
Concluindo mais uma etapa nessa grande jornada que é consumir quase tudo possível de Resident Evil, nos últimos dois meses também assisti à essas quatro produções animadas em computação gráfica que são canônicas dentro da franquia! Foi assim: após jogar RE 4 eu assisti à Degeneration e depois à Infinite Darkness. Em seguida joguei RE 5 e somente assim pude ver Damnation. Previsivelmente, após zerar RE 6 parti para Vendetta xD Só é uma pena que as conexões reais entre essas animações e os games sejam beeeem tênues, se não inexistentes. Mas foi uma experiência legal, cumprem o papel de expandir o universo da franquia, por citar agências como a BSAA, a TerraSave e outras.

O maior astro de todas essas obras é o Leon, impressionante a popularidade que o fodão de franja tem! Essas animações todas focam-se em apresentar um acontecimento episódico dentro da saga, um caso isolado que envolva alguma catástrofe com armas bio-orgânicas (B.O.W) em que nossos heróis precisam investigar e lutar contra. Fica claro para mim que os games da era de ação (RE 4, 5 e 6) seguem bem nessa toada. Infelizmente nenhuma dessas obras chega a ser realmente estupenda na história, porém muitas tem ótimas cenas de ação e foram primores técnicos em suas épocas.
- Degeneration
O primeiro filme em computação gráfica da franquia mostra que é sim possível fazer uma história que conversa com os games e funciona por si só, mesmo que executada de forma meio torta. Acompanhamos um capítulo na história de Leon e Claire, que voltam a se encontrar inesperadamente para mais um pesadelo!
Degeneration se passa em meados de 2005, um ano após as desventuras de Leon com o culto espanhol dos Illuminados, e sete anos depois do incidente em Raccoon City. Na história vemos Leon trabalhando com a S.R.T. (Special Response Team), em conjunto com seu mais novo crush, Capitã Angela Miller. (Aiai esse Leon...) Por outro lado, Claire tem papel de liderança em uma ONG que apoia vítimas de bioterrorismo chamada TerraSave.
Quanto aos antagonistas, primeiro o filme apresenta Curtis Miller, irmão de Angela, que tem um passado traumático devido os acontecimentos de Raccoon e se dedica na luta contra o bioterrorismo por meios menos dignos; Frederic Downing, chefe da empresa WillPharma, personagem que primeiro desconfiamos de sua índole, depois aparentemente confiamos nele por ser cabeça da empresa farmacêutica a produzir vacinas para o T-Virus, e por fim descobrimos que ele era um ex-empregado da Umbrella que havia roubado doses dos vírus T e G... E um personagem meio que sobrando aqui é o Senador Ron Davis, figura meio patética corrupta que só pensa em seus ganhos pessoais.
A animação se passa em dois cenários majoritariamente, o aeroporto de Harvardville que é assombrado por um ataque envolvendo o T-Virus e a sede da WillPharma, em que uma bomba explode e vemos Curtis injetar uma dose do G-Virus em si mesmo, virando assim um monstrengro tal qual William Birking. Ambos só cenários são palco para muitos tiros e ação desenfreada.
Leon neste filme não aparenta ser a mesma pessoa que foi em Resident Evil 4, se não fosse a franja estaria irreconhecível, nem mesmo loiro é mais, não esboça emoções e nem o humor sarcástico do game, sempre estando de cara fechada. Mas o seu fraco por mulheres continua forte, roubando até um beijo de Angela em um momento bem nada a ver em baixo d'água! Já Claire mantém personalidade vista nos outros games, sempre disposta a ajudar os outros, tendo fortes relações com crianças (no caso a indiana Rani) e tal, o problema é que pouco a colocam na ação de fato... E que roupinha feia essa que colocaram nela kkk
A qualidade da animação é mista, parece MUITO como se fosse uma grande cut-scene... os cenários são bem feitos para as época, porém o rosto dos personagens são zoados, não expressam muitas reações e os olhos são mortos, e a qualidade da movimentação do corpo também é estranha, parece meio travado e com movimentos lerdos demais. O ritmo do filme é regular, tendo momentos cansativos com diálogos fracos.
Porém ainda é um filme legal, para os fãs da franquia é um alívio em face dos filmes da Milla. Foi aqui que Resident Evil mostrou consequências do caso Umbrella/Raccoon City, mostrando que o mundo não era mais o mesmo e diversos ataques estavam acontecendo no mundo. Além de introduzir novos conceitos à saga, como a TerraSave e a nova empresa do pedaço: Tricell Incorporate, compradora dos restos da WillPharma. Construção de universo que fala?

- Damnation
Segundo filme animado da franquia, Damnation novamente segue o queridinho da Capcom e de grande parte do público, Leon S. Kennedy, em uma missão especial contra BOWs em cenários de conflito político. Tem uma qualidade gráfica muito superior à Degeneration, parecendo ótimas cutscenes de games da atua geração. Conta uma história bem episódica dentro do lore da franquia, mas é interessante o bastante para proporcionar boas cenas de ação e de luta.
Sendo ambientada em uma zona de guerra na República Eslava Oriental (país fictício do Leste Europeu), no ano de 2011, a trama mostra a guerra civil envolvendo o governo tirânico daquele país e os rebeldes populares, em meio a uma guerra em que as armas bio-orgânicas estão sendo utilizadas por ambos os lados. É uma narrativa abrangente, que se alinha a games como RE 5, 6 e Revelations 1, em que o foco passa a ser envolvimento de governos internacionais e grupos terroristas com a herança maldita que a Umbrella deixou ao mundo. Leon é enviado para o local, mas desobedece coordenadas (passadas pela Hunnigan!) de retirada e decide ficar no país para investigar um pouco mais. Graças a Deus mantiveram um senso de humor cínico no personagem que, apesar de ainda estar carrancudo, não é mais o boneco de cera inexpressivo de Degeneration. No desenrolar da trama ele acaba por ser capturado pelos rebeldes, mas logo passam a cooperar. No lado das forças rebeldes, somos apresentados à Ataman, senhor que tem o poder de controlar as BOWs, J.D, o cara maneiro que curte a América e Buddy, uma das figuras de liderança do grupo. Não demora muito para percebermos que os errados nessa história são aqueles no poder (Fight the Power!), centralizados na figura da milf presidente Svetlana Belikova, que em segredo, mantinha inúmeros Tyrants e outros monstros em seu domínio. Mas nem só de “bem e mal” vive esse filme, que me surpreendeu a mostrar a sempre enigmática espiã Ada Wong, que aqui surge se passando por uma agente da BSAA, mas logo se demonstra estar ali apenas para interesses próprios e roubar uma amostra para si!
A narrativa segue para lá e para cá, ora mostrando Leon enfrentando seus velhos conhecidos Lickers, ora enfrentando civis infectados pelo parasita Las Plagas versão 2. As cenas de confrontos são boas, sempre primeiro colocando a câmera em primeira pessoa com uma lanterna para dar certa tensão e depois evoluem para combates armados contra os monstros, que me deixaram com plena vontade de pegar o DualShock kkk Adiante no filme ocorre uma bela de uma luta mano-a-mano, ou melhor, gata-a-gata entre Ada e a presidente e wow, surpreendentemente uma luta muito justa e que deixa até Ada impressionada. Achei um pouco forçada algumas situações como uma em que Leon e Ada se safam de dez guardas apontando armas em suas direções, mas... beleza. O bom é que após isso o filme segue em ritmo acelerado com direito à muitos Lickers (que estão sendo controlados por Buddy... ok, foi difícil engolir essa), e um Tyrants T-013, muito parecido com o Mr. X de RE2, que realmente impõe respeito. Após sofrer para derrotar um, com direito a um tiro de tanque na cabeça do monstrão... tudo isso para mais dois surgirem no horizonte, coitado de Leon e Buddy kkk Porém nada que uma união pacífica entre EUA e Rússia para resolver a situação e salvar o dia, não é mesmo?!
É um filme legal, episódico, mas que tem várias referências aos games clássicos e representa um Leon muito melhor que o do filme animado anterior. Creio que a maior ligação com os games seja a Ada usurpando mais uma amostra, agora do Las Plagas tipo 2. Tanto que nos créditos finais são mostradas cenas de Resident Evil 6! A qualidade do CGI é alta, parecendo mesmo games de última geração, com bons movimentos e tudo mais. Leon nunca é demais, não é mesmo? E aqui ele foi só um pouquinho gado, quase nada xD

- Vendetta
Criticado por muitos e apreciado pelos mais entusiasmados, o terceiro filme animado canônico da franquia entrega ao público a tão requisitada parceria entre Leon S. Kennedy e Chris Redfield, dois dos maiores protagonistas da franquia (e também do mundo dos games), além de Rebecca Chambers, que estava sumida desde RE Zero. Vendetta, assim como os filmes anteriores, é episódico e demonstra mais uma operação contra o bioterrorismo, BOW e vilões caricato.
A Capcom nunca deu certeza sobre o ponto em que esse filme se encaixa na cronologia, porém é certo que se passe entre os acontecimentos do sexto e do sétimo game, ou seja, entre 2013 e 2017 (muito se aponta ser em 2014). O cenário passa por diversos locais, porém grande parte da segunda metade se passa na metrópole de Nova York. O vilão da vez é Glenn Arias, um magnata que vendia vírus e BOWs no mercado negro. O motivo de seu surto genocida decorreu de um ataque do governo americano que veio a matar seus amigos, familiares e sua noiva, bem no dia de seu casamento. O cara perdeu a cabeça, até mesmo guardou o braço de sua amada. Devido a isso, desenvolveu o A-Vírus, vírus que transforma pessoas em zumbis mas com o poder de diferenciar aliados e inimigos. O diferencial desse vírus também é seu método de infecção: seu agente foi espalhado na água potável da região de South Lake, porém só é ativado pelo gás que o vilão solta esporadicamente em pontos específicos.
Na real, o filme já abre com Chris e seus soldados da BSAA em uma operação em uma mansão (muito parecida com a Mansão Spencer) a fim de prender Gleen, porém foram surpreendidos por zumbis ágeis e ferozes, e pelo próprio vilão, que dá um belo de um sopapo em Chris. No desenrolar do filme vemos que Rebbeca se tornou uma brilhante cientista, chegando a ponto de criar um antivírus para o A-Vírus, motivo pelo quão foi perseguida pela capanga de Glenn, Maria, uma mariposa ardente. Se não fosse por Chris, ela teria sido levada ali mesmo. Após isso ambos resolvem procurar por Leon, que estava de férias após sua equipe ser dizimada por um grupo envolvido com o vírus zumbi. Leon estava na fossa: sem esperanças, sofrendo de stress pós traumático, vivendo uma vida regada a álcool (exatamente do jeito que Chris estava no início de RE6). Custou, mas após muita insistência de Chris e Rebecca, é convencido a ajudar. E logo após isso, sem nem tempo de respiro, grupos de Glen atacam nossos heróis.
A partir daí temos cenas de ação uma mais insana que a outra, em que Chris tá suas fodices e Leon mete uma mitagem atrás da outra, principalmente em cima de uma potente moto. O filme realmente tem excelentes cenas de açãone de combate, sério, ver Chris e Leon matando hordas de zumbis nesse filme são o ápice de tais cenas na franquia. Matar zumbis não é suficiente, tem que ser estiloso.
O nível da animação gráfica é alta, o filme é o mais bonitos de todos cenários são perfeitos, personagens mitoo bem modelados (só estranho um pouco o rosto de Leon), e o nível da animação corporal e movinentos é altíssimo. Os personagens secundários pouco acrescentam ao filme e ao lore da franquia. Do lado dos mocinhos, temos D.C, Damian e Nadia, todos membros de elite da BSAA, porem pouco aparecem e estão ali para constar. Já do lado do mal, temos apenas Maria (a fêmea fatal) e Diego (o brutamontes), ambos agem como força tarefa de Glenn. Todos esses personagens pouco são aprofundados na trama e estão apenas lá por estar.
A trama não é tão inspirada assim, não tem nada que saia do convencional, mas serve para proporcionar boas cenas de confronto. Só é uma pena que utilizam do artifício da mocinha em perigo e deixam Rebecca em cativeiro até o final do filme. Mas pior que isso, a vontade de Glenn era se casar com Rebecca, por causa de sua aparência muito próxima a de sua falecida noiva. Poisé kkk mas superado essa parte, o filme se encaminha aos finalmentes e é onde o ritmo não para. Ótimas cenas de ação com os heróis e uma luta empolgante entre Chris e Glenn, com direito até a troca de tiros a queima roupa sem nenhum tiro ser acertado. Após a óbvia vitória de Redfield, o vilão cai para a morte certa. Mas que vilão morre assim tão fácil na franquia? Não, Glenn se funde com Diego, virando uma ciratura muita semelhante a um Tyrant e volta com sangue no zóio para o round 2.
Bom, eu entendo que a trama não seja especialmente inspirada - mas até aí, qual animação de RE foi? - porém as cenas de ação e combate mano a mano, a união de Leon e Chris, a volta de Rebecca aos holofotes e os belíssimos visuais fazem valer a pena assistir. Só é uma pena que mais uma vez seja um episódio isolado no combate infindável contas o bioterrorismo, não há ligações com o que viria a seguir na linha do temos de Resident Evil.

- Into Darkness
Com toda certeza o formato original dessa animação era um filme, não faz sentido algum uma série com quatro episódios de 20 minutos cada... Enfim, lançado pela Netflix, Into Darkness é a quarta produção em CGI da franquia, infelizmente possui mais pontos negativos do que positivos, sendo uma obra mediana. O filme carece de cenas de ação, ficando reservado demais à cenas expositivas, flashbacks sem marcação de tempo e tentando explicar uma trama não muito inspirada. Porem a qualidade visual é boa, a expressão facial é perfeita, anos-luz a frente das bizarrices vistas em Degeneration...
A história, canônica, se passa em 2006 e reverbera acontecimentos do segundo e do quarto game da franquia. A trama gira em torno das consequências do envolvimento americano na guerra civil de Penamstan. Leon S. Kennedy e Claire Redfield novamente ganham destaque, porém essa balança pesa mais para Leon. O ex-loiro da franjinha ainda trabalha para o serviço especial do governo americano. Já a irmã de Chris mantém seu status de ativista da ONG TerraSave, dessa vez ajudando civis de Penamstan.
Leon é convocado pela equipe do próprio Presidente Graham (o pai da Ashley) para investigar um suposto ataque hacker, porém logo descamba para uma história envolvendo armas bio-orgânicas (BOWs), intrigas internacionais entre EUA e China, agentes duplos e corrupção governamental. Leon é designado a uma missão em Xangai, na China, junto com dois outros agentes: Shen May, especialista em ciência da computação, e Jason, um ex-soldado que esteve na guerra civil de Penamstan, e foi recebido como um “herói” ao retornar aos Estados Unidos. Já Claire, ainda em Washington, começa a investigar por conta própria a verdade sobre a guerra civil de Penamstan e o envolvimento do Secretário de Defesa Wilson (o filho da puta da vez). O que ela descobre é uma conspiração envolvendo armas biológicas e o governo americano.
Tem boas cenas de ação, como a invasão dos zumbis na Casa Branca, dos ratos zumbis no submarino, do ataque em Penamstan e a cena da "Boss Fight final", em que temos uma espécie de Tyrant com consciência. Mas é pouco, poderia ter mais, a obra exagera em cenas de diálogos, porém tem uma conversa muito boa entre Leon e Jason em que ele abre seus sentimentos sobre sua experiência de 1998. Nisso já começa o papinho de Terror e Medo. Into Darkness aborda o mundo pós Umbrella, com BOWs sendo usadas como armamento de guerra por governos, experimentos com supersoldados e por fim o envolvimento da nova empresa da vez, a Tricell.
Ah, essa animação é mediana, poderia ter mais cenas de ação, explicar quais vírus foram usados e talvez ser um pouco menos confuso em certas motivações. A qualidade gráfica é alta, a movimentação também. Leon mantém sua personalidade aqui, sendo ao mesmo tempo casca dura e tendo senso de humor sarcástico, além de ser o centro motor da trama. Já Claire serve mais como personagem de apoio, movimentando investigações importante, mas acabando como a mocinha a ser resgatada no final. É um filme ok, voltado inteiramente aos fãs imersos na franquia.
O Saldo:
Então, avaliei cada filme no sistema de 5 estrelas do Letterboxd, e enquanto fazia assistia-os, entre cada uma dessas obras ficava o pensamento de que a história poderia ter sido um pouco mais bem elaborada, mais ousada, ou até mesmo que a narrativa fosse mais inovadora, portanto, como obras cinematográficas eu não penso que são grandes filmes, porém eu gosto de cada um deles, e pretendo sim REver futuramente! Fica evidente que a nota média dessa linha de filmes animados de Resident Evil é 3 estrelas de 5! Eu recomendo bastante para qualquer fã da franquia, apesar de não adicionarem conteúdos relevantes para a main line da franquia, são obras que expandem a lore e são indispensáveis para os fanboy do Leon S. Kennedy kkk
Agora é só ficar de olho para ver se a Netflix vai realmente dar sinal verde para continuação de Infinite Darkness. E se assim o for, que por favor, tente entregar algo mais inventivo!
3/5 estrelas
Um dos meus Resident Evil favoritos! Foi uma das experiências coops mais legais que já tive! Eu platinei inclusive esse jogo duas vezes, no PS3 e 4, mas concordo sim que ele é longo demais.
Minhas campanhas favoritas foram Chris, Leon, Ada e Jake. Acho a do Chris muuuuito boa!