Jogo finalizado #263 – Resident Evil: Revelations (PS3)
24º em 2021
Talvez um dos games mais subestimados da franquia? Revelations expande os horizontes de Resident Evil com uma trama mais global, envolvendo organizações anti-bioterrorismo, agências especiais governamentais e grupos extremistas, tudo empacotado em uma trama construída no formato episódico de séries de TV, contando com cliffhangers, seções de "anteriormente" e vários núcleos de personagens. Aqui temos a jogabilidade parecida com o sexto game, ou seja, jogabilidade padrão de games de tiro em terceira pessoa da última década, e funciona muito bem. Sem falar a volta às origens que a Capcom entregou ao trazer de volta o clima de terror, ambientes escuros, um mapa bem elaborado com backtracking relevante, portas a serem abertas, inimigos aterrorizantes, e muito mais. Uma perola naquela época em que a empresa só decepcionava os fãs com games como Operation Raccoon City ou RE 6 (época da Crapcom!).
É um jogo feito originalmente para 3DS, por isso tem certas limitações, até mesmo é meio curto, levei cerca de 7 horas para zerar seus 12 capítulos. Porém o ritmo flui muito bem, eu mesmo levei dois dias para terminar, joguei sem parar! Por causa dos cliffhangers ao final de cada capítulo a vontade para continuar é imensa. A jogabilidade flui bem, apesar de ser mais simples. Percebo que todo o esquema desse game serviu muito como base para um dos melhores games da franquia, RE 2 Remake. Quem curtiu a reimaginação do 2 certamente vai gostar de Revelations! O que me incomodou um pouco é o mapa, que não é tão bem feito quanto poderia ser, sendo até mesmo confuso e impreciso. Os gráficos são bonitos, só peca um pouco na modelagem facial de alguns personagens (como o vilão). O clima de terror é bem construído nos trechos do navio, retomando bem o clima de survival horror dos games clássicos, apesar de ainda existir certa abundância de munição. O jogo reverencia tanto os originais que contamos até mesmo com um laboratório secreto no interior do cenário (aqui é o navio Queen Zenobia), além de ao final, os heróis fugirem de helicóptero. Pensando aqui esse é o jogo da franquia que mais sexualiza suas personagens, Jill sempre tem seu zíper um pouco aberto, Jessica esbanja sexualidade toda hora que aparece, chegando ao ponto de ficar com uma perna e uma nádega de fora em seu traje tático, e pasme, Rachael já transformada em Ooze com um baita decotão em evidência xD Mas blz...
A história é bastante complexa e até mesmo confusa, em alguns momentos se não prestar atenção você ficará boiando. A todo o tempo reviravoltas são reveladas, agentes-duplos, personagens que trocam a casaca, personagens aparentemente morrendo e depois voltando, e muito mais! O ano é 2005 e, como sempre, temos um novo e poderoso vírus que pode colocar a humanidade em risco (T-Abyss). Também temos uma cidade (Terragrigia) sacrificada por conta das BOWs que tomaram o lugar, dois protagonistas bastante conhecidos, uma organização tentando mostrar ao mundo o seu poder e um traidor desconhecido. O cenário principal do game é o navio Queen Zenobia, projetado pelo mesmo responsável pela mansão Spencer, a luxuosa embarcação encontrasse infestada por Oozes, pessoas infectadas pelo T-Abyss. Na realidade haviam três navios gêmeos, além de Zenobia, havia o Queen Semiramis e Queen Dido e os heróis passam por todos eles, seja por desinformações ou para chegar ao objetivo final. Mas a história é muito maior do que nossos queridos personagens em cenários sombrios sobrevivendo em meio a infectados zumbilóides. E gente, o que foram essas referências e citações ao Inferno de Dante? kkk (melhor relevar).
O mote da trama são os acontecimentos de Terragrigia, em que um núcleo terrorista conhecido com Veltro (comandada por Jack Norman) lança um ataque com BOWs (no caso, uma cacetada de Hunters) devastando a cidade e matando a população. A BSAA (Bioterrorism Security Assesment Alliance - agência multinacional de combate ao bioterrorismo), deu suporte a FBC (Comissão Federal de Bioterrorismo), mas não tinha muito o que fazer, já que não contava com ação militar no incidente. Apenas o diretor Clive R. O’Brian estava na operação, dando suporte e oferecendo ajuda estratégica. A operação foi um tanto atribulada, já que O’Brian entrou em conflito diversas vezes com o diretor da FBC, Morgan Landsdale. O principal ponto conflitante foi a decisão de Landsdale de usar o satélite Regia Solis para destruir a cidade logo após a sua evacuação emergencial. A medida adotada por Landsdale foi para conter um possível alastramento do ataque bioterrorista. O’Brian sempre desconfiou muito das ações de Landsdale e, no ano seguinte ao incidente de Terragrigia, recrutou Raymond Vester, ex-agente do FBC e, com sua ajuda simulou uma ressureição da organização Veltro para tentar desmascarar as verdadeiras intenções de Landsdale. É nesse ponto que nós, como jogadores, acompanhamos os angentes da BSAA Jill Valentine, Parker Luciani, Chirs Redfield, Jessica Sherawat (a mariposa mais ardente da saga), Keith Lumleuy e Quint Cetcham (os alívio cômico desnecessários do game), além de Raymond Vester e sua parceira, a coitada da Rachael Foley. Todos em missões a mando de O’Brian, alguns sabendo as reais intenções da missão e outros não, como é o caso dos nossos queridos Jill e Chris, que seguem em busca um do outros em meio a navios infestados e bases cheias de neve.
SPOILERS: Embora o plano do de O’Brian parecesse bom, havia um agente-duplo infiltrado na BSAA, que fez com que a ação do diretor da BSAA fosse de conhecimento de Landsdale. Com isso, o diretor do FBC conseguiu fazer uma virada de mesa, acusando O’Brian de traição e fazendo com que ele fosse preso em meio a operação. Graças as ações de Jill Valentine e Chris Redfield, evidências da culpa de Landsdale, de seu envolvimento com a organização Veltro e com a criação do vírus T-Abyss foram descobertas. O’Brien foi bem-sucedido porém perdeu seu posto devido a natureza ilícita de sua operação, Morgan foi preso por terríveis atos de bioterrorismo, Norman morre após um ano de tormento e os agentes “do bem” seguem suas carreiras na B.S.A.A, com exceção de Jessica e Raymond, que na verdade trabalhavam para a Trycell (espécie de “nova Umbrella” apresentada no filme em animação RE: Degeneration) e para eles entregam uma dose do vírus T-Abyss.
O vírus da vez é o T-Abyss, junção do clássico T-vírus + o vírus Abyss, encontrado em peixes que viviam nas profundezas extremas do oceano. Quando infecta um hospedeiro, o The Abyss converte as reservas de água e gordura dos organismos em grandes densidades ósseas e musculares, conferindo características únicas a peixes de águas profundas. O The Abyss também é fácilmente transmissível, podendo ser adquirido até mesmo por via oral, caso o vírus fosse diluído em água. Esse vírus cria diversos inimigos do game. E esse game é rico em inimigos, viu. Seja os Ooze, os normais que apenas têm comportamentos de zumbis comuns; Scagdead, gordões tanks resistentes; Sea Creeper, algumas mulheres que se transformam nesses monstros marítimos, Scarmiglione, criaturas parecidas com tubarões, poderosos e resistentes; Wall Blister, parecem hunters e agem como tais; Globster, uma massa de carne com uma bocarra na parte inferior e os peixes infectados, conhecidos como Ghiozzo. Além dessas criaturas horrendas, também enfrentamos os clássicos cães-zumbis (na real são lobos), chamados aqui de Fenrir e Farfarellos, hunters infectados pelo T-Abyss, que agora possuem a capacidade de ficarem invisíveis! De Bosses, temos que lidar com Rachael Ooze, que persegue Jill por diversos cenários e se recusa a morrer (sem falar do belo par de teta, que isso Capcom?!); Draghinazzo, terrível monstro de alta estatura que ataca feito um tanque; Malacoda, gigantesco monstro criado pela infecção de uma baleia já alterada pelo T-Abyss por um parasita mutante e, por fim, o Ultimate Abyss, versão transformada de Jack Norman, age como um Tyrant, tem poder de teletransporte, ilusões de ótica para se duplicar e um raio de luz que faz cegar, além de ser forte para caramba!
Revelations é um bom game da franquia, porém..... não revela nada demais sobre a saga xD. Um pouco simples na jogabilidade devido sua natureza, mas bastante competente no que se propõe. Tem uma variedade muito boa de inimigos, pena que peca um pouco na I.A. A história pode ser bem confusa e exagera nas reviravoltas, mas ainda assim agrega muito à saga, expandindo-a e trazendo um novo rumo para a série (que se relaciona com os filmes em animação, além do quinto e sexto game). É muito gostoso de jogar também, foi o primeiro a retomar o espírito clássico da franquia na década de 2010. Deveria ser mais reconhecido! É bom demais ver Jill e Chris novamente, e os personagens novos foram bem construídos, a gente acaba gostando de (quase) todos. Ahhhh como seria bom se o casal Valentine + Redfield fosse pra frente....
4/5 estrelas
Resident Evil: Revelations
Platform:
Playstation 3
1164
Players
267
Check-ins
Eu gostei dessa campanha separada. Curtinha e interessante, mostrando as áreas por uma outra perspectiva.