Zerado dia 04/11/21

Mais um daqueles jogos que tenho alguma história. Joguei muito o Mortal Kombat do Xbox 360, que chamávamos de MK 9. Depois de tanto tempo sem nenhum interesse na franquia, ela voltou com tudo naquele título divertido, lindo e com um baita multiplayer de sofá. Todo mundo tinha o jogo!
O tempo passou e veio Mortal Kombat X na nova geração. Lembro de ter visto uns vídeos e ter achado o jogo muito bonito (e tenho que dizer que não curto muito MK), mas a nova geração ainda era distante para mim e o jogo muito caro.
Adiantando mais uns anos, comprei meu PS4 e achei MK XL, a versão completa com DLCs, bem baratinha na PS Store (daqueles jogos entre R$13 e R$18) Peguei na hora! E vale a pena dizer que fazem uns bons anos disso e não havia nem expectativa para uma continuação para o jogo ainda.

Por muito tempo esse Mortal Kombat XL foi um sucesso nas minhas jogatinas com diversos grupos de amigos. Claro que hoje em dia a gente já tem tantos multiplayers (principalmente de 4+ pessoas) que acabamos aproveitando menos esse tipo de experiência mais...clássica, mas o jogo rendeu boas horas mesmo tendo que dividir atenção com os Soul Caliburs e Dragon Balls da vida.
Eras depois o jogo estava aqui no meu mais recente PS4. Tanto tempo com o jogo e nunca tinha zerado! Por outro lado, campanhas de jogo de luta são meio "meh". Minha experiência com MK 9 nesse quesito tinha sido bem passável. O howlongtobeat.com ainda menciona que sua campanha dura 5 horas. Isso me remeteu ao primeiro Injustice, que teve uma campanha meio longa e cansativa.
Mas a pior parte é que esse jogo estava num processo de "instala e desinstala" inédito. Um jogo precisava de atualização e estava sem espaço? Adeus MK! Atualizou e sobrou espaço. Bota o MK para baixar. Vou baixar esse outro jogo aqui. Adeus MK! Zerei! Volta MK. Ficou assim por bastante tempo principalmente graças as constantes atualizações do Apex Legends.

Abrindo o jogo depois de muito tempo (graças a pandemia etc), lembrei que ele está em Português brasileiro. Textos e dublagem. Bem curioso.
Há diversos modos, inclusive o multiplayer normal, local e online, e o modo em que são sorteados power-ups ou nerfs para os lutadores aleatoriamente (tipo ser super rápido ou lutar sem braços). Esse modo é hilário!
O foco obviamente foi nos modos de jogador único. Tinha batalhas livres e aquelas torres clássicas dos MK de SNES. Fui no modo História.
Bom, esse modo é como um filme e você assiste bastante até que os personagens arranjem uma desculpa e comecem a brigar. Como é algo linear, você joga com o personagem que é dado, sendo que cada capítulo de um total de 12 é focado em um único lutador.

A história começa com os capítulos do Johnny Cage. Nunca curti o personagem, mas fazer o quê? Ao menos é jogável e a dificuldade no início é tranquila. Eu estava bem enferrujado e nunca fui muito bom, mas deu para tirar de letra. Cada capítulo tem cerca de 4 batalhas. As vezes você luta, assiste cinemáticas, luta de novo, assiste de novo e assim por diante. E as vezes você faz lutas praticamente seguidas.
Vença dois rounds e o enredo prossegue. Perca dois e será dada a opção de tentar novamente como se nada tivesse acontecido. Há ainda a opção de pular a luta, que felizmente não precisei usar.
O capítulo dois é o perfeito exemplo de como essa campanha pode ser irritante e o botão de pular luta uma tentação. O personagem jogável agora passa a ser Kotal Kahn, um dos vilões principais. O cara é muito ruim! Foi fracasso atrás de fracasso até conseguir avançar. Em diversos momentos da campanha você sentirá isso com personagens bizarros e capítulos dos Scorpions e Sub-Zeros da vida são bem raros e rápidos.

A história é bem besta, como já esperava. Toda a violência clássica da franquia deu lugar a visuais bem light e até meio infantis. Tem muitos golpes e Fatalities legais, mas geralmente é um jogo com apelo bem pop, ao invés da ambientação perturbadora da trilogia original. Há bastante piadinha e personagens com diálogos despojados, além daquela seriedade falsa em algumas conversas. Sei lá, é bem hollywoodiano e superficial, mas é tudo como desculpa para emendar com mais porradaria por cerca de 4 horas (no meu caso). O mais incrível é ouvir volta e meia os amigos conversarem sobre o universo de jogos como esse, quem é filho de quem e assim por diante.
Parece um filme que passaria a noite no SBT.
Os visuais são bem cosia do início da geração, e isso ficou mais óbvio do que nunca agora depois de jogar coisas como Detroit: Become Human. Na verdade parece bem um jogo de PS2 em toda a sua execução e tom. Enquanto os visuais são bem mais algo de PS3 que foi portado e melhorado pro PS4. Acredito que MK 11 provavelmente também melhorou um bocado nos visuais e estilo e deu uma modernizada na série.

Muitos momentos da história dão aquela sensação de filler. O personagem está num lugar e aparece um grupo de inimigos. Você luta um atrás do outro e é isso.
Também devo mencionar que nem todos os lutadores aparecem na campanha, mas acho que os que ficaram de fora foram apenas os DLCs.
E falando em personagem de conteúdo adicional, MK XL tem umas adições bem curiosas para se usar nos modos Versus. Primeiro que alguns personagens clássicos estão de volta, como Goro e Bo' Rai Cho, entre outros. Foram ainda adicionados personagens clássicos de filmes de terror, que é onde o jogo brilha mais que tudo para mim: Leatherface, Alien, Predador, Jason Voorhees etc. Massa demais!
Se duvidar são adições melhores que os Robocops e Exterminadores do MK 11 (mesmo eu curtindo ambos).

Uma coisa interessante sobre os lutadores e que fica mais óbvia no modo multiplayer são as suas variações.
Há skins diversas para os personagens, incluindo visuais clássicos dos primeiros jogos da série (bem diferentes dos atuais modernos). Uma curiosidade são os visuais brasileiros, como Johnny Cage e Liu Kang com camisetas do Brasil ou Kung Lao gaúcho etc. Provavelmente são bônus exclusivos do nosso país e me pergunto se há outras variações exclusivas de outros lugares.
Mais legal ainda são os modos de combate de cada um, que você escolhe ao selecionar o lutador. Esses modos tem habilidades exclusivas e mudanças nos visuais, como personagens que tiram a máscara ou adicionam outros elementos visuais. Isso é muito legal e impede que você tenha apenas uma variação de estilo de luta para cada um deles. Mandaram bem demais!
Isso também é notável na campanha em diversos momentos, como nos capítulos finais em que o Kotal Kahn deixa de ter o título de Deus do Sol, visual amarelo e bater com os punhos para ter cores vermelhas e usar uma espada para bater, além de agora ser chamado de Deus da Guerra.

Resumindo: Mortal Kombat XL é um jogo muito divertido e completo e que tenho certeza que rende dezenas ou centenas de horas de jogo considerando campanha, modos multiplayer online e local, modos extras de batalhas, o sistema de facção que presenteia o time que mais pontuar e as conquistas, sendo que algumas exigem muita dedicação e tempo. Por um precinho bom, é definitivamente uma ótima aquisição, mesmo já existindo o 11.
De bom: fator replay grande. Jogo totalmente em Pt-BR. Muitos personagens e gameplay muito variado com isso. Modos online. Fatalities sangrentos, apesar do jogo ter um tom mais pop.
De ruim: alguns visuais, sobretudo os rostos dos personagens, não envelheceram tão bem. A campanha é um filme ruim e te obriga a jogar com personagens ruins por pelo menos metade do tempo. Lembrei que uma das protagonistas é dublada pela Pitty e é muito ruim. Muito mesmo.
No geral, gosto bastante de MK XL, mas o foco deve mesmo ser no Versus, ignorando, para variar, essa campanha bizarra. Ótimo multiplayer!

Creio eu q não mais