Registro de finalizações: Double Dragon Neon
Zerado dia 25/11/22
Caraca, um mês para o Natal!
Eu conheci esse Double Dragon Neon navegando pela loja virtual do PS3 há alguns anos e na época achei curioso como eu nunca tinha ouvido falar nele. Imaginei que fosse algo ruim, mas fui olhar as imagens e julguei que seria isso mesmo. Com tantos beat'em ups bacanas e bonitos, esse daqui seguiu a moda dos modelos 3D e simplesmente aprecia genérico.
Pois bem, os anos se passaram e eu resolvi que jogaria ocasionalmente toda a franquia Double Dragon e olhando nas Wikipedias da vida, relembrei a existência desse daqui e já num clima de vários "briga de rua" recentemente, não pude evitar de o baixar quando o vi na loja do Nintendo Switch. Também desconhecia que ele tinha vindo para a geração atual e isso me fez pensar que talvez se tratasse sim de um jogo bom, talvez até no nível do Streets of Rage 4?
Também não o planejava joga tão cedo, mas o baixei pois imaginei que pudesse ser uma boa ideia para jogar eventualmente com a galera, já que tivemos boas experiências com o gênero nas últimas madrugadas de jogatina, porém, adivinha só? Precisei de espaço com alguma urgência para baixar mais um título para a jogatina que deve acontecer em breve. Tudo bem que já devo ter preparado uns 8 jogos para o dia, mas lembrei de um famoso indie e quis o colocar logo em prática enquanto ainda lembrava.
As minhas experiências com DD são meio aleatórias. Na infância conhecíamos muito bem o nome e que se tratava de uma dupla super maneira de lutadores que mistura artes marciais asiáticas com a cultura americana. Acredito que o conhecimento tenha vindo do filme que de '94.
Já nos jogos a gente jogava um de luta estilo The King of Fighters no Arcade e possivelmente alguma coisa no SNES. A certeza que tenho que que joguei um crossover com Battletoads na mesma plataforma com um amigo lá para 2008. Depois disso só voltei no início agora de 2022, quando terminei o 1, 2 (ambos disponíveis no sistema online do Switch) e 4, que tinha pagado baratinho. O 3 ficou aguardando a chance de ser comprado.
Agora precisando de apenas 2GB, olhei o armazenamento do Switch e entre as muitas escolhas esse daqui pareceu uma boa por durar em média 3 horinhas enquanto outros duravam o dobro ou mais. E como a jogatina estava marcada originalmente para amanhã, eu precisava mesmo de um jogo breve.
E iniciando DD Neon, bem, ele é mesmo bem mais moderno, mas com aquela cara de jogo de PS3/XBox 360. Que bom que muita coisa evoluiu desde então! Como eu queria que pelo menos os personagens fossem sprites 2D...
Mexi nas opções, mas não tinha nada de mais, então vamos lá!
Nesse início ele vai te ensinar uns básicos já durante a fase. Você tem um botão de ataque fraco e outro forte, X e Y. O botão B pula e você pode combinar com os ataques, como sempre. Apertando A você pega objetos do chão, como armas, ou agarra os oponentes. Porém vale dizer que aqui você só pode agarrar um oponente depois que ele estiver tonto após tomar uns sopapos.
Na verdade, muitos desses comandos são meio estranhos. É difícil de dizer o porquê, mas algumas ações não parecem tão naturais. Eu mesmo demorei para conseguir pegar o primeiro item que encontrei porque pressionava os botões de ataque e nada acontecia.
E falando em estranheza, há ainda mais 3 comandos bem fora do comum: correr segurando ZR, sendo que ele demora a efetivamente iniciar a corrida, ataque especial com R, que aqui necessita acumular quantias mínimas de uma barra que se preenche ao quebrar os capangas na porrada e o mais estranho de todos: se abaixar/esquivar com ZL.
É estranho porque essa ação só acontece no momento que você pressiona o botão e, com o timing certo, você verá um efeito na tela e seu personagem causará mais dano! O estranho é essa necessidade de apertar o gatilho esquerdo a cada golpe que for tomar e essa ação não cancela um ataque já iniciando por você nem ativa no ar. Para completar, para rolar você deve apertar esse botão e para um lado em seguida e cada rolagem, que nos movimenta apenas um pequeno espaço, necessitará que você aperte novamente. O que eu fazia era segurar o botão e esperar o momento certo só apertando para o lado, mas o jogo não registra!
O combate do jogo é mais bagunçado do que nunca. Ou pelo menos até onde conheço a série.
Se você não se alinhar muito bem com os caras seus ataques não registram dano. Já os inimigos têm ataque com hitboxes completamente zoados e sempre te acertam, mesmo quando parece que não acertaria.
Outra coisa chata é que os inimigos não ficam "tontos" entre um ataque que você os deu e um ataque que eles dão em seguida. Sabe quando você está entre dois deles, golpeia o da direita, depois o da esquerda, depois volta para o da direita e assim por diante? Aqui assim que você aperta para o lado oposto o cara já te ataca. Super bizarro!
Para completar os carinhas do mal, mesmo os mais toscos têm "super armor" enquanto atacam com armas, então mesmo quando você resolve dar uma voadora estilo Tartarugas Ninjas num cara vindo na sua direção, caso ele acione um golpe com arma você simplesmente não consegue quebrar o combo que ele usará e você é quem se dá mal. Já você pode estar usando a maior e mais forte arma do mundo que um soquinho cancela o seu golpe.
A jogatina é bem familiar: você anda, os caras vêm, vocês trocam porradas, pega armas deles, com sorte acha um refrigerante para se curar ou até uma vida.
A maioria dos inimigos são tranquilos de lidar, mas alguns piores vão aparecendo conforme você avança. O mais chato na minha opinião são os bombados grandalhões que demoram um século para morrer, causam muito dano, não podemos cancelar seus golpes com os nossos e é bem raro de conseguir o famoso stagger. Basicamente o jogo te obriga a aprender o lance da esquiva + power up, mas nem todo golpe é evitável assim e muitas vezes é melhor só tentar rolar.
Há também um pouco de plataforma, como a série parece sempre ter, mas é bem fácil e onde tem buraco é sempre legal jogar os capangas direto para a morte. Aliás, esses tipos de armadilha que inclusive exercem efeito sobre a galera do mal é um dos pontos altos da franquia.
O jogo tem apenas 10 fases, mas algumas são mais longas e tem diversas seções enquanto outras parecem ser bem curtinhas. O fato é que quando eu descobri isso eu já estava na metade do jogo com 1 hora de gameplay. Duvidei muito que durariam aquelas 3 horas.
A maioria das fases ainda tem lojas, muitas vezes em caminhos alternativos e não tão óbvios onde você pode comprar melhorias para o personagem, como itens que melhoram certos atributos enquanto piora outros e até investir em diversas outras habilidades daquele que usamos com R.
Na verdade, a maioria das habilidades você desbloqueia graças às fitas K7 que os inimigos derrubam e você só as melhora na loja com os seus pontos.
A loja também vende uns itens bacanas, como cura de HP ou da "mana" para os especiais e até mesmo vidas!
É sempre bom se preparar pois no final de cada estágio há um boss chato e na maior parte das vezes eu os matei quando estava no final da minha última vida (não investi em comprar mais vidas).
Logo cheguei ao final do jogo e a coisa começou a dificultar. A penúltima fase era cruel, com armadilhas e inimigos te jogando nos muitos buracos e você perdendo muito HP. Perdeu a última vida? Achou que ia voltar par ao início da última seção alcançada? Que nada! Volte ao início da fase!
Podia ser pior, né? Mas ainda assim é frustrante visto que algumas fases são bem longas! E a última fase é o melhor exemplo disso: longa para caramba, muitos desafios e inimigos e um chefe super apelão. Foi aqui que tive que gastar meus pontos em vidas para aguentar a batalha. E foi aqui também que o jogo tomou as previstas 3 horas e meia. Inacreditável o tempo que fiquei nessas duas últimas e frustrantes fases!
Resumindo: Double Dragon Neon é um jogo bacaninha e pode ser divertido para dois jogadores passarem um tempo, mas realmente acho que o jogo deu uma certa envelhecida. Quer dizer, está longe de ser um jogo necessariamente ruim e tem muitos piores no gênero, mas o ponto é que há beat'em ups muito melhores disponíveis atualmente.
De bom: tem um estilo anos 80/futurista legal. Tem umas músicas boas (inclusive cantadas). Vidas e HP costumam se regenerar em determinados momentos das fases ou ao menos entre elas. Continues infinitos.
De ruim: inimigos demoram demais para morre, bloqueiam seus ataques enquanto estão atacando (mesmos e você chegar por detrás) e cancelam os seus combos. Alguns comandos são estranhos ou ruins mesmo, como a corrida com delay e a esquiva que você tem que ficar pressionando o botão a cada golpe a ser esquivado. Achei que o jogo exagera um pouco no contexto e acaba sendo uma paródia de si mesmo com chefes e lutas absurdas de longas e personagens estúpidos e americanizados. Dublagem meio bobona. Tem momentos super escuros que não dá pra ver quase nada!
No geral, é, foi um jogo ok. Poderia estar jogando Street of Rage 4, mas tudo bem. Vale a pena dar uma conferida, apesar de ser meio irritante. Jogo beeeeeeeem mais ou menos, só que mais para menos.
Se jogar em dois a dificuldade fica de boas.
Esse daí não é as mil maravilhas, mas foi um bom jogo para época. Ainda mais que ele custava vinte reais no PS3 por ser um jogo simplesinho e não 200 como esses joguinhos costumam custar hj em dia... hahahhahaa!