Zerado dia 22/10/21

Paralelamente às minhas jogatina de Detroit: Become Human, eu precisava de alguma coisa para tapar o buraco dos portáteis, até porque nem sempre animo de ligar a TV para jogar. Alguns dias eu só quero chegar em casa, colocar uns vídeos de canais que sigo pra passar no fundo e jogar na cama. Infelizmente jogos dos consoles grandes impedem isso e acabam pegando toda a atenção do quarto para eles. Sendo assim, se um jogo for sério ou triste, por exemplo, todo o quarto fica naquele clima.
Mesmo com uma lista com alguns jogos pendentes para terminar, o escolhido foi algo de fora dela, e de forma meio aleatória: Severed, um jogo dos mesmos criadores do adorado Guacamelee!

Vendo os posts do pessoal no Alvanista me dei conta de como já se passaram anos e anos desde o seu lançamento, que inclusive ocorreu até mesmo no Wii U! Lembro que meus amigos estavam bem curiosos com Severed e foram jogando e recomendando após seu lançamento, mas eu fui enrolando. Sabia que era um jogo de fazer uns cortes na tela e tal e nada mais! Apesar da curiosidade, não era a hora dele.
Tinha o jogo meio esquecido num cantinho entre os vários ícones no 3DS, mas o que trouxe à tona recentemente foi alguém falando de sua jogabilidade no Switch: ele só funciona no modo portátil! Bizarro e curioso.
Infelizmente a jogabilidade muito bacana desse título fica muito limitada ao uso de telas e mesmo com o mouse no PC não seria muito prático. Mas, olha, tente achar uma plataforma para jogar ele (3DS, Wii U, Vita ou iOS), pois o jogo é animal!

De cara a primeira coisa que percebi foi o fato do jogo estar traduzido para o português! Bacana!
Em seguida é notável a arte estilo Guacamelee. Muito legal também! Entretanto, são gêneros de jogo bem diferente (caso não seja óbvio para você) e a atmosfera feliz e cheia de piadinhas daquele metroidvania deu lugar à um dungeon crawler mais sério e melancólico.
Pois é, dessa parte eu não sabia: dungeon crawling em primeira pessoa como...os primeiros Shin Megami Tensei ou Etrian Odyssey. Pessoalmente não seria o meu tipo de jogo, mas Severed limitou essas semelhanças apenas à exploração do jogo, já que as batalhas são meio que como um Hack 'n' Slash na tela de toque com cortes nos momentos e posições corretas, algo meio que como Skyward Sword.

Pois é, o mundo é aberto e você sai da sua vila e pode seguir diferentes caminhos se guiando pelo mapa. Entenda isso de mundo aberto de uma forma diferente, pois é um jogo de muitos corredores e, quanto mais próximo do início, mais linear ele é. A sua liberdade fica mais pela sua vontade de voltar em mapas anteriores com novas habilidades e descobrir novas coisas. Para um jogador não focado nos 100% e apenas em terminar a aventura, basta seguir a lógica da campanha. Porém, as dungeons do jogo ainda exigem que você explore, vá e volte com frequência, resolva quebra-cabeças e faça batalhas contra os monstros.
Uma coisa interessante é que não há batalhas aleatórias, mas sim monstros fixos no mapa em forma de um ícone (não sei se eles voltam depois que você retorna à uma dungeon).
A exploração ainda te recompensa com itens, segredos e muitos vasos para você quebrar!

Já as batalhas começam simples e evoluem bastante. Existem poucos tipos de inimigos para você se acostumar às mecânicas de batalhas e, principalmente, seus padrões de ataques.
Há sempre um monstro na tela e você pode o cortar com a sua espada fazendo risco na tela. Cortes mais longos causam mais dano.
Mas você sempre deve achar o momento certo de atacar e evitar bater quando o monstro estiver na defensiva. A caveira acima, por exemplo, tem como ponto fraco a esfera dentro de sua boca. Basta esperar ela abrir e fazer os cortes, que nesse caso devem ser horizontais, pois ela defende seus golpes onde é osso.
Todos os monstros atacam também se não forem atacados, fazendo com que você mantenha o foco nas batalhas.

A simplicidade vai ficando cada vez mais de lado nessas batalhas: inimigos começam a usar ataques fortes que devem ser contra-atacados no momento certo (fazendo cortes nos ângulos de seus ataques). Há ainda batalhas contra múltiplos monstros, que vão te deixar louco gerindo quem e quando atacar, mudando de um inimigo pro outro (apertando para os lados para focar no próximo) e tomando cuidado para não demorar demais para bater em alguém e tomar dano. E quando os inimigos começam a ter habilidades como ataque, defesa ou velocidade maiores? Pode ficar feio!
Vale ressaltar que as batalhas podem ser difíceis (principalmente aquelas que são opcionais) e morrer é muito fácil (mas felizmente há sempre um checkpoint antes de cada embate.
Bater nas partes erradas dos inimigos, como quando estão defendendo, quebra o seu combo. Quanto maior seu combo, mais uma barra se enche e ao enchê-la completamente será possível cortar fora as partes dos inimigos. Acredite, as vezes é melhor parar de bater e focar num outro inimigo que matar esse fraco sem estar com essa barra cheia.

Com a barra cheia, finalize todo mundo e você terá um breve momento para cortar em cima do maior número de linhas possível e conseguir partes dos monstros.
Essas partes podem ser usadas num menu para desbloquear e melhorar habilidades passivas, como causar mais dano, maiores chances de críticos e até regenerar vida de acordo com o que você causa.
Partes como essas podem também ser encontradas dentro de jarros pelos cenários e atrás de desafios maiores opcionais, então vale a pena explorar o máximo possível e tentar algumas vezes desafios que parecem bem chatos, até porque o jogo tem um ritmo tão rápido que mal dá pra se frustrar. Existem ainda partes genéricas que podem ser usadas para confeccionar partes que estejam faltando nas suas melhorias.
Durante a aventura você ainda conseguirá outras habilidades, ativas, para usar em batalha e em marcas nos cenários. Essas habilidades ajudam bastante e a minha predileta é a de roubar os buffs dos inimigos em batalha.

Resumindo: Severed é um excelente jogo, mas uma experiência muito breve. Eu fui de zero à cem em apenas 4 horas e meia. Foram ótimas 4 horas e meia de jogo e sei que poderia ter continuado e ido atrás de fazer 100%, mas a falta de conquistas do 3DS me desencorajou um pouco. Fora isso, foi uma jogatina muito gostosa e satisfatória, apesar de ter ficado na vontade de mais!
De bom: enredo bom. Artstyle muito bacana, mesmo com as limitações de resolução do 3DS. Gameplay muito bacana, simples e desafiador. Várias formas de controlar, incluindo analógico, d-pad (que por algum motivo preferi) e AXBY para quem for canhoto. As duas telas do portátil ajudaram na questão do mapa e há a possibilidade das duas transmitirem o jogo, sendo que a de cima tem maior campo de visão e a opção de jogar com o efeito 3D. Jogo em português.
De ruim: curto demais com suas três dungeons. Algumas batalhas parecem injustas e são estranhas, mas uma hora vai.
No geral, gostei demais mesmo e recomendaria para todo mundo (dê uma olhada na classificação etária). Apesar de ser muito breve, foi uma das melhores experiências com o gênero, senão a melhor e torço para que isso tenha me ajudado a curtir jogo no futuro, como Shin Megami Tensei: Strange Journey (acho que o problema está mesmo é nas batalhas). Jogão!

Esse jogo é bem legal, vc vai ficar um tempo perdido, mas vale bem a pena XD
Lembro quando joguei esse e platinei. Muito bom mesmo