Shin Megami Tensei: Persona 4 Golden
Platform:
PC
69
Players
27
Check-ins
Passadas as primeiras 10 horas de jogo e...
ainda nem sequer confrontei Shadow Yukiko...
A despeito deste ritmo, o jogo está ficando bem interessante, então vale a pena proceder com paciência, considerando que ainda sou iniciante. Curiosamente, 10 horas foi aproximadamente meu tempo total de jogatina em Persona 3 FES, o qual abandonei por não tolerar mais aquele sistema de combate limitado, os inimigos desbalanceados e muito simples, o grind em Tartarus como um todo, e por aí vai.
Contrariamente, aqui em P4, o engajamento está em estado de plenitude e os combates foram poucos porém satisfatórios. Notei que o jogo está consistentemente mais severo na dificuldade Hard, com ápices cabíveis nas lutas contra bosses, que estão exigindo um nível de atenção maior aos movesets e padrões de movimentos inimigos, bem como o gerenciamento consciente de itens e recursos e, finalmente, estratégias. Elementos cruciais que eu esperava da franquia e que não verifiquei durante minha breve e tediosa experiência com P3. Poder dar ordens diretas e específicas para cada personagem era um requisito que felizmente também foi cumprido neste jogo.
Quanto à estória...
Ao passo em que o enredo geral em si ainda encontra-se envolto em densa névoa, as personagens já estão se destacando. Os temas mais evidentes parecem ser a multiplicidade de facetas distintas que cada indivíduo pode possuir, o perigo insidioso atrelado ao hábito de reprimir emoções negativas, o sofrimento resultante da falha em reconhecê-las como parte (e não mais que parte) do que nos constitui, a importância de aceitar nossas imperfeições, idealmente transformando-as em novas fontes de energia, e etc.
Gostei do modo com o qual os personagens principais estão sendo introduzidos. Nenhum deles pode ser reduzido a um mero estereótipo ou a um meio para passar alguma mensagem rasa. Seus temperamentos são contrastantes, mas não de maneira caricata, cada um apresenta propensões para diferentes formas de liderança, suporte e expressão, e o grupo possui boa sinergia dentro e fora dos conflitos. No mundo real, eles têm forças e fraquezas pessoais, enquanto que no Mundo da TV eles possuem forças e fraquezas mecânicas, e suas provações internas estabelecem a ligação entre ambas partes. Apenas quando um personagem descobre e abraça sua maior fraqueza, que também desperta sua maior força. Enfim, parece haver diversas outras maneiras de interpretar esta dinâmica, o que é ótimo. Em suma, caracterização e estruturação de modelos de gameplay caminham lado a lado. A composição de time, por exemplo, não apenas deriva da formação dos laços entre os membros do grupo, mas também é gradativamente desenvolvida junto a eles.
Em minha opinião, estes personagens brilham ainda mais quando potencializados pela excelente dublagem original japonesa, repleta de vozes muito familiares e performances competentes ao transmitir uma versão culturalmente significativa da obra.
O tom do jogo também está me agradando. Por mais que a estória abarque assuntos sérios como assassinatos, privacidade e sentimentos reprimidos, em essência, ainda há um quê de pitoresco e ridículo na forma com que alguns pontos são abordados, e a direção parece ciente disso.
Por fim, até o momento, as ambições mantêm-se relativamente modestas e contidas conforme a premissa sugere. Uma série de incidentes misteriosos ocorrendo em uma pacata cidade, escalando lenta e pontualmente para uma situação mais abstrata e alarmante, mas sem tentar morder mais do que pode mastigar. É assim — com um ranger de dentes supostamente aflitivo, eventualmente deixando escapar uma leve e honesta risada — que Persona 4, aos poucos, revela suas verdadeiras intenções. Embora este seja apenas o começo, já espero terminar este jogo com um sorriso no rosto.
Eu tô o contrário, eu quero rejogar tudo , mas não sei por onde começar kkkkkkkkkkkkkk