comprar itens nas lojas. Isso quando elas aparecem.

Os itens encontrados nas lojas variam, mas sempre são apenas 3 disponíveis e muitos você até encontra pelos cenários.
Você pode encontrar anéis que te fazem lançar ataques à distância (muito úteis já que os ataques do Alex são de curtíssimo alcance), escudos de proteção, 1ups e até mesmo os veículos que são encontrados normalmente em algumas fases.
O veículo que eu mais gostei foi o helicóptero da imagem acima. Com ele você pode voar tranquilamente pelos cenários e ainda atirar a vontade nos monstrengos. Porém vale a pena mencionar que todos os veículos se perdem bem fácil, normalmente ao colidir contra algum obstáculo, e como eles são velozes a coisa complica mas vale a pena gastar na loja e pelo menos adiantar boa parte dos estágios, quando possível. Eles também são perdidos com o fim das fases.
Já os itens comuns eu mal sabia o que faziam pois o jogo não explica e você tem que usar para descobrir. Acabei juntando um de cada dos 5 ou 6 que tem (não tem como ter mais de 1 de cada no inventário) e fui testando no final e guardando os mais úteis para momentos mais urgentes que nunca chegaram.

Já as fases são bem legais e simples. Geralmente há uma temática diferente para cada uma delas e conforme o Alex Kidd avança no mapa para salvar seus amigos.
Mesmo a maioria sendo bem "chegue ao final enquanto destrói blocos e evita inimigos", sem fazer muita questão de level design, essas fases são bem convincentes e acabam sendo distintas, ao menos da versão DX.
No total a campanha conta com 22 delas. Umas mais longas, outras mais curtas e algumas com diferenciais, como um castelo que é um mini-metroidvania e outra focada no uso do helicóptero.
Durante o jogo ainda cheguei a alternar bastante o estilo visual entre o moderno e o clássico para comparar cenários, personagens, monstros, chefes etc. A versão antiga ainda mantém um charme e é super jogável para quem gosta de jogos pixelados antigos, como eu, já que o que complica esse jogo é mesmo a dificuldade zoada caso você não ative aquelas opções. Mas ainda assim, diria que esse remake realmente levou a aventura à um novo patamar!

Resumindo: Alex Kidd in Miracle World DX é um jogo muito divertido caso você o configure para deixá-lo mais moderno. Chega a ser estranho que essas opções não estejam ativadas por padrão, como a de vida infinita, pois nota-se a necessidade de conquistar jogadores novos. Eu gostei muito do que joguei e do nível de desafio, apesar de alguns apesares, e rezo para que mais jogos da franquia sofram o mesmo tratamento!
De bom: lindão! Inclui modernidades para ajudar no gameplay e poder curtir o jogo sem ter medo de ser jogado à tela título a qualquer erro. Colorido, bem animado e carismático, ótimo para todas as idades. Tem bons checkpoints. Depois do final da campanha abrem-se mais modos de jogo, incluindo um Boss Rush e o modo clássico. O jogo está em Pt-BR e isso faz toda a diferença pois há diálogos, explicações e cinemáticas. Boa variedade de temáticas de cenários e gameplay com veículos.
De ruim: a dificuldade do jogo é estranha e você perde muitas vidas por besteira, como o controle do Alex que dificulta sua vida as vezes. Os chefes são, basicamente, batalhas de pedra-papel-tesoura. Itens não são explicados. Odeio quando quebro um bloco e vem a Morte imortal me seguir e ceifar a minha alma. O mapa do jogo que é mostrado entre as fases, que deveria mostrar meu progresso na campanha, só mostra onde estou no momento e não deixa sequer o rastro dos lugares por onde passei e você nem sabe para quê tem aquela tela ainda.
No geral, gostei demais desse joguinho! Se você, assim como eu, deseja conhecer essa franquia, eu super recomendo o DX que é uma verdadeira delícia, carismático e bonito. Com as modernidades ativadas, não espere super dificuldades, mas também não espere algo casual. Recomendo demais, muito bom!

A franquia Illusion merecia um cast talvez