Crítica escrita por kipocalia · about 3 years ago
Estranhamente, aqui no Brasil boa parte das pessoas desconhecem a franquia. Embora seu spin off faça bastante sucesso - Heroes of Might e Magic -, poucos vão a fundo para pesquisar a origem da série, que está entre as mais importantes para a evolução do rpg eletrônico, juntamente com Wizardry e Ultima. (Não julgo, a história dos computadores no PC é um tema complexo, até década de 90 era raro um BR ter um computador pessoal em casa, mais ainda internet para se informar. No máximo o que nos chegava era alguma ou outra informação por revistas; como era de difícil acesso o brasileiro conheceu primeiro o rpg japones, já que além de mais acessivel era mais simples de crianças compreenderem, tendo em vista muitas vezes seu sistema complexo).
Mesmo que outrora a proposta da série fosse ser quase uma cópia de Wizardry, tendo a criação de uma equipe e exploração de calabouços, ela batia de frente em vários outros quesitos. Entre eles, não estávamos mais restritos apenas ao calabouço, tínhamos um mundo aberto, inteiro pra explorar - é um mundo rustico para os padrões atuais, mas muito afrente de seu tempo, isso muito antes de Skyrim existir, na década de 80. A série foi amadurecendo, adquirindo no seu decorrer características nunca vistas novamente nos RPGs de sua época nem atuais.
Might e Magic I: Secret of the Inner Sanctum
Might e Magic 6 é um bom começo para quem tem interesse de conhecer a série; Não que os antecessores de MSDOS estejam defasados, eles ainda são bem acessíveis, mas este por ser o primeiro em 3D foi um dos grandes saltos da franquia. Embora os direitos dela não estivessem mais na mão de seu criador e de sua produtora (Jon Van Caneghem e New World Computing), a 3DO que comprou seus direitos manteve-os para trabalharem em sua continuação. Isso fez com que o jogo mantivesse muito de sua essência (Muito diferentemente do que anda fazendo a Ubisoft hoje).
Graficamente o jogo envelheceu muito bem: ele usa o sistema de digitalizar humanos reais - o que pode gerar estranheza a primeira vista, mas após um tempo acostuma-se e enxerga-se nisso seu charme. Fica parecendo que a 3DO colocou qualquer um de seus empregados e familiares para atuar como um de seus npcs, o que é bem cômico. Já os monstros e npcs fora das casas são representados por sprites muito bem detalhados, e o mundo é grande, rico e muito colorido.
Antes de começar o jogo, passa uma CG contando brevemente o que vem acontecendo nesse mundo. Assim como em todo TES nosso personagem começa na cadeia, em todo MM começamos jogados em uma cidade, a história nem sempre se faz clara, mas nosso desafio é descobrir qual é nossa jornada. O jogo se passa todo no continente de Enroth, que aparentemente vive em caos por um mal que está a espreita. Seres vindo de outro planeta ameaçam a soberania humana - dai vem o nome Mandato do Céu. Como podem ver no mapa, o mundo é vasto, rico e colorido. Levei mais bem mais de 100 horas para explorá-lo ao todo.
Muitos podem achar que essa mistura de fantasia medieval com ficção cientifica pode não dar certo, mas funciona muito bem aqui. Até porque, diferente de Wizardry, Might e Magic nunca se levou tão a sério; no decorrer há muita piada, conversas engraçadas e referencias a cultura pop. Tipo, em Castle Ironfirst sempre que você sair do templo, alguém falará: Live Long and Prosper - Star Trek.
(tive que colocar imagens diferentes da internet pois não tirei muitos prints).
Considerações: (vou dar nota de 1 a 5/ 10 a 50).
Outra que achei engraçado foi a lady loretta fleise, que ama muito dinheiro, ama mais dinheiro que os amigos. Alguns na cidade podem dar-te quests variadas; algumas delas realmente recompensadoras em dinheiro e xp -, podem te ensinar alguma coisa, ou podem entrar na sua equipe. Mas ai eles não são tipo personagens jogáveis, servem mais como apoio, porém você precisa dar-lhes uma pequena taxa de todo ouro que você encontrar. Alguns podem deixar sua magia mais poderosa, outro diminuir a quantidade de tempo que tu gasta pra viajar, dobrar seu xp, as possibilidades são muito grandes \o/ ah ainda alguns que são bons pra nada, e dizem: se vocês querem me contratar, isso é bom, mas sei fazer nada, apenas sou ótima companhia. (Nota 4,5).
Minha nota se for enxergar a obra como um todo, vai de 4,5 de 5.
9.5
9.5
10
Overall
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