Zerado dia 17/12/21

Olha eu aqui terminando mais um jogo que ninguém liga ou conhece! Mas até tem um lado bom: apesar de eu priorizar a qualidade de jogos que começo e vou até o final, acredito que um pouco de quantidade pode balancear um pouco as minhas experiências anuais. Digo isso pois esse ano eu joguei bastante, como normalmente faço, mas nos últimos meses tenho zerado poucos títulos, fora que os meus planos de dar uma adiantada e aumentar esses números meio que foram por água abaixo se você olhar na quantidade de terminados nos últimos meses, sobretudo Dezembro, quando planejava pegar uns jogos mais curtos. A última vez que contei tinha cerca de 80 terminados e eu gosto do número 100.
O motivo mesmo de eu jogar Missing Features: 2D é que eu o ganhei diretamente da desenvolvedora QUByte Games pelo Instagram! Já tinha jogado coisas piores, inclusive deles mesmo, então porque não?

Bom, esse é um daqueles jogos com proposta de evolução conforme você avança. Me lembrou um pouco a ideia do Life of Pixel e Evoland.
A proposta aqui é meio que acompanhar um jogo sendo criado, desde o básico do básico até se tornar uma aventura completa e divertida.
No início é tudo bem simples: quadrados e retângulos estilo Atari 2600 representam o seu personagem, o chão e armadilhas mortais. A evolução vai se dando conforme você encontra e "coleta" um tipo de monitor de computador (me lembra um pouco aquelas telinhas do Sonic the Hedgehog) que desbloqueiam um elemento novo para o jogo cada.
Um exemplo disso é que logo nesse começo você encontra uma que abre a habilidade de pular, depois outra de morrer.

Logo você estará desbloqueando o sprite do seu personagem, depois o de algum tipo de inimigo, o das plataformas, depois a habilidade das plataformas se moverem, animação para os movimentos do seu personagem, pulo duplo etc etc etc.
Ok, a ideia é bacana e chega a ser bem interessante até para ensinar o princípio da programação de games para pessoas leigas, que sabem ao menos jogar (ou mesmo apenas assistindo).
Mas uma coisa que vou dizer é...o jogo é chatinho. Tedioso. Quer dizer, ele se agarra muito à essa ideia de ir adicionando suas características e mecânicas, mas o gameplay é bem sem graça. O que você enxerga é constantemente feio e repetitivo, algumas cores, e com sorte você vai ter desbloqueado algum som para os seus ouvidos antes de desistir completamente da experiência.

Eu tinha jogando Missing Features: 2D algumas vezes desde que o adquiri, mas fiquei o tempo todo nos dois primeiros estágios. Zero motivação.
Agora que voltei, fui até o final de uma vez, mas isso porque ele fica sim melhor conforme você avança. A questão é que ele demora demais para realmente chegar em algum lugar.
Enfim, avançando eu consegui deixar o personagem completamente animado, sons de pulo, um ataque de dash, pulo duplo, escalando as paredes estilo Mega Man X, trilha sonora, background, variedade de inimigos, efeito parallax. O jogo foi se completando e ficando mais interessante, ao mesmo passo que foi perdendo um pouco da sua própria lógica.
Com tudo desbloqueado, o que restou foi um jogo bem medíocre. Nada diferente dos muitos Alfred Knights e Dininho Adventures disponíveis pela Eshop e Steam. A dificuldade subiu um bocado com armadilhas que exigiam muita precisão/timing e checkpoints distantes que me obrigavam a refazer diversas seções só para morrer naquele mesmo local novamente.

MF: 2D foi de um jogo tedioso para um jogo tedioso e frustrante. Tudo o que eu desbloqueei para completá-lo foi quase que em vão.
E a lógica de desbloqueio das coisas? Você desbloqueia coisas só por desbloquear, tipo certos inimigos ou os espinhos. Se soubesse teria simplesmente ignorado seus "monitores", mas aí o jogo não me deixa terminar a fase. Algumas coisas demoraram demais para aparecer, sem motivo algum, como a animação de uns inimigos voadores que ficaram grande parte da aventura como sprites estáticos e feios a ponto de eu achar que poderia ter terminado algum estágio sem o ter coletado.
Você ainda terá que coletar a música e o background de todas as fases. Porque quando peguei da primeira não liberou logo todas? O resultado: eu jogando em fases silenciosas por tempo demais até encontrar seus discos LP.

A coisa toda ficou mais estranha ainda quando a própria ideia pareceu ter sido deixada de lado: os cenários seguiram diferentes temáticas com o avançar da campanha e novos elementos foram sendo introduzidos sem eu os "ativar", como tornados que nos jogam para cima e o próprio chefe final (e o único do jogo).
Ainda assim eu estava curtindo mais o jogo do que nunca. Os visuais são bonitos e bem trabalhados (mais do que qualquer imagem que eu postei aqui), fora que eu consegui desativar o filtro de TV antiga que estava me matando por dentro pouco a pouco.
Fiquei bem contente quando na fase 15 apareceu o nome "Final Boss" e eu já estava acabando. Mais um pouco e teria sido demais, o que infelizmente tem sido comum em muitos jogos indies de plataforma assim (DIninho, Save Me Mr Tako etc).

Resumindo: Missing Features: 2D parte de uma boa ideia, mas a executa de forma duvidosa. Acredito que os elementos a serem desbloqueados poderiam ter uma lógica maior inclusive para os coletarmos, mas o máximo que nos faz é aparentemente nos obrigar a encontrá-los para conseguir sair do estágio e progredir para o próximo. Como jogo, achei bobo e irritante, mas pode se ruma boa ideia para entendermos um pouco da lógica da programação de games.
De bom: completo, ele é bem agradável aos olhos. Alguns desafios são legais. Boa duração da campanha. Gosto do estilo meio Mega Drive.
De ruim: bugs. Completar o jogo não segue uma lógica nem usa disso como mecânica para motivação de gameplay. Level design chato e gameplay tedioso. Checkpoints muito distantes e punitivos. O jogo deixa de "evoluir" quando chega basicamente ao estágio básico de um platformer qualquer.
No geral, a experiência valeu pela pouca duração e pela ideia, mas eu não o recomendaria senão em casos bem específicos, como mostrar a alguém essas adições de elementos aos jogos. Pode até ser um ponto interessante para saber onde começar e continuar a criar um jogo (embora ele não ensine programação em si). De graça, foi bacana. Barato, tá ok. Além disso, nada que compense.

Po mas só Itau, e tem que ter o limite no cartão? Da no mesmo que ter o limite em qq cartão e comprar parcelado.hehe
Credo