Os videogames no geral colocam o jogador na posição de heroi salvador do mundo desde os anos 70. Seja salvando a princesa indefesa (ou não), seja como único individuo capaz de defender o planeta da ameaça espacial ou das profundezas, os joguinhos estão ai pra levantar nosso ego e realizar aquele escapismo maneiro da rotina.
MAS vez ou outra aparece uma exceção, aquele cuja a narrativa, cada vez mais cinemática nos ultimos anos, subverte essa expectativa e da (ou força) uma escolha não tão bonita moralmente falando, alguns indo mais longe e transformando o jogador na versão MALÉGNA do Pateta naquele episódio do motorista.

Paticularmente eu tento ser o mr. Nice guy sempre que possível nos games, porém a coisa complica quando o jogo tem vários finais e algum implica no caminho da maldade. Alguns jogos adoram fazer isso e nem sempre depende da escolha do jogador. Vamos lembrar ou conhecer (evitarei grandes spoilers) alguns exemplos de momentos em que o jogo realmente te faz se sentir um monstro.

SMT IV apocalypse se difere do restante da mainline da série por ser uma continuação direta e por ser o primeiro com maior foco na party e não no mundo
Estou fazendo uma segunda run em Shin Megami Tensei Apocalypse e ontem me vi nesse dilema. Já terminei o jogo com o melhor final, onde tudo dá certo e o grupo de herois salva o mundo pelo poder da amizade e ficam todos felizes e tals. Dai nessa partida a opção que tenho é refazer esse final ou se quiser ver algo diferente, ir pela rota "caótica" que é realmente MUITO EVIL, e que definitivamente não consigo!
SMT nos jogos principais sempre teve esse esquema de fazer uma escolha entre ideologias: seguir a "lei", o "caos" ou a "neutralidade" e inevitavelmente quando vc escolhe um caminho os amiguinhos que representam os outros viram adversários a serem destruidos.
Até o SMT 4 era um pouco triste mas os fins acabavem justificando a escolha e como os jogos se esforçavam muito pouco em fazer o jogador se apegar a nenhum dos amigos, que na maioria das vezes mais irritam que qualquer coisa, na hora do vamo ver a coisa não impactava tanto.

Matar os amiguinhos pra virar um deus e reconstruir o universo? sai pra lá!
O problema do SMT apocalypse é que e tem uma pegada diferente na narrativa, muito mais focada na construção dos personagens do seu grupo e inevitavelemte te faz se apegar a todos eles. A essa altura do jogo fica insanamente mais perturbador que nos demais títulos da série ter que escolher se rebelar contra eles.
Até porque o jogo te força a mata-los imediatamente, um por um, vendo eles em desespero, se indagando o porque disso, clamando que você volte a "si", até tombarem, onde o jogo te dá opções sádicas para executa-los "dando um sorriso" ou "conforta-los" enquanto mete a espada e ve o sangue jorrando na tela...não deu pra mim, desliguei e não quero fazer esse final não.
Dai me lembrei imediatamente de outros 2 jogos que me neguei a seguir a rota "má" pelos mesmos motivos:
Undertale - Basicamente vc tem uma rota pacifista, que seria a canônica, onde não se mata ninguém no jogo e tudo se resolve, ou a famigerada rota genocida, onde a protagonista mata TODOS os personagens do jogo incluindo os mais amáveis e simpáticos evar, unicamente pra coletar o "xp" que eles dão, o que é uma crítica bem sacada sobre o grind em jrpgs.

Você que fez a genocide só pelos 100%...num tem coração naum!hehe
Essa rota muda completamente a dinâmica das batalhas do jogo e traz alguns dos bosses mais difíceis de sua época além de osts incriveis como a Megalovania do Sans ou o tema da Undyne mas achei extremamente doloroso ver o meu avatar chacinando sem pena personagens que tinha criado um vínculo tão bonito com ele na jogada anterior.
Outra lembrança imediata é Mass Effect, em especial o ME 3. Nos jogos da Bioware, de Knights of the old Rebublic a Dragon Age sempre se tem duas rotas básicas a seguir nos jogos. Em ME o jogador pode ser o mais "certinho" possível na rota paragon, ou ser um heroi não necessariamente mal, mas "extremamente pragmático" em realizar seus objetivos, custe o que custar e no ME 3 isso é levado as ultimas consequências. É possível ser "neutro" misturando bem as escolhas dos dois lados e geralmente isso é o ideal, mas se quiser se focar no renagade, tem que ter sabgue frio.

Se você chegou a esse ponto com o Mordin, saiba que és um monstro!hehe
Desisti de "platinar" o jogo na época pq não tinha condições de fazer coisas como matar a sangue frio personagens que os jogos anteriores tinham me feito amar, apenas porque eles se opunham aos objetivos imediatos do Sheppard em sua corrida pela salvação do universo.
Saindo dos Rpgs, mas mantendo o clima cinemático, não posso deixar de lembrar de uma "escolha" obrigatória no final de Metal Gear Solid 3, quando Naked Snake precisa concluir sua missão metendo uma bala na cabeça de sua mentora e o diretor Hideo Kojima perversamente pausa a cutscene só pra obrigar o jogador a ser aquele que faz Snake apertar o gatilho. Na primeira vez dá até um susto em saber que o jogo está esperando que o jogador finalize a cena...

Pra quê forçar o jogador a fazer essa crueldade Kojimão??
Ao contrarío dos jogos citados nos parágrafos anterioes aqui não é possível evitar ou se negar a realizar essa ação e o jogo força a barra pra te culpar, principalmente pelo fato de mostrar poucos minutos depois que a razão para matar a The Boss não tinha nada a ver com suas ações "vilanescas" e sim uma suja jogada política, que traumatiza o Big boss pro resto de sua perturbada vida.
Esses são alguns dos mais marcantes pra mim nesse tema, mas tem muito caminho da maldade ai nos games, você já passou por esse dilema ou segue os 100% com todo pragmatismo necessários ignorando os amiguinhos virtuais (tenho medo de você XD)? Conta ai.
Conquistas de Cyberpunk são uma tristeza srsrsr não são tão difíceis assim, mas demora muito, o esquema é fazer maratona de NEKOPARA srsrs
é parece que brincar de onde está wally? sniper edition rendeu umas conquistas