Zerado dia 19/10/22

É meio injusto contar a DLC The Delicious Last Course de Cuphead como um jogo a mais terminado já que ela é curtinha e não é vendida como standalone ou seja, é necessário ter o jogo base para poder acessá-la, mas resolvi fazer mesmo assim um post ao invés de atualizar o anterior de alguns anos atrás quando joguei as aventuras do Xicrinho e Caneco (inclusive meu sobrinho os chama assim, hehe).
Eu tenho que mencionar de antemão que eu simplesmente AMO Cuphead. Amo, amo, amo. O trabalho que os caras fizeram nesse título é sensacional e entregou muito bem o que prometeu. É difícil, é funcional e é lindíssimo e nostálgico para qualquer pessoa que tenha crescido desenhos mega antigos na TV (e que, assim como eu, nem imaginava que muitos eram dos anos 40 em diante).

O jogo foi lançado e eu fiquei apenas sonhando em jogá-lo pois na época havia uma exclusividade chata com plataformas Microsoft (Xbox One e PC). Resolvi então tentar piratear no meu notebook fraco e surpreendentemente rodou lisinho da Silva Sauro! Que louco!
Joguei talvez umas 5 horas em uma tarde e terminei o jogo. Achei desafiador mas nada exagerado. Muitos chefes desse praticamente-boss rush eu até passei na primeira tentativa! Enfim, amei a experiência e tudo mais, porém não achei essa loucura de dificuldade que a internet costuma espalhar. Foi mais ou menos assim também quando finalmente encarei Dark Souls.
Será que sou um bom jogador de video games ou as pessoas se acostumaram demais com as molezas dos títulos modernos?
Mas meu amor por Cuphead não foi abaldo em nada. Já cogitei fazer um curso online para aprender a desenhar no estilo dos anos 1930, as vezes penso em fazer tatuagens do jogo e até tenho uma meio no tema, mas no caso é da banda Stray Cats. Alguém aí conhece?

Cuphead, na verdade, representa muita coisa bacana pra mim. Amo animações caprichadas e a fidelidade desse jogo em retratar coisas nostálgicas e a cultura da época! Não é que seja parecido, é bizarramente fiel! Um colírio para os olhos mesmo só de assistir o jogo acontecer.
Também sou meio entusiasta de cultura antiga. Gosto desde o clássico estilo greaser do Elvis em seu retorno aos palcos depois do serviço militar, sou louco por bandas "velhas", sobretudo dos anos 70, e muito mais! A molecada adolescente que dou aula nem conhece nada disso, infelizmente. Mas Brasília é assim mesmo.
Enfim, rolou uma jogatina com os amigos a noite antes da pandemia do Covid e um deles tinha Cuphead no Switch conectado à TV e enquanto eles arrumavam as coisas, fui jogando. Como o jogo ainda estava fresco na minha mente, resolvi ver se conseguiria terminar bem rápido e com possível platéia. O resultado? Eu não consegui passar do terceiro estágio!

Desde então não voltei mais à aventura. Estava bem satisfeito depois de tanto tentar matar cada um dos chefes. Restava fazer os 100%, mas não vejo muito sentido nisso, ainda mais num jogo que simplesmente avançar para o próximo cenário pode ser bem desafiador.
Fui aguardando então a DLC, que por sua vez foi sendo adiada e eu cheguei até a esquecer dela até finalmente ser lançado à pouco tempo.
Agora que Cuphead já está em tudo quanto é plataforma, resolvi pegar de graça no Switch só para jogar a o conteúdo adicional. Pesquisei na internet e não precisava fazer muita coisa no jogo base para alcançar a DLC. Felizmente, pois não teria muito ânimo de rejogar tudo só para isso. Pois é, eu disse que amo o jogo, mas não consigo parar de pensar que eu já fiz aquilo antes e que todo o meu trabalho foi jogado no lixo.
Na verdade tudo o que você tem que fazer é terminar um estágio que libera o caminho no mapa para o primeiro mausoléu. Lá você faz o desafio de defender o cálice dos fantasmas e logo aparece um NPC no mapa que te leva ao The Delicious Last Course na ilha 4 (o jogo base tem 3).

Depois de assistir ao enredo da DLC, estava na nova ilha. Tudo é bem familiar e tal e nos é dada a missão de trazer os ingredientes de uma receita derrotando inimigos.
A maior diferença em relação ao gameplay fica por conta da possibilidade de equiparmos o nosso personagem com um biscoito que faz com que ele seja trocado pelo terceiro personagem: a Ms Chalice, que deixa de ser fantasma e vira um personagem como os demais, porém com algumas diferenças:
-Pulo duplo;
-O botão do dash também é parry (com os demais você usa o parry com A);
-4 pontos de vida (contra 3 dos demais);
-Habilidade de rolar que te deixa invencível durante a animação, que deve ser feita segurando para baixo e apertando o dash, apenas no chão.
O jogo te encoraja a usar a Ms Chalice, mas ela também é meio que um Easy Mode.

Eu nem ia jogar esse jogo por agora, mas fui à um jogo de basquete do filho do meu padrasto e queria algo mais rápido de jogar e de terminar, fora que eu estou meio que na intenção de liberar espaço no Switch para possivelmente jogar Bayonetta 3 próximo do lançamento e ter um jogo completo só por conta da DLC não é muito prático.
De volta ao jogo, cara, como eu apanhei no primeiro chefe. Eu tinha que reaprender todas as mecânicas e reflexos que o jogo original foi desenvolvendo até chegar em chefes tão bagunçados e já se fazem uns anos! Também fiquei com medo de me dar muito mal pelo simples fato de eu não ter nada adquirido nenhum item, como tiros e habilidades diferentes. Consegui umas moedas e comprei aquela esquiva que teletransporta clássica (e muito roubada), mas o jogo meio que me obrigou a usar a Ms Chalice (ou seja, equipar o biscoito ao invés da esquiva roubada).
E assim fui coma cara e a coragem, com o tiro básico mesmo.

Nesse primeiro dia eu simplesmente não consegui fazer esse primeiro chefe. Realmente comecei a entender que a ilha 4 deveria ser feita depois da ilha 3. Poxa...
Será que a minha jogatina bem-sucedida de Cuphead foi simplesmente uma coincidente inspiração do momento que o joguei e que fez o parecer fácil?
Depois de muito suar, finalmente peguei o jeito e fui para a fase seguinte que escolhi no mapa. Dessa vez era uma prova de sobreviver à um monte de inimigo pulando na tela e correndo enquanto você não pode atirar e foi o INFERNO essa fase. Me frustei demais com a DLC.
Passei no dia seguinte e o jogo foi andando e facilitando, finalmente. Mas ainda fiquei com o gosto de que muitas batalhas são meio aleatórias e injustas. Essa DLC tem bastante disso: fases que parecem forçar a dificuldade e te fazer morrer meio de graça em momentos que não tinham bem como antecipar.

The Delicious Last Course tem pouco conteúdo e eu contei uns 12 ou 13 desafios, sendo que alguns deles nem são obrigatórios e há um chefe secreto.
Os estágios comuns são bem familiares e contam com chefes completamente novos, com ataques novos, padrões diferentes e até temáticas clássicas dos desenhos que ainda não haviam sido abordadas no jogo base. É um complemento muito bem-vindo!
As fases de run 'n' gun não voltaram aqui, então nessa área não tem nada de novo (acho que nem faz falta, para ser sincero e mesmo antes eram poucas).
Uma outra novidade são estágios em que você só pode usar o parry, como aquele desafio de sobrevivência que mencionei logo acima. O jogo retira suas habilidades e mesmo se você tentar atirar, nada acontece, e geralmente são chefes mesmo que você tem que atacar com seu corpo ou devolver projéteis para vencer. Bem bacana!

Resumindo: Cuphead: The Delicious Last Course é definitivamente um complemente muito bacana à um jogo que já era tão completo e conta com mais fases, chefes super bem feitos e desafios diferentes. Prepare-se para (re)aprender o jogo e novos padrões de golpes inimigos e é uma ótima pedida para voltar à esse mundo após a demora para sair essa DLC. Acredito também que a melhor experiência aqui seria fazê-la logo depois de terminar o jogo original, ainda sabendo jogar e com os upgrades, mas consegui terminar sem muito estresse fugindo à essa regra.
De bom: tudo o que o jogo original tinha, como jogabilidade, estilo, animações, visuais. Mais um bocado de estágios para enriquecer esse clássico moderno. A Ms Chalice ajuda muito a quem achar o jogo original ou este muito difíceis e dá uma pequena agilizada para quem não quiser passar horas num único estágio (mas ela também não faz milagres e nem é um "Funky Mode"). Bom enredo complementar.
De ruim: achei curtíssimo, mesmo tendo jogado algumas horinhas. Calculo que os estágios mandatórios somam uns 7 apenas (obviamente você vai jogar os opcionais porque são demais)! Achei o hitbox de alguns ataques de certos chefes injusto. Também achei a dificuldade meio esquisita em alguns níveis a ponto de que eu já estava me preparando para dizer que não gostei da DLC, mas felizmente isso mudou.
No geral, esse conteúdo extra é bem bacana, mas nada que revolucione o jogo. É literalmente mais fases para jogar e alguns desafios originais. Deve-se lembrar que é mais uma ilha na aventura e cada uma das três originais já eram bem curtas. Jogo legal!

Tava numa maratona da série. Parei após zerar essa dlc
Essa DLC é boa, quando essas transformações eram explicadas de forma lógica (não comentarei por spoiler) e não enfiadas no jogo como dádivas superiores igual no Valhalla. Alguns anos atrás eu tava na pira da platina do AC3 mas como tem troféu online e os servidores já tavam em baixa ná época, hoje deve ter até aranha vivendo lá. Aproveitar que veio o remaster sem os online na Deluxe do AC Odyssey e platinar uma hora.
Não teremos mais rankings @platinadores?