E lá se vai 2021. Um pouco tarde para falar a verdade. Mesmo jogando poucas coisas, foram 22 jogos, joguei bastante coisa boa esse ano. Nessa lista trago os 10 melhores, lembrando que não é obrigado o jogo ter sido lançado em 2021 para fazer parte dela. Um feliz ano de 2022 para todos vocês aqui do Alvanista e que esse ano seja muito melhor do que o que passou. o/
10 – Astral Chain

Um dos jogos que não deu tempo de fazer check-in no ano. Astral Chain tinha a promessa de ser o primeiro grande jogo da Platinum para Switch, além disso, ele possuía a difícil tarefa de atualizar a engine e mostrar um pouco do que a Platinum podia fazer no novo console da Nintendo. Com uma campanha longa, para um hack’n’slash da Platinum, o jogo acerta em diversos quesitos. Primeiramente, a mecânica principal, os legions, é uma nova forma de apresentar o subgênero de Character Action.
O controle é, sim, bastante convoluto e alguns botões apresentam múltiplas funções que durante uma jogatina pode confundir um pouco, entretanto a sensação de ação é muito boa. As animações são limpas e o jogo roda muito bem no geral, apesar disso o maior defeito da jogabilidade é a hitbox. O problema é que existe uma mecânica de counter attack que é ativada ao esquivar no momento certo de um ataque inimigo. Até aí tudo bem, se não fosse o fato de que ao ativar o contra-ataque o jogador fica completamente vulnerável a ataques e não recebe os iFrames necessários. Essa mecânica frustra quando quase todos os inimigos possuem, em sua maioria, golpes em área que pode quebrar o seu contra-ataque e causar muito dano.
Tirando isso, Astral Chain é uma ótima pedida para qualquer pessoa que goste de um hack’n’slash. Sua história é básica, sua ação é muito boa e a trilha sonora acompanha com perfeição as sets pieces do jogo.
9 – Jedi: Fallen Order

Não é uma das melhores épocas para ser fã de Star Wars e, sinceramente, depois do fracasso de ambos os Battlefront e do cancelamento do Star Wars da Visceral, que tinha a Amy Henning escrevendo, eu já não esperava mais nada da saga para os videogames. Fico feliz de ter queimado a língua nesse quesito, Jedi: Fallen Order é talvez um dos melhores produtos que carrega o nome dessa franquia tão amada nos últimos 10 anos.
Claro, como videogame, Fallen Order não brilha tanto, ele joga no seguro em todos os seus aspectos de gameplay. O combate é divertido, mas não é complexo bastante, a exploração é boa, mas é muito Uncharted, e o Metroidvania não é tão profundo quanto o dos melhores do gênero. Entretanto, esse amalgama de coisas na sua versão mais básica ganha um encanto quando juntada com o universo de Star Wars. Fallen Order é belo, não só na sua estética, como também na sua direção de arte e no departamento de som. Tudo isso, aliado com uma boa história e ótimos personagens, faz com que Fallen Order ganhe esse espaço na minha lista de melhores do ano. Se você é fã de Star Wars, você precisa jogar Fallen Order e conhecer o grupo de Cal Kestis.
8 – Wolfenstein II: The New Colossus

Matar nazistas em videogame é sempre bom. Agora, matar nazista com uma história bem contada é ótimo. Wolfenstein II é uma expansão do primeiro no quesito história. Bj e sua trupe estão melhores do que nunca, destaque para o arco do protagonista e de Wyatt. Um ponto negativo é o design de nível, The New Order possuía ideias melhores e mais claras de seus níveis, sem contar que BJ passa quase 60% da campanha com status capados.
7 – Luigi’s Mansion 3

Luigi’s Mansion provavelmente é uma das minhas franquias favoritas da Nintendo. Joguei o 2 de 3DS e fiquei impressionado com o quanto de qualidades que ele tinha. Fiquei muito feliz quando vi que a Nintendo não abandonou a série e que a Next Level Games entendeu o que faz a série ser tão boa. No mais novo capítulo, Luigi necessita salvar Mario, Peach e alguns Toads de um hotel muito bem assombrado (perdão pela piada ruim).
Toda a estrutura de Luigi’s Mansion é fantástica, o hotel é dividido em andares, que possuem temas diferentes. A jogabilidade é simples e bastante charmosa, Luigi é extremamente carismático e isso só expande com os fantasmas preparados para assombrar o pobre protagonista. Para resumir bem a experiência, Luigi’s Mansion é um survival horror leve, ele brinca com conveniências do gênero de forma boba e divertida. Mal posso esperar por um quarto título e o quanto de coisa maluca ainda pode sair da cabeça dos desenvolvedores da franquia.
6 – Mario Odyssey

O terceiro Nintendo da lista, o que um Switch destravado não faz. Logo de cara, quero dizer que Mario Odyssey reviveu muito bem a sensação que eu tive jogando Mario Galaxy pela primeira vez. Odyssey é criativo demais no seu design de nível. O cappy é uma adição excelente, as transformações de Mario são muito boas e cada mundo extrai de forma fenomenal as infinitas possibilidades que esse sistema pode trazer. E, claro, a trilha sonora de Odyssey é espetacular e me mantinha interessado para conhecer os mundos apenas pela sua qualidade.
Claro, ainda existe espaço para expandir em uma possível futura sequência, que eu espero que exista. Mas, Odyssey é a prova de que a Nintendo sabe o que faz Mario ser tão bom (enquanto que o Sonic está a traças na mão do Sonic Team). Odyssey é daqueles jogos “mágicos” estilo filmes da Disney que provavelmente vão se tornar atemporais no futuro.
5 – Yakuza : Like a Dragon

Se tem um local que é sempre bom voltar em jogos é a cidade de Kamurocho. Yakuza se tornou aquela franquia que eu volto para jogar algum quase todo ano. E para a surpresa de muitos o sétimo capítulo reformulou completamente o gênero, que antigamente era um Beat ‘em up, para um RPG tradicional por turnos.
Logo de cara devo dizer que gostei muito dessa mudança, claro que o Beat ‘em up era divertido, mas o sistema de combate novo é bom o suficiente. Outra mudança bem-vinda é a chegada de Kasuga Ichiban que é um protagonista bem mais carismático e energético que Kiryu, que é um ótimo protagonista por si só. A história é bem emotiva e uma das mais melodramáticas da franquia, que já é conhecida por ser bastante melodramática.
Sobre o time, ele consiste em 6 membros além de Ichiban e dá para perceber que o curto período de desenvolvimento da mudança de gênero, que ocorreu com a piada de primeiro de abril, até o lançamento afetou o desenvolvimento de algum dos membros da equipe. Dos 6, 1 é opcional e 2 são descartados, praticamente, depois que entram na party. Com isso, apenas 3, e o Ichiban, possuem um desenvolvimento satisfatório. Apesar disso é um ótimo jogo e um ótimo começo para a nova saga.
4 – Nier: Automata

Yoko Taro é uma mente curiosa, e assim também é Nier: Automata. Automata é um belo exemplo de que apesar de Taro ter boas ideias, ele nunca teve o orçamento necessário. Contratar a Platinum para cuidar da parte de gameplay e deixar o Yoko Taro, e seu time, criar livremente as loucuras deles foi uma escolha bem acertada.
A história é muito boa, Yoko Taro consegue discutir bastante temas importante nesse futuro distópico comandado por robôs, o elenco de personagem é bem desenvolvido, a trilha sonora é divina e o combate funciona perfeitamente bem. Falar muito de Nier: Automata é ruim já que pode estragar boa parte de suas surpresas, por isso irei me restringir a essa pequena descrição.
3 – Control

Desde a entrada de Jesse na Casa mais antiga até o final da campanha, Control é muito interessante. A ideia de encaixar fenômenos sobrenaturais com uma instituição do governo para controla-las funciona muito bem. Os fenômenos são muito criativos, Jesse interagi com diversos durante a jornada e a Remedy sabe quando adicionas esses eventos.
O jogo funciona como um Metroidvania, A Casa mais antiga é muito instigante e deixa o jogador sempre querendo conhecer um novo cantinho dela. E como todo Metroidvania, Jesse desbloqueia poderes durante a jornada. A maioria desses poderes servem para o combate, entretanto eles são, no geral, ótimos de usar.
Control possui uma proposta bem diferente, mesmo possuindo uma jogabilidade extremamente padrão. O enredo entrega set pieces muito boas, a estética New Weird é belíssima e o combate é rápido e funciona muito bem.
2 – Death Stranding

Eu não canso de jogar Death Stranding. Terminei sua campanha lá para julho, mas é inevitável a vontade que eu sinto de reabrir o jogo nem que seja apenas para jogar mais 40 minutos. Andar por esse mundo destruído e reconecta-lo é reconfortante. Kojima criou um universo cheio de boas ideias e, mesmo que, não consiga conta-las da melhor forma possível algumas vezes, com diálogos verborrágicos demais, ele é extremamente competente e sabe forma certa de como apresentar essa história. As cutscenes de Death Stranding são um show à parte e o final, ah o final.
Tudo isso é conectado com um loop de gameplay viciante. A aventura de Sam e BB é bem diferente de jogos open-worlds tradicionais. Apesar de existir um combate tradicional, o verdadeiro inimigo de Sam é a travessia que precisa ser feita para entregar as encomendas. Para isso a Kojima Production criou alguns dos melhores cenários já apresentados em um jogo de mundo aberto. A transição de biomas, a diversidade de pontos de interesse, tudo isso é muito bem feito e deixa o jogador querendo sempre mais.
Death Stranding é um jogo que eu entendo perfeitamente quem não conseguiu gostar. As suas primeiras 5 horas podem ser lentas e repetitivas demais, o combate é simples e aparenta estar lá apenas para quebrar o ritmo das caminhadas, a história tem diálogos demais e muita exposição. Contudo, a experiência de joga-lo é única, nenhum um outro jogo aborda as suas mecânicas da forma que Death Stranding aborda e por isso ele merece o segundo lugar na lista.
1 – Psychonauts 2

Psychonauts 2 foi minha maior surpresa do ano. Nunca havia jogado nada da Double Fine, mas os trailers do jogo sempre me chamaram bastante atenção. Para me preparar pro segundo jogo da série, eu decidi um pouco antes do seu lançamento jogar o primeiro, e que bom que o fiz. Psychonauts 1 aumentou meu hype para o segundo capítulo e mesmo achando que não poderia ser surpreendido com o segundo, eu fui de todas as maneiras possíveis.
Talvez Psychonauts 2 seja um dos jogos com o melhor design de níveis que joguei. Simplesmente, porque diferente de outros jogos que apresentam seus personagens por meio de diálogos e desenvolvimento, ele desenvolve as principais figuras da trama por meio da sua narrativa e game design. Todos os mundos de Psychonauts 2 são feitos de forma que nós, como jogador, entendamos a psique dos personagens e com isso compreendamos suas histórias. É impressionante como Tim Schafer consegue trabalhar temas tão delicados, como depressão, vícios, culpa, de uma forma tão respeitosa e alegre. Sim, mesmo tratando desses temas, o jogo ainda possui momentos engraçadíssimos.
Se eu afirmei que Mario Odyssey é um filme à lá Disney que se tornará atemporal. Psychonauts 2 seria um filme da Pixar, que consegue extrair uma diversão ímpar de pessoas de qualquer idade, entretanto o significado de seu roteiro só cresce com o quão mais maduro você fica.
Marcando o @desafioanual, porque esqueci de fazer no texto.