Lá em 97/98/99, minha vida rodava em torno de emuladores. SNES, GBC e até PS1 rodando em um Celeron 266 com 5gb de HD e 32 de Ram (eu me sinto muito velho em ver celulares quebrando esse setup com facilidade).
Os jogos de PS1 eram comprados na feira e os de Snes e Game Boy baixados via internet discada. zzzz tein tein digou digou zzzz. (Mãe, perdoe as contas de telefone)
O ponto disso tudo é que eu felizmente fui capaz de jogar logo cedo jogos que não chegaram no mercado ocidental, sendo eles traduzidos por equipes de fanslate.
Minha maior ocupação na época era jogar RPG. E nessa onda de encontrar jogos traduzidos fui capaz de jogar Tactics Ogre em inglês antes do port pra PS1, Chrono Trigger em PTBR, Bahamut Lagoon e finalmente Seiken Densetsu 3, ou chamado por alguns como Secret of Mana 2.
Na época eu já tinha jogado o 1, que na verdade é o 2 mas como foi o primeiro a chegar no mercado Ocidental foi nomeado como primeiro da série. Sendo o primeiro, original, um spin-off de Final Fantasy, nomeado Final Fantasy Adventure na Europa, ou Seiken Densetsu: Final Fantasy Gaiden no Japão.
O Sword of Mana do GBA é um remake desse primeiro, mas se foda, de volta aos anos 90.

Como um grande jogador de Final Fantasy e Breath of Fire, eu sempre fui acostumado com as batalhas entrando em outra tela, então a primeira vez que eu joguei Chrono Trigger já foi algo totalmente cativante, os turnos estão lá, o menu, as magias, mas é diferente, é seamless e é lindo! Então quando Secret of Mana entrou na jogada com um semi-action RPG indo além do que o Chrono Trigger fazia, eu fiquei maravilhado. Porém, Chrono Trigger ainda era meu RPG favorito de SNES por N motivos. Mas eis que entra Seiken Densetsu 3, com um sistema foda de level, uma direção de arte magnifica e um puta character development focado e diferente para cada personagem que vocês escolhe, e que depois se entrelaçam na trama. Era o inicio de um vicio. (E eu hoje sou incapaz de nomear um RPG de SNES como 1º, mas tenho uma grande lista de favoritos e Chrono Trigger continua lá, mesmo com o port lindo de DS, afinal original é original)

Uns 2 anos depois veio parar na minha mão uma versão original japonesa do Legend of Mana de PS1, disco preto e tudo mais. Só que não rodava no emulador e não rodava no console de nenhum de meus amigos. E o disco ficava me olhando e eu querendo jogar e vendo o encarte e a arte e os Bosses gigantes e com uma tentação absurda! E baixar o ISO na net estava fora de cogitação, sem falar que era um jogo que dificilmente se achava na feira. Resultado, só fui conseguir jogar anos depois quando alguém, que eu realmente não lembro quem (desculpa, você que eu não lembro), me emprestou um PS1 e ele ficou em casa. Aí foi a época de matar vontades e jogar tudo que eu sempre quis sem precisar depender de ir na casa de ninguém, os mais notáveis foram Final Fantasy Tactics, Final Fantasy 8/9 (o 7 eu joguei infinitamente no emulador sem problemas, mas obviamente que não perdi a chance de jogar novamente no console), Parasite Eve 1 e 2, Chrono Cross, Vagrant Story, Front Mission 3 e Legend of Mana, sendo que o Legend of Mana foi um dos que me prendeu por mais tempo pois eu já estava ciente de que a quest principal pode ser finalizada rápido, mas o mais interessante no Legend é justamente revirar cada pedra atrás dos bonus, que são basicamente 70% do jogo.
Mas a partir daí acabou, eu não joguei mais nada da série Mana depois do Legend e mesmo sabendo da existência de vários outros títulos eu não me senti tão motivado a correr atrás, mas eu sei do culpado, e esse um é o Dawn of Mana.
Não joguei, não sei do jogo a não ser pelos gameplays que eu vi na net e eu sei que isso não é forma de se julgar um jogo, mas se tem uma coisa que eu sei só vendo, é que ele não cai como um jogo da série Mana para mim, e pelo mesmo motivo que vários títulos "reinventados" não caem como um jogo da série original, a direção de arte. Os jogos da série Mana tinham algo que era muito deles, e que era a direção de arte, o trabalho ilustrado e em 2D. O Dawn perdeu isso, virou um adventure em 3D como muitos, só que com elementos de RPG como level e sei lá o que mais, enfim, não me convenceu e isso me fez brochar legal. (O que me faz lembrar de Breath of Fire: Dragon Quarter, uma bela bomba tentando ser inventiva mas deixando de lado tudo que foi construído anteriormente, e que por sinal deixou a série em maus lençóis e estacionado. Qual é a saída pra esse tipo de coisa, o que acontece quando uma empresa precisa levantar grana e esquece das infinitas possibilidades que suas franquias podem oferecer? Simples, fazem uma versão mobile usando o título da franquia mas sem vinculo nenhum com seus precedentes, como está para acontecer! Ahhhhhhhh sigh)
Moving on.
Esse fim de semana me peguei com vontade de retornar a série, desde o primeiro (segundo) até os mais recentes, pulando os mobiles e o Dawn.
Mas peguei o Children of Mana (que supostamente se passa 10 anos após o Dawn..) para jogar e estou surpreendido, não é de longe tão bom quanto os "3" primeiros títulos citados, mas é uma boa reinvenção sem jogar tudo pro alto.
O jogo tem uma boa pitada de dungeon crawler, diferente de seus parentes o mapa não é semi aberto e tudo é baseado em dungeons com andares.
Até a direção de arte do Sword of Mana que saiu para GBA tem mais correlação com seus ante-sucessores, mas a base tá lá, tá tudo lá. A batalha é divertida e o sistema de gemas é um respiro interessante. Assim como o sistema de "jobs", que não deve ser confundido com o sistema de classes do Seiken Densetsu 3, o sistema citado é de missões que abrem a possibilidade de retornar as dungeons com layouts diferentes em troca de uma grana e até de gemas raras. Boa saída para evoluir no jogo.

Agora, eu não avancei tanto, mas tenho umas 7 horas de jogo, então não sei dizer se existem companions, mas acredito que não pois esse jogo aparentemente roda em favor do jogo multiplayer, deixando espaço pros amiguinhos colarem na banca e fazerem um estrago em grupo.
O sistema de magias me fez virar o pescoço, a base das skills de cada Mana Spirit tá lá, mas infelizmente todos já são liberados no começo do jogo e você só pode carregar um por vez, sendo uma magia de ataque local e uma magia de suporte que varia de cada Spirit. Mas acredito que no jogo multiplayer esse sistema deve fazer mais sentido, já que ao menos solo, usar magia é basicamente desnecessário.
Outro detalhe, não temos mais os "especiais" com a gauge que enche com os ataques e aumentam o nível (aquilo era demais, saudade daquilo)
No lugar temos um gauge que quando cheio e liberado solta o "Fury" que nada mais é que mais dano e mais attack speed por algum tempo. Lame.
No mais o jogo é divertido, vale a pena jogar, e eu pretendo finalizar antes de retornar pros clássicos, mas fica aqui minha expectativa por um título 'of Mana' todo ilustrado e bonito como nos velhos tempos.
Uma boa dica é jogar games mais de boa em emuladores no celular, dai enquanto a gente ta no trabalho sem fazer nada da pra ir jogando um pouco.
Outra é ir até tarde em dias que vc sabe que não tem que acordar cedo, tipo sexta ir até altas horas pq sabado da pra dormir mais.
Quando eu pego um jogo mais longo eu gosto de marcar em algum lugar o que tava fazendo pra mesmo que jogue aos poucos eu não ficar tão perdida,outra coisa legal são jogos de partidas onlines,simulação tipo the sims ou jogos de corrida que dá pra jogar umas meia hora por vez, o que vc curte jogar?
A dica é trabalhar menos.