Medium picture

thecriticgames Matheus Pontes

Autor do livro Canções de Bruxas e Rapsódias de Fadas Negras disponível na Amazon em ebook.


almost 4 years ago 2019-06-16

Disney's Aladdin

Aladdin fez sua dose de sucesso nos cinemas, nos cartoons e no mundo dos games, principalmente com os jogos de SNES e de Mega Drive (criticas aquiaqui), este serviu de base para ports para outras plataformas, em especial plataformas da rival Nintendo como as versões de NES e Game Boy (yep, ambas as versões são ports do jogo de Mega Drive, não do de SNES), e em meio aos vários ports um terceiro jogo original é normalmente ignorado com boa parte dos jogadores achando se tratar de um outro port (ou talvez ignorem porque ninguém da muito a mínima para o Game Gear mesmo¯\_(ヅ)_/¯), trata-se do titulo lançado para o portátil da Sega. 

Lançado no primeiro semestre de 1994 o Aladdin de Game Gear se inspira assim como os demais no filme do personagem tomando as suas próprias liberdades assim como os dois títulos de mesa. O subestimado jogo apresenta um interessante nível de variação de gameplay, tendo 9 fases o mesmo se divide em 3 tipos de fase: níveis de perseguição onde fugimos com Aladdin de alguém ou corremos atrás de alguém evitando obstáculos como barris e abismos, níveis de plataforma onde jogamos tradicionalmente com o personagem como em um jogo de plataforma assim como os jogos de SNES e Mega Drive, e os níveis de tapete onde obviamente voamos no carpete desviando de obstáculos ou passeando mesmo.

Por essas bandas o jogo ainda ficou até conhecido pelo fato de ter sido portado para o Master System, uma pratica comum aqui no Brasil devido ao enorme sucesso do 8-bits da Sega e da dificuldade de comercializar seu portátil por aqui.

O jogo já se inicia logo em uma fase de perseguição o que é bem curioso (é de se esperar que um jogo do tipo se inicie por uma fase padrão, não por de um tipo diferente), passado estas fases o jogador assume o papel de Aladdin nas fases tradicionais onde o jogador pode andar, pular, se agachar, correr, realizar escorregões para passar por partes estreitas ou caminhar nas pontas dos pés para evitar ativar alguns mecanismos; a movimentação alias tem uma certa similaridade com Prince of Persia e alguns saltos precisam ser milimetrados e cronometrados nas fases de perseguição para superar abismos ou alcançar plataformas com certa eficacia. 

Diferente das versões de mesa, o jogo tem um foco muito maior nos puzzles do que na ação, Aladdin se quer conta com alguma forma de eliminar inimigos, é possível encontrar pedras para serem usadas em algumas fases como projéteis, mas elas alem de serem contadas só deixam os alvos tontos temporariamente, e a famosa Cimitarra da versão de Mega Drive só vai dar as caras na batalha final contra o Jafar na forma de cobra. Essa ausência de ação somada a extrema facilidade do jogo o faz deixar a desejar em comparação com ambas as versões de mesa.

O jogo é bem mais voltado para a resolução de puzzles e o contornamento de perigos do que o combate como as versões de mesa.

Algumas coisas já chamam a atenção logo de cara no game com respeito aos aspectos técnicos, o jogo é muito bonito, colorido e chamativo e reproduz bem para o console através de suas fases diversas cenas e cenários do filme original, se aproximando do nível de alguns games bonitos da época como os dois Power Rangers que saíram no mesmo ano para o portátil (criticas aquiaqui), não apenas isso mas a trilha sonora do portátil tanto na qualidade como no quesito de adaptação sonora ja que adapta as musicas do filme se sai incrivelmente bem, superando nesse aspecto até mesmo a versão do SNES, destaque mais do que especial para "A Whole New World" ou como traduzido por aqui "Um Mundo Ideal" como é conhecido, que mesmo com as limitações de tecnologias 8-bits e de seus sintetizadores de qualidade inferior ao da geração 16-bits nos entrega uma adaptação da musica até melhor que as versões de SNES e Mega Drive, acredite se quiser. O game acaba por se sair incrivelmente bem com seu tratamento do plot da coisa toda, o jogo é o game é o que melhor adapta o filme das três versões, ou melhor dizendo é o que adapta de forma mais fiel, tendo também o melhor dos três tratamentos com respeito as cutscenes da coisa toda, recriando diálogos e muitas das cenas da melhor forma possível, alem de trazer a mais legal das sequencias do tapete com Aladdin e Jasmine dos três games (junto da, já mencionada, melhor adaptação da música Um Mundo Ideal).

Aladdin de Game Gear não é o melhor jogo do personagem, mas é um titulo de notável qualidade do personagem e apesar de deixar a desejar justamente em alguns aspectos de gameplay o mesmo não deixa de ser interessante devido a sua originalidade e diferença das versões de mesa.

8.3 8.3 10
Overall
7.5 Gameplay
8.5 Story
9.5 Music
8.0 Graphics
Trilha sonora, visual colorido, tratamento de plot e variações de fase.
Ausência de combates, baixo nível de desafio e inicio um tanto incomum do jogo.

10 of users found this review helpful.


Outras críticas do mesmo autor:

Keep reading → Collapse ←
Loading...