Jogo finalizado #279 – Assassin's Creed: Valhalla (PS5)
7º em 2022
Demorei. Demorei, mas não só zerei como platinei a saga viking de Eivor em Assassin’s Creed: Valhalla. E que saga! O jogo base levou boas 160 horas para ser completamente destrinchado. Isso sem contar o material gratuito extra que constantemente a Ubisoft foi disponibilizando nos últimos 2 anos. Esse game tem MUITO conteúdo. E, por sorte, bastante variado (diferente de AC Odyssey). Isso tudo em um mundo primorosamente construído e lindo graficamente. Só é uma pena que a história do passado se distancie bastante do tema ASSASSINOS, se focando bastante na dominação da Inglaterra Medieval pelo clã do Eivor e também em temas dos ISU (Aqueles que Vieram Antes da franquia). Pelo menos os acontecimentos dos dias atuais deixam qualquer fã antigo da franquia animado, mais do que isso, deixam novamente hypado pelo próximo AC para ver o desenrolar da trama! (algo que desde a morte de Desmond em AC III não sentimos)
Sou fã veterano da franquia, desde antes de AC II ser lançado, e anseio por jogos atuais na pegada dos antigos masssss mesmo assim vejo lados bons nesses últimos 3 ACs conhecidos como a trilogia RPG. Eu gosto desses games (afinal, platinei todos eles kkk), principalmente do Origins que ainda tem um enredo forte e temática de assassinos. E felizmente Valhalla corrige todos os erros que Odyssey. É um game extenso, seja pela metragem do mapa, seja pelos conteúdos disponíveis. São diversos os objetivos disponíveis para ser feito no jogo. Começa com simples partidas de Orlog, o mini-game da vez, em que jogamos dados e usamos cartinhas de poderes especiais concedidos pelos deuses nórdicos; porém logo nos vemos cumprindo uma miríade de objetivos como empilhar pedras e ouvir diálogos com toda calma e paz de jesus espacial; destruir símbolos amaldiçoados que estão em locais filha-da-puta de acertar (em cima de arvores, em baixo da terra, etc); coletar itens importantes como livros de skills ou peças de set de armaduras em baús de complicado acesso (dentro de uma casa trancada, dentro de uma tumba, em baixo de um poço, e assim vai); derrotar animais lendários em extensas batalhas (pq esses bichos são esponja de dano, que raiva kkk); consumir cogumelos alucinógenos para ficar doidão, digo, para resolver puzzles ou cumprir desafios de combate; Locais de Fragmentos de Memórias variantes de glitch do Animus que revelam a trama real entre os Isus; e claro, o clássico coleta-coleta em que temos que pegar dezenas de máscaras romanas para dar pra um npc em troca de prêmios ou coletar penas (aiai Ezio) para ganhar tatuagens. Além disso também tem uma grande quantidade de peixes para perscar e animais para caçar... Porém o que, ao meu ver, brilhou no game foi o sistema de eventos. CADA SINGLE UM desses eventinhos que ocorrem dentro do mapa são diferentes um do outro, bastante surpreendentes e algum são engraçados à beça, enquanto outros são melancólicos. Por exemplo, ajudamos um menino encontrado na mata a se reencontrar com sua mãe urso; encontramos uma moça numa torre que aguarda que algum pretende a salve; somos desafiados por um velho que se acha o dono do maior “sopapo” da Inglaterra; e assim vai. São dezenas de mini historiazinhas de 3/5 minutos que, no mínimo, levantam interesse no jogador!
A Ubi, mantendo seu primor em construção de cenário e trabalho de ambientação, entrega uma Inglaterra inteira à disposição de Eivor, além de uma boa parte da Noruega, e um pedacinho da América no Norte, região chamada pelos Vikings de Vinlândia, e como não lembrar dos mapas transcendentais de Asgard e Jotunheim? Além desses, a Ubi também acrescentou com o tempo outros mapas, como o da Ilha Skye (da expansão de Kassandra), e os mapas das incursões fluviais (Rio Exe, Rio Severn, Rio Dee, Rio Berbha, Rio Erriff e o Rio Reno – na França!). Sim, são muitas regiões. E cada região contém um determinado número de objetivos e pontos de interesse, assim como um arco da história principal; é assim que o game é divido, no fim das contas, por região do mapa. O maior mapa – Inglaterra – se divide em 13 regiões, porém acrescenta-se mais 3 que são as cidades de Lunden, York e Winchester, totalizando 16 arcos narrativos apenas no mapa principal. Além disso temos também dois arcos na Noruega (um no começo e outro no final do jogo), além dos já citados arcos em Vinlândia e dois nas áreas “mitológicas”. Por esse motivo, a main line de AC Valhalla é um tanto fragmentada, e isso se justifica na história ao definirem que o Clã do Corvo tem como objetivo formar uniões com todos os territórios da Inglaterra a fim de fortalecer laços, ou até mesmo dominar algumas regiões e colocar Vikings no poder. A hub do jogo é Ravensthorpe, o nosso assentamento no jogo, fica no meio do mapa e é de lá que iniciamos cada um dos vários arcos narrativos pelas regiões do mundo. Legal que é nosso dever evoluir o local, construir casas, fornecer materiais, ajudar moradores, e tudo mais! É bastante legal ver nosso Clã evoluindo junto com Eivor, ao final fica um local realmente aconchegante como era a Vila Auditore de Ezio em AC II.
São tantas histórias, mas tantas histórias que confesso que meio que se diluiu na minha cabeça aquele tanto de personagem que esse game possui. Eivor faz amizades com muitos governantes de cada um dos feudos, e o legal é que muitas dessas figuras aparecem nos capítulos chaves para ajudar em combate! Cria-se uma relação de parceria, é muito legal ver que após ajudarmos essas dezenas de personagens em suas questões locais, eles aparecem para nos ajudar em nossos objetivos. Os secundários mais marcantes são Halfdan, Ivarr e Ubba, filhos de Ragnar Lothbrock; Brothir e Broder, dois irmãos guerreiros de nomes... peculiares; Vili, o parça de Eivor e jovem governante; Guthrum, o grande líder viking; Stowe e Erke, os comandantes de Lunden; entre uns outros. Acredite: o jogo tem realmente personagens secundários em excesso, e todos tem uns nomes lazarentos de lembrar. No fim das contas é como se cada uma desses arcos narrativos fossem como um episódio de uma série procedural, e somente alguns realmente avançam a trama central do game que envolve os Isus. Isso é algo relativamente negativo, porém como adentrei “na pele” de Eivor e comprei o objetivo de conseguir alianças com governantes de toda Inglaterra e fortalecer o Clã do Corvo e Ravensthorpe, acabei por aproveitar bastante. Mas que fique claro: quem procura a clássica trama envolvendo a ordem dos assassinos vai se decepcionar. Sério, temos uma cabana na vila em que Hytham, um líder assassino recebe os colares de membros do culto dos anciões que a gente caça, tenta fazer Eivor se juntar aos ocultos e ela nega do começo ao fim do game kkkk. O foco do jogo é mesmo a jornada Viking de Eivor, porém também entrega pontos importantes envolvendo os Isu. E tome-lhe plot twist! Os dias atuais ganharam destaque nesse game, com acontecimentos de deixar qualquer fã da franquia hypado pelos próximos games. Desde AC III eu não me empolgava tanto com a trama dos dias atuais (tbm né, a Ubi tava cagando pra isso na era das Américas e nos seguintes...).
Porém o que fica, no final das contas, é o sentimento de que tive uma grande jornada com Eivor por esse mundo, conquistei honra e glória basicamente do zero, construí laços com figuras de poder importantes daquele período, namorei a irmã do meu irmão escondido, construí minha vila e a fiz prosperar e claro, derrubei muito sangue de centenas de soldados não-vikings e também de membros dos anciões e até mesmo desmantelei a ordem deles (com a ajuda de um inesperado insider). Ótimos personagens desse jogo, além do sempre sábio e forte Eivor, que é tão foda que usa a hidden balde em cima do braço pra mostrar para seus oponentes sua bela arma, é seu enigmático irmão Sigurd, o líder do Clã do Corvo; Randvi, que era a esposa do irmão e a estrategista do Clã, mas vira nossa namorada; Valka, a curandeira da vila e Basin, o oculto fodão enigmático e meio cuzão kkkk Mas também não poderia me esquecer do parça Gunnar, o ferreiro do Clã, que inclusive se casa bem na cena de final da história base de Eivor. É um sentimento recompensador, eu gosto de fazer o "role-play" em games como esse, e Assassin's Creed sempre foi bom nisso devido seus ótimos protagonistas, coadjuvantes legais e o mundo ao redor sempre feito com todo esmero e capricho.
Enfim, não preciso dizer que eu entrei na pele de Eivor, empunhei o machado e lutei por espaço e por glória! AC Valhalla apresenta um mundo enorme e bastante recompensador de se explorar, bastante conteúdo diverso para não ficar repetitivo e aposta em quase que em um “simulador de viking”, porém não esquece de empolgar os fãs mais antigos com uma trama no presente mais ativa e acontecimentos chocantes! Sem falar que o jogo é um espetáculo em ambientação, trilha sonora e gráficos. Conta com alguns personagens marcantes e uma grande quantidade de secundários que fazem parte de núcleos interessantes na história da dominação da Inglaterra. Poderia apenas ter dado uma importância maior à ordem dos ocultos, o que deveria ser o cerne desta franquia. É um jogão e que vale o tempo investido, mas que fique o aviso: é necessário QUERER viver nesse mundo, comprar a jornada de Eivor e dai é só alegria!
Nota: 9/10!
Conteúdos Extras:
Valhalla é um jogo lotado de conteúdo, objetivos diferenciados, mas mesmo assim recebeu MUITA atenção da Ubi nesses 2 anos desde que lançou. Atualizaram o jogo frequentemente.
Expansões Gratuitas:
- 1 expansão de Desafios de Maestria com muito conteúdo, eram vários challenges boas e realmente ... desafiadores.
- 1 expansão com Mapas Fluviais que foram 5 mapas enormes para fazer raid com os vikings
- 1 expansão com as Tumbas dos Caídos para explorar, foram 4 tumbas com personalidades antigas da era do império romano.
- 1 expansão com um mapa novo e uma história crossover com AC Odyssey com a presença de Kassandra (A Fated Encounter)
- 1 expansão com elementos Roguelike em mapas doidos da mitologia (The Forgotten Saga)
Além de:
- Eventos sazonais a cada 3 meses de acordo com a estação do ano com várias missões para fazer e minigames
- Várias missões de contratos de assassino para se fazer com o Reda.
E AINDA está para sair mais 1 expansão gratuita contando o fim da história de Eivor (The Last Chapter)
Expansões Pagas:
- 2 expansões pagas com conteúdo, mapa e história novas (War of the Druids e Siege Paris)
- 1 mega expansão com um mapa enorme com mais de 30hrs de duração paga (Dawn of Ragnarok)
Sério, a Ubi tá de PARABÉNS com esse tanto de conteúdo que lançaram para AC Valhalla
Isso que o jogo já é enorme!!
Assassin's Creed: Valhalla
Platform:
Playstation 5
44
Players
11
Check-ins
Ae, parabéns pelas platinas da trilogia RPG ai porque essas sim são baita testes de paciência e resistência... kkkkkkk
O Valhalla foi uma boa surpresa mesmo especialmente na parte de não ficar repetindo tanto as missões e também por ter diminuído a cobrança por grinding que era no Odyssey e só foi uma pena que escolheram um período histórico tão chatinho como esse, que deve fazer mais sentido só para o pessoal nórdico e lá da UK, sendo que para os outros jogadores é bem provável que vão ver a cena final e nem lembrar mais do nome dos personagens que apareceram na história... xD
Que venha o evento de sábado! expectativa alta!