Registro de finalizações: Fez
Zerado dia 24/06/20
Esse é das antigas: Fez! Um daqueles jogos que popularizou o gênero indie moderno e que meus amigos tanta falavam na época, assim como de um documentário relacionado. Nesses tempos eu não curtia jogo indie. Achava tosco e barato e que jogos maiores e mais conhecidos eram só o que importava. Uma grande bobagem.
O fato do pessoal falar tanto desse jogo e usar o termo indie, me fazia ter menos vontade de conhecê-lo. Tanto que só fui ver do que se tratava muitos anos depois e até curti a ideia.
Mais uns anos depois, cheguei a pegar o jogo baratíssimo na Live, provavelmente com a grana que sobrou de alguma compra na minha época do Xbox One, lá pra 2017. Depois peguei na loja da Epic de graça e instalei no PC. Agora, há menos de 2 semanas atrás, instalei o Xbox 360 na sala daqui de casa pois o pessoal tem usado meu computador pra estudar e eu fiquei tentado a deixar o console aqui, depois de muito tempo sem ligá-lo (estava na caixa desde que me mudei pra cá há quase dois anos.
Ligando o vídeo game, já conectei no wi-fi e atualizei e peguei uma sacola cheio de jogo pirata que tenho. Dei uma olhada e tem bastante coisa bacana na fila do Xbox 360 ainda. Também tem umas porcarias, mas que pretendo jogar de qualquer forma.
Testei uns jogos. Alguns funcionaram, como o Halo Wars que zerei da última vez que joguei no console e ainda estava dentro dele, outros não funcionaram, da última leva de jogos que comprei na feira do Paraguai e nunca nem havia testado. Teve jogo que rodou os primeiros minutos e depois parou e por aí vai. Ainda bem que é fácil gravar jogos dele hoje em dia (o mais difícil talvez seja achar mídia compatível pra gravar).
Lembrei dos jogos digitais e não tenho muita coisa. Não achei um menu de títulos adquiridos na minha conta, mas lembro do Fallout: New Vegas e The Witcher 2, ambos zerados e publicados aqui no Alvanista. O único jogo que estava já no console era Fez! Resolvi começar julgando ser curto.
Fez é um jogo de plataforma com puzzle em que a mecânica básica é a troca de perspectiva do cenário para criar novas possibilidade de caminhos. Para fazer isso é bem simples: os botões LB e RB são usados para girar a fase horizontalmente por 4 ângulos diferentes, como se você pudesse ver a o estágio pelo norte, sul, oeste e leste.
Dependo da posição dos objetos do cenário, algo que estava longe pode ficar perto já que o jogo volta a ser 2D assim que termina de girar a câmera. Novas rotas aparecem, plataformas ficam mais próximas e, olhando bem o cenário, portas se revelam por trás de paredes que só podem ser vistas ao mudar a perspectiva estando em posições específicas.
O início da campanha serve como um tutorial e ensina como a mecânica funciona e o quão simples ela é. É aí também que aprendemos que o objetivo da aventura é explorar os cenários em busca de coletar cubos.
O primeiro mapa é a vila do protagonista Gomez. Há várias casas ao redor de uma montanha e você deve olhar por todos os ângulos para ver todas as portas. Entrando nessas portas, você acessa novas áreas, que basicamente é o interior das moradias e que tem já os primeiros cubos do jogo.
Isso tudo é muito importante para o entendimento do funcionamento das áreas e subáreas do jogo. A área aqui sendo a vila e as subáreas, as casas.
Depois de achar os primeiros coletáveis, você pode pegar um portal para a próxima área, onde vai achar mais portais, trancados por cubos. Colete aquela quantidade e você poderá os abrir.
Há ainda mais portas que levam pra mais áreas e, dentro delas, mais subáreas.
Meu primeiro dia com o jogo foi muito bom e viciante e joguei umas poucas horas até chegar em seus primeiros e maiores problemas: a confusão de mapas e acessos.
Você chega numa área e sai explorando buscando cubos e portas. Acha uma porta, explora e acha mais uma pronta dentro dela, que dá pra uma nova área com mais uma montanha pra ser escalada e explorada e mais portas e as vezes isso vai bem longe.
As áreas são muito parecidas também, a ponto de eu nunca saber onde estou e ter dificuldades de saber onde ficava aquela porta, já que o jogo tem bastante backtracking. Depois de um tempo comecei a usar o mapa do jogo, que basicamente mostra as áreas e as subáreas ligadas a cada uma delas, inclusive as que ainda tenho que encontrar e os coletáveis que faltam. Ícones de áreas douradas significam que elas não tem mais nada a oferecer.
O que mais acontecia comigo era subir uma grande montanha (os mapas são bem verticais) com muito platforming e no meio ou final encontrar um portal pra uma nova área e outra porta meio escondida. Entrando na porta eu ia pra uma nova área com subáreas. No portal, outra área com subáreas.
Logo o jogo se tornou um caos de portas e áreas. E o pior é a mobilidade. Quer ir pra essa área no mapa porque deixou algo por lá? Ande! As vezes o lugar está super distante e atrás de porta após porta e isso me fez simplesmente desistir de voltar a vários lugares.
Há ainda outra coisa: se você cair de qualquer altura, o personagem morre e volta ao último "chão" seguro. Isso é muito bom pras partes de plataforma complicadas, como as muitas dúvidas, mas na hora de descer afim de voltar por alguma porta, te obriga a ir lentamente descendo pouco a pouco. Com sorte tem alguma água pra você pular direto.
As coisas vão piorar ainda mais em relação aos puzzles, que geralmente te compensam com cubos (32 cubos são necessários para terminar com um dos finais).
A maioria dos cubos, os amarelos, envolvem coletar várias partes (minicubos) por toda parte ou simplesmente alcançar o cume de montanhas. Mas há outros deles, inclusive os azuis, que envolvem muito mais trabalho.
A maior bizarrice são os códigos do jogo, que envolvem símbolos e alfabetos alienígenas. Como traduzir? Alguns deles até arrisquei, mas outros, mesmo vendo na internet, só deus sabe como resolver. Algumas dicas se encontram em uma área e só será usada em outra super longe e nada a ver. Fora que é comum acessar salas cheias de desenhos e simbologia aparentemente inúteis senão pôr uma parede específica.
Fui ficando com raiva quando chegava em salas que não conseguia fazer NADA. Olhei na internet algumas delas e haviam casos como a estátua de coruja, que envolve falar com corujas pelo jogo quando aparecerem em lugares específicos a noite para podem permitir qualquer interação com as estátuas.
Vi ainda suma sala desbloqueada com código morse. Outras envolvem fazer combinações de botões baseadas em dicas sem pé nem cabeça.
Esse é definitivamente um dos jogos menos intuitivos que já joguei, e um dos mais frustrantes com navegação.
Resumindo: Fez é um jogo com uma ideia bacana, mas bem repetitiva e que explora a mesma fórmula sem parar. O jogo se baseia em plataforma pra subir montanhas, puzzles que raramente fazem sentido e área dentro de área dentro de área. É bem cansativo e trabalhoso demais fazer coisas simples. Até os itens que você encontra, supostamente para ajudar, como mapas, são apenas dicas estranhas e praticamente puzzles por si.
De bom: visual e animações muito bonitos e que não envelheceram nada (até me assusta não ver um jogo famoso assim nos consoles atuais). Trilha sonora muito boa quando quer. O final é uma viagem, mas gostei da liberdade artística. Jogo em português.
De ruim: complicado em todos os sentidos: puzzles exageradamente obscuros e movimentação de área pra área frustrante (se houvesse a opção de abrir o mapa e teleportar pras áreas principais o jogo ficaria muito mais interessante e chega a ser absurdo que isso não exista). Jogabilidade com inércia chatinha e chegava a me matar mil vezes em partes de plataforma pois ou eu estava lento demais, ou rápido demais e passava direto ou caia na plataforma mas escorregava pro buraco. Muita coisa não faz sentido e aparentemente só fica melhor numa segunda jogatina. Faltou mais variedade (as partes diferentes causam um bom impacto e ajudam no mapa mental a medida do possível aqui).
No geral, achei o jogo bem fraco e decepcionante. Fora as duas primeiras horas, posso dizer que a experiência simplesmente não é divertida e não te recompensa por nada. Uma versão atualizada com maior mobilidade já deixaria o jogo bem mais interessante e talvez até iria atrás de entender os puzzles bizarros. Com base nas horas dessa primeira jogatina, eu definitivamente não recomendo o jogo.
Fez
Platform:
XBOX 360
445
Players
29
Check-ins
da uma olhada em Rehtona
Esse eu comprei um tempão e ainda não peguei pra jogar.