
Ano - 2009
Número de episódios - 26
Disponível em plataformas de streaming - Sim (HBO Max, Netflix e Amazon Video)
Disponível dublado - Sim
Disponível legendado em PTBR - Sim
Sinopse: A história se passa na Europa do século 18, 243 anos antes do "Cavaleiros do Zodíaco" original. Três crianças, Tenma, Alone e Sasha compartilharam uma infância muito feliz juntos, até que um dia, Sasha é levada pelo Cavaleiro de Sagitário, Sísifo, para que ela morasse no Santuário, na Grécia, já que ela era a reencarnação da deusa Athena. Após isso, Tenma jurou que iria se tornar um cavaleiro para que pudesse protegê-la, e posteriormente adquire a Armadura de Bronze de Pégaso, enquanto Alone recebe a visita de Pandora e descobre que é a reencarnação de Hades, o imperador do submundo. Antes amigos, agora rivais em meio a uma nova Guerra Santa, esse é Saint Seiya - The Lost Canvas!
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Na minha finita existência, como um fã de Cavaleiros do Zodíaco, tiveram 3 momentos extremamente marcantes. O primeiro foi quando a série foi ao ar pela primeira vez na Rede Manchete, em meados da década de 90 (e com ele vieram os bonequinhos, as balas zung e por aí vai, que aliás já foi bem comentado no último post do arco), o segundo foi quando o anime foi reprisado na Band, em meados da primeira década dos anos 2000 (esse eu penei pra assistir, acabava sintonizando na rádio que transmitia o som da emissora na FM e ficava escutando os episódios, já que nessa hora a TV era da minha mãe, que era quando ela rezava os rosários dela na Rede Vida) e o terceiro foi, com certeza, a primeira vez que eu assisti The Lost Canvas!

Por mais que eu sempre gostei da série clássica (e gosto até hoje), sempre tiveram algumas coisas que me incomodaram, como o character design um tanto básico (ainda mais depois que retiraram o primeiro design das armaduras e adotaram o padrão do mangá, que é bem basicão), o pacing lento, os Cavaleiros de Ouro tendo pouco destaque, os Bronze tendo destaque demais... E incrivelmente, The Lost Canvas arrumou tudo isso, e esfregou na minha fuça com apenas alguns episódios!
A história é um prequel da série clássica, contando os eventos da "última guerra santa" (quem vier com "ahn, não é prequel porque não é canon", que leve um meteoro de pégaso no meio do rabo), que é falada toda hora na saga de Hades, que foi onde Dohko e Shion foram os únicos sobreviventes. Porém, como seria chato apenas mostrar uma saga de Hades 2.0 com personagens diferentes, deram um tcham a mais no enredo, colocando as reencarnações da Athena (a garota Sasha) e de Hades (o jovem e andrógino Alone) como irmãos, e amiguinhos com o cavaleiro de pégaso (o reencarnação anterior do Seiya, Tenma)!

Para os não muito letrados em CDZ, Hades e Athena ficam à eras fazendo uma Guerra Santa ininterrupta, onde ambos acabam se matando, reencarnando e refazendo o ciclo de matança, até que um prevaleça. Portanto, colocar 2 inimigos jurados de eras atrás como irmãos é um baita dum plot twist, e Lost Canvas utiliza isso muito bem.

Da esquerda pra direita: Albaphica de Peixes, Asmita de Virgem, Aldebaran (Hasgard) de Touro, Dohko de Libra, Shion de Áries, El Cid de Capricórnio, Sísifo de Sagitário e Manigold de Câncer (na imagem ainda faltam 4, que seriam Kardia de Escorpião, Dégel de Aquário, Regulus de Leão e Defteros de Gêmeos)
Outro ponto forte de Lost Canvas se dá pelo incrível cast que o mesmo possui. A série clássica tinha bons personagens, mas poucos eram verdadeiramente carismáticos, e os Cavaleiros de Ouro (o destaque da série), apareciam muito pouco, enquanto aqui temos um incrível panteão de personagens e o devido destaque para os dourados, em especial para alguns que foram bem fraquinhos na série original, como os Cavaleiros de Câncer e de Peixes.
O trio principal de personagens é bem satisfatório também. O Seiya da vez, o Tenma, não é tão icônico quanto o original (SAORIIIIIIIII), mas seus dois parceiros, o Cavaleiro de Unicórnio, Yato, e a Amazona de prata de Grou, Yuzuriha, com ambos lavando a honra dos Cavaleiros de Bronze que ficaram pra trás e das Amazonas (com ambos grupos não servindo pra nada), respectivamente.

Mas o destaque mesmo fica para os Cavaleiros de Ouro. Os já mencionados Cavaleiros de Câncer e Peixes (Manigold e Albaphica, respectivamente) roubam a cena assim que aparecem, com o resto do grupo (tirando os velhos de guerra, Dohko e Shion, que continuam os mesmos) não ficando muito atrás.

A animação é linda de morrer, o character design da Shiori Teshirogi é um verdadeiro colírio para os olhos, com a miserável tendo misturado elementos de shoujo com o estilo shounen da obra, com tudo sendo incrivelmente espetacular! A trilha sonora não é memorável como a da série clássica, mas tem alguns temas muito bons também, como o encerramento, Hana no Kusari (Laços de Flor, na versão BR), que é um dos mais lindos que já vi numa animação japoronga!
Porém, nem tudo são flores, obviamente, pois, por mais que existam relatos incríveis sobre Lost Canvas internet afora a série tem sim, suas bolas fora. Por mais que ela respeite muito bem o lore da franquia (coisa que os outros spin offs animados de CDZ enfiam no rabo), alguns Cavaleiros de Ouro morrem rápido demais (já sabíamos que todos iriam morrer, porém alguns caem igual abóbora aqui, e pra inimigos não tão fortes assim), algumas coisas ficam muito nonsense (como os pais do Tenma), porém nada, nada disso se compara com o pior problema do anime, que infelizmente, não é culpa dos roteiristas: ELE TERMINA PELA METADE!

Os episódios estavam sendo lançados em formato de OVA, mas devido às baixas vendas no Japão (entre outros fatores), acabaram por cancelar a série, e com isso até hoje, mesmo com o mangá já tendo terminado a anos (com direito até a terem lançado Gaidens sobre os dourados) é bem difícil, pra não dizer impossível, termos o resto da história animada... O que é mais foda nisso tudo, é que depois que LC foi cancelado, lançaram um monte de spin off merda da série, como o Omega, o Soul of Gold, o Sainthia Sho , um filme CGI horrendo e até uma versão CGI do Netflix, mostrando que sim, é uma série extremamente rentável... E Lost Canvas, atualmente, está disponível em 3 fucking streamings diferentes, e por que caralhos voadores anarcocapitalistas da Polinésia Francesa ninguém me pega pra animar o resto da série? Depois ainda eu falo que a indústria de animação japa está decadente e me falam que estou caducando...
Enfim, depois de tudo isso fica a indicação para o melhor spin off de CDZ, o The Lost Canvas que, por mais que não tenha continuação animada, existe o mangá, ainda com a arte linda de morrer da autora, e disponível oficialmente aqui no Brasil pela JBC (para quem ficar curioso com o final da série, o que é bem provável de acontecer). E a Velha, que ensinou a Yuzuriha a atacar com um pano, obviamente que assina embaixo!
Link das indicações da Velha aqui!
SAINT SEIYA!