Registro de finalizações: Hyrule Warriors: Age of Calamity
Zerado dia 22/04/23
Depois de uns tempos, finalmente posso dizer novamente que todos os Zeldas foram terminados e agora basta aguardar o Tears of the Kingdom!
Para quem não sabe, essa é a minha franquia predileta desde que na pré-adolescência tive a oportunidade de jogar Ocarina of Time e Majora's Mask no N64 de uns primos de outro estado. Que época MÁGICA! Também conheci os jogos do Pokémon pelo Crystal (na época eu achava que só existia o anime) e me convenci a pegar meu próprio Game Boy Color e uma cópia do Zelda Oracle of Ages que também continua sendo um dos meus prediletos!
Com o passar de muitos anos eu fui pouco a pouco tomando coragem e jogando todas as aventuras de Link, que já eram muitas. Alguns deles eu demorei para conseguir jogar pois os consoles mais modernos na adolescência pareciam muito distantes de mim. Tipo, jogar Twilight Princess era um sonho!
E foi mesmo uma alegria finalmente jogar esses e outros modernos, inclusive os de DS e aqueles mais improváveis como ambos os Four Swords e mesmo o Crossbow Training, hehe. Enfim, foi uma jornada com muitos altos e alguns baixos. Por exemplo: eu esperava bem mais do Wind Waker e do Skyward Sword.
Mais pra frente eu encarei o primeiro Hyrule Warriors no Wii U graças à um amigo que me emprestou. Nessa época eu já tinha o pé atrás com os Musou e basicamente tudo o que tinha Omega Force ou Koei Tecmo no nome de tanto ver os amigos jogarem Samurai Warriors e afins no PS2 e não ver o menor sentido em sair detonando ondas e ondas de inimigos que ocupavam toda a tela e só ficavam te olhando e pulando de um lado pro outro. Na verdade é bem comum ver as pessoas torcendo o nariz para esse gênero.
Arrisquei com HW e curti mais do que imaginava enquanto o próprio dono tinha se arrependido da compra. Tudo bem que era só mais um musou com roupa de Zelda e bastante fanservice e crossover de tudo quando era jogo da franquia, mas bizarramente dava certo e as missões eram divertidinhas, fora que a campanha nem era tão longa. Não era a melhor experiência do console porém foi bacana e até hoje chuto que foi provavelmente a temática, as músicas e personagens que me fizeram gostar.
Alguns anos depois, já no Nintendo Switch eu joguei meu segundo musou: Fire Emblem Warriors. Esse foi oferecido de graça por uma semana para assinantes do plano online deles e... Achei bem meh. A fórmula era a mesmíssima só que com skin do FE, uma franquia que nem curto muito. Mas também não acho que seja muito hipócrita dizer que gostei de um e do outro bem menos pois acredito que se eu tivesse invertido a ordem que joguei o segundo seria sempre visto como "mais do mesmo".
Quando a Nintendo anunciou outro HW eu não fiquei impressionado. OUTRO MUSOU da Koei? Puts! E o pior é que eu não tenho coragem de pagar nesses jogos e agora eu teria que dar um jeito, até porque era outro Zelda...
No caso do Age of Calamity ele foi anunciado como uma prequela de Breath of the Wild, o que era bem curioso, e inclusive seguia o mesmo estilo artístico, tinha muita mão da Nintendo no desenvolvimento e deixava esse lado mais fanservice se juntar um monte de personagens de épocas diferentes para focar em algo mais sólido e lógico.
Parecia bacana até, porém... Koei Tecmo, Omega Force. Deixei de lado e esperei a chance, que só veio mesmo com o desbloqueio. Inclusive quando desbloqueei o Switch esse foi um dos primeiros que baixei pelo lance da exclusividade que sempre acaba tendo preferência para mim.
Demorei um pouco para começar pois queria jogar os demais Zeldas que não conhecia na ordem e estava esperando alguma faísca de vontade de encarar outro HW. O que motivou mesmo foi ele ser um jogo que ocupava uns 13GB no Switch.
Iniciando a minha jogatina, é realmente um jogo bem caprichadinho e bem diferente dos musou que joguei antes. Ele tem uma apresentação muito bacana, você escolhe o idioma até das falas e tal, parecia que eu estava iniciando um Xenoblade.
A primeira fase me lembrou algo importante: esse jogo ganhou uma demo na época e eu joguei e não curti. Aliás, foi motivo de muita crítica por todos pois o framerate era muito zoado. Parecia que tinham portado para rodar no 3DS como fizeram com o primeiro HW. Era bem ruim!
Eu não sei se o jogo completo consertava isso ou, o mais provável, lançaram um patch depois, mas ele roda muito bem! Refiz essa primeira fase e foi bem tranquilo.
Há bastante cutscenes também, mas de uma forma positiva e com aqueles visuais em cel-shading bacanas do BOTW. Definitivamente parece que você está de volta àquele mundo!
O gameplay é meio que o já conhecido: bata nos muitos inimigos, conquiste áreas, corra de um lado para o outro acompanhando o mapa. Entretanto as missões são interessantes e sempre fazem sentido ao invés apenas de "Conquiste Todas As Bases" ou sei lá.
Bater nos inimigos também é bom para juntar especial e se preparar para os chefes e sub-chefes e poder os derrotar bem mais rapidamente, além de ganhar níveis, conseguir itens e equipamentos e por aí vai. É bom também saber mandar os demais personagens do time irem para outras localidades para acelerar um pouco as fases pois você pode alternar entre eles (todos tem combos diferentes) ao invés de ficar com apenas um correndo de um objetivo à outro.
Os estágios também estão entre os melhores pontos de AoC pois quando você escolhe uma fase da campanha, você faz isso no mapa de Hyrule do BotW e é lá que a ação vai acontecer, incluindo tudo o que aquele lugar tinha originalmente no jogo de 2017. Em resumo: é tudo muito familiar e com bastante identidade ao invés de apenas um monte de áreas verdes e muros e você acaba sempre sabendo onde está mesmo em alguns estágios que são bem grandes, com áreas e mais áreas dentro de castelos, diferentes andares e verticalizações.
Só tenha em mente que as coisas acontecem bem antes dos eventos de BotW, então algumas coisas são levemente diferentes ou até existentes como o castelo da Zelda que ainda é bonito e ensolarado. O enredo mesmo trabalha em cima do heróis, incluindo o campeões que só vemos por flashbacks no jogo de 2017, tentando impedir a volta da Calamidade. Acho que isso acontece 100 anos antes de BotW ou algo assim.
É muito legal também que os estágios acontecem em lugares tão conhecidos como a cidade dos Zora ou o esconderijo do Yiga Clan entre muitos outros. Inclusive você vai recrutando os personagens para jogar conforme faz as missões nessas localidades.
As missões te dão também itens e dinheiro, inclusive por lutar ou explorar lugares não obrigatórios e você pode usar desses recursos para melhorar suas armas, upar os personagens que estiverem abaixo do nível do Link, desbloquear melhorias para a aventura e mesmo abrir mais localidades no mapa, que contém MUITAS missões opcionais, sendo que algumas são rápidas e jogáveis enquanto outras são apenas entregar itens no mapa mesmo (que podem aumentar combos ou a vida de personagens específicos).
A quantidade de conteúdo é absurda! Eu mesmo estava fazendo a missão principal, terminava uma, abria outra e várias paralelas rápidas, fazia então essas opcionais e depois voltava para a próxima principal do mapa e, cara, como eu gastava tempo fazendo isso! Quando eu percebi eu estava gastando 15 minutos na campanha e 1 hora nas paralelas!
Passei então a focar apenas na campanha mas ainda assim o jogo demorou um bom bocado (felizmente não chegou a enjoar) e algumas missões diferenciadas, como as que jogamos com as Divine Beasts e todo o lance de upgrades deixaram a experiência bem fluída.
Entretanto nas missões finais eu fiquei abaixo do nível recomendado e até sofri um tiquinho enquanto o mapa ficou repleto de coisas a serem feitas. O legal é que toda a aventura te deixa levemente tenso em relação a você conseguir ou não prosseguir e você até morre umas vezes, mas há checkpoints, diferentemente do FE Warriors que você sempre se sentia no controle e era só questão de tempo para o terminar.
Resumindo: Hyrule Warriors: Age of Calamity é um jogo muito legal e bem acima do que eu esperava. Acho que é o melhor do gênero até onde conheço, muito embora não seja exatamente perfeito. Esse também é um jogo que você só vai curtir completamente se já tiver jogado BotW. Mas não o jogue antes por ser uma prequela! Saiba também que curtir BotW não significa que você vai curtir esse e vice-versa! E se você gosta de musou, eu também recomendo bastante! Achei bem legal como a aventura se mantém sempre interessante com cenários muito bem detalhados e menos óbvios, o enredo em si e tudo o que você pode fazer, dando um gosto muito bom de título first-party.
De bom: belos visuais. Muitas cutscenes explicando o contexto do mundo do BotW, coisa que pecou bastante por lá. Muitos personagens jogáveis e diversos tipos de armas com movesets exclusivos para cada. Muito conteúdo. Possibilidade de jogar de dois em splitscreen que deve ser sensacional. Diversos níveis de dificuldade. Uso bacana dos poderes do Link, como bombas, stasis e afins. Bom nível de desafio no Normal.
De ruim: o enredo termina de forma decepcionante e acaba não conectando como esperávamos ao BotW. Muito do combate estratégico contra inimigos mais fortes se resume a ficar batendo sem parar e desviando no momento certo. Achei o dinheiro e recursos meio limitados demais e acaba demorando parar conseguir melhorar tudo, te obrigando a re-jogar missões, coisa que nunca fiz.
No geral eu gostei bastante! Eu realmente esperava achar esse jogo sem sal e curtir mais dos demais, como o Cadence of Hyrule, mas foi completamente o oposto! Recomendo bastante por todo o capricho e essa foi disparada a minha melhor experiência com o gênero. Apenas se atente ao fato de que musou pode não ser para você que ama BotW, mas se for, não tem erro. Jogo massa!
Ainda 0 centavos.