Zerado dia 27/12/19

Tá aí uma super pendência minha. Borderlands 2 foi comprado por mim e mais 3 amigos há uns anos por uma pechincha em alguma promoção louca. A recomendação veio por um deles e eu sempre via o jogo em todo lugar e resolvi dar uma chance. Jogamos umas poucas horinhas, mas eu fiquei frustrado com a experiência e acabamos deixando de lado. Eu não me via voltando ao jogo tão cedo e ele ficou um século aqui no notebook.
A parte frustrante veio por conta de eu cair a todo momento em partes de tiroteio e depender de amigos pra me levantar constantemente e, embora todo mundo caísse, eu sentia que estava atrasando o grupo mais que qualquer um. Era bizarro como eu parecia terrível em um gênero que sou relativamente experiente.
Com a pulga atrás da orelha vendo aquele ícone no desktop, insisti pra galera pra voltarmos, mas as opiniões ficaram divididas: um animou, outro estava sem computador e o último que tinha o jogo, se distanciou de nós (e um amigo que poderia o substituir não tem o jogo e não quer pagar por ele).

A oportunidade de voltar a jogar B2 veio agora, com bastante tempo disponível aqui no Rio de Janeiro e depois de ter jogado Borderlands 3 recentemente e ter curtido bastante. Eu já sabia que mesmo que precisasse jogar sozinho, iria me divertir e a dificuldade seria mais tranquila.
Abri o jogo, vi que ainda possuía meu velho personagem, mas resolvi criar outro de outra classe e recomeçar a estória do zero e prestar mais atenção nos diálogos e tal, coisa que é quase impossível jogando online com meus amigos. Fiquei contente em saber que o jogo reconheceu instantaneamente meu controle de Switch e eu pude jogar da mesma forma que joguei o 3, mas fiquei triste em lembrar que meu notebook é uma carroça sem placa de vídeo dedicada. Fiquei um tempão mexendo em configurações e o deixei jogável, e com um um visual estilo PSP, haha.
Bom, o importante é o framerate, e mesmo não tendo ficado perfeito, ficou ok.

Começando B2, você aprende os controles básicos da aventura que mistura FPS com RPG, level up, alocação de pontos e customização. Bom, se você já jogou qualquer jogo de tiro, você basicamente já sabe jogar B2, apesar de ir muito além dos conceitos dos Call of Duty da vida.
Logo você aprende a se movimentar em combate, mirar, tentar atirar nos pontos fracos dos oponentes e tentar acabar com suas barras de vida o mais rápido possível. Em seguida aprende sobre equipar diferentes armas e experimentar, sobre missões que requerem que você ande pelo mapa em direção a marcações e explore até lugares que você já passou. Depois há o esquema de escudo, que protege sua vida enquanto existir e se regenera com o tempo (coisa que o HP não faz).
A parte mais interessante é quando conhecemos sobre as habilidades e suas árvores próprias de cada classe e como você aloca pontos de acordo com o que você quer que seu personagem se torne/especialize. Não procurei nenhuma build online e fui me concentrando em certas habilidades passivas e no final das contas eu nem sei se ficou muito bom.

Conforme eu jogava, eu percebia que muita coisa do 3 já vinda de jogos anteriores, como a mecânica do Second Wind, que funciona assim: se você ficar sem vida, seu personagem começa a rastejar pelo chão e caso você mate alguém, você levanta e está de volta à ação. Nesse jogo eu tive muita dificuldade em me levantar pois parecia que minhas armas eram fracas demais o tempo todo e que a mira abria demais no chão, além de não permitir que eu usasse a "visão de scope" das armas. Fora isso, parecia que quando os inimigos sempre corriam pra longe quando me derrubava, como se o jogo não quisesse MESMO que eu avançasse. Tudo isso resultou em muita morte e perda de dinheiro.
Se você morre em B2, você revive no checkpoint mais próximo que foi ativado (são terminais que se ativam quando você passa perto). Nenhum inimigo dá respawn, mas os vivo regeneram suas vidas 100%. O lado bom é que você teoricamente só precisa matar pelo menos um deles para ter progresso, mesmo que de pouco em pouco. Por outro lado, alguns deles são tenso e você renasce e já morre até porque as vezes eles se juntam e te destroem.
Chefes também regeneram seus HPs, mesmo que você tenha levado um século pra tirar metade.

Falando em rever coisas, praticamente todos os personagens que eu vi no 3 estão no 2 (e provavelmente no 1) e eu tive a mesma sensação de quando joguei primeiro o Tales from the Borderlands e depois o 3: eu deveria estar jogando essa série na ordem, mas bizarramente estou indo de "trás pra frente".
Bom, eu cheguei à um ponto de desistir de entender qualquer continuidade entre os títulos e foquei apenas em cada um individualmente. No final das contas o enredo é bem Sessão da Tarde, mas não vou mentir que fico meio perdido as vezes com pequenas referências e piadas.
Já sobre as diferenças, fica bem óbvio como o 3 é uma grande evolução de seu antecessor. O 2 é mais linear e limita muito sua exploração do mapa. Além disso, tudo acontece num só mundo, dividido em áreas, que são quase sempre ou gelo ou desertor (ermos) e isso é meio tedioso e repetitivo. Os inimigos também variam pouco demais e raramente eu derrubava armas melhores de inimigos ou baús pelo mapa e dava até preguiça de conferir o que eu conseguia (mas eu acabava fazendo).

Mais perto do final do jogo, depois de matar vários chefes e fazer missões não tão criativas, as coisas do nada começaram a ficar bem difíceis e eu fiz os últimos níveis com cerca de 5 níveis abaixo dos inimigos (eu no 25 e eles no 30).
De um lado eu não upava muito rápido e minhas armas, apesar de mostrarem bons danos, não tiravam muito HP dos oponentes, que são verdadeiras esponjas, e umas levemente melhores requeriam muitos níveis a mais. E a minha classe, que era pra ser um tank, as vezes caía com um tiro ou dois. Eu não sabia o que fazer! Sabe o que é você morrer dezenas de vezes para um robôzinho meio besta? Haja paciência!
Eu acredito que o jogo quisesse que eu me dedicasse mais à fazer missões secundárias e curtir a aventura mais lentamente, explorando e matando mais vezes em partes que eu já tivesse ido, mas eu joguei calmamente e foi difícil demais!

Tive ainda problemas com as muitas limitações de espaço de inventários. Você coleta uns equipamentos e logo fica com a bolsa cheia, mas você não quer se livrar das coisas porque elas serão úteis em alguns níveis mas acaba tendo que escolher o que manter e deixando no chão vendendo o que for menos doloroso de passar pra frente. Existe um banco que você pode deixar suas coisas pra buscar depois (ou mesmo com outros personagens da sua conta) mas o limite também é minúsculo: apenas 4 slots (sua mochila deve ter uns 10 e toda hora tem equipamento sendo encontrado).
O jogo permite ainda expandir esses inventários com o pagamento de umas pedras roxas que você acha aqui e ali pelo mapa (geralmente matando inimigos mais fortes, como chefes). O problema aí é que, além dessas expansões serem caras e ficarem mais caras conforme você as adquire, você ainda tem outras coisas para aumentar limite, como a quantidade de balas de cada arma e mesmo de granadas. Acabei investindo num pente maior de pistolas, rifles e mochilas maiores, mas continuei tendo dificuldade com as limitações de todos eles...
Já uma coisa bacana de B2 são os inúmeros desafios disponíveis no jogo. Coisas como atirar milhares de balas, matar muitos inimigos com determinados tipos de armas ou fazer muitas outras coisas. São MUITOS desafios e cada um é dividido em vários níveis, como atirar 10.000/25.000/50.000 balas e coisas assim. Cada vez que um desafio é cumprido você ganha um Badass Rank e pode gastar cada um deles para fortalecer seu personagem com coisas como diminuir o recuo das armas, aumentar seu HP, precisão com as armas etc. Apesar dessas melhorias geralmente serem de 0.5% no atributo escolhido, são uma adição legal ao subir de nível regular e junto com as personalizações de estética permitem que você seja único!

O jogo foi difícil e complicado, mas por sorte e um pouco de pensamento, consegui burlar um pouco algumas partes.
Por exemplo, aconteceram bugs aqui e ali que faziam com que inimigos só me olhassem e não atirassem. Outras vezes o oponente andava até alguma parte do mapa e ficava preso (isso aconteceu inclusive comigo mesmo)! Os meus prediletos foram um em que um sub-chefe começou a flutuar verticalmente e eu pude finalmente matá-lo enquanto ele só me olhava e se distanciava. Infelizmente ele morreu muito alto e o loot ficou por lá. O outro aconteceu com um dos últimos chefes que simplesmente ficou congelado depois de tanto me matar e eu o matei tranquilamente (com medo de ele voltar ao normal do nada).
Já em relação aos macetes, se você conseguir ficar em qualquer lugar que tenha uma abertura pro inimigo ou que bloqueie seus ataques, o que geralmente é fácil, basta ficar de longe atirando e se ele não se mover pra cima de você, é só questão de tempo para que você o destrua. Isso me foi muito útil contra uns robôs gigantes que parecem nunca morrer e até no último chefe, que não me deu nenhum dano!

Resumindo: Borderlands 2 é um jogo maneiro e que deve ter sido ainda melhor na sua época de lançamento, pois a série é bem grande e famosa, mas hoje em dia as coisas podem ser um pouco diferentes. Por querer apenas zerá-lo e focar na campanha, tive bastante dificuldade em vários dos capítulos finais e fiquei bem frustrado e o fato de ele não ter rodado 100% no meu notebook provavelmente me atrapalhou a curtir mais a experiência também, assim como o fato de não ter jogado o primeiro Borderlands. Eu comecei curtindo mas depois acho que posso dizer que não me diverti, mas também não odiei (só estou feliz de ter conseguido terminar logo).
De bom: visual carismático. 4 diferentes classes e muitas builds e customizações que te permitem criar o personagem do seu jeito. Muitas armas e equipamentos em geral. Multiplayer legal pra jogar de galera. Os NPCs são bacanas e engraçados, apesar de nada muito novo. E foi bom rever personagens que eu já conhecia de outros jogos da franquia.
De ruim: dificuldade esquisita onde um robô nível 28 é tranquilo, como deveria ser, mas o amigo dele de mesmo nível, mas que se especializa em soltar fogo tem que levar 8237827323 de dano pra ser derrotado. É um jogo que você cai constantemente e tem que depender da mecânica Second Wind, mas você só pode usá-la 3 vezes em um curto período de tempo e os inimigos fogem de você quando te derrubam. Muitas limitações de inventário e munição e você está sempre sem munição. Foquei em criar um personagem que não caíssem e levantasse fácil mas não adiantou nada e cansei de ser derrubado nem sei por quem. Constante sensação que seu personagem é fraco e um salto de nível dos inimigos no final. Cenários repetitivos. O enredo me pareceu muito pouco independente do jogo anterior.
No geral, foi legal ter jogado e ter conseguido terminar, mas achei a experiência muito esporádica com dificuldade, variedade e diversão. Talvez seja um jogo que exija grinding, coisa que eu raramente faço. Acho que talvez nem jogasse os outros se eu tivesse começado a jogar por Borderlands 2. A minha dica é: jogue Borderlands 3, pois ele evoluiu muito as coisas e trouxe a experiência definitiva, na minha opinião, expandindo e muito os horizontes, sendo carismático, trazendo mais possibilidades e um universo rico de verdade. Eu esperava muito mais do 2.

Realmente, dizer que o Xbox 360 fez o povo comprar jogos originais foi forçado, o 360 é popular no Brasil justamente pela pirataria, tem várias formas de destravar, se ele falasse que jogar online motivou as pessoas a comprar original e manter travado, aí eu concordo, e mesmo destravado ainda rolava uns piratas.
Mas tirando isso, adorei essa série do The Enemy, fiquei sabendo de muita coisa.
O vídeo e vem bacana, mas notei isso TB. Até hoje vendem jogos de X360 na feira de sábado aqui perto 😄
Eu também discordo de você, pelo menos na minha regiao povo pegava xbox porque era otimo jogar online dele pratico etc e ainda depois saiu uns desbloqueios que ainda dava chance de jogar online com baixas chances de ter bloque nao foi graça a pirataria somente a pirataria mas todo um conjunto ps3 so surfou nesta onde tanto que ps3 no EUA e no brasil so foi alcançar mesmo numero de popularidade e proximos a 2012