Zerado dia 05/11/18

Tá, agora eu acho que zerei tudo quanto é coisa relacionada a essa série ao fechar Ultimate Ghosts 'N Goblins. Amei o jogo no NES e no SNES, curti muito o de Mega Drive ontem e cheguei no ultimo título, lançado para PSP em 2006 com um visual 3D, apesar de manter o sidescrolling 2D.
Ao contrário do que eu cogitei, UGnG é um jogo novo, e não um remake ou coisa do tipo de qualquer outra coisa da série. Ele conta com fases, inimigos, armas e muitas mecânicas completamente originais (provavelmente o jogo que mais destoa dos outros).
A aventura do PSP manteve bastante do espírito clássico dos jogos do Arthur e ainda adicionou umas coisinhas opcionais para quem for iniciante, até porque é PSP né?

Ao abrir o jogo, já rola uma CG bem bacana contando a estória da vez e logo UGnG mostra o seu verdadeiro visual, mega serrilhado e esquisito, como se tivessem feitos modelos grandes e bacanas que foram diminuídos para que o portátil conseguisse processar. E com certeza foi isso mesmo.
O clássico mapa que mostra sua localização em relação as fases, é horrível e quase não dá pra entender nada.
A primeira fase é o cemitério clássico, com fantasmas, mãos te puxando e mais um monte de coisa acontecendo dentro do pequeno campo de visão que o jogo proporciona. É uma baita confusão pra saber o que é cenário ou inimigo em muitas partes. Essas mão que te puxam mesmo, geralmente aparecem completamente do nada e os modelos 3D são meio toscos, mas o que esperar de um sidescroller 3D portátil de 2006?
Tenso, mas a primeira fase deixa uma péssima impressão de uma experiência confusa e genérica, mal executada.

Fui testando os comandos e botões pra ver se tinha algo novo e fiquei ainda mais confuso: ao apertar L ou R, se abre um menu de inventário, com algumas abas diferentes, sendo uma de colecionáveis, outra de escudos, habilidades etc. Fui aprendendo jogando e nem tudo isso ficou claro.
O menu de escudos mesmo, serve para equipar os escudos que encontramos pelas fases. Por quê diabos você equiparia um escudo mais fraco eu não sei, então acredito que deveria ser algo automático e poderia até descartar os mais toscos. Por outro lado, existe um escudo ou outro que te dá a habilidade de voar por um breve momento, coisa obrigatória em determinadas partes.
Há uma aba de habilidade que mostra coisas conseguidas, como as botas que te dão o poder do pulo duplo e outras coisas do tipo. Parece simples, mas de início essas cosias me deixaram meio confuso e preocupado, ainda mais de chegar no final da primeira fase e não ter mudado nada nesses menus.

Jogando mesmo pelo primeira cenário, reparei ainda que há dois ícones na parte inferior da tela, um representando sua arma atual e outro uma habilidade ativa que usamos ao apertar O. Terminei o jogo basicamente com a mesma que comecei e nem sei exatamente o que ela faz (dá uma rápida explosão que achei que aumentava a sua força, mas acho que serve para destruir projéteis e inimigos fracos que estejam próximos). Fui meio que jogando como joguei os jogos anteriores.
UGnG conta com um sistema de vidas, que você vai ganhando conforme ganha pontos e passa de fases. Agora, ao invés de voltar para o último checkpoint com a morte, você volta para o mesmo lugar que morreu (ou o mais próximo possível) contando que ainda tenha vidas. Ao perder todas, aí sim você retorna ao ultimo checkpoint.

Arthur agora é mais forte também. A armadura normal te dá dois pontos de vida ao invés de apenas 1 como no passado e outras armadura dão ainda mais ou aumentam sua velocidade etc. Sem armadura você ainda morre com apenas um golpe.
Para os mais tradicionalistas, é possível jogar num modo mais difícil e mais parecido com os títulos mais antigos, mas vou dizer uma coisa: não faça isso, ao menos não de cara! UGnG foi, na minha opinião, mais difícil que seus antecessores.
Isso se dá pelo level design ruim e gameplay frustrante, cheio de mortes idiotas. No meu review de Ghosts 'N Goblins de NES eu disse que uma das coisas mais bacanas dele era que, apesar da dificuldade, a experiência sempre foi justa. Este daqui é diferente, com respawn constante de inimigos, armadilhas frustrantes e um gameplay cheio de injustiças e sacanagens. Parece puro amadorismo.

Achei a aventura meio longa demais também. As fases são compridas e há uma necessidade de explorar os cenários, que agora são menos lineares e possuem rotas a serem exploradas e segredos, maaaaais ou menos como nos primeiros jogos do Sonic.
Existem itens que quando coletados te permitem ir e vir de fase em fase, basta achá-los que você poderá voltar para aquele lugar quando quiser. A importância deles é que existem anéis escondidos pelos cenários e são necessários 22 para acessar a câmara do último chefe, coisa que só saberemos quando chegarmos lá, no final do jogo e caso não tenha, rola o clássico "volte ao começo e procure os que faltam". Você dificilmente vai querer fazer isso.
Além disso, são necessários 33 para acessar o verdadeiro último chefe.

Resumindo: Ultimate Ghosts 'N Goblins é uma grande decepção, nem parece que faz parte da mesma família que seus antecessores. A ideia é espetacular, mas a execução é das piores. Não chega a ser o pior jogo do mundo e eu recomendaria para fãs do Arthur que já terminaram os outros e que tenham paciência. Meu maior erro foi não jogar no nível mais fácil, que aparentemente deixa o jogo como deveria ser.
De bom: armas e armaduras diferentes, com efeitos e ataques diferentes e completamente novos. Gosto muito da ideia de poder ir e vir nas fases, apesar de precisar achar itens chatos de serem coletados para isso. A dificuldade menor por conta do HP maior do personagem e voltar de onde morreu deixou a experiência mais tragável. Continues infinitos.
De ruim: o visual 3D. Se o cenário fosse 3D e os personagens sprites 2D, o jogo pareceria muito mais bonito e profissional e menos tosco. Muita injustiça e frustramento com o péssimo level design e constante respawn de inimigos que parecem sair do seu umbigo. Muitas coisas escondidas ou de uso confuso, incluindo itens obrigatórios para acessar qualquer chefe final, o que é ridículo depois de toda a dor de cabeça para sequer terminar uma fase. Replay obrigatório odiável, clássico da série. Trilha sonora fraca. Faltou instruções no jogo de como funcionam as coisas novas e mesmo as básicas (morri várias vezes numa parte porque deveria correr e pular, e eu não sabia que apertando duas vezes para uma direção o fazia correr).
No geral, não acho que UGnG mantenha o feeling clássico da série, apesar de tentar manter o espírito dos jogos anteriores e falhar com o básico muitas vezes. Não recomendo essa experiência a ninguém senão um fervoroso fã.

Tá quase lá hein kkkk daqui a pouco chega a trolagem kkkkk