Severed
Platform:
Playstation Vita
72
Players
24
Check-ins

Estou jogando Severed em doses homeopáticas desde segunda. Este exclusivo do Vita é da mesma produtora do excelente Guacamelee. Ele é meio que um adventure de exploração em primeira pessoa com muitos combates que usam a tela touchscreen.
O jogo é... estranho. Ele não te explica quase nada e te dá um fiapo de história. Basicamente você é uma garota que teve sua casa destruída por demônios e sua família assassinada. Então você ganha uma espada de um demônio "gente boa" e parte para caçar outros demônios e vingar a sua família.

Ah é, e a personagem perdeu um braço. Ainda não sei exatamente qual a relevância disso, mas aparentemente é importante, pois o jogo te relembra disso sempre que pode, e o braço apodrecido dela já dá as caras na tela inicial do game.

A movimentação da personagem é esquisita, meio tanque: ela só se vira em ângulos de 90º (ou seja, nada de diagonais) e só anda para frente, ou seja, você sempre precisa estar olhando para onde quer andar, não pode dar um passo para o lado ou retroceder de ré. E a câmera não é controlada pelo analógico direito, é pelo esquerdo mesmo, ou pelos botões quadrado e círculo. É meio estranho de se acostumar no começo.
O gameplay de combates tem a maior pinta de Fruit Ninja: é necessário "riscar" a tela touch com o dedo para desferir golpes. Os inimigos tem barras de ATB para você saber quando eles vão atacar, e a única forma de você se defender é dando um ataque no sentido contrário ao mesmo tempo (um parry).

Os combates raramente são contra apenas um inimigo: geralmente temos grupos de 2 ou 3, que cercam a personagem (ângulos de 90º, lembra?), mas só um aparece na tela de cada vez, de modo que você precisa ser rápido para ir alternando entre todos, sempre de olho na barra de ATB (o círculo na parte de baixo da tela, que vai ficando amarelo conforme o turno do inimigo chega) de cada um para não ser atacado pelas costas enquanto cuida de outro inimigo.

Entre um combate e outro, você vai gastar um bom tempo caminhando para lá e para cá através de templos, ruínas e florestas que tem mapas labirínticos e vários andares. Muitas portas e passagens demandam certos itens e habilidades para serem abertos, o que concede um ar de MetroidVania ao game.
O visual é bem bonito e colorido, e mantém o mesmo estilo artístico adotado em Guacamelee. Cada cenário tem uma "cara" bem específica, e há também uma trilha sonora diferente para cada ambiente. Já passei até pela barriga de um verme gigante:

E se isso não é bizarro o bastante para você, se liga nessa: os upgrades das habilidades são feitos usando as partes mutiladas dos inimigos: braços, asas, olhos, tentáculos, vísceras... tudo isso vira ingrediente para melhorar os atributos da personagem.

Ainda não sei exatamente se gosto ou não do jogo. Acho que ele mantém um distanciamento entre a personagem e o jogador que não ajuda muito a gerar empatia. Pelo menos não está me ajudando.
Apesar da história ter potencial para ser bem dramática (a gente literalmente encontra os parentes mortos, esse aí embaixo é o irmão da personagem), o jogo se mantém muito focado em mecânicas e não se esforça muito em dar peso à sua história.

Ele andou recebendo notas bem altas em sites que eu respeito (Destructoid deu 9.5), então eu vou me manter otimista e continuar jogando. Na pior das hipóteses, as mecânicas são interessantes o bastante para manter as partidas divertidas e desafiadoras.

Sem contar que, fazia tempo que o Vita não recebia um exclusivo de peso. Bom, vou continuar jogando em doses homeopáticas e logo mais tem resenha no site. ;)
Peguei esse dia desses, inclusive acho que comprei dias versões mas do mesmo jogo base 😑