2022-12-10 18:56:14 -0200 2022-12-10 18:56:14 -0200
anduzerandu Anderson Alves

Registro de finalizações: Hohokum

Zerado dia 10/12/22

Eu não me lembro o porquê de eu ter começado esse jogo (na verdade, por algum motivo, eu estava bem curioso em jogá-lo), mas eu finalmente o terminei. É engraçado como temos fases boas e ruins com jogos. Quando desbloqueei meu Switch eu criei um objetivo de focar em experiências menos duvidosas, principalmente depois de tanto jogar coisas baratas e desconhecidas.

De repente eu estou com diversos títulos na fila: Picross, Luxor, Zuma, Hohokum. Deu até uma preguicinha de jogar e fui arrastando cada um deles. O que aconteceu com os Zeldas e Metroids da vida? Aliás, porque deixar o Switch de lado agora e ir pro 3DS e Vita?

Eu acho que a curiosidade por Hohokum veio ao fazer pesquisas sobre a Annapurna há alguns meses atrás. Vi o nome, vi que era de Vita e pareceu legal. Na verdade parece bem coisa da Playstation mesmo.

O pior de tudo é que coloquei na cabeça que Hohokum se tratava de um jogo do criador de Katamari. Viajei nessa!

Começando o jogo, bem, é tudo bem psicodélico. Não tem explicação para nada ou sequer texto para te contextualizar na coisa toda.

Você controla uma... Serpente, ou pipa, ou seria um espermatozoide com uma calda bem longa? Eu não sei dizer. Basicamente você se move por aí com o analógico, pode se mover mais rápido ao manter o X pressionado ou ir mais lento segurando O.

Inicialmente a sensação é de que seria algo como o clássico Snake que a gente jogava nos celulares antigos mas com um "twist" com uma mensagem e tal, mas na verdade tá mais para esses jogos como flOw. Uma viagem.

O que você faz? Bem, depende.

A verdade é que o jogo tem um hub principal com portais que te levam para outros cenários que por sua vez tem mais portais para avançar ou voltar para as demais áreas.

Você "voa" por aí, tem coisas que você pode interagir como quando você toca em algumas flores e outras coisas bizarras e algo acontece. Há mapas com pessoas que montam em você, coisas que são descobertas ou desbloqueadas nos cenários ao serem tocadas, as vezes em uma ordem correta. Sei lá, explore e veja aí no que dá.

Eu realmente boiei um bocado no jogo na primeira hora ou mais das 3h30min que joguei (pareceram bem mais).

Afinal, qual é o meu objetivo nessa lombra?

Quando iniciei o jogo, achei mesmo que ele seria um escape para os demais que eu estava jogando, mas infelizmente ele acabou sendo tão monótono quanto eles. Cara, isso afeta o gosto por video games de um adulto!

Sério, eu estava arrependido de o ter começado e perdi a paciência rápido. E quanto mais eu jogava, menos eu gostava. Estava pronto para fuzilar o jogo no review.

De volta a jogatina, eu estava meio preso a ela já que tive que sair de casa do final da tarde para frente e só tinha o PS Vita para me consolar. O que eu fazia? Bem, eu voava pelos cenários um pouco, entrava no portal para a próxima área, as vezes voltava em lugares anteriores que tinham bifurcações na jornada e ia por um caminho diferente.

Imaginei que fosse algo meio que para contemplar, experimentar e interagir sem sem preocupar muito e que uma hora eu alcançaria uma área final e o jogo terminaria.

Só que não! Foram vindo mais e mais áreas e algumas inclusive me levavam de volta ao hub principal. Ô preguiça! Acabei dando uma pesquisada na internet para descobrir quais eram meus objetivos nesse jogo que supostamente duraria apenas 4 horas.

A verdade é que quase todas as áreas tem um amiguinho como você a ser resgatado e você deve interagir com as coisas, encontrar um contexto e resolver o "puzzle" que tudo aquilo representa. Eu tinha salvado um já meio sem querer, mas agora sabia que deveria voltar e explorar tudo certinho.

Muitas vezes com pouca interação você saca o que deve ser feito e só tem que repetir por um tempo, como numa tela em que você deve encontrar pessoas pelo cenário e as levar até uns trecos que parecem pinhas que também estão meio escondidas e por fim as levar até o topo das montanhas. Depois de fazer isso com umas 10 vezes o seu amiguinho aparece.

Muitos cenários tem até umas diquinhas visuais e você só tem que descobrir como fazer aquilo, o que geralmente é simples ou pouca experimentação resolve. Outros são bem óbvios e em um minuto você já resolveu tudo. Porém há também alguns que não fazem muito sentido ou que se arrastam para caramba.

Um dos mais sacanas e que só resolvi graças à internet foi uma tela com vários potes que eram derrubados e quebrados conforme você voava sobre eles mas depois de quebrar todos, nada acontecia. Cheguei a voltar lá depois e o mesmo aconteceu mas o que eu não percebi é que eles tinham ficado um pouco maiores.

Em resumo, eu tinha que quebrar os potes, deixar a área, voltar, quebrar os maiores e de novo e de novo até finalmente terminar. Nenhuma outra parte do jogo requeria que você saísse e voltasse para avançar!

Há também telas que não tem nada e só estão lá pelos visuais ou são como corredores de transição entre uma cena ou outra. Eu sempre ficava confuso se ali havia algo a ser feito ou podia ignorar e passar direto mesmo.

Outro casos acana são algumas áreas gigantescas e difíceis de navegar em que só uma pequena parte, fácil de passar despercebida depois de tanto rolar a tela, é fundamental.

De volta ao hub, portais aparecem e te levam direto às áreas visitadas e fica mais fácil voltar lá, mas isso ajuda pouco na confusão e navegação.

Primeiro que os grandes portais ficam com as cobrinhas resgatadas neles girando aos seus redores, o que indicaria quais foram feitas ou não, mas só de passar um pouco perto as cobras se juntam a você para voar e logo se torna uma bagunça cheio de cobrinhas e você não sabe de onde veio qual e quais portais já foram terminados. Além disso só aparecem portais de áreas já visitadas e não há um mapa indicando lugares que ainda não foram acessados ou com bifurcações ou qual área dá em qual.

Depois de pegar o jeito da coisa toda, eu comecei a apreciar mais Hohokum, mas ainda haviam muitas dúvidas, como: quantos amigos eu ainda preciso resgatar? O jogo vai me avisar quando eu terminar? O que fazer depois, o que acontece? Onde ir para encontrar mais cenários não visitados? É muita informação nas grandes telas e tudo é muito fácil de passar despercebido, inclusive os portais que são bolinhas em tonalidade levemente diferente do background que você deve voar por elas para abrir a passagem.

Mas pelo menos tem uns visuais divertidinhos. Na verdade, o jogo é coloridinho e bem animado e até parece bem coisa de japonês ou lá dos lados do Katamari, sem dúvidas. Tem um carisma.

E essas telas que aparecem quando resgatamos os amigos (3 imagens acima) são muito belas, coloridas e resumem bem como os eu amigo foi parar naquela situação. Mas é bem mais interessante na tela no Vita e bem animadinho.

Resumindo: Hohokum talvez seja um jogo desconhecido para você e faz todo o sentido pois é bem óbvia a sua forma experimentalista e por ser algo mais de nicho. Um daqueles jogos mais focados em conceito do que gameplay, como muitos indies são. Não é necessariamente um jogo super divertido ou prazeroso e dá para entender que sua popularidade não seja das maiores. Eu acho que a experiência merecia algumas leves mudanças para melhor entendimento de contexto e progresso.

De bom: bons visuais e boa trilha sonora. Jogabilidade simples. Belas animações. Tem umas fases diferentes e legais aqui e ali.

De ruim: muito confuso em navegação e objetivo. Tudo extremamente vago. Gameplay simples demais e pouco diversificado. Nada recompensador fora as mini histórias contadas ao resgatar os amigos.

No geral, não é a pior experiência do mundo, mas as chance de não ser algo para você são muito grandes. Sei que não é exatamente algo do meu gosto. Sinceramente, não recomendo o jogo. Totalmente passável.

Hohokum

Platform: Playstation Vita
41 Players
3 Check-ins

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