Zerado dia 15/02/22

Você provavelmente não conhece esse jogo e eu mesmo, que tinha o jogado um bocadinho há muito tempo atrás, emulando GBA no meu estágio lá para 2006, tinha esquecido do coitado (que sequer entrou aqui na minha lista de pendências)!
Banjo-Kazooie: Grunty's Revenge é mais uma aventura dos nossos queridos urso e pássaro para o... Game Boy Advance? Pois é, mais um jogo esquecido ao lado de Banjo Pilot.
Felizmente lembrei do danado há um tempo e joguei no emulador de GBA do meu PSP. Agora bateu completamente do nada a vontade de jogar, e olha que doidera: tenho outros 12 jogos na lista que deveria me dedicar. Enfim...

A série Banjo-Kazooie é bem curiosa pois nem todo mundo jogou, mas todo mundo conhece ao menos os personagens. E quem jogou ou só ficou no primeiro ou estendeu a jogatina ao maçante Tooie.
Mas olha só, eu curti Nuts 'n' Bolts! Curti até o Pilot! E curti ainda mais esse Grunty's Revenge! Talvez eu seja exatamente o público alvo da série ou sei lá.
No final das contas o primeirão do N64 é o melhor disparado e fico feliz que agora ele esteja disponível novamente num console Nintendo via Switch Online, até porque mais pessoas merecem conhecer aquele jogo (e puts, o serviço tem até umas bizarrices tipo Winback).

Recomeçando Grunty's Revenge depois de tantos anos, percebi que o jogo mantém muito da nostalgia da época do portátil e usa uma engine que, assim como muitas outras aventuras dessa geração, tentava emular o 3D. É bacana e estranho ao mesmo tempo.
Os visuais ainda lembram bastante as versões de GBA da trilogia Donkey Kong Country, o que pra mim é ainda mais nostálgico visto que morri de as jogar no meu portátil que tinha poucos jogos.
De antemão também tenho que dizer que GR é bacana, mas é definitivamente um jogo para quem já conhece e gosta da série e entende a sua lógica e seu mundo e personagens. Basicamente eu não recomendo esse jogo para iniciantes de Banjo-Kazooie, mas sim para fãs de verdade de suas aventuras.

De início é tudo familiar vindo de outros jogos: os personagens, vozes, fontes das letras e visuais em geral. Bem legal!
Com as limitações do portátil da época, a visão aqui é aérea/isométrica e os cenários são meio que pré-renderizados, mas tudo funciona muito bem. O próprio Banjo é um personagem incrivelmente bem feito!
Depois de uma breve introdução que tenta encaixar esse jogo entre Banjo-Kazooie e Tooie, nos encontramos em Spiral Mountain, uma área em que aprendemos o básico de andar, pular e atacar, coletamos notas musicais para desbloquear mais habilidades e as famosas peças de quebra-cabeças, geralmente prêmios por ajudar os outros ou cumprir missões.
Tentaram transcrever a série para o poder limitado do GBA e, olha, deu certo!

A ideia é a mesma de sempre: explorar, tentar vencer os desafios, entregar objetos encontrados, abrir novas áreas, conseguir novas habilidades, voltar em áreas anteriores com novos poderes e alcançar partes diferentes. É um collect-a-ton, apesar de ser mais modesto.
Uma coisa meio esquisita é que esse jogo foi lançado 3 anos depois de Tooie e ele meio que tenta copiar/reutilizar diversos elementos do mesmo, como áreas, habilidades, chefes. Só que conhece e jogar vai entender do que estou falando, mas basicamente parece que eles tentaram fazer uma versão "demaster" mas acabaram mudando para algo novo.
Outra coisa que é de matar é a perspectiva e campo de visão desse jogo. Você tem que explorar demais cada estágio para saber onde ficam as milhares de coisas e pular plataformas é um sacrilégio. As vezes um lugar parece estar ao seu lado, mas está bem a frente, ou bem atrás, ou bem mais alto. É bizarro.

Apesar de ter gostado bastante é evidente que fiquei bem frustrado em diversos momentos seja pelos problemas de perspectiva, seja por inimigos infernais mal posicionados. Mas é bem legal você ir fazendo tudo em um cenário e deixar ele para trás para sempre enquanto Banjo fica cada vez mais forte, resistente e cheio de habilidades.
Mas o meu entusiasmo foi indo embora com o passar do jogo. As fases ficam mais e mais cruéis e as vezes um pulo errado te faz cair para níveis bem baixos e te obriga a subir tudo novamente só para tentar de novo e cair mais uma vez. E ainda tem o lance de você não conseguir fazer algo até ter uma habilidade, o que nem sempre é claro (fica mais confuso quando você faz desafios que exigem muita habilidade e tempo perfeitos para conseguir passar).
Felizmente você não precisa fazer tudo para terminar a aventura. Eu inclusive acabei não vendo um chefe ou outro por conta disso. Estava animado a fazer os 100%, mas deixei de lado quando empaquei completamente e não fazia ideia do que fazer ou onde.

Resumindo: Banjo-Kazooie: Grunty's Revenge é um jogo bem bacana, ainda mais considerando ser um título de GBA. Não é a coisa mais original do mundo, mas matou bem a saudade desse universo e seus personagens e músicas. Um jogo simples e bem curioso para quem curte os clássicos do N64.
De bom: jogo bonito e nostálgico. Comandos simples e funcionais. Bastante conteúdo, embora eu só tenha jogado 4 horas e meia nesse primeira jogatina dele. Bem variado com minigames e missões diferentes. Há um menu para verificar o quê ou quanto falta em cada estágio.
De ruim: difícil não se confundir com a perspectiva dos cenários. Mapas difíceis de navegar até pegar o jeito. Chefes bem sem graça. Muitos elementos que já haviam sido usados em Tooie.
No geral, a breve experiência acabou sendo gostosinha e divertida, mesmo com seus defeitos. Um bom jogo para se (re) descobrir depois de tanto tempo sem nada da franquia. Legal!
