Zerado dia 10/02/19

Finalmente zerei meu primeiro jogo da série Blaster Master! Sempre deixei esses jogos meio que de lado e quando testei a demo do último no Nintendo Switch, achei bem mais ou menos.
Há poucos meses atrás vi algum canal (provavelmente no canal do AVGN) jogar o primeiro título, o mesmo que eu zerei. Geralmente evito assistir videos de jogos que não joguei, mas como eles cortam bastante pra deixar a coisa rápida e mais focada nas conversas de sofá e críticas sobre o jogo, além de Blaster Master já ser antigo, acabei vendo meio que sem perceber.
Chegando no final da transmissão, eu tava adorando a experiência! BM finalmente fazia algum sentido e parecia ser um jogo relativamente robusto. Baixei a versão de NES, de Game Boy, de Playstation etc. Sim, a série tem vários jogos e nem pesquisei nada sobre ou se valem a pena (até porque achei a versão de Switch meio parecida, apesar de saber que são diferentes).

BM é uma espécia de metroidvania, mas de uma forma diferente. Você dirige seu tanque pulando e atirando em diversos tipos de inimigos enquanto luta pra passar as muitas partes de plataforma.
Eu disse "luta" porque controlar seu veículo não é tão fácil quanto jogar com a Samus ou com o Mega Man em seus respectivos jogos. Primeiro que ele desliza um bocado mesmo depois de você soltar o direcional, o que faz sentido, pois é um veículo com rodas! Segundo que o tanque tem algumas limitações, sendo um pouco lento pra virar de um lado pra outro e demorando alguns frames para mirar diretamente acima. Além disso, não tem como abaixar e destruir inimigos pequenos com ele.
Definitivamente, não é um "personagem" muito versátil e mesmo com todos os upgrades que você consegue progredindo na campanha, ainda é complicado.

O jogo gira muito em torno de exploração, mais ou menos como em Metroid. Começa simples mas logo os mapas vão ficando maior e com inimigos mais chatos. "Mapas" pois são 8 "mundos", mais uma vez, como as diferentes áreas do jogo da Samus.
Porém, BM é mais fácil de certa forma e mais difícil de outra.
Não há itens a serem encontrados pelas fases senão upgrades provisórios e itens de restauração de vida ou do combustível usado pelo tanque para poder propulsioná-lo a alcançar áreas altas (requer o upgrade específico), mas já eu falo sobre isso.
Em resumo, se você souber onde está o chefe, pode ir direto pra cada um, derrotá-los, conseguir os upgrades do veículo e fechar o jogo com certa rapidez.

BM conta com três tipos de jogabilidade diferentes:
-usando o tanque, pulando plataformas e destruindo inimigos e explorando os cenários. 85% do tempo é como você jogará;
-fora do tanque e com a possibilidade de andar pelos mesmos cenários, mas seu personagem é tão fraco que ele toma dano até por pular e cai numa plataforma um pouquinho mais baixa e seus tiros demorar um século pra derrotar o mais tosco dos monstros, no maior estilo Metal Warriors. Essa opção meio que só serve para entrar em portas que o tanque não pode;
-fora do tanque, com uma visão aérea (dentro das portas). Nessas partes você jogara sem o veículo, mas os inimigos foram feitos para serem combatidos assim e basicamente só servem pra você achar itens de cura e os upgrades temporários que eu já mencionei. Eles servem pra deixar seu tiro diferente e mais forte conforme você os coleta e enche sua barra. O problema é que qualquer dano tomado remove uma barrinha (o máximo deve ser 8) e num jogo que você mal tem invincibility frames, logo logo você estará com o tiro básico novamente. Uma coisa muito importante sobre esse modo é que TODOS os chefes são enfrentados dessa forma.

Encontrando e derrotando um chefe, você consegue uma nova parte pro tanque, que agora terá uma nova habilidade e a possibilidade de alcançar áreas que não poderia anteriormente. É nessas horas que a memorização e exploração entram em jogo.
"Agora eu posso destruir aqueles blocos, mas onde mesmo eu os vi?"
Essa pergunta é razoavelmente comum, mas felizmente serão poucos os lugares que você abrirá graças ao novo poder (muitas vezes só um), então as possibilidades ficam bem limitadas. Por outro lado, novas áreas são seguem nenhum lógica:
A área 2 está mais ou menos em um ponto no meio da 1. A 3 está em algum lugar da 2. Já a 4 está diretamente acima de onde você começa o jogo, o que é fácil de ignorar. Mais pra frente, a 7 fica escondida na 2.
Como você não sabe o quê ou quando vai desbloquear qualquer coisa, fica meio difícil usar a lógica e memória pra achar determinadas áreas, mas pelo menos os mapas não são tão grandes assim e sempre há a possibilidade de dar uma olhadinha na internet.

O jogo vai te sacaneando conforme você avança. Você chega a explorar seções mais longas ou difíceis pra ser recompensado com algo que nem sabe pra que serve (como subweapons que demorei pra entender e mesmo assim, mas as usava) ou UM upgrade pra sua arma que logo um inimigo injustamente te dá um tiro e o tira de você.
Mais pra frente, algumas partes requeriam bastante uso o "hover" do tanque, aquele que requer combustível. Cara, isso é MUITO chato de se achar e acaba muito rápido, sem contar que as partes que o usam, muitas vezes precisam de um bocado! O pior de tudo é que apertar e segurar o A durante um pulo (basicamente, pular novamente durante um pulo) ativa o tal hover e de vez em quando acontecia de eu o usar sem querer. E você pode usar ele por um décimo de segundo que já gasta uma carga inteira!
Pra terminar a seção sacanagens, o jogo tem sistema de vidas e continues. Se você morre ele mostra suas vidas restantes e te põe no começo da sala que você morreu. Perca todas e volte pro começo do "mundo" que você estava. Justo! Mas chegou uma hora que deu Game Over, sendo que eu nem sabia que os continues eram limitados e o jogo voltou pro início. Felizmente eu tinha feito um savestate no Switch e acabei tendo que jogar usando aqui e ali pra garantir que o terminaria sem ter que recomeçar. Geralmente teria a sensação de estar roubando, mas usei apenas em partes que deveriam salvar no jogo, quase como se eu tivesse consertado um dos maiores problemas que impediram BM de se tornar um dos maiores do console.

Resumindo: Blaster Master é um metroidvania interessante e bem original e legal, mas com um bocadinho de problemas (que devem ter sido consertados em suas sequências. Eu definitivamente recomendaria o jogo, mas com uns saves aqui e ali.
De bom: visual lindíssimo. Trilha sonora de primeira, que muitos youtubers inclusive usam em aberturas e tal. Jogabilidade bem diferente, seja com o cara ou com o tanque e não cai na mesmice. Chefes legais. Um jogo bem completo. Divertido.
De ruim: meio massante com áreas confusas. Falta de um mapa. Upgrades descartáveis. Difícil conseguir combustível pra uma habilidade e a obrigação de usá-la em certas partes. O personagem toma dano até por pular de áreas bem baixas. Inimigos as vezes baixos não podem ser acertados pelo tanque e seus tiros normais. Continues finitos são o tiro no pé desse jogo.
No geral, valeu bastante a pena, mas não é um título que envelheceu bem como um Super Mario Bros. 3 da vida, mas até que passou perto. Eu recomendaria o Zero, o Blaster Master mais atual mesmo sem ter jogado, por ter fama de ser bom. Já o de NES, só pra quem é mais da época. Mesmo tendo curtido bastante, não sei se o teria na minha coleção pois depois de tanta exploração (muitas vezes pra anda) eu não vejo motivos pra jogá-lo outra vez.

Parabéns. O zero pelo que sei é um remake desse BM original com várias melhorias e redesign nos personagens.