O jogo do ano: o que faz de um jogo um goty??
Salve galera, aqui é Galard mais uma vez com um artigo diferente para vocês. Todo gamer adora bons jogos, mas nem todos sabem o que faz de um jogo ser considerado o melhor do ano. Não estou aqui para puxar saco de nenhum jogo em específico de 2015 (a imagem do The Witcher 3 é meramente ilustrativa, apenas reparem na hora do dia e vejam se não tem nada de estranho ...), mas para apresentar as principais características de um candidato à este prêmio tão cobiçado entre as produtoras. Claro que o goty nem sempre agrada a todos, mas ele geralmente une características que agradam pelo menos um maior público alvo. Vamos à elas!
OBS: a única fonte que usarei será o gotypicks.blogspot.com. Por isso não me basearei em uma única mídia, mas no somatório delas que esse fantástico blog reune.
OBS2: usarei APENAS os gotys absolutos (os "big winners", segundo o blog) como exemplo. Qualquer outro jogo utilizado eu contextualizarei.
1) Revolucionário/Inovador:
Essa é de longe o que mais atrai esse prêmio, o que mostra que a criatividade é um ponto essencial para nós gamers. Seja uma narrativa inovadora, uma mecânica de jogo inovadora ou qualquer coisa fora do comum e que agrade ao público já é meio caminho andado para um goty. Querem exemplos? Basta lembrar principalmente do ano de 2012, no qual os maiores vencedores, Journey e The Walking Dead (goty deste ano): ambos trouxerem inovações nas narrativas. Só que se pararmos para reparar:
2013 - The Last of Us: revolucionou a narrativa de um jogo usando e abusando do drama cinematográfico (se fosse um filme, seria indicado ao oscar!)
2012 - The Walking Dead -revolucionou a narrativa com drama e emoção
2011 - Skyrim - revolucionou os jogos de mundo aberto com um mundo enorme, vivo e nunca visto antes
2009 -Uncharted 2 - incluiu uma narrativa no melhor estilo cinema pipoca
2007 - Bioshock - um jogo que discute moral, sociedade, política e ainda traz uma crítica social
2004 - Half-Life 2 - revolucionou a física, gráficos, mecânicas e narrativa
Estes são os exemplos mais claros.
2) Ser envolvente:
De uma forma ou de outra o jogo do ano deve te prender à tela por algum motivo. Seja por ele ser muito divertido e viciante, ou por uma narrativa que te prende enquanto não finaliza o game, ou algo muito instigante que te deixa curioso para saber como o personagem vai sair da situação, ou até mesmo algo impactante. É a característica mais comum de um jogo do ano. Nem preciso exemplificar.
3) Ser completo, massivo:
Apesar de parecer óbvio, podemos perceber que esta característica, que não é recente, sempre conquistou este título. Basta se lembrar lá no longínquo ano de 1998, ano em que teve uma excelente safra de jogos, considerado por muitos como o melhor ano para a história do videogame, no qual o com as melhores médias foi o The Legend of Zelda: Ocarina of Time. E ser completo aqui me refiro diretamente ao número de possibilidades que um jogo pode oferecer bem como a sua duração. Ele deve ser completo no que ele propõe ser. Neste caso, os melhores exemplos são os jogos de RPG e os produzidos pela Bethesda e Rockstar:
2011 - Skyrim
2010- Red Dead Redemption
2008 - Fallout 3
2006 - Oblivion
4) Criar tendência e se tornar uma referência no gênero:
Aqui é quase auto-explicativo. Se algo é tão bom, divertido, revolucionário a ponto de ser copiado, referenciado, homenageado, geralmente é merecedor deste título. Exemplos:
2011 - Skyrim - criou um mundo aberto muito vivo e se tornou referência em mapas gigantescos
2006 - Oblivion - revolucionou a mecânica do fast travel muito utilizada nos jogos atuais
2005 - Resident Evil 4 - trouxe a mecânica de ação para a temática de terror
2004 - Half-Life 2 - inovou com várias peculiaridades gráficas para a época, como expressão facial e água
5) Não decepcionar:
Essa é bem simples - basta cumprir tudo o que prometeu e não enrolar para entregar o produto final. O que parece o óbvio têm se tornado algo difícil de ocorrer. A E3 se tornou uma vitrine de mentiras, o "mal do hype" domina as previews e a pressa para lançar logo o produto e ele chega nas lojas com um downgrade gráfico gigantesco, bugado e com mecânicas repetitivas sendo mais do mesmo. O melhor exemplo que posso dar é o Dragon Age Inquisition - 2014, não por ele ser um ótimo jogo, mas porque ele foi o jogo que cumpriu o que prometeu (alem de reunir outras características como ser muito imersivo, grandioso e completo, etc.), diferente dos seus "concorrentes" que decepcionaram no lançamento como Watch_Dogs, Destiny, Titanfall, Driveclub, Thief, Murded Soul Suspect, The Crew, Sonic Boom, The Elder Scrolls Online, Assassins Creed Unity ... E chega! 2014 realmente foi muito fraco por causa disso. Quanta decepção ...
6) Ser uma continuação
Parece bobo, mas a maioria dos gotys são continuações. É bem complicado de se afirmar isso, mas se formos ponderar na balança, dos 12 gotys que tivemos desde 2003, apenas 4 são franquias novas, ou seja, 1/3. Essa é a característica mais questionável, sem dúvidas.
7) Ser eclético e não ser voltado para um público alvo muito específico:
Ou seja, agradar ao maior número de pessoas. Vamos voltar para 2014 para explicar esta, especificamente na premiação do The Game Awards daquele ano. O indicados foram Bayonetta 2, Shadows of Mordor, Dark Souls 2, Dragon Age Inquisition e Hearthstone. Dark Souls 2 e Bayonetta 2, apesar de não decepcionarem, agradam um público alvo de nicho, sendo o 1º àqueles que curtem um desafio cruel e o 2º aos consumidores da Nintendo que curtem um hack´n slash (!). Os únicos que possuíam a maior quantidade de características de um jogo do ano eram o Inquisition e Shadows of Mordor, uma vez atingiam aos fãs de fantasia medieval e RPG, algo bem mais eclético. Mas eu juro que ficaria feliz em ver um jogo de mobile ganhando essa premiação ...
8) Ter boas qualidades técnicas:
Seja na qualidade da história, gráfica, sonora, gameplay, o conjunto da obra deve ser tecnicamente diferenciado dos demais. E isso não está ligado a não ter bugs, já que a bugsheda ganhou três vezes já! Suas qualidades técnicas vão sempre superar os seus defeitos. Exemplos?
2012 - The Walking Dead - tão limitado quanto envolvente. A sua história e narrativa são tão boas que vc se esquece dos seus gráficos e movimentação datados
2011 - Skyrim - o jogo mais bugado que já joguei ainda consegue ser o melhor do ano e o meu favorito de todos os tempos, com todo o resto impecável
2003 - Star Wars: The Knights of The Old Republic - que jogo feio! Mas todo o resto do jogo é impecável, principalmente a jogabilidade e história
9) Ser memorável:
Deve ser aquele jogo inesquecível por alguma razão. Pode ser por qualquer uma das características acima ou simplesmente por ter algo único que só ele tem. Exemplos:
2013 - The Last of Us - o drama de Joel e Ellie nunca envolveu tanto o jogador quanto neste jogo
2010 - Red Dead Redemption - nunca houve uma reconstituição tão perfeita e memorável do velho oeste num jogo como neste game
2005 - Resident Evil 4 - nunca houve uma personagem tão filha da p#$@, imbecil, idiota quanto a Ashley (quem disse que ele tem que ser memorável positivamente? Ok, eu só quis sacanear essa bosta de personagem mesmo!)
Por hoje é isso galera. Lembrando que esta é a minha opinião. Discordou? Argumente com educação ai embaixo. Gostou? Da um like, comenta, uma vida, um continue, uma ficha, um joinha e repasse esse artigo aos seus amigos gamers também! Abraços pessoal!
The Witcher 3: Wild Hunt
Platform:
PC
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Players
696
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Boa análise, sempre legal ver todos os prêmios de goty de um ano, e também entender o porquê que tal jogo ganhou mais prêmios
Ótimo artigo, realmente os Gotys seguem um padrão, assim como foi citado. Geralmente o jogo precisa ser destaque em algo, e na minha opinião o que mais pesa é a história e jogabilidade, que são os principais elementos da diversão.
É difícil um jogo ter todas essas qualificações hoje em dia.
Eu acho triste que jogos difíceis sejam considerados de nicho, e jogos FPS não :V