Difícil dizer sobre mérito artístico no videogame e não citar Shadow of the Colossus. Com um peso emotivo quase imensurável por causa de seu design inovador, Shadow of the Colossus é frequentemente lembrado em conversas saudosistas desde seu lançamento original em 2005. A chance de reviver as lembranças do passado em alta resolução exponencia expectativas.
Com a premissa de viajar para uma terra desconhecida e obter um poder que pode trazer sua amada de volta, o clássico do PS2 não foge do minimalismo de ICO, mas apresenta uma atmosfera especial por Fumito Ueda.

Um mundo vasto e solitário que o faz parece maior e mais fascinante em seus pequenos meandros. Shadow of the Colossus realmente vende seu mundo e a BluePoint Games trouxe ainda mais deslumbre gráfico sem tocar na identidade do jogo.
Os biomas individuais são impressionantes e notavelmente diversos, como um pequeno bosque florestal escondido acima de uma cachoeira gigante ou de um deserto extenso do outro lado de uma montanha. Há satisfação neste vasto mundo vazio, um senso de descoberta que poucos outros jogos de sua época conseguiam (ou conseguem).
Uncharted Collection havia sido um tímido trabalho produzido anteriormente pela mesma desenvolvedora. A falta de um modo multiplayer e a não inserção de Golden Abyss foram desapontamentos para quem tinha acabado de jogar a franquia no PS3.
Interessante como num intervalo de apenas um ano, duas reimaginações da franquia Resident Evil tiveram resultados distintos. O corte de conteúdo foi crucial para a desaprovação de Resident Evil 3. Nem mesmo a deslumbrante Jill salvou o fiasco.

Shadow of the Colossus Remastered traz algumas adições como um novo item coletável e o modo filtro. Mas nada disso tem real significância: manter tudo o que tinha no jogo original foi o suficiente. Shadow of the Colossus é um jogo brilhante que parece impossível de replicar mesmo com recursos adicionais.

E poderia ser diferente?
A espada de Wander foca a luz do sol e indica a direção geral da próxima adversário, agindo como uma bússola para manter o jogador se movendo na direção certa. Uma maneira simples de otimizar a progressão. Ao entrar na terra proibida, o herói Wander, montando em seu cavalo, é instruído a derrotar dezesseis colossos e eu me pergunto como as coisas seriam diferentes se houvesse basicamente nenhuma orientação para encontrar cada um. E se não houvesse ordem necessária para encontrar essas criaturas enormes? Sob o controle do jogador, Wander não pode escapar de sua tarefa, mesmo nos momentos de turbulência e perigo, apesar de não haver nenhuma conexão real com a donzela que ele está tentando salvar.
Poucas developers tomam esse passo de coragem e nisso a Capcom merece um reconhecimento. Mesmo sem esse design mais aberto, Shadow of the Colossus incentiva a exploração pois eventualmente você precisa ser um pouco mais aventureiro para chegar onde você precisa ir.

Seus olhos brilhantes e maliciosos são de outro mundo. Seus movimentos são lentos e quase hipnotizados. Os colossos que percorrem as várias áreas do mapa agem como autômatos gigantes. Eles estão tão mortos quanto o mundo que protegem.
A intrusão de Wander nessa solidão faz com que eles se mexam e agem. De certa forma isto era necessário à nível de gameplay: muito movimento limitaria a capacidade do jogador para escalá-los efetivamente, tendo em vista a jogabilidade ainda muito sofrida.

Revisitar jogos é um problema para mim: não é apenas uma situação quando você já conhece a solução de um quebra-cabeça ou antecipa a reviravolta em uma história. Embora ambas sejam verdadeiras, não são as que me refiro: isso é algo mais cognitivo.
Você não consegue igualar momentos e se sentir da mesma maneira quando pôs os olhos no monstro emergindo de uma caverna escura ou subindo das areias do deserto pela primeira vez. A Bluepoint acabou de anunciar um remake de Demon's Souls. O que acha?
Shadow of The Colossus
Platform:
Playstation 4
628
Players
119
Check-ins
Rapaz, com a retrocompatibilidade ainda estão querendo empurrar essa história de remaster do PS4?