Registro de finalizações: DOOM 3
Zerado dia 06/08/22
Dando uma olhada aqui nos jogos do Switch para decidir o que jogar em que ordem dos poucos que faltam para completamente esvaziar o console e o desbloquear e DOOM 3 estava entre os mais longos, mas bateu uma baita vontade de jogá-lo, felizmente. Isso levando em conta que sempre tive curiosidade em conhecer esse título que tem a fama de ser "diferentão" dos demais, só que ao mesmo tempo que eu tinha essa curiosidade, eu tinha um pouco de medo de iniciá-lo pois a opinião dos jogadores não soa tão favorável além de que aparentemente seria algo mais voltado pro gênero de Horror, o que poderia indicar que ele seria mais lento.
O próprio howlongtobeat.com indicava 11 horas. Puts, os anteriores duravam 7 e eu sempre os achei um pouco longos demais (acabou durando apenas 8 horas para mim)!
Para ser sincero eu já tinha dado uma olhadinha no começo da aventura umas duas vezes para ver como eram os visuais totalmente 3D, se rodava bem no Switch e para ver se seus diferenciais me conquistariam a ponto de me deixarem mais animados para o jogar de verdade no futuro. Os resultados foram positivos, mas eu devo ter jogado realmente uns 3 minutos cada vez. Até pouco tempo a ideia também era jogar um jogo da franquia Doom por ano pois eles me cansam, não vou mentir e mesmo tendo o adorado, eu joguei o 64 em 2022 e bem recentemente.
Só que não tive escapatória: eu realmente quero desbloquear o Switch logo! Me esperam Metroid Dread, Xenoblade 3, Link's Awakening, Legends: Arceus, Kirby and the Forgotten Land e mais um monte de outros, incluindo multiplataformas e indies. Enquanto isso eu estou jogando os Knights and Bikes e Warlocks 2 da vida.
Iniciando o D3, reparei em algumas coisas. Primeiro que o jogo é bonito, bem bonito. Quer dizer, eu tenho a consciência de que é um jogo originalmente de 2004/2005, para PC e o primeiro Xbox e isso é importante para se preparar para seus controles, mecânicas e como a cultura dos video games eram na época, mas os visuais são muito bons e combinam muito bem com a tela portátil do Switch, que recebeu uma versão modernizada da BFG Edition (2012, geração Xbox 360).
A segunda coisa que reparei é que o jogo não tem opção de ligar legendas. Super bizarro! O legal disso é que a experiência fica mais imersiva, mas muitos jogadores definitivamente dependem delas, mesmo em inglês, para acompanhar os acontecimentos do enredo. Fora isso, há momentos em que você tem que abrir o inventário, ouvir arquivos de áudio e os entender para, por exemplo, descobrir o código de abertura de portas.
Por último, os menus, displays, HUD do jogo são bem pequenos e menos apelativos como um jogo mais "pop" seria. Enfim, a sensação é que D3 é bem adulto e sério e fez me sentir como se tivesse assistindo arquivos militares nesse início.
Esse início trata do seu personagem chegando à base de Marte, conversando com as pessoas, indo de lugar X à Y. Ele te põe realmente na pele do Doom Slayer, que aqui por algum motivo não usa capacete. Isso me fez pensar se esse jogo teve um papel grande em tudo quanto é FPS desde então, tipo esses Halo que tem cutscenes interativas com pessoas olhando para a câmera e conversando direto com o jogador e a história se desenvolvendo assim, de forma mais cinemática e, mais uma vez, imersiva. Quer dizer, a ideia principal deve ter vindo de algum Half-Life da vida, mas mesmo assim.
Uma curiosidade é que quase todo mundo é careca.
A primeira fase é um saco, ao meu ver. Você vai se sala em sala, corredor em corredor, passa por scanners, para para ouvir alguém falar com você. Abre porta automática atrás de porta automática e, cara, o lugar parece gigantesco! Quando você chega ao final, pedem para você voltar tudo.
Mas é aqui que começa a problemática que gera o enredo de D3: quando a base de repente é atacada por monstros. Você volta já usando as suas primeiras armas, a pistola e a shotgun (a pior arma do jogo disparado).
Os primeiros inimigos são zumbis dos trabalhadores do local. De início achei estranho mas lembrei que nos jogos originalmente tinham esses humanos que atiravam em você e tudo. Logo começam a aparecer também aqueles que jogam bolas de fogo, Imps.
Foi aí que eu percebi que eu estava levando D3 como um jogo diferente demais do que ele realmente é. E mais tarde eu teria a certeza de que o jogo é uma modernização da série clássica e que foi na verdade muito bem traduzida para os até então estilos modernos.
Você anda, explora, coleta armas. munição, cartões que abrem portas, mete a bala nos monstros e por aí vai.
Algumas diferenças incluem:
-D3 é um título mais escuro e inclusive há um botão para ligar a lanterna. Não que você fique no completo breu sem usá-la mas há sim momentos que você pode ficar desnorteado e o meu maior medo era mesmo não ver um inimigo ou um item necessário para progredir nas fases;
-É um jogo muito mais linear que os anteriores. Raros foram os momentos que fiquei perdido ou andando como barata tonta (e isso é ótimo).
-É também o jogo mais fácil da série até então. Você toma pouco dano no nível Normal, há muita cura e munição e dificilmente os inimigos realmente representam perigo;
-O lance de ser um jogo de terror não é bem verdade. Eu achei o foco do jogo bem mais pro lado da ação mesmo e me senti jogando um Doom "half-lifeado". Para ser sincero, a atmosfera do primeiro HL costuma me deixar mais apreensivo do que a de D3. Isso mudou um pouco quando joguei com o fone conectado e pude ficar mais imerso e ouvir uns sons mais medonhos. Dá para ver que muito foi reutilizado no jogo de 2016 adicionado à ação desenfreada dos clássicos.
Outra coisa que foi substituída foi a trilha sonora, que agora ao invés do Heavy Metal temos uma trilha mais atmosférica, silenciosa senão pelos gritos infernais e barulhos de metal aqui e ali. Mas na verdade a OST dos antigos nunca me convenceu (e olho que adoro Heavy Metal).
Além da volta de quase tudo quanto é monstro, eles mantiveram também a jogabilidade das armas. Digo isso pois os jogos clássicos só demandavam que você mantivesse os inimigos à sua frente para os acertar e, embora aqui tenha mira, as armas não tem quase nenhum recuo a cada tiro. Você pode manter o gatilho ativado e esperar que o inimigo seja destruído. Isso é um pouco estranho depois de você se acostumar com FPS mais modernos e a necessidade de manter o dedo da mira constantemente a reposicionando em cima do alvo.
Morrer é algo bem incomum, mas chegou a acontecer comigo algumas vezes por vacilo ou confiança demais aliada a preguiça de voltar para um terminal de vida de algumas salas atrás. Nesse jogo se você morre, você volta para o último save sendo que por vezes o jogo faz isso automaticamente porém recomendo fazer os seus próprios mais frequentemente conforme você avança. Houveram momentos que morri por conta de um barril que explodiu ao meu lado ou pedaço do chão que desabou e lá se foram muitos minutos perdidos. Eu odeio jogo que você tem que ficar salvando toda hora e não me acostumo mais a fazer isso!
Algo bacana de D3 é a continuidade entre os estágios. Eu sempre achei que os clássicos pecavam muito nisso e parecia que as fases eram super independentes e simplesmente criadas uma após a outra. Mas aqui o enredo segue o seu progresso e você sente aquela sensação de progresso ao contrário de ir de 0 a 100 a cada estágio.
E falando em estágios, eles são em sua maioria relativamente pequenos aqui, mas podem demorar mais do que parecem por um motivo: a enorme quantidade de inimigos! Não tem como se sentir sozinho nesse jogo visto que muitas vezes você entra numa sala e surgem muitos deles, você os mata e logo aparecem mais (e mais). O jogo ainda gosta de fazer com que alguns deles apareçam propositalmente atrás de você.
Você passa tempo tempo atirando em monstros que chega a cansar. Cansar mesmo! E depois que você elimina a todos, desce uma escada, pega uma chave e sobe a escada, mais criaturas são sumonadas. Fica até bem previsível para ser sincero.
Resumindo: DOOM 3 é um jogo melhor do que eu imaginava! A adaptação da clássica série para a cena 3D e mais cinematográfica de 2004 é muito boa e mantem muito mais da essência do que as pessoas o dão crédito. Todos os inimigos estão de volta, assim como o grande arsenal de armas, a ação, exploração por cura, munição e chaves, chefes, embora tudo seja de teor mais linear e fácil, mas sem perder a graça. E graças a deus que D3 não foi mais um bocado de mapas e alguns novos inimigos como o 2 foi em relação ao 1.
De bom: belos visuais. Boa atmosfera. Adorei os efeitos de sombra causados pelas luzes. Me senti mais em Marte do que nunca na série! Final poderia ser melhor, mas foi legal. Grande variação de inimigos e armas. Envelheceu bem.
De ruim: odeio que a lanterna fique se apagando. Odeio a necessidade de fazer saves manuais volta e meia. Achei que o jogo poderia ter menos inimigos e que exagera um pouco nisso. Faltaram ao menos as legendas e porque não o idioma Pt-BR?
No geral eu curti bastante. Acho que fora o 2016, esse seria o único Doom que jogaria novamente. Não é uma experiência perfeita, mas acho que ele merece mais crédito pelo que é e como adaptou a franquia para uma diferente geração. Agora falta só o Eternal para fechar a série! Sobre D3, jogo maneiro!
DOOM 3
Platform:
Nintendo Switch
7
Players
1
Check-in
Esse jogo tinha graficos tao a frente do seu tempo...que até parece atual hoje em dia, é um jogão que me deu alto sustos, ele segue a Linha do DOOM 64, é mais terror do que ação.
Parabéns. Este aí acabei abandonando depois de ficar preso em uma batalha contra 2 demônios que saem de um portal...