Zerado dia 17/02/19

O ano é 2010 e eu estou visitando um amigo pela enésima vez. Ele tem um Xbox 360, um videogame praticamente novo pra mim, com jogos em HD e um preço fora da minha realidade. Eu por fora de qualquer coisa que não seja relacionado ao Nintendo DS e feliz em jogar e zerar em sua casa Call of Duty: Black Ops. Que jogo bonito! E a narrativa? Uau!
Já fechei ou joguei vários outros jogos da série, mas esse ainda permanece como o mais interessante e até onde eu conheço, o definitivo, talvez o único que valha a pena nos moldes dos genéricos FPS de hoje em dia. Me interessei pelo 2 e acho que até tenho, mas nem fui atrás ainda, até porque tô com uns jogos de PS3 emprestados que já deveria ter devolvido a muito tempo, como Far Crys, Battlefields e até outros CoD.
O ano é 2018 e pelo lançamento de Black Ops 4, ganhamos o 3 de presente. Na falta do que fazer na casa de outro amigo (que já zerou vários jogos junto comigo), resolvemos terminar mais uma aventura. Mas que jogo ruim!

Você acha que não tem como fazer o bilionésimo jogo de uma franquia que só se recicla, mas conseguiram fazer isso de uma forma escrota.
Black Ops 3 (BO3) se inicia como qualquer jogo do gênero, mas já na onda futurista. com variações modernas de armas já conhecidas e até habilidades que você desbloqueia e equipa no seu personagem, como correr na parede, ficar invisível, um impulso com um socão, aguentar mais dano etc. Hummm...sem problema.
A nossa experiência já começou com um dos muitos bugs: inimigos invisíveis. Não deu pra levar o jogo a sério e a gente foi zoando por um bom tempo até que lá na frente o jogo deu algum problema, reiniciamos e tudo estava normalizado. A segunda decepção ficou por conta dos inimigos: robôs. Já disse isso no meu texto de Horizon: Zero Dawn mas não acho graça em atacar esse tipo de inimigo. Parece que golpes não surtem efeitos e não é muito satisfatório, mas tá bom. Fechamos depois o jogo e nos esquecemos dele. Lembrei um dia desses e baixei novamente na casa dele e felizmente o save ainda estava lá. Continuamos então até o final, meses depois.

O jogo segue da forma genérica de sempre: enredo clichezíssimo, andar seguindo um marcador, matar inimigos em uma área, se esconder pra esperar a vida regenerar, jogar uma granada. Poxa, porque eu estava jogando aquilo? Ao menos foi em dupla pra conversar.
Nem o visual do jogo é bom. É um título que saiu pra geração passada também, então não dá pra esperar muito, né? Por aí, mas o jogo parece feio mesmo para aqueles consoles, talvez por conta do splitscreen ou da TV do meu amigo.
O jogo continua sendo bizarro quando até as cutscenes são em splitscreen! Pois é, imagens basicamente duplicadas mesmo em cinemáticas. "Basicamente" porque há uma diferença crucial: seu personagem. Então é como se fossem duas realidades alternativas passando ao mesmo tempo!
Não teria problema se ele não falasse! Meu amigo estava jogando com uma personagem mulher e eu com um careca e na hora da dublagem, só saia a voz dela! Resultado: parecia que o cara tinha voz de mulher. Esse jogo é uma piada!

BO3 falha ainda em informar os eventos ao seu redor. Quantas vezes tomamos dano e não sabíamos de onde? Quantas vezes morri sem saber como? A impressão que dava é que duas balas eram suficientes para você cair, mas felizmente você fica no chão atirando até o seu amigo te levantar, como em Gears of War ou Army of Two.
E pra dizer que o jogo não só tem defeito, eles tem um sistema de equipar, aprimorar e customizar armas e habilidades que é bem legal. Entre as missões você pode andar pela base a acessar painéis para editar o seu arsenal, o que inclui quais armas carregar, quais partes equipar e melhorar ou piorar seus atributos e até mesmo suas cores.
Armas mais fortes e a possibilidade de usar ou melhorar habilidades são desbloqueadas conforme você joga e ganha níveis. Depois de entender uns menus desses, acabei criando algumas delas e usando um rifle sniper pelo jogo quase todo. Fiz ele atirar rápido e com muitas balas antes de recarregar, recarregamento rápido, distância de alcance grande etc. Até dei um nome tosco pra ele!

Pra quem quiser uma experiência maior, BO3 conta com o clássico modo zumbi da série. Nesse caso, um pouco confuso e até bem difícil.
Testamos apenas um mapa (nem sei se há outros) e ele funciona num esquema de se defender, matar zumbis e explorar novos horizontes. Cada kill gera uma quantidade de pontos, que meio que funcionam como dinheiro. Você pode usá-lo para construir barricadas que não parecem ajudar muito já que o fluxo de zumbis é constantemente grande, adquirir habilidades ou armas em pontos designados ou mesmo abrir portas, expandindo assim o mapa (e o deixando mais confuso) para encontrar novos tipos de inimigos, conseguir mais habilidades e novas armas.
Esse modo é bem estranho e punitivo, além de escuro e feio (mais uma vez possivelmente pelo splitscreen ou TV do meu bro). Depois de uma 3 tentativas razoavelmente longas e certamente frustradas, percebemos que jogar Left 4 Dead é muito mais legal.

Resumindo: Call of Duty: Black Ops III é um saco. Muito genérico e desinteressante e CHEIO de bugs no PS4. Os piores gigabytes que você pode baixar no seu console, mesmo de graça (não testei o multiplayer online).
De bom: possibilidade de multiplayer local pra zerar a campanha. Customização bacana de personagem e seu arsenal e habilidades.
De ruim: sem graça. Enredo boqueta e até frustrante comuns mantas sendo repetidos constantemente perto do final. Bugs que vão desde inimigos invisíveis até um slowmotion de uma partes que se manteve pelo jogo até a gente o reiniciar. Difícil de entender pelo que estamos sendo atingido, sobretudo quando você está se protegendo de um robozão e se sair vai morrer e acaba morrendo mesmo assim do nada. Música que parece ser "stock". Visual confuso e monocromático.
No geral, possivelmente o pior jogo que tive o desprazer de jogar nos últimos ANOS. Ainda me resta esperança no 2 e 4, mas esse 3, mesmo de graça, com certeza é uma bomba!

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