Registro de finalizações: Pocky & Rocky
Zerado dia 26/12/20
Aaah, esse jogo! Eu não tenho nenhuma história pessoal com ele, mas já o vi pela internet aqui e ali, sendo citado em alguns textos ou sendo jogado por youtubers. Sempre que eu o via, curtia seu visual e temática, mas acabava esquecendo de sua existência logo depois.
A vontade de verdade veio quando em um episódio de James and Mike Monday (série do canal do AVGN) a escolha da vez foi Pocky & Rocky. Eu fiquei louco de vontade de jogar aquilo!
O problema é que eu queria jogar multiplayer e por ser um jogo de SNES, eu teria que emulá-lo, que basicamente significa que eu teria que convencer alguém e levar meu notebook pra lá e pra cá, ou chamar alguém para jogar aqui em casa, mas ainda assim isso envolveria retirar meu PC do lugar ou ainda fazer que alguém baixasse o emular e jogo, mas não gosto de fazer as pessoas baixarem coisas por mim. Fora que a maioria deles simplesmente prefere a comodidade de ligar um dos consoles atuais, já ligados a TV e cheios de jogos.
A oportunidade veio com a visita de amigos que tenho visto com certa frequência (que me ajudaram recentemente a fechar jogos como Trine 3 e Battletoads 2020.
Como a agente não tinha muito o que fazer, tirei meu notebook do lugar, tirei a fonte de detrás da minha mesa, tirei o HDMI do Switch e apanhei meia hora para conseguir configurar os controles no Windows, coisa que antigamente era mega fácil. Uma hora deu certo!
Abrindo o jogo, é notável a sua beleza e carisma. Vimos a logo da Natsume e citei Harvest Moon. Depois, na tela título, as opções de jogar sozinho, de dois jogadores e configurações, onde vi que existia a possibilidade de escolher o nível de dificuldade.
Iniciando a campanha, podemos escolher entre dois personagens: uma menina e um guaxinim. Apesar das animações levemente diferentes, a diferença entre eles é puramente estética.
Já o jogo em si é bem diferente do comum e até meio difícil de explicar, mas lembra um pouco Zelda: A Link to the Past. Ao menos quando usamos o ataque de curta distância.
Mas no geral a jogabilidade lembra muito mais a de shmups verticais, sendo que o ataque de longa distância é o mais comum e age como tiros na tela. A menina joga papéis de selamento de demônios e o guaximim atira folhas de árvores.
O bacana é que você tem a liberdade de se mover e explorar os cenários ao seu ritmo ao invés do constante auto-scrolling de shmups. Entretanto, demorar demais não compensa já que alguns inimigos voltam a aparecer continuamente na tela e ficar parado os matando não rende nada de bom a mais (mas muito provavelmente vai fazer você perder HP).
Acho que é justo comparar a experiência com jogos antigos de NES, como Ikari Warriors, Gun Smoke ou aquelas partes top-down de Blaster Master ou Super C.
Durante a sua jogatina você destrói inúmeros monstros, coleta itens de cura e até power-ups, como o que transforma seus ataques numa espécie de "Spread Gun" de Contra ou outro que deixa seus ataques de fogo, mais fortes. Você pode ainda amontoar até 3 de cada para deixar seus tiros maiores, mais rápidos e fortes.
Uma coisa curiosa é que você ganha um "downgrade" de armas quando toma dano. Pelo o que eu entendi, sempre que perder dois corações. Passamos um bom tempo achando que os tiros eram temporários.
Além de andar com d-pad e atirar apenas de segurar o botão Y, você pode usar o B para usar seu ataque de curta distância, que basicamente só tem um uso de verdade: cancelar projéteis inimigos. É difícil se acostumar com esse comando pois muitos inimigos atacam encostando em você ou com raios, fora que você se acostuma a segurar o Y para atacar, então é normal tomar dano que você poderia ter evitado.
Há ainda um comando de esquiva, mas não curti muito seu uso. Primeiro que o personagem não fica intangível durante a ação e segundo que há um grande delay até poder voltar ao controle e, mesmo tendo sucesso o usando para evitar um dano, é provável que você sofra outro durante o processo.
Por último, há um golpe especial ao apertar L ou R, que causa bastante dano. Para poder usar esse golpe basta coletar esferas verdes e as usar enquanto as tiver. Recomendo nos chefes no final de cada fase, pois além de terem muito mais HP, o ataque dissipa suas balas.
A Temática de P&R é muito legal e traz bastante da cultura japonesa para o jogo, principalmente de mitos famosos de lá. Quem tem algum interesse, assistiu animes antigos ou mesmo jogou Yo-Kai Watch, por exemplo, vai se sentir familiarizado com muitos dos inimigos e a temática como um geral. Que coisa mais legal!
Outra coisa interessante é que esse não é um jogo muito fácil, como na época eles raramente eram. Cada fase é um desafio maior que a anterior e a exigência e de paciência para se acostumar com a jogabilidade e com os padrões dos inimigos. Sabe aqueles jogos que você tinha jogar e jogar e jogar até conseguir terminar? Esse é um deles. Daqueles que você jogava até eventualmente aprender cada pixel ou de alugar muitas vezes.
Não que a coisa seja mega difícil, mas na segunda fase, de 6, estávamos morrendo bastante e perder todas as vidas significa reiniciar o estágio todos. Bem, melhor que reiniciar o jogo inteiro.
Acabamos recomeçando a aventura no Easy pois não era algo casual e andou bem melhor. As vezes até fácil demais, mas nas últimas fases foi bem desafiador e tivemos que refazê-las algumas vezes. No entanto, para jogar mais casualmente ou simplesmente ver o jogo por completo, eu diria que Easy é a melhor escolha e mais justa.
Resumindo: Pocky & Rocky é um jogo muito divertido, mas apesar de seu lindo visual, é um jogo de SNES e segue com a dificuldade um pouco acima da normal de hoje em dia. Se o seu lance não for morrer e repetir até ficar bom, pode não ser bem um jogo para você, mas vale a pena conhecer e ir até onde der, mesmo no Easy (acho que savestates são bem desnecessários). O jogo é gosto de jogar e tem visuais muito bacanas, mesmo em pleno 2020, o que pode chamar a atenção de muita gente.
De bom: jogo muito bonito. Temática de folclore japonês muito legal. Jogabilidade funcional. Vários níveis de dificuldade. Multiplayer bacana. Continues infinitos. Cenários com temas diferentes.
De ruim: um pouco mais difícil do que eu esperava. Hitbox meio zoado em relação a certos golpes inimigos. Odeio tudo que tenha respawn infinitos, incluindo muitos inimigos desse jogo. Gostaria que os power-ups de cores diferentes coletados se unissem em algo diferente ao invés de um substituir o outro (tipo estar com fogo 3 e pegar um "spread" infelizmente te deixa mais fraco).
No geral eu recomendo o jogo, principalmente para os entusiastas da época do SNES, mas sem excluir novos jogadores que curtam seu estilo e jogabilidade. Um bom desafio e um jogo muito fofo, que inclusive ganhou sequências e vai ganhar mais outra agora no Switch. Muito legal!
Pocky & Rocky
Platform:
SNES
326
Players
12
Check-ins
Poxa gosto muito desse mas nunca consegui derrotar o último desafio! Hehe...
Eu acho esse jogo show! Mas não consigo passar da segunda fase sozinho nem fodendo, huahua
Aliás, pretende jogar o 2? Ele tem mais personagens até