
🏁 Finalizado em 25 de dezembro de 2017
A bola da vez... ou melhor... maçã da vez é Back to Bed, o meu terceiro jogo finalizado e o segundo envolvendo puzzles a ser arquivado. Se não me falha a memória, Back to Bed foi uma experiência que não me remeteu a nada que joguei no passado, o que sempre é um excelente sinal pois significa que ele conseguiu ser original o suficiente, ou me enganar lindamente :v.
Quando dei uma olhada em algumas imagens desse jogo pela primeira vez, confesso que foi mais confuso do que ver poeira em alto-mar. Não deu para entender muita coisa além de que era um jogo de puzzles que envolvia ambientes sem nexo, cachorros com cara de humano, tentáculos gigantes, trens em formato de baleias, peças de xadrez com asas, relógios que caminhavam de um lado para o outro e diversas loucuras de mesmo calibre. Mas quando comecei a jogá-lo, quase que na primeiríssima cena entendi o por que desse visual maluco.

Back to Bed gira em torno de um personagem chamado Bob, este cidadão sofre de narcolepsia e por isso costuma dormir bastante independente do que está fazendo e o lugar onde esteja; Quando Bob dorme e sonha a mágica acontece. No jogo, assumimos o papel de Subob (Subconsciente Bob) — um cachorro verde que possui o rosto idêntico ao de Bob —, e é justamente com ele que nós jogamos. O objetivo é apenas um: levar Bob em segurança de volta para cama... Back to Bed. Título apropriado.
O jogo de 2014 feito pela Bedtime Digital Games esbanja criatividade tanto no conceito quanto nas mecânicas, e foi até fácil ficar encantado com esse tema de "sonhos" pois sou fascinado por esse assunto desde a primeira vez que assisti Inception. Bob e todos os inimigos no jogo sempre se movem "no sentido do relógio", vulgo direita. Enquanto Bob caminha, suas pegadas são projetadas no chão da fase porém elas não ficam para trás, mas sim na sua frente e mostram o caminho que ele irá percorrer dado os objetos no ambiente, e nós, como um fiel cãozinho do seu subconsciente, devemos guiá-lo até o fim da fase: um quartinho com uma cama.

A coisa que mais acontecesse no jogo é Bob ficar caindo para fora do nível ou ser acordado por inimigos como alarmes, cachorros, bueiros assassinos ou "trens-baleia". Nós movemos maçãs verdes gigantes para corrigir a rota de Bob e até peças em formato de peixe que servem como ponte. Tudo é sem nexo pois o intuito do jogo é ser lúdico exatamente como um sonho, até mesmo a voz do Narrador, a única voz presente no jogo, transparece loucura por meio de frases ecoantes e fora de sintonia. É bem interessante ver que tudo no ambiente parece uma imensa mistura de coisas e objetos aleatórios ao mesmo tempo em que ele oculta um caminho lógico que leva Bob até a cama.
Já falando dos puzzles, eu gostei deles principalmente por que é possível fazer alguns níveis de mais de uma forma diferente, então existe um verdadeiro sentimento de liberdade ao resolver uma fase de Back to Bed. Também é muito gratificante conseguir completar uma fase que ficamos um demasiado tempinho raciocinando.

O jogo possui 30 fases divididas em dois níveis: Problemas no Telhado e Perigos do Porão, e... cara é bem curto! Mesmo quando você joga pela primeira vez, dá para fazer tudo em no máximo 2 horinhas mas isso nem é minha principal frustração com o jogo, mas sim a repetitividade presente nas fases. O segundo nível do jogo não sofre tanto com isso pois ele realmente apresenta algumas fases complicadinhas, mas o primeiro nível repete bastante como se quisesse mostrar um milhão de vezes que maças alteram o curso de Bob ou que peixes servem como pontes.

Depois que você completa os dois níveis ainda existem mais dois níveis "pesadelos" onde a única diferença dos anteriores é que agora é necessário coletar chaves nas fases antes de abrir a porta do quartinho onde Bob dorme. Mas é tudo igual, ter que andar novamente pelas mesmas fases que você já passou não chega a cansar pela duração do jogo, mas torna a tarefa repetitiva.
Outra coisa que não me agradou muito foi a completa falta de opções noa jogabilidade com o teclado e mouse. Tudo bem o jogo recomendar jogar com o controle, existe até uma tela que exibe os comandos do controle, mas não há tela mostrando os comandos do teclado e mouse, é como se tivessem esquecido de ter feito e ficou bem estranho. O jogo também insistiu em não salvar as resoluções de tela sempre que o minimizava. Não sei se esse problema aconteceu somente comigo mas isso foi frustrante.

E o que posso concluir de Back to Bed? Não é um jogo ruim. Ele possui visual, conceito e mecânicas bem caprichadas e, acima de tudo, criativas como todo jogo de puzzle que se preze, porém acaba pecando em coisas simples como variações de jogo e configurações ligeiramente quebradas, o que acaba impossibilitando o desenvolvimento necessário para que ele fosse além dos seus aspectos positivos.
🌟 Nota: 6.5
Back to Bed
Platform:
PC
78
Players
16
Check-ins
Esse aí eu acho que não peguei quando estava de graça, agora não lembro. Me parece ser um jogo bem massa, lembra o Monument Valley.