2021-12-13 20:52:30 -0200 2021-12-13 20:52:30 -0200
mateusmaster Mateus Antonio da Silva

Jogo finalizado #273 – Resident Evil Village (PS5)

44º em 2021

Após nove meses somente jogando games da franquia Resident Evil – uma gestação – cheguei ao último capítulo da saga até aqui. Nasceu um fã dos jogos de terror da Capcom nesse meio tempo! Na realidade eu terminei Village dois dias antes da cerimônia do The Game Awards, cujo qual este game concorreu como um dos melhores games do ano de 2021. Apesar de não ter levado o prêmio máximo do mundo dos games, para mim foi o melhor game desse ano (mas eu não cheguei a jogar os outros concorrentes, então... :p) Porém após terminar o game eu precisei REjogar toda a última hora para absorver bem os acontecimentos. Village é um ótimo game, não tão voltado às raízes da franquia como o 7, porém pegando elementos de diversos games passados fazendo referências diretas, principalmente, é claro, a Resident Evil 4. O jogo é todo bem feito, gameplay, gráficos, sons... somente a história tem certos deslizes, exageros na parte final e certas escolhas duvidosas vindo da Capcom. Mas que jogo bonito... Foi o primeiro jogo versão de nona geração que eu termino! Um primor visual do começo ao fim no PS5, jogando no modo fidelidade.

Levei 13h30 para terminar essa macabra jornada de Ethan Winters nesse vilarejo quase medieval na Romênia. Na época que saiu eu via o pessoal zerando o game em meras 5 ou 6 horinhas e fiquei pensando que era um jogo curto, mas poxa, tem conteúdo para caramba, esse povo joga rushando, não é possível kkk Pra quem reclamava que o VII não tinha muitos inimigos e – olha lá – zumbis, Village é um prato cheio, porque tem grande variedade de inimigos e até o seu próprio “zumbi” para chamar de seu: os Moroaicã. Além deles - e de sua versão voadora - temos é claro os licanos e suas variações, diversas versões dos soldats, e uma cacetada de minichefes e chefes um mais monstruosos que os outros – e muitos parecem ter saído diretamente de Bloodborne, o que NUNCA é ruim. O jogo também recompensa muito qu gosta de explorar, são dezenas de tesouros para coletar, vinte cabars de madeira para destruir, peças de armas em locais secretos, e até animais comuns e raros para caçar a fim de fazer refeições que, por sua vez, servem para fazer upgrade na vitalidade e mobilidade de Ethan.  Sim, esse game refina a jogabilidade em alta potência. 

Continuando a pegada do soft reboot que foi o jogo passado, Village é um game de ação e terror em primeira pessoa, porém nesse capítulo o que predomina são os momentos de ação. Tanto que a movimentação é mais solta e a mira mais precisa, devido agora Ethan ter passado por um treinamento militar. Além disso, temos um arsenal muito maior de armas e bombas, sem falar da grande quantidade de recursos para criação de munição além da já farta encontrada pelo cenário. Sem falar, é claro, da grande quantidade de inimigos encontrados e a grande variedade de chefes. Porém o terror não foi deixado de lado não, as primeiras horas na primeira jogatina são tensas pra caramba, poucas armas, sem saber o que fazer, barulhos sinistros e atmosfera pesada (esse jogo PRECISA ser jogado com um bom headset, e o Pulse3D ajuda muito na imersão). Até a metade do jogo eu diria que o terror é bastante presente, chegando em seu ápice na casa da Beneviento. O tanto que eu ouvi por cima de relatos de que esse trecho seria aterrorizante e o momento mais assustados da franquia não estão escritos mas... não é que estão corretos mesmo? Joguei até do jeito certo: de madrugada, sozinho, no escuro e com o Pulse3D. Foi realmente TENSO. Que bom que não fui spoileado antes e pude me surpreender com as cosias terríveis que ali acontecem! E que sufoco, sem arma é dose, realmente parecia muito com P.T. ou um Outlast da vida. Porém após essa parte o jogo dá uma aliviada e as próximas áreas de terror mesmo só tem o clima e inspirações.

Ahhh esse jogo tem uma jogabilidade gostosa demais, é responsiva, é bem ajustada, realmente digna de um jogo do ano. Funciona como no 7, porém mais dinâmica. Como esse jogo se inspira e homenageia demais o quarto game da saga (un forastero!) muitos elementos são parecidos: o inventário em forma de maleta (tchau tchau baú :c), o sistema de economia com dinheiros a serem coletados e objetos de valor, itens que dropam de todos os inimigos, armas que podem ser melhoradas e adereços que podem ser acoplados, e claro, temos o Duque, um mercador enigmático parceiro que aparece em todos os cenários do game! Realmente, se RE 7 está para RE 1, RE Village está para RE 4! Ah e o vilarejo. Esse cenário funciona como a hub central do game, após cada outra área que exploramos voltamos para o vilarejo e podemos abrir novas passagens, portas, baús e etc. Fora isso, temos mais quatro cenários que são respectivos a cada um dos quatro lordes presentes no game: O castelo luxuoso de Alcina Dimitrescu, que remete ao terror gótico de vampiros; a casa mal assombrada e cheia de bonecas de Donna Beneviento, seguindo um terror mais psicológico; a caverna e as partes úmidas da vila ao redor do lago, domínio de Salvatore Moreau , área totalmente inspirada em RE 4 (quase um Del Lago 2.0) que tem elementos de terror corporal; e a fábrica de Karl Heinsenberg, enorme local subterrâneo todo industrial com cenários apertados e criaturas frankenteinzescas (até algumas plagiadas do filme Frankenstein’s Army – olha o processinho).

A história de Village começa de forma muito impactante. Como mostrado até em trailers, o jogo começa mostrando Ethan vivendo com Mia em família, já tendo uma filha bebe chamada Rose, quando do nada Chris Redfield e sua tropa invadem a casa à tiros metralhando Mia, sequestrando Rose e Ethan. Por causa disso fiquei o jogo todo me perguntando o que teria acontecido para que Chris tivesse se tornado um vilão, se Mia havia morrido mesmo e como Ethan iria recuperar a pobre Rose. Os mistérios ficam ainda maiores após adentrarmos toda a loucura que acontece naquela afastada vila na Romênia, envolvendo criaturas licanas, vampirescas e um culto à figura misteriosa da Mãe Miranda e seus quatro filhos, os lordes que citei anteriormente. No desenrolar do game vamos lendo diversos files que aos poucos vão dando dica do que está acontecendo de fato por detrás dessa seita macabra de Miranda e o sequestro de Rose. No entanto, todavia, porém... penso que esse game viajou um pouquinho demais na trama. Assim, ainda se justifica TUDO na trama, como se todos esses inimigos folclóricos, poderes especiais e transformações dos lordes e outros exageros que beiram o sobrenatural na realidade fossem provenientes de agentes biológicos conhecido como Megamiceto (encontrado por Mirando nas cavernas subterrâneas em baixo do vilarejo). Achei um pouco exagero, não que em games passados da franquia não tivéssemos exageros (desde Code Veronica já temos seres “final fantasiescos” na franquia, ou até mesmo gigantecas criaturas disformes como as obscenidades de RE 6) porém eu estava curtindo a pegada mais pé no chão que a Capcom trouxe com RE VII. Mas beleza, pelo menos tudo isso funcionou para trazer um game divertido e bastante diversificado em seus ambientes e chefões.

!!!COM SPOILERS!!! Sobre a trama em si, devo dizer que em um primeiro momento fiquei desapontado em ver que na realidade Chris estava no lado dos mocinhos e que na realidade a Mia que ele matou no começo do game era Miranda transmutada, e que ele havia agido da forma que agiu para “não ter civis atrapalhando em seu caminho’. Poxa vida kkkk Forçaram um pouco a barra para criar um início impactante, porque dava sim para ter informado o pobre do Ethan sobre o que estava acontecendo ali, não precisavam ter sido tão rudes e misteriosos com Ethan, coitado... E sobre Miranda, a vilã já tem mais de 130 anos de vida, conseguiu a vida eterna devido ter encontrado o Megamiceto em uma tentativa de suicídio após sua filha Eva ter morrido em decorrência da gripe espanhola. Nesse pouco mais de um século Miranda passou a estudar as propriedades do Megamiceto, fazendo de cobaia os moradores da vila – até mesmo membros da nobreza, como Dimitrescu – tudo com o objetivo de encontrar o receptáculo perfeito para trazer de volta a vida sua falecida filha. Nesse meio tempo até mesmo Ozwell Spencer foi seu aluno e veja só, um pequeno retcon foi feito na franquia: o símbolo da Umbrella foi criado com inspiração em um brasão encontrado nesse vilarejo. Sem falar que Spencer foi influenciado por Miranda para encontrar meios de conquistar a vida eterna para si próprio. Inclusive os acontecimentos todos de RE VII são derivados de ações de Miranda: ela entrou em contato com a The Conections e deu uma amostra do Megamiceto, criando assim a variante Mutamiceto e todos os experimentos com Eveline (uma tentativa de trazer Eva de volta a vida, mas fracassada). Esse background todo é apresentado em importantes files e fotos encontrados na parte final do game.

Agora o Ethan... aiai coitado do cara, a Capcom não pegou leve com ele! O cara do nada perde a esposa (é o que achava), perde a filha, tem metade da mão comida pelo licano, é perfurado diversas vezes pelos vilões, tem o coração arrancado, volta dos mortos e depois se sacrifica. Poxa, TUDO isso, e a Cacpom vergonhosamente escondeu o rosto do cara até não poder mais, chega a ser hilário (como nas cenas finais do Chris carregando ele e a câmera se esforçando para esconder seu rosto...) Pra que isso?!? Kkkk faz sentido algum isso, ainda mais que nesse jogo Ethan está muito mais cabreiro, com personalidade forte e bem interpretado... Não é um RPG em que criamos um personagem, é um personagem já montado, não havia necessidade de continuar a esconder desse jeito o cara... vacilo kkk Mas enfim, eu já gostava do personagem no jogo passado (ao contrário da maioria das pessoas), mas aqui ele tá realmente mais brabo e com grande perseverança para salvar Rose. O louco é que no final explicam que na realidade ele havia morrido pelas mãos de Jack Baker logo após ele enfrentar a Mia no game passado, e só estava vivo porque seu corpo havia sido dominado pelo mofo, ele não só estava infectado, como era 100% um mofo ambulante o.O Isso explica as diversas vezes que ele se curava tão rápido de ferimentos graves e até “colava” membros decepados. Por essa razão que Rosemary é tão especial: ela é uma filha natural de um homem 100% contaminado pelo mofo e uma mulher com anticorpos ao mutamiceto, isso tudo sem falar que foi “desmontada” por Miranda que tentou a usar como receptáculo para Eva. Rose – além de muito fofa – é uma arma biológica perfeita. A cena pós créditos é emocionante e instigante, mostrando que certamente jogaremos com ela no próximo game da franquia.

Resident Evil Village é um ótimo game, eu fiquei muito envolvido com a trama (apesar de ter me desapontado com a resolução de parte dela), emocionado com o final, e também bastante investido na gameplay, que é excelente! Em questões técnicas não tem do que reclamar, visuais e cenários e personagens primorosos, parte sonora agrega demais na imersão, a jogabilidade é ótima, as áreas são distintas uma das outras e entregam formas diferentes de se jogar, além de referenciar um estilo diferente de gameplay de títulos passados da franquia. A história tem seus deslizes e conveniências de roteiro aparentes, mas entrega bons momentos e fecha com intensidade. Com toda certeza é um dos melhores games do ano. Não é o melhor Resident Evil, mas está juntos dos mais prestigiados, para mim está com certeza no TOP 10 – levando em conta que a franquia tem mais de 25 games e eu finalizei todos kkkk A história do pai chega ao fim...

4/5 estrelas

Resident Evil Village

Platform: Playstation 5
99 Players
33 Check-ins

7
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