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ryu1908 CASSADO DE MULHERES ENTELIGETE

Sou um cara chato pra caralho, você não vai gostar de mim.


over 10 years ago 2012-11-15

Dishonored

Após o extremamente hypado The Elder Scrolls V: Skyrim, considerado GOTY do ano passado por vários sites de jogos espalhados pela internet, a Bethesda resolveu lançar um outro jogo esse ano, dessa vez é Dishonored, mas aparentemente eles não marketaram esse jogo e hyparam todo mundo até os confins do espaço igual fizeram com Skyrim, e por isso ele acabou não ganhando tanta atenção assim do público e da mídia, mas foda-se, isso não impediu Dishonored de despertar meu interesse, afinal esse jogo aqui parecia possuir tudo o que me agradaria em um jogo, uma ambientação original, stealth e inovações, então... É, por que não jogar?

Dishonored se passa em uma cidade industrial chamada Dunwall, governada pela Imperatriz Jessamine Kadwin, e você está na pele de Corvo Attano, um assassino lendário que é o guarda-costas da imperatriz. Dunwall é uma cidade pacífica, porém ela sofre com uma praga que é espalhada por ratos, e então várias pessoas pobres estão morrendo por causa disso, eles ficam infectados, começam a chorar sangue e até mudam um pouco de atitude podendo ficar violentos e querer matar um ao outro do nada.

Isso enquanto as pessoas ricas ficam isoladas sem se preocuparem com essa merda, e o governo usa a praga dos ratos como uma desculpa pra sair purgando todo mundo como eles quiserem. Porém nem todos os ricos estão pouco se fodendo pra isso, a imperatriz é uma pessoa bem daora e por isso ela se preocupa com os pobres, então andou mandando Corvo pra vários cantos atrás de ajuda pra acabar com essa praga dos ratos.

Tudo começa quando Corvo volta de uma viagem em busca de ajuda pra resolver esse problema da praga, então ele cumprimenta todo mundo e encontra a filha da imperatriz, Emilly, e então quando ele chega até a rainha, ela está discutindo com Hiriam Burrows, um regente careca com cara de vilão filho da puta que quer matar os cidadãos infectados... Oh, puxa... Eu imagino se ele é o vilão ou se ele por acaso vai fazer alguma coisa ruim...

E pois é, aí de repente, exatamente depois desse desentendimento, Corvo entrega uma carta pra imperatriz, dizendo que as outras nações nunca enfrentaram uma praga assim e não podem ajudar, daí de repente aparecem um monte de caras DO MAAAAAL vestidos de preto e atacam o grupo, mas como Corvo é um cara muito fodão, ele se livra deles rapidamente. Só que aparecem mais, um deles consegue paralizar Corvo com seus... Poderes... Mentais...? ... E aí no meio da confusão, um dos caras mata a imperatriz como se não fosse nada e a Emily é sequestrada.

Daí a imperatriz diz as suas últimas palavras a Corvo, que ele é a última esperança, que ele deve salvar Emily, bla bla bla, daí morre nos seus braços... Pois é, agora eu te dou a oportunidade de adivinhar o que vai acontecer... Se você respondeu "Ele vai ser culpado pela morte da imperatriz", parabéns! Você acertou! Pegue seu premo alí naquela sala do lado. Mas pois é, assim como todos os jogos existentes onde isso acontece, os guardas chegam exatamente no momento em que a imperatriz está morta nos braços de Corvo, daí ele é culpado por isso e vai parar na prisão.

Alguns meses depois, Corvo é encontrado numa sala de interrogação, sendo torturado por um outro careca com cara de filho da puta chamado Thaddeus Campbell, mas aí é interrompido pelo Hiriam, o mesmo careca filho da puta de antes que estava discutindo com a imperatriz, eles querem que Corvo confesse que matou a imperatriz pra que possam matar ele logo e ninguém descubra a verdade, pois Dunwall precisa de uma liderança forte e eles podem proporcionar isso...

Pois é, a lição de hoje é: Não confie em pessoas carecas que estejam discutindo com seu/sua chefe e tenham cara de vilão conspirador.

Então eles mandam Corvo de volta pra sua cela, onde ele aguarda seu terrível destino de execução pública... Mas porém dão um pão a Corvo, dizendo ter sido mandado por um "amigo", e dentro do pão tinha a chave pra sair da sua cela e uma carta anônima dizendo que precisam dele. E aí ele sai da cela, acha uma espada, um revolver e vai pegando a foda fora da cadeia escondido, matando uns guardas no caminho.

Então Corvo encontra um velho que o leva a um Pub, que é o esconderijo de um grupo de lealistas liderado pelo Almirante Havelock, que quer lutar contra os novos lideres corruptos de Dunwall e colocar Emily no trono, então Corvo ganha uma roupa de assassino badass com direito a máscara e se junta ao grupo pra continuar sua jornada atrás de vingança contra os corruptos responsáveis por isso tudo.

Corvo é ajudado por um cara conhecido como "The Outsider", que é descrito como "uma mistura de Deus e o Diabo", ele deu a sua marca a Corvo e o ajuda dando poderes pra ele Corvo encontra ele primeiro em uma espécie de mundo dos sonhos quando estava descansando no Pub, o Outsider tem várias igrejas espalhadas por aí e dará outros poderes a Corvo quando ele coletar runas mágicas que ficam espalhadas por aí. O Outsider é odiado por uma seita religiosa militar chamada Abbey of Everyman, provavelmente porque ele não é a favor da anarquia.

A história de Dishonored é basicamente isso, é a clássica busca por vingança contra conspiradores que foderam com você, o conceito dela lembra vagamente a história de Assassin's Creed II, exceto que aqui ela não é tão efetiva quanto. A narrativa é uma das mais previsíveis que você pode encontrar em um jogo, e isso não muda tanto assim no decorrer da história, o jogo já começa com algo muito overusado que é esse lance de alguma pessoa importante morrer nos seus braços e você levar a culpa, e os outros plot twists em si também não são nada que você não esperava antes.

Porém alguns personagens são legais, os do seu grupo mesmo começam como estereótipos genéricos de rebeldes e tudo mais, mas depois você descobre que eles têm uma backstory e motivações interessantes pra estarem no meio dessa treta. A história em si não é exatamente ruim, só que a narrativa e os diálogos são tão fracos e batidos que não tem como não dizer que ela não deixa a desejar em partes, eu mesmo me desinteressei dela bem rápido, acabei terminando o jogo mesmo assim, mas com certeza não foi pela história.

Com toda a beleza gráfica presente em Skyrim, e o fato desse jogo possuir uma direção artística Steampunk, as minhas expectativas com os gráficos eram absurdamente enormes, eu já disse, eu adoro Steampunk, logo isso aqui tinha potencial pra ficar realmente incrível... Mas acontece que por algum motivo eles não fizeram algo nem próximo de Skyrim.

Os gráficos de Dishonored na parte técnica são bem ruins e datados, se você olhar tudo de longe, ainda consegue ser um pouco enganado, mas logo logo se percebe que as texturas são simples pra caralho, elas não tem tantos detalhes e algumas são tão horríveis que parecem tiradas de Minecraft, os modelos dos personagens são um pouco mais cartunescos, o que pra mim não é algo exatamente ruim, mas eles parecem ter vindo de um jogo lá dos primórdios de 2008, as animações não são tão ruins, porém os modelos em si não impressionam, e as expressões faciais são ainda mais estranhas.

Bem... Se eu tenho mesmo que dizer algo legal sobre a parte técnica dos gráficos... Os efeitos de água são muito bons, acho que os de luz e sombra também não são ruins e... Seus inimigos podem ser decaptados, yea! Mas fora isso não tem mais nada.

Porém, ao menos a direção artística do jogo ainda é excelente, ela tem inspirações óbvias de Half Life e Bioshock, e Dunwall é uma cidade bonita com uma atmosfera única apesar disso tudo, tudo é completamente sombrio, misterioso, inseguro... Você realmente se sente em uma cidade hostil, ainda mais porque é um cara procurado pelos governantes da própria.

Assim como todos os outros jogos Steampunk, Dishonored mistura elementos modernos com antigos perfeitamente, a cidade é baseada em Londres nos anos 80, mas temos robôs, máquinas, várias coisas da época moderna ou até mesmo futurísticas aqui, a arte em si é muito boa, pena que os gráficos não deixam ela tão boa quanto poderia ter sido.

Dishonored é um daqueles jogos que tentam trazer um ar totalmente novo nessa geração, e ele meio que faz isso em partes, é um jogo de primeira pessoa com ênfase em Stealth, você sabe como funciona, matar os inimigos escondidos, podendo usar sua espada, suas bugigangas ou até usando partes do cenário para tal, mas vamos por partes, porque esse jogo tem um número considerável de características separadas.

Os controles funcionam mais ou menos como Skyrim, você tem a espada na mão direita, que é usada apertando RT e um revolver/crossbow/whatever na mão esquerda, que é usado apertando LT, assim como também pode usar poções, granadas, e várias outras coisas que podem ser compradas/adquiridas por aí, além dos poderes que são dados pelo Outsider, mas falarei desses mais tarde.

E sobre as missões, há literalmente infinitas possibilidades de como você pode completar elas, dá ir matando todo mundo na calada com sua espada ou atirando de longe com sua Crossbow, dar uma de Rambo e sair encarando e matando todo mundo, é obviamente o método mais difícil, mas ainda é possível, ou até mesmo passar escondido sem matar ninguém, nem mesmo o próprio boss da determinada missão, além disso há várias maneiras de ir de um ponto A pra um ponto B, dependendo da criatividade do jogador, isso é bem legal e até incentiva a repetir as missões, também têm as runas, amuletos e outras coisas pra coletar.

Porém o problema é que o jogo meio que contradiz o próprio conceito de se controlar um assassino badass que está atrás de vingança, ele possui um sistema de "Chaos", que basicamente é um medidor que aumenta na medida que você vai matando pessoas, explodindo coisas e tudo mais, quanto mais caos você causa, o mundo vai mudando, mais ratos vão aparecendo, ou algum NPC que não aprova métodos violentos pode não te ajudar ou até mesmo te trair, isso muda a história do jogo e até mesmo o final.

Tudo bem, só que o jogo na maioria das vezes quer que você passe sem matar ninguém, isso pra conseguir o melhor final, é bem difícil de se fazer e não é tão divertido assim, afinal uma das coisas mais satisfatórias aqui é matar seus inimigos de várias formas possíveis, é uma decisão de design que até poderia ter sido interessante, mas o modo como foi executada é simplesmente idiota, faria mais sentido se o jogo te punisse por matar pessoas inocentes do que guardas/bandidos/zumbis que são tecnicamente DO MAAAAAL e querem te matar pra início de conversa, você é um assassino com poderes sobrenaturais incríveis, mas você é punido se usar eles pra... Bem... Assassinar.

Imagina se por acaso jogos como Shinobido ou Hitman me punissem por matar meus inimigos, seria bem idiota, não é mesmo?

Somando isso a inimigos as vezes mal posicionados ou uma A.I que quando não é "inteligente" demais, é defeituosa demais, os inimigos quando desconfiam que você está em algum lugar, você pode se mover pra outro lugar pra ficar escondido, ele ainda vai exatamente onde você está como se tivesse algum tipo de visão de Raio X, e aí você chama a atenção de mais uma caralhada de gente e a sua missão vai por água abaixo, agora a A.I pode ser estúpida pra caralho, assim como em vários outros jogos Stealth, eles tomam uma flechada de longe por exemplo, ficam procurando quem foi e depois de um tempo simplesmente esquecem o que aconteceu e voltam ao normal.

Quando você sabe como o jogo funciona, ele fica bem divertido sim, mas pode acabar ficando frustrante as vezes, mas ao menos eles tiveram a decência de colocar uma opção de salvar e dar load a qualquer momento, o que alivia um pouco a sua frustração.

Agora a pergunta que todos sempre fazem: Dishonored é um jogo open world? Tem uma espécie de sandbox, que é a área onde fica o Pub, você pode andar por aí, encontrar seus aliados, falar com NPCs, receber missões, comprar itens/equipamentos, fazer upgrades, entre outras coisas. Esse hub no entanto é um tanto pequeno e logo logo você não vai ter muitos motivos pra explorar ele além de fazer o necessário, e não existem outros hubs, é apenas esse, e isso é meio decepcionante porque com um mundo tão único, eles podiam dar mais áreas pra explorar ou interagir, você pode sim explorar as áreas das missões, que são mais ou menos uma espécie de "mini-open world", mas bem... São missões, você deve tomar cuidado com os guardas e tudo mais, não é a mesma coisa que um hub de verdade.

E sobre os poderes sobrenaturais, os principais são destravados coletando runas, que são usadas pra "comprar" esses poderes, assim como também são usadas pra dar upgrades e tudo mais. São vários poderes como a Dark Vision, que te deixa ver inimigos através de estruturas sólidas, e com um upgrade você vê itens também, o que ajuda bastante a achar coletáveis, você também pode possuir animais como ratos, peixes e até mesmo humanso com um upgrade nessa habilidade, também pode deixar o tempo mais lento, pode conjurar ratos que vão devorar seus inimigos, e também outras habilidades opcionais.

Usar essas habilidades é bastante satisfatório, mas elas custam Mana, então não pense que pode sair bancando o todo poderoso sem tomar cuidado, essas habilidades dão ainda mais variedade ao gameplay e ao modo como as missões podem ser cumpridas, é ainda mais divertido usa-las pra matar seus inimigos, mas é uma pena que na maioria das vezes isso tem um impacto negativo na história. Aliás, o jogo é bem curto sim, dá pra terminar em umas 10 horas, mas creio que tenha um certo fator replay.

A variedade de inimigos é consideravelmente boa, tem guardas, ladrões, assassinos, e até mesmo Weepers, que são "zumbis" infectados pela praga dos ratos, cada um tem um estilo de luta e características próprias, assim como os alvos principais das missões também, não tem muita coisa errada aqui exceto o maldito sistema de caos que não te deixa lutar direito contra os inimigos.

Os jogos da Bethesda normalmente costumam vir com bugs, esse aqui não é excessão, mesmo sendo menos bugado do que os jogos de The Elder Scrolls por exemplo, ele ainda tem alguns bugs ocasionais estranhos como corpos mortos entrando em convulsão por um erro da física ragdoll, ou então as vezes acontecendo de atravessar paredes ou até o chão, não acontece com tanta frequência assim, mas aconteceu algumas vezes comigo.

A trilha sonora é sutil, mas muito boa, as músicas são orquestradas e a maioria é atmosférica, se encaixando perfeitamente bem com a ambientação do jogo, não é pra todo mundo, mas eu creio que fazem um bom trabalho aqui na maior parte do tempo, mesmo algumas músicas sendo esquecíveis.

E a dublagem é bem decente também, ela conta com pessoas já conhecidas como Susan Sarandon, Brad Dourif. A atuação no geral é boa, a Susan mesmo faz um ótimo papel como a Granny Rags, que é uma velha creepy cega que fica por aí, e ela captura bem esse "ar" da personagem.

No fim das contas, eu estou um pouco decepcionado com Dishonored, eu queria mesmo amar esse jogo porque ele tinha tudo pra ser talvez até o melhor jogo desse ano, ele tem um conceito bom, ideias originais, o meu estilo artístico preferido em jogos, e é bem competente na maior parte do tempo, mas também tem falhas e ideias mal executadas que acabam impedindo a experiência de ser tão boa quanto poderia ter sido.
Não, não é um jogo exatamente ruim, ele é decente, mas não é nada além disso, e é exatamente esse o meu problema com Dishonored, ele poderia ter sido muito melhor do que isso, tem potencial pra ser uma ótima série, mas agora se irão continuar isso ou não, só vamos saber depois.

7.0 7.0 10
Overall
7.0 Gameplay
4.5 Story
8.5 Music
4.0 Graphics

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