Medium picture

myers


over 4 years ago 2019-01-12

The Evil Within

Os jogos de terror em 3ª pessoa tiveram seu auge na 5ª e 6ª geração de consoles, mas infelizmente não conseguiram se adaptar as gerações posteriores, principalmente com a chegada de diversos jogos indie em 1ª pessoa, que era bem mais fácil de fazer, os últimos jogos decentes que tivemos foram Siren The New Translation, Alan Wake e Resident Evil Revelations, até que depois de um tempo, finalmente chegou um game que iria me surpreender: The Evil Whitin. The Evil Within foi um game produzido por ninguém menos que Shinji Mikami, o pai da série Resident Evil, ele mistura muito bem elementos de jogos clássicos como o próprio Resident Evil e Silent Hill, e ao mesmo tempo tendo sua própria identidade, sem parecer uma cópia genérica.

A história gira em torno de Sebastian Castellanos, um detetive da policia de Krimson City, ele recebe um chamado de que alguma coisa séria está acontecendo no Beacon Mental Hospital, e ele e sua equipe vão averiguar. O enredo pode parecer simples, mas conforme vamos avançando, começamos a perceber sua complexidade,não é simples de entender de primeira, além de que jogar as DLCS ajudam muito no compreendimento da história, mesmo assim, ela ainda deixa coisas em aberto, que é uma coisa que gosto, pois assim criamos discussões com outras pessoas e vemos pontos de vista diferentes, parecido com o que vemos em jogos como Silent Hill ou Siren, por exemplo. O game segue o padrão dos jogos de terror mais antigos, o personagem é um pouco duro na hora de andar, combate corpo a corpo muito ruim, e uma mira não muito boa, mas, durante o game, somos apresentados a uma espécie de "árvore de habilidades", onde podemos fazer melhorias no personagem ao coletarmos uma espécie de gel verde, que dá um número de pontos para gastar, podemos gastá-lo no fôlego do personagem, vida, munição, força do tiro, precisão,etc... 

E por falar em fôlego, é altamente recomendável investirem nele e na vida de seu personagem logo no começo, pois a dificuldade é bem elevada, lembrando os clássicos games de terror da época do PS1. Os inimigos mais simples lembram um pouco os Ganados do Resident Evil 4( aliás, o próprio Sebastian lembra um pouco o Leon), existe uma boa variedade de inimigos, mas são os chefes que acabam se destacando como a Laura, que é uma espécie de mulher aranha:

Temos também o Sadist, personagem inspirado em Leatherface:

O The Keeper, que lembra bastante o Pyramid Head:

E por último, mas não menos importante, o verdadeiro vilão do game, Ruvik

Cada um desses inimigos tem um significado diferente, foram criados a partir da mente de Ruvik, não entrarei em detalhes para evitar spoilers. Durante o game passamos por vários cenários, ás vezes o cenário muda do nada, deixando o Sebastian sem entender muita coisa; podemos salvar o game sempre que encontramos um espelho, aparece uma luz vindo dele e começa a tocar a música "Clair de Lune", quando entramos no espelho a primeira vez, começamos dentro de uma cela, saindo dela, vemos uma espécie de recepção com uma enfermeira chamada Tatiana, ela é uma personagem bastante misteriosa e o jogo não explica muita coisa sobre ela.

E é com ela que salvamos o nosso progresso; ela parece saber mais sobre o Sebastian do que ele dela. Atrás, temos um quadro com os papéis pregados, nele vimos cartazes de "desaparecidos" e na frente temos jornais, tanto os cartazes quanto os jornais servem para complementar o enredo do jogo, dando informações extras sobre os personagens e sobre o que está acontecendo ao redor de tudo isso. Temos também chaves que encontramos ao quebrarmos estátuas de um santo, elas servem para abrir armários que ficam atrás de uma porta onde a enfermeira Tatiana fica, cada um desses armários tem alguns itens, mas eles são aleatórios, podem ter gel verde, virote para a besta(Normal,elétrico ou de gelo), munição para pistola, rifle, shotgun,revólver,etc... Temos também o modo "AKUMU" que é a dificuldade mais elevada do game, onde o jogador passará muita raiva, além de que quando você zera o game em mais de uma dificuldade você vai liberando certos itens especiais para quando você for jogar no New Game Plus, aumentando a vida útil do jogo( na minha primeira jogatina eu zerei em um pouco mais de 15 horas na dificuldade normal).Mas como todo mundo sabe, todo jogo tem seus defeitos, The Evil Within apresenta alguns bugs,como atravessar paredes ou objetos, a jogabilidade pode incomodar algumas pessoas por ela ser datada( Eu não me incomodei pois já estou acostumado com esses tipos de jogos, onde a jogabilidade é feita desse jeito de propósito para gerar desconforto no jogador, mas entendo quem não gostou, pois de fato é ultrapassada), além de personagens pouco carismáticos, principalmente o Sebastian que fala bem pouco durante o game, mas quando avançamos na história percebemos o porque ele é desse jeito, e o Joseph Oda, que eu considero o personagem mais inútil do game, onde tem partes que ele parece a "Ashley" de Resident Evil 4, precisando ser salvo algumas vezes; talvez os personagens mais interessantes sejam a Juli Kidman(tanto no jogo principal quanto nas DLCS que ela é a protagonista) e o grande vilão Ruvik, que também tem um bom desenvolvimento.E não podemos esquecer da trilha sonora que é um show a parte, além dos efeitos sonoros do game que são um pouco perturbadores; a inteligência artificial dos inimigos é bem básica, você pode tentar matar os inimigos em steath, mas a gameplay não é muito boa nesse aspecto, tem uma espécie de "olho" na tela para quando o inimigo vê o seu personagem, quanto mais aberto esse olho, mais ele está te vendo, você pode jogar tijolos e garrafas para atacar ou distrair seus inimigos, mas tomem cuidado, pois se você tiver enfrentando um chefe, com apenas um Hit ele mata o seu personagem, e as mortes são as mais variadas possíveis, lembrando muito as mortes em Dead Space;os gráficos são bonitos para o PS3, mesmo tendo jogos com gráficos melhores no mesmo ano em que foi lançado. Esse foi um game bastante injustiçado, ele não segue os padrões da moda de hoje em dia, e infelizmente, por causa desses "padrões" dos jogos atuais, ele sofreu duras criticas, tanto que no 2º game deixaram ele bem mais "padronizado" com um mundo aberto e side quests, focado na ação e um enredo mastigado, mas isso é assunto para uma futura critica. The Evil Within é um ótimo game, que trouxe de volta os jogos de terror em 3ª pessoa, mostrando que mesmo os jogos de terror em 1ª pessoa focados no jump scare estejam fazendo mais sucesso, os games de terror em 3ª pessoa ainda estão vivos, e uma vez ou outra aparece alguma surpresa, dessa vez, a surpresa foi The Evil Within.

9.0 9.0 10
Overall
7.0 Gameplay
9.0 Story
9.0 Music
8.5 Graphics
Enredo
Level Design
Design dos inimigos, principalmente dos chefes
Trilha Sonora
Dificuldade elevada
Jogabilidade datada
Gráficos bonitos, mas inferiores a muitos jogos lançados na época
Bugs de atravessar objetos e paredes

4 of users found this review helpful.


Outras críticas do mesmo autor:

Keep reading → Collapse ←
Loading...