Blood of Bahamut Nintendo DS

Zerado dia 21/08/15

Pouca gente sabe, mas o Nintendo DS provavelmente foi o videogame que mais joguei nessa vida. Depois do GBA, ter aqueles modelos 3D em jogos incríveis nas minhas mãos era algo realmente legal. Quando comprei o meu (usado) e com o tal do R4, fiquei apaixonado e sempre pesquisando e baixando jogos que eu sempre quis ter jogado, como Zelda Phantom Hourglass e Metroid Prime Hunters. Mais tarde eu fui pesquisando por must-plays, depois hidden gems do portátil e afins. Resultado, em cerca de 2 anos quase que exclusivos pra esse videogame e muitas horas diárias, eu cheguei a terminar 200 e poucos jogos, só vendi o coitado porquê realmente não tinha nada mais pra jogar.

Na verdade tinha sim, jogos que nunca foram trazidos, uns tactics (gênero que não sou muito fã, mas que jogarei depois) e raras exceções como os Megaman Star force, que vou jogar os Battle Network antes.

Então, eu sempre acompanhei alguns jogos que estariam sendo traduzidos por fãs no gbatemp.net, mas lá se foram mais de ano e nada. Felizmente lançaram a algum tempo e eu tive que jogar: Blood of Bahamut.

BoB é mais ou menos o que eu imaginava pelas imagens: uma espécie de Shadow of the Colossus (PS2) com Monster Hunter.

Você controla seu personagem com o direcional, dá um dash com o botão L e ataca com a styllus na touch screen. Onde você tocar, o personagem irá deferir o dano, mesmo que a animação de batalha seja sempre a mesma, independente da distância ou altura que você estiver atacando.

Cada fase acontece em cima de plataformas interligadas. Nessas plataformas nós enfrentamos vários pequenos inimigos (se desejar) enquanto andamos ao encontro do Behemoth (o gigante) do estágio e esquivamos de seus golpes no caminho.

Cada inimigo derrotado pode "dropar" um item para confecção de upgrades ou uma orbe que recupera um pouco de HP. Ambos só são recolhidos quando os tocamos com a styllus.

Cada fase tem uma missão principal, como "Destrua os olhos do Behemoth". Você fica tocando nos olhos dele e depois de séculos cada um vai ser destruído e fim da missão! Mas não é tão simples. Inimigos pode ficar te enchendo o saco durante o processo e mesmo os derrotando, o chefe pode os "summonar" novamente (as vezes isso acontece com frequência, e as vezes passam-se minutos sem novos inimigos).

Junte isso ao fato de que os gigantes não ficam sempre parados. Na verdade, eles andam e atacam bastante. Então você erra muito o toque no lugar desejado, que muitas vezes é pequeno, ou pode até morrer por falta de cuidado. Aliás, isso é bem fácil de acontecer.

Na história principal, depois de umas 4 missões de destruir uma parte específica ou de sobreviver alguns minutos, sempre há a missão de matar o grandão de vez. O macete é mirar nas partes brilhantes, os famosos cores, até porque o dano em partes aleatórias é ridiculamente baixo. Existem também partes escondidas em baixo de armaduras e coisas que devem ser destruídas antes de revelar um ponto fraco.

Em batalhas sérias você vai ter que encontrar e destruir muitos desses, além de sobreviver até o final, já que os HP dos behemoths são sempre gigantes e as batalhas duram um século.

Uma coisa que achei legal é que alguns pontos só podem ser alcançados caso alguns requisitos sejam alcançados antes ou dependendo da plataforma que o jogador se encontra.

Por exemplo: para revelar um core do Ifrit que fica nas costas, você deve primeiro destruir a urna que ele carrega, pra isso você deve atacar as alças que ficam do lado do titã, mas eles não ficam de lado, mas de frente pra você e raramente viram de lado por uns 2 segundos. O que fazer? Atingir seus pequenos olhos algumas vezes até que ele fique de lado, daí sim bater nas alças. Repetir esse processo algumas vezes até cair a urna. Sem a urna ele também vai poder correr e atacar as plataformas com a cabeça, o que te permite subir no bichão, bater no ponto das costas ou arrancar os chifres.

Você também ganha extras de acordo com as partes destruídas, e pode usá-los para construir novas armas e equipamentos.

Aliás, esse jogo te obriga a ir nas missões paralelas e pegar essas coisas para construir novas coisas, já que se for só pela história, nem o primeiro behemoth você mata. Até que isso é legal, geralmente são necessários poucos itens para a confecção e a lista de como conseguir é fácil: Precisa de- 1 leque da Shiva. Você vai na missão de destruir o leque da Shiva e o consegue ao passar da missão.

Mais perto do final você tem uma grande gama de armas disponíveis para construção, variando forças, atributos e elementos (cada behemoth tem uma certa fraqueza). Fica tenso porquê inimigos mais fortes requerem melhor equipamento, o que te obriga a fazer varias sidequests, obter itens, criar uma espada, fazer mais sidequests, mais itens, usar a espada que você fez mais novos itens pra fazer uma espada mais forte, pegar essa espada e itens de missões difíceis para finalmente fazer uma última. Muitas dessas missões são até fáceis, mas o fato de o jogo ter cerca de 5 behemoths + umas 4 variações de alguns deixa as coisas bem repetitivas.

Resumindo: Blood of Bahamut é um jogo legal. Me surpreendeu um pouco e me decepcionou um pouco. É legal ser um action RPG, mas é um tanto repetitivo e pouco variado. 5 behemoths principais e os pequenos inimigos devem ser outros 5, que as vezes variam as cores. Os cenários são sempre bem vazios também, e com cor predominante relativa a do chefe.

O enredo é bem mais ou menos, e as missões da história fazem sentido, tem continuidade e etc. Mas ser obrigado a matar mais algumas várias vezes cada chefe nas sidequests pra conseguir prosseguir é meio chato.

Aprender os golpes dos inimigos, descobrir novos pontos fracos e destruir algo que você nem sabia que poderia ser destruído e novas reações de cada boss é muito legal. 

Ruim mesmo são as missões opcionais mega gigantes de quase 30 minutos batendo muito nos grandões. Que você as vezes tem que fazer pra conseguir um item pra aquela espada que queria. Mas o pior de tudo fica por conta das fazes em que os chefes tem um HP exorbitante e o tempo da estágio é 15 minutos, meio que metade do comum. Isso foi o que me prendeu no último chefe por uns dois ou três dias e me desanimou um pouco. Você tá batendo no infeliz e sobrevivendo na sorte pra faltar menos de 1/3 do life do infeliz e o tempo acabar: game over!

O jogo é legal, divertido. Recomendo pra quem curte o gênero, sem dúvida. Terminei com umas 25h, então o fato de ser repetitivo triplicou o tempo que daria se fosse só o modo história. 

No final sobraram N sidequests pra fazer, equipamentos para criar (são marcados os que você já criou) e os outros 5 personagens para upar e equipar (não curti muito os outros). Valeu a pena, apesar de tudo.

Curioso mesmo é a Shiva, toda sexy de lingerie. E conforme você destrói algumas coisas, ela vai ficando ainda mais despida O.o