Soul Hackers 2: Abra seu coração, resgate sua alma!
Quantos anos eu não entro aqui! Pensei que o Alvanista tinha sido desativado. Muito bom saber que apesar de anos, o sentimento acolhedor e nostalgico dessa rede social ainda vive.
Aproveitando esse pequeno ímpeto - momentâneo ? - hoje escrevo sobre um jogo que me cativou na ausência de jogos de uma das franquias que eu mais amo.
Soul Hackers 2 pode ser descrito como um spin-off da franquia Shin Megami Tensei. É o quinto jogo da franquia Devil Summoner e por mais que aparente ser o sucessor direto de Devil Summoner: Soul Hackers, podemos dizer que se trata de uma nova aventura que fez uso de um nome já existente na história. Eu gosto de pensar que Soul Hackers 2 se trata de um soft reboot e se preocupou bastante em atrair novos jogadores.
*Vale ressaltar que NÃO irei fazer uma review ou análise completa, detalhada e técnica do jogo. Meu objetivo aqui é apenas dissertar um pouco sobre a minha experiência com o título, então mesmo que eu passe por alguns aspectos do jogo e esqueça de outros, essa é a intenção!
Então pega um café e aproveite a leitura, que deve levar de 3 a 5 minutos em média...
I. E aí, por onde começamos?
A narrativa de Soul Hackers 2 se passa no século XXI, onde vários avanços tecnológicos foram alcançados pela humanidade.
• Um detalhe importante aqui é que estamos no mesmo universo de Devil Summoner, logo, eles (os invocadores ou summoners) marcam presença.
Para quem não esta familizarizado os Devil Summoners são pessoas capazes de interagir com os demônios. Mais precisamente, são pessoas com habilidades espirituais natas ou desenvolvidas que lhes permitem formar contratos com demônios em troca de favores, empréstimos de poder, entre outras possibilidades.
Aion é uma forma de vida senciente que transcende a inteligência humana e vigia o mundo dos humanos, nascido dos dados ambientais coletados nas redes digitais do mundo. A existência de Aion é formada basicamente por duas partes iguais de dados e essência: a parte eletrônica e a parte espiritual.
Apesar de manter uma rígida política de não interferência no mundo humano, ao prever o fim do mundo, Aion decide enviar seus agentes recém-nascidos para evitar tal destruição, que segundo os cálculos de Aion, será causado por um efeito borboleta de decisões humanas e intereferências sobrenaturais.
Para que tal efeito não ocorra, as agentes Ringo e Figue guiados por um intermediador de Aion chamado Flamma precisam proteger três summoners cruciais para o plano de salvar o planeta: Arrow, Milady e Saizo.
Muito prazer, lhes apresento os protagonistas do jogo!
Da esquerda para direita: Milady, Arrow, Ringo, Figue e Saizo.
II. Você deve estar se perguntado: Soul Hackers 2 é um bom Shin Megami Tensei ou um bom Persona?
Nenhum dos dois! Mas calma, eu explico...
Um dos critérios mais equivocados que li em diversas reviews e análises é justamente esse caráter comparativo com as séries "principais" dos jogos. Por mais enraízada que sejam as mecânicas de gameplay, Soul Hackers 2 - e a franquia Devil Summoner - tenta apropriar essas características de forma diferente, em uma tentativa, que eu consiedero bem sucecida, para formar uma identidade própria.
Soul Hackers 2 pega diversos elementos de Shin Megami Tensei como a temática mais obscura e ocultista dos demônios e seus contatos com os humanos. Ao mesmo tempo que resgata um pouco da interação social que Persona faz - com maestria - sente-se a preseça dessa dicotomia que imerge no encontro de uma atmosfera própria.
Por um lado temos traços instrísecos e inseparáveis da franquia como o combate em turno, os demônios e seus sistemas de fusões, assim como o desenvolvimento de personagens caricatos e cativantes, ainda que não tão originais.
III. Então Soul Hackers 2 é um jogo diferente? Como é o ritmo dele?
Inovador? Nem tanto.
O jogo segue um pequeno ritmo linear de progressão. Podemos separar o jogo em dois polos: sua história principal e literal (no mundo real) e sua história paralela (dentro do subconsciente espirtual dos personagens, num mundo figurado).
O jogo tem uma dificuldade relativamente fácil se comparada aos demais jogos da série principal. Durante os dias no jogo, o jogador fica a vontade para executar diversos planos. Temos uma linha de progressão através da história principal do jogo, seguindos os eventos narrativos dos protagonsitas. Ou seguir por uma rota paralela conhecendo e desenvolvendo mais a narrativa sobre cada personagem, isso acontece em suas respectivas dungeons que existem imersas dentro do Axis.
Através do Axis, cada personagem pode desbravar sua Soul Matrix, que é basicamente um emaranhado de dados, sentimentos, lembranças e memórias de cada personagem que se personificou num extenso e expandível calabouço digital. A exploração da Soul Matrix possibilita um avanço de poder e permite conhecermos mais sobre as aspirações e objetivos de cada personagem.
Continuando os eventos principais do game, o jogador pode variar entre: seguir a investigação para parar o fim do mundo a risca, se aventurar nos poucos mas muito bonitos pontos das cidades, fazendo requests, fortalecendo os laçoes com os demais membros da equipe através de "hangout events", se fortalecendo cada vez mais através das clásicas fusões de demônios e fazendo upgrades em suas COMPs (armas exclusivas pertencentes aos devil summoners) e outros demais eventos clássicos de um J-RPG do gênero.
Alguns pontos da cidade como: o Bar para encontros e Karakucho um centro comercial.
IV. Quais os pontos fortes de Soul Hackers 2?
Sua história? Sua músicas? Não, nem tanto.
Seus personagens? Não no plural.
Eu considero que Soul Hackers 2 tem dois pontos fortes: A Ringo (que nao chega a ser A protagonista se fomos analisar bem a fundo o jogo. Não é o caso aqui) e sua estética. Vamos lá...
Confesso que a minha reação com o anuncio do jogos foi a de surpresa. E uma das caracteristicas que mais me assustou foi a "tal protago". Nos trailers do jogo, eu tive uma impressão de que a Ringo seria mais um desses protagonistas genéricos. Um personagem "bad ass", sem pontos fracos, "sabedor" de tudo, o mais fod#, o típico protagonista de JRPG. E para minha surpresa, a Ringo não é nada disso.
Logo no início do jogo, somos apresentados a uma personagem carismática, bem escrita e estilosa. Estamos falando de um "organismo sinstético" recém -nascido. Apesar de não humano a atuação e escrita da personagem também não soa de forma robótica e clichê. Ringo vai aprendendo mais do mundo humano conforme vai conhecendo mais sobre as inspirações e desejos de seus colegas de equipe. Tudo é feito de uma forma leve e cativante que torna todas cenas divertidas e interessantes. Dignas de serem lidas.
E os demais personagens, são ruins? Não, porém nada originais. Temos aqui a configuração padrão e classica de toda "JRPG party":
- Arrow o personagem sério e maduro que quer mudar o mundo através da justiça;
- Milady a personagem em busca de vingança, que quer acabar com o mundo pois não há justiça nele;
- Por fim, Saizo, o alívio cômico da equipe, o personagem que leva a vida na brincadeira, sem responsabilidades fixas.
- E a Figue? Pra ela eu dou um pouco de crédito, podemos considerar a Figue como uma irmã mais velha de Ringo, que também transborda esse ar de inocência em estar descobrindo o mundo aos poucos, mas com uma escrita mais responsável e séria.
Pronto, garanto que não preciso mais dizer nada sobre os personagens para você entender o que eu quis dizer!
E o segundo ponto? Ah sim, sua estética. Aaaaah que lindo...
A temática "neonpunk", futurista é algo que sempre me chamou a atenção. Todo esse viés tecnológico que anda completamente fundido as pessoas em um futuro distópico (na maioria das vezes) é sempre muito poético.
Porém, reconheço que pode causar um certo desconforto visual. Cores vibrantes, neon, luzes mirabolantes e etc. Não é o caso em Soul Hackers 2. Sua paleta de cores, assim como todo seu visual estético passou por uma supervisão muito caprichosa e balanceada. Apesar das cores vibrantes, nenhuma chega a machucar os olhos, todo visual dos personagens convie em harmonia com o ambiente.
O HUD, os menus, as falas e textos do jogos, são aconchegantes e muito bonitos. Você lê durante minutos e não se cansa. Por isso dou um mérito pessoal em cima desse aspecto. Não é algo fácil de se fazer!
Um pouquinho do visual do jogo.
V. E aí, vale a pena?
Na minha opinião, vale a pena para os entusiastas e curtidores do gênero. Desde que o jogo esteja em uma promoção boa. Não é um jogo que eu pagaria full price, (tanto que eu não paguei).
Soul Hackers apesar de um visual bacana e personagens cativantes não possui uma história original tão menos um nível de desafio que te motive a jogar várias e várias vezes. Você vai querer terminar o jogo duas vezes, pois ele oferece dois finais completamente diferentes e o recurso do New Game Plus para continuar progredindo, porém tudo isso vem de uma forma muito fácil e rápida. Não quero aqui, romantizar dificuldade (ja basta a vida), mas se é para direcionar uma grana (e não é pouco, afinal, os jogos no Brasil estão absurdamente caros) que seja num jogo um pouco mais complexo e duradouro. Mas se você esta buscando um JRPG numa atmosfera futuristica, de combate por turnos e não tão longo, essa pedida pode vir a calhar!
• Outras informações e Curiosidades
Qual é a minha versão do jogo? Soul Hackers 2 - Deluxe Ediiton (PS4)
Comprou por quanto? Paguei R$ 120,00 numa promoção de fim de ano, na Playstation Plus.
Demorou quantas horas para completar o game pela primeira vez? Minha primeira run foi de 70 horas, completando todos os conteúdos extras, farmando, grindando, buildando os personagens e seus demônios para a segunda run.
Platinei o game na segunda run, através do New Game Plus em 10 horinhas. Logo, meu tempo total de jogo foi de 80 horas. Ou seja, o game pode ser cortado pela metade, caso queira apenas completar o jogo pela história.
Alguma dica? Pelo fato do jogo não ser tão difícil, eu acho um pouco relativo essa questão das dicas. Mas lá vai algumas:
1. Use seus itens durante as explorações das dungeons. O jogo te dá MUITO item, você não vai usar 20% da variedade de itens que o game disponibiliza, então use-os e torne seu gameplay ainda mais tranquilo.
2. Coma antes de epxlorar as dungeons. Assim que você abrir a opção de cozinhar, cozinhe! Sempre que você entrar e sair de uma dunegon o efeito da sua comida termina, então, dê um pulo na safehouse e cozinhe outra vez.
3. Use o "demon-recon". Essa mecânica é explicada logo nos primeiros minutos de jogo. Sempre troque uma ideia com os demônios espalhados pelo mapa, eles sempre te darão itens, dinheiro e materiais. Inclusive, quanto mais demônios em seu stock, mais vezes eles aparcerão para você!
4. Quer um desafio maior? Coloque o jogo no "Hard" e builde seus demônios. Jogar o jogo no "Difícil" não é tão difícil, mas aumenta consideravelmente a força dos inimigos, mas isso é facilmente contornado se você montar uma build estratégica, focando nos principais atributos da sua COMP (arma), elementos e afinidades de cada personagem.
Abaixo eu deixo as minhas builds. Fiz elas no end game da minha primeira jogada. Minha segunda run foi no "Very Hard", um passeio no parque.
Ringo & Zeus
Arrow & Lilith
Saizo & Seth
https://media.alvanista.com/uploads/timeline_image/2...(img)
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Milady & Amon
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• Trailer de Anuncio do jogo:
Se você leu até aqui, muito obrigado. Viu alguns errinhos de português ou digitação? Sem problemas, um dia eu dou uma revisada. Juro que sei escrever, mas a preguiça me vence as vezes!
Até algum dia, espero que em breve. Quero muito voltar a compartilhar minhas experiências nos vastos mundos e dimensões dos jogos que ainda são minha paixão, porém cresci, como todos nós, tenho rotinas e responsabilidades, infelizmente e isso me tirou muito do mtempo e disposição que eu tinha. Espero muito que o Alvanista ainda continue aqui quando vier a inspiração e vontade de escrever novamente, haha. Beijão!
Soul Hackers 2
Platform:
Playstation 4
4
Players
Parabéns, Catherine é um negócio que eu nem sonhava em fazer o 100% na época do meu 360 (e nem acredito muito que eu consiga platinar o Full Body também ahuauhahuah).