Zerado dia 06/02/23

Seguindo a minha maratona de terminar os jogos exclusivos de interesse e vender o meu PS Vita, cheguei à três FPS, sendo que o primeiro do combo foi o Resistance: Burning Skies e o segundo foi esse Call of Duty: Black Ops Declassified (eu nem tinha percebido que tinha Black Ops no nome).
O Resistance foi bem legal mas COD é COD, né? Uma franquia enorme e que explodiu ainda mais em popularidade há alguns anos durante a era PS360. Tipo, saía um jogo todo ano!
Eu meio que não participei ativamente dessa época pois não tinha esses consoles, mas tinha vontade.

Eu estava bem curioso com esse jogo no Vita e até procurei umas imagens dele no Google. E que jogo bonito, meu deus! Prometia demais!
Assim como o Resistance, seria uma campanha de cerca de 3 horas e aparentemente tinham feito um milagre com o portátil da Sony com aqueles visuais. Ou será que só souberam usar o hardware de verdade?
Começando o jogo, percebi que ele também era de 2012, assim como o Burning Skies. Ué, sério? Quer dizer, isso é o ano de lançamento do Vita.
Houve então um tutorial ensinando os básicos do gameplay, que são um pouco diferentes do Resistance. Eu achei a jogabilidade bem mais fluída e a mira mais responsiva com os analógicos. Há também alguns comandos no touchscreen, como lançar granadas, mas deu para entender visto que o portátil não tem botões R2/L2 nem analógicos clicáveis.

Inicialmente eu tomei um banho de água fria com os visuais. Eu acho que estou desacostumado com o poder do Vita ou por ser um título de 2012 mesmo, mas eu realmente esperava mais. Não são feios, mas são simples e não muito distantes do PSP (acho).
Eu acho que a imagem que vi no Google ou era de algum site/promocional que a embelezou ou mesmo de outro jogo da franquia COD.
Outro fato que tenho comprovado é voltar à jogos 3D em portáteis, sobretudo esses mais recentes, depois da ascensão dos smartphones. Nenhum desses FPS são lá muito autênticos e puxam mais pro lado genérico da coisa e é inevitável comparar coma tecnologia de jogos e aplicativos que temos nas nossas mãos quase que 24h por dia (e olha que nem jogo no celular).
Para efeitos de comparação, quando você lembra de Castlevania: Aria of Sorrow no GBA, New Super Marios Bros. no DS ou qualquer Monster Hunter no 3DS ou PSP, você dificilmente compara com o poderio das máquinas do momento e isso porque eram jogos da época e muito ligados ao seu hardware e toda a cultura de suas épocas. Já Black Ops Declassified só parece algo desenvolvido para qualquer plataforma.

Mas olha, não dava para reclamar, não. Só que depois de tantos FPS esse aqui só parece um retrocesso. Não há nenhuma identidade, nenhuma revolução. Parecia uma desculpa para lançar um Call of Duty portátil que se aproximasse dos títulos principais da franquia e usasse sois analógicos, coisa que o DS, PSP e 3DS não faziam.
Iniciando a campanha principal ainda na esperança de curtir o jogo a beça, uma outra surpresa: não há uma campanha em si, mas missões para escolher e jogar na ordem que desejar. Puts...
Essas missões aparentemente tem pouca conexão uma com a outra e envolvem dois protagonistas diferentes da série: aquele do Black Ops, Mason, e outro cara que acredito ser dos Modern Warfare (mas posso estar errado, não os joguei).

Essas missões ainda tem três níveis de dificuldade e costumam ter objetivos e durações bem diferentes. É uma mistura meio agridoce de criaram mapas em pequenas escalas com missões quaisquer e o fato de ao menos eles se diferenciarem umas das outras.
Joguei na ordem em que elas estavam dispostas e no nível médio, mas sei lá. Não é um jogo muito difícil mas cheguei a falhar em algumas missões mais longas várias vezes e não há checkpoints! Você SEMPRE recomeça do zero de cada uma delas. Pensando agora talvez o nível fácil fosse uma escolha mais interessante.
A primeira fase é tranquila e os inimigos são bobos. Daí é o de sempre: você anda, os caras aparecem, você atira, se protege numa mureta, recarrega, atira mais, se esconde de novo enquanto espera a vida recarregar, limpa a área, anda pelo cenário e vê as armas dos inimigos no chão, troca pelas suas, se desejar...

Em poucos minutos a missão acabou. Deu para ficar bom com os controles, lançar granadas, usar a faca para matar na surdina aqui e ali. Tranquilo demais.
Já a segunda missão deu um pulo na dificuldade! Aqui você tinha tempo para chegar à reféns, salvá-los e depois chegar à um segundo grupo.
Basicamente você tem que entrar no modo Rambo atirando e andando e sendo certeiro, além de sobreviver. Morri várias vezes na minha ganância, outras vezes perdi pelo tempo e uma vez ou outra até cheguei a atirar num refém que morreu. Que preguiça desse estágio!
No final você tem que usar uma tecnologia que meio que bombardeia uns helicópteros por perto antes que eles fujam e eu não entendi bem na primeira vez sequer o que eu deveria fazer ou como usar o treco.
Em resumo: eu devo ter jogado essa missão umas 10 vezes e logo o restante de hype que eu ainda tinha por Black Ops Declassified foi por água abaixo.

Com o progredir da pseudo-história os ares foram mudando do típico cenário tropical para o gélido alemão, o que para mim é mais interessante.
A maioria das fases envolve matar geral em diversas seções mas as coisas foram ficando mais complicadas com muitos e muitos inimigos bem armados e mais exigência de me "curar" ou exterminar a todos com velocidade visto que os caras passam a lançar bombas e a se aproximar de você. Como na maioria dos FPS seu HP cai bem rápido. E lá vou eu de volta para o início da fase.
Outro fato é que os mapas começam a ficam um pouco menos lineares e a terem mais espaço para exploração. Alguns estágios também começam a exigir que você chegue até um ponto, pegue alguma coisa e volte tudo novamente, com novas ondas de inimigos.

Uma dificuldade que sempre tenho com esses shooter mais metidos a sérios é justamente a interação com itens. Quer dizer, você está andando com uma arma que só tem mais 5 balas sobrando e precisa de outra visto que você não tem achado munição para essa.
No cenário você passa por diversas armas e os nomes são sempre quase que códigos ou números seriais de consoles de video game. Nada de shotgun ou algo mais próprio como Hornet Gun. Aqui é tudo SAS-700, UNK256, PIS-UMG0045 ou sei lá. Muitas vezes trocava as armas pelo desenho esperando uma metralhadora e era algo bem diferente e que eu não curtia.
Enfim, mais para frente tiveram missões diferentes aqui e ali, como uma que você joga de sniper o tempo todo defendendo um cara até legal. E no final houve uma bem tensa, lotada de inimigos e difícil de sobreviver que eu refiz inúmeras vezes, bem estressado, até o final do jogo finalmente vir e... termina num cliffhanger bizarro. Nem parece zeramento, parece fim de jogo do Game Gear.

Resumindo: Call of Duty: Black Ops Declassified foi uma enorme decepção justamente para o FPS que eu esperava ser o mais bonito e divertido do Vita. O jogo é tremendamente sem sal e genérico como foi a minha experiência com o Unit13 no portátil. O Resistance teve seus defeitos e tal mas é um jogo de verdade, sobretudo comparado com isso daqui que parece um remake de um COD Java.
De bom: gameplay funcional. Alguma variedade nas missões. Contém modo multiplayer. Diferentes níveis de dificuldade (embora eu tenha rejogado uma boa porção da última missão no Hard e não notei diferença).
De ruim: super genérico. Missões independentes e com dificuldade aleatórias (tem missão difícil no início e no meio e tem missões fáceis no final). IA super artificial e irritante. Enredo besta e quase inexistente. Algumas fases exigem coisas específicas e alguns eventos aleatórios podem simplesmente fazer você falhar, como um NPC que morre de forma ridícula do nada. Fracassar sempre te leva de volta ao início da missão. Para compensar os mapas pequenos eles enchem de ondas de inimigos e artifícios para te prender e te fazer perder e reiniciar.
No geral, sinto que eu poderia ter vendido o Vita sem ter jogado isso que eu não teria perdido absolutamente nada, mas ao menos foram apenas 3 horinhas. Me diverti bem mais com qualquer uns dos COD do DS! Jogo muito fraco! Não recomendo a ninguém.

Pior que isso é algo que eu sempre reparo...Vejo se a animação muda conforme muda a situação. Muito maneiro